O coordenador do novo Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, que começa a ser aplicado neste ano letivo, defende que é preciso reduzir ao mínimo dos mínimos as reprovações dos alunos entre o 1º ao 9º ano de escolaridade.
Numa entrevista (...), José Verdasca argumenta que estudos nacionais e internacionais revelam que cada chumbo leva os alunos a regredirem 4 meses nas aprendizagens. Chumbar não é "eficaz e, pelo contrário, tem efeitos negativos".
O responsável dá o exemplo, frequente, de alunos que acabam uma disciplina com 3 valores, chumbam e no ano seguinte não passam do 2 porque "desmotivaram ou perdem autoconfiança".
Além de não ser eficaz, Verdasca argumenta que chumbar custa muito dinheiro ao Estado e quem fica para trás são quase sempre os filhos das famílias pobres, pouco escolarizadas ou do Interior.
Vejam-se, por exemplo, as últimas taxas de reprovação do 1º ao 3º ciclo, reveladas pelo Ministério da Educação, que em Cascais rondam os 7%, mas na Amadora chegam aos 15,9% e no Baixo Alentejo aos 13%.
O coordenador da luta contra o insucesso escolar diz que é preciso quebrar este tipo de desigualdades, mas não defende o fim completo dos chumbos.
As reprovações devem ser, no fundo, evitadas ao máximo com medidas preventivas que são sempre mais baratas. Por exemplo, medidas como turmas mais pequenas quando se deteta um estudante em risco, assistentes em sala de aula, trabalho com as famílias ou mesmo um professor específico que usa um método de leitura adequado a cada aluno.
No 1º ciclo de escolaridade a taxa de reprovação em Portugal ronda os 5%, enquanto no 2º ciclo ultrapassava em 2012/13 os 12% e no 3º ciclo aproximava-se dos 16%. Valores que ainda são dos mais elevados da Europa.
98% das escolas com planos contra o insucesso
As palavras de José Verdasca surgem numa altura em que 662 agrupamentos de escolas iniciam o ano letivo com novos planos de ação estratégica contra o insucesso que foram desenvolvidos nos últimos meses.
O responsável sublinha que apenas 12 escolas não os apresentaram e no total os planos recebidos incluem perto de 3 mil medidas multidisciplinares e que vão de encontro à ideia de ter soluções concretas definidas por cada escola para a sua realidade, com redes colaborativas de escolas que partilham soluções.
A maioria destes planos para combater o insucesso foca a atenção no ensino da leitura e escrita no 1º e 2º anos, ou seja, logo no início do percurso escolar das crianças, mas também na Matemática e nas ciências exatas.
Fonte: TSF
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