sábado, 18 de dezembro de 2021

Provas de aferição já serão feitas em computador em 2022, mas não por todos

As provas de aferição de Junho de 2022 já serão realizadas em computador por uma parte dos alunos — ainda estão por definir quais as escolas onde a medida aplicada. Este passo para a chamada “desmaterialização da avaliação externa” foi determinado pelo Ministério da Educação, numa comunicação enviada esta semana ao Instituto de Avaliação Educativa (Iave, responsável pela elaboração e aplicação dos exames e provas finais).

Em 2022, as provas de aferição serão realizadas pelos alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade e abrangerão as disciplinas de Matemática, Estudo do Meio, Ciências Naturais, Português e História e Geografia. As provas de aferição não contam para a nota final dos alunos.

Na nota enviada ao Iave, o ministério especifica que o processo de desmaterialização das provas finais de avaliação “decorrerá de forma gradual durante os próximos anos lectivos”. E que através do “carácter experimental e controlado de cada etapa” será assegurada “a qualidade dos processos e a monitorização das condições de provas e, fundamentalmente, dos desempenhos dos alunos”. Caberá ao Iave definir quais as escolas em que as provas serão feitas em suporte digital.

A passagem da caneta e papel para o computador no que respeita às provas finais está prevista no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), onde se aponta que em 2025 todos os exames sejam já feitos em suporte digital. Para que tal seja possível é necessário assegurar primeiro que as escolas tenham uma rede de ligação à internet de qualidade, em vez da actual, que está frequentemente a cair e muitas vezes nem o acesso garante.

Esta mudança está também prevista no PRR, devendo a capacidade de ligação à Internet, através da chamada Rede Alargada de Educação, que conecta todas as escolas, passar dos actuais 40 gigabits por segundo para 300 ou que cada escola tenha todo o seu espaço coberto com rede Wi-Fi.

Mesmo sem este salto, já houve alguns milhares de alunos que realizam provas em computador. Foi o que sucedeu aos 7604 estudantes do 3, º, 5, º e 9.º anos, de 316 escolas, que este ano realizaram testes de diagnóstico para aferir o impacto da pandemia nas aprendizagens. Também os testes PISA promovidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) foram realizados, em 2018, em suporte digital. Em Portugal participaram 5932 alunos, distribuídos por 276 escolas.

Fonte: Público

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