“De génio e de louco todos temos um pouco”, diz o ditado popular. A verdade é que é rotina diagnosticar doenças mentais aos génios criativos que fizeram História.
Esquizofrenia e outras psicoses são as doenças mais citadas. Newton e Einstein são dois dos exemplos mais famosos. O nosso Fernando Pessoa também consta da lista e Vincent van Gogh e Virginia Woolf foram associados à desordem bipolar.
Os psiquiatras olham para a saúde mental como um espectro − uma doença grave numa ponta e a normalidade na outra. Talvez aqueles que estão no meio possam ter tendências criativas mais desenvolvidas.
Cérebro lado a lado
A dominância do hemisfério direito ou esquerdo do cérebro pode ser uma pista. Há aliás uma parte da Psicologia que suspeita que existem “pessoas do lado direito” e “pessoas do lado esquerdo”. É certo que é aceite que o lado esquerdo está relacionado com a linguagem e análise lógica, enquanto o direito é está mais ligado ao pensamento criativo.
Vários métodos para o estudo desta teoria mostraram que as pessoas com esquizofrenia têm maior actividade do lado direito do cérebro.
Há ainda a evidência genética relacionada com a proteína chamada neuregulin1, envolvida no desenvolvimento do cérebro no útero.
Mutações genéticas
Jeremy Hall, da Universidade de Edimburgo, Reino Unido, descobriu que uma mutação no gene que codifica a proteína está relacionada com um maior risco de esquizofrenia.
No ano passado, Szabolcs Kéri, da Universidade de Semmelweis, na Hungria, chegou à conclusão de que as pessoas com duas cópias da mutação obtinham pontuações maiores num teste de criatividade do que as pessoas com apenas uma cópia.
No ano passado, Szabolcs Kéri, da Universidade de Semmelweis, na Hungria, chegou à conclusão de que as pessoas com duas cópias da mutação obtinham pontuações maiores num teste de criatividade do que as pessoas com apenas uma cópia.
O estudo, publicado na Psychological Science, averiguou ainda que os portadores de apenas uma mutação tinham pontuações mais elevadas do que as pessoas sem a mutação.
Kéri afirma que a mutação pode cortar a actividade no córtex pré-frontal do cérebro, atenuando o humor e as emoções.
Isto pode desenvolver a criatividade nuns e ilusões psicóticas noutros − com a inteligência a poder influenciar o resultado.
Contudo, Hall afirma que ainda há muito trabalho a desenvolver. "A evidência de uma ligação entre a criatividade e desordens mentais tem sido especulada há muito tempo, mas raramente foi provada."
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