No passado sábado, 30 de abril, o reitor António Sampaio da Nóvoa aborda o tema "A Metamorfose da Escola", no âmbito da Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Oeste, Lezíria e Médio Tejo, FAPOESTEJO.
O tema principal deste encontro é "Onde para a Escola?", onde António Sampaio reflete sobre a escola não estar apropriada aos dias correntes, “a escola é um processo de metamorfose”. Para fortalecer a sua ideia usa o seu livro, que disponibiliza online nas suas redes sociais, Escolas e Professores Proteger, Transformar, Valorizar.
António Sampaio da Nóvoa acredita que se deve proteger o espaço dentro da escola, a dinâmica escolar e que a escola não deve ser totalmente tecnológica e em casa. Apesar desta ideia, que surgiu durante a pandemia da Covid-19, nega que a escola atual esteja de todo obsoleta.
Com isto, explica o primeiro verbo do livro “Proteger”, usando o exemplo de que se deve proteger a escola como um espaço que não o doméstico, “é poder ser outra coisa que não a replicação destes outros locais”, sendo um lugar que permite os jovens errarem.
É necessário um ambiente adequado para que se motivem os estudantes, nem todos os ambientes são educativos e isso pode dificultar na aprendizagem. “O ambiente educativo é indutor do seu ambiente”, afirma o reitor.
Deve pensar-se na escola como sendo um processo de metamorfose em que deve ser aplicado uma estratégia de dinamização que seja diferente “de um professor para o outro, de uma disciplina para a outra, de uma escola para a outra”.
A escola nova já existe há 101 anos e tem como características a autonomia, a criatividade, a dinâmica e não só, mas o exemplar das escolas continua a ser o das escola do século XIX, um tipo de ensino baseado na ciência do século, mas que já não se adequa às ciências do século XXI. “O mínimo que podemos esperar agora da escola é copiar a ciência do século XXI, não se trata de trabalhar no interior de uma sala de aula, mas de pensar de forma mais ampla e conjunta.”, acrescenta António.
Na pedagogia já não se trata apenas de dar uma aula, deve existir um trabalho de preparação para os alunos e estudar temas da atualidade para lhes apresentar, acredita que “o trabalho de um professor não é apenas dar uma aula” e também que “uma boa aula é insubstituível”.
Deve-se confiar e é dessa forma que “temos melhores resultados”, normalmente “a maioria das pessoas responde a essa confiança” e que quando não se confia acaba por se entrar num jogo “do faz de conta”.
Há 150 anos, em Portugal, a taxa de analfabetização “era de cerca de 90%”, este número veio a reduzir e em 2011 atingiu os valores de 5,2%. A razão pela qual estes números reduzem é a “escolaridade obrigatória” que teve inicio no ano 1956, em Portugal, apenas para os quatro anos de ensino primário.
O exemplo que utiliza para explicar o tipo de envolvimento coletivo que acha necessário, é o de uma das universidades com mais prémios Nobel, a Caltec (California Institute of Technology). Esta é uma universidade de pequena dimensão, poucos professores, mas com excelentes laboratórios, o reitor tinha de "contratar pessoas que sabiam de matemática e e história ao mesmo tempo”, diz António Sampaio. As grandes ideias que levaram que a prémios Nobel surgiram na cantina da Caltec, muitas das vezes em conversas. “É deste envolvimento coletivo que podemos esperar um futuro para a educação.”, remata o reitor António Sampaio da Nóvoa.
Fonte: Antena Livre por indicação de Livresco
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