Primeira: desista de identificar a melhor escola do país. É como caçar unicórnios – uma perda de tempo porque tal coisa não existe. O que vale a pena procurar é a escola que, entre a oferta disponível, melhor responde às necessidades educativas do seu filho e corresponde aos critérios que, enquanto pai, mais valoriza numa escola (sejam os desempenhos escolares, a segurança, o ambiente social, etc.).
Segunda: quando comparar desempenhos de alunos e escolas, não se esqueça de aplicar uma ponderação socioeconómica. Infelizmente, em Portugal, o perfil socioeconómico dos pais (em particular da mãe) ainda é o factor que melhor ajuda a prever o desempenho escolar de um aluno, pelo que quem ignorar essa questão estará, logo à partida, a enviesar a comparação. E como nem sempre há dados que o permitam fazer, uma alternativa é, por exemplo, comparar escolas de uma mesma área residencial e que, como tal, sirvam (mais ou menos) a mesma população.
Terceira: não se limite a analisar os desempenhos escolares. Se possível, visite a escola que tem debaixo de olho. E aproveite para verificar se, no site da IGEC, não consta um relatório mais aprofundado sobre essa escola, que lhe dê mais informação sobre o seu funcionamento. As boas lideranças escolares geram um ambiente propício à aprendizagem, mantêm professores motivados e constroem actividades extracurriculares à medida das necessidades dos alunos. E tudo isso é determinante para melhorar as aprendizagens.
Quarta: não faça dos rankings escolares a sua bíblia de cabeceira, mas também não os rejeite. Os rankings são uma ferramenta com defeitos, mas que tem melhorado muito ao longo dos anos e que se torna útil se manuseada com prudência. Compare apenas o que é comparável e, quando possível, recorra a rankings de anos anteriores para observar a evolução dos resultados nas escolas que lhe interessam – a evolução é muito mais importante do que os resultados num ano isolado.
Quinta: diversifique as suas fontes. Use rankings, consulte o portal InfoEscolas, procure as avaliações externas no site da IGEC, visite as escolas e troque impressões com quem conhece. Nenhuma avaliação é infalível, pelo que terá sempre vantagens se aproveitar e cruzar toda a informação à sua disposição.
Extrato de artigo de opinião de Alexandre Homem Cristo
Fonte: Observador por indicação de Livresco
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