Uma aluna de mestrado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu um sistema automático de reconhecimento de expressões faciais que possibilita a interação com o computador a pessoas sem qualquer tipo de mobilidade.
Este estudo permitiu a construção de um protótipo capaz de reconhecer as expressões faciais de uma pessoa com uma doença neuromuscular degenerativa.
A jovem investigadora, Andreia Venâncio de Matos, 23 anos, residente em Vila Real, assumiu neste trabalho ajudar uma adolescente de 14 anos, sua familiar, com doença neuromuscular degenerativa e sem qualquer tipo de mobilidade, a estabelecer e reforçar os mecanismos de comunicação a partir da interação com um computador.
Pelo uso das expressões faciais, a adolescente pode participar em trabalhos escolares, interagir com a sua terapeuta e ocupar os tempos livres com jogos de computador, o que lhe permite encarar o seu dia-a-dia com mais otimismo.
O trabalho de Andreia Matos resultou na sua dissertação de mestrado em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas na UTAD. Um dos seus orientadores e investigador da UTAD, Pedro Mogadouro Couto, reconhece que embora existam já softwares “que permitem o reconhecimento de expressões faciais em pessoas sem deficiência, nenhum deles funciona corretamente neste caso em particular."
Software personalizável de acordo com utilizador
"O carácter inovador deste trabalho reside no fato de ser um software construído especificamente para pessoas com deficiência podendo ser adaptado, caso a caso, dependendo das especificidades de cada um. Neste caso foi orientado para as particularidades de uma adolescente, avaliando o que é capaz ou de não de fazer com as suas expressões faciais”, explica.
Na sociedade atual, segundo Andreia Matos, “existe a necessidade de garantir a todas as pessoas o igual acesso à tecnologia, contudo, existem pessoas com determinadas deficiências a quem é impossibilitada essa mesma interação: amputações, tetraplegia ou paraplegia, doenças neuromusculares degenerativas ou paralisia cerebral, são deficiências que não permitem o movimento ou a força necessária para, por exemplo, o controlo do computador”.
Andreia pretende, assim, com o seu trabalho encontrar mais uma forma “de combater a exclusão social das pessoas com deficiência na interação com a tecnologia”.
Fonte: Boas Notícias
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