terça-feira, 17 de junho de 2014

CNE analisa formação na educação especial e diz que resultados iniciais "não são nada animadores"

O Conselho Nacional de Educação (CNE) está a preparar uma análise aprofundada da formação inicial de docentes, nomeadamente no que diz respeito à educação especial, que deverá estar pronta em setembro, mas os resultados iniciais "não são nada animadores".

Vamos fazer uma análise da formação inicial de professores, nomeadamente na educação especial, porque é uma coisa que queríamos ter incluído [no relatório do CNE sobre educação especial] mas não tivemos tempo. Já temos uma base de dados razoável, ainda não é extensiva, ainda não está completa. Lá para setembro", disse hoje o presidente do CNE, David Justino, à saída da comissão parlamentar de educação.

O presidente do CNE e ex-ministro da Educação esteve hoje na Assembleia da República para apresentar o relatório e recomendações relativas à educação especial, recentemente elaborado pelo conselho, a pedido do parlamento, e não quis adiantar mais pormenores sobre esta análise, remetendo mais declarações para quando "tiver os dados todos na mão".

Aos deputados, David Justino adiantou que o CNE tem já uma base de dados com registos de 56 mil professores e que "os primeiros resultados não são nada animadores", sublinhando ainda que de todas as preocupações levantadas no relatório "a questão da formação dos docentes é talvez a mais importante".

Na comissão, o presidente do conselho voltou a defender, tal como o CNE o faz nas recomendações, uma utilização mais racional dos recursos disponíveis e disse que uma melhor gestão "pode não resolver o problema, mas já ajuda bastante".

Sobre as conclusões do grupo de trabalho constituído pelo Governo para analisar a necessidade de rever a legislação da educação especial, Justino disse que os resultados não diferem das posições assumidas pelo CNE.

"Até ficámos relativamente satisfeitos com o relatório. Não há grande discordância no diagnóstico e na identificação dos problemas. O problema é em relação às soluções que podem ser encontradas", disse aos deputados.

O ex-ministro da Educação não vê problemas na separação entre educação especial e dificuldades de aprendizagem, que o Governo quer ver regulamentadas, sublinhando que "as iniquidades" surgem quando se esquece "a especificidade" de cada caso "para meter tudo ao molho".

In: I online por indicação de Livresco

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