A utilização de "tablets" visuais e táteis por crianças menores de dois anos pode ser útil ao seu desenvolvimento, desde que por períodos curtos e com acompanhamento, defende um parecer da Academia das Ciências de França.
No parecer "A criança e os ecrãs", a Academia considera que os "tablets" podem ser úteis ao desenvolvimento sensório-motor do bebé, constituindo um objeto de exploração e aprendizagem como os peluches ou os cubos de madeira.
Mas a utilização deve ser por períodos curtos, acompanhada por pais, avós ou irmãos mais velhos e não deve substituir outras atividades indispensáveis naquela idade, indica o documento divulgado no "site" da instituição.
O princípio, segundo a Academia, deve ser o de que para o bom desenvolvimento do cérebro contam formas de estimulação variadas, digitais e não digitais.
Já em relação aos ecrãs não interativos (televisão e DVD) diante dos quais o bebé é passivo, o parecer considera não terem qualquer efeito positivo, podendo levar ao aumento de peso, a um atraso na linguagem e a um défice de concentração e atenção.
Os pais devem ser informados daqueles perigos e os pediatras e médicos de clínica geral podem desempenhar um importante papel de alerta junto das famílias, defende a Academia.
O parecer da Academia das Ciências, que integra os dados científicos mais recentes da neurobiologia, psicologia e ciências cognitivas, foi elaborado em colaboração com a Fundação "La main à la pâté" - que procura contribuir para melhorar a qualidade do ensino da ciência e da tecnologia no ensino básico e secundário - e é acompanhado de um módulo pedagógico destinado aos professores do primeiro ciclo.
A Academia realizou na terça-feira um debate para apresentação do documento que será editado e estará disponível a partir de dia 29 de janeiro.
In: JN online
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