São cada vez mais os profissionais que baseiam as suas escolhas no nível de compromisso das empresas em temas como a diversidade e a inclusão. É também por isso que o caminho das organizações tem de passar por uma abordagem extensiva e compreensiva.
A diversidade é um tema que está cada vez mais presente na agenda pública e, por consequência, também tem de se estender às organizações. Foi um longo caminho que se fez até que os assuntos que dizem respeito à multiplicidade de existências, de identidades, de culturas chegassem a debate, mas ainda há muito a fazer. E esse trabalho é uma responsabilidade não só da sociedade como um todo, mas também das organizações e das suas gestões.
Esse imperativo está a expressar-se e a chegar às empresas não só através de fatores externos, como as políticas públicas, mas também através dos colaboradores e futuros colaboradores. Segundo o último Randstad Workmonitor, lançado no início de abril deste ano, a diversidade, a inclusão e a forma como as empresas abordam e incorporam estas problemáticas nos modelos de gestão são um motivo de preocupação para cada vez mais profissionais.
Traduzindo esta preocupação em números, pode dizer-se que, por exemplo, 51% dos inquiridos não aceitariam um emprego se a empresa para a qual se candidatam não tivesse em prática uma estratégia de promoção da diversidade e da inclusão. Este é um assunto especialmente fraturante para as gerações mais jovens: metade dos Millennials (48%) e da Geração Z (49%) afirma que não aceitaria um emprego que não estivesse alinhado com os seus valores sociais e ambientais.
Portugal tem feito um esforço impressionante no que diz respeito à diversidade de género, especialmente quando se fala do setor tecnológico. Numa análise profunda ao setor feita pelo fundo de capital de risco Atomico, o nosso país apresenta o melhor índice de diversidade de género na Europa, "com a proporção mais baixa de equipas exclusivamente masculinas que receberam financiamento".
No entanto, ao contrário do que se possa pensar, diversidade e inclusão não diz apenas respeito aos temas de género. Falar em equipas diversas e gestões inclusivas nas organizações é falar em igualdade de oportunidades para mulheres, minorias raciais e étnicas, membros da comunidade LGBTQ+, pessoas com deficiência e demais grupos minoritários. Torna-se então uma responsabilidade social, para além de boa prática, que a incorporação seja bem pensada, orientada pelo propósito e verdadeiramente compreensiva.
Ainda assim, contratar uma força de trabalho diversificada, pôr em prática processos de contratação inclusivos e gerir equipas com membros distintos é um desafio para organizações que perpetuam formas tradicionais de pensar. O primeiro passo é, exatamente, quebrar esse ciclo de pensamento e entender que pensar em diversidade é também pensar em prosperidade, em ambientes de trabalho mais saudáveis e em ganhos reputacionais.
Fonte: Dinheiro Vivo
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