A boa notícia é que desceu o número de retenções e o abandono escolar quer no ensino básico quer no ensino secundário. A má notícia é que o número de diplomados saídos do ensino superior também baixou, e de forma drástica: segundo o mais recente relatório estatístico do Ministério da Educação, intitulado Perfil do Aluno e referente a 2014/15, neste período o ensino superior produziu apenas 87.988 diplomados, quando no ano letivo anterior tinha produzido 93.193 – ou seja, mais 5145.
Pela primeira vez desde que há registo, a taxa média de retenção e desistência no secundário baixou até aos 16,4% – muito embora ainda ronde os 30%, se considerarmos apenas o 12.º ano de escolaridade. Tal como sucede no básico, é na região do Algarve, na Área Metropolitana de Lisboa e no Alentejo que surgem as cifras mais preocupantes. Numa análise mais fina consegue-se, porém, perceber melhorias significativas em vários pontos do país. Em Trás-os-Montes, por exemplo, passou-se em apenas um ano de uma taxa de retenção e desistência da ordem dos 19,3% no 9.º ano de escolaridade para 14%. E no Baixo Alentejo o salto foi ainda mais significativo, de 17,3% para 9,5%, naquele nível de ensino.
(...) Somadas as retenções e desistências do básico e secundário de todo o território nacional em 2014/15, a média fica-se pelos 7,8%. Desde 2010 que não descia tanto. Seja como for, os resultados são francamente melhores no ensino privado – onde há menos chumbos e menos abandonos – do que nas escolas públicas.
No que ao ensino superior diz respeito, o ano letivo transato caracterizou-se por uma descida acentuada do número de estudantes inscritos. Enquanto em 2013/14 os diferentes níveis de formação – licenciaturas, mestrados e doutoramentos – tinham registado 355.995 inscrições, em 2014/15 esse número não passou dos 343.612. É uma diferença de mais de 12 mil alunos, alcançada sobretudo à custa das licenciaturas, que passaram de 216 mil para menos de 208 mil matrículas, e das universidades públicas. E muito embora se possa observar um decréscimo de estudantes em quase todos os escalões etários que frequentavam naquele ano o ensino superior, onde se verificou maior quebra foi entre os 30 e os 34 anos. Em menor escala, a redução da procura também afectou o ensino superior privado.
Os cursos de Agricultura continuaram a ser, ao nível da formação inicial, aqueles que menor taxa de ocupação apresentaram: 47,6%. Mas os de Ciências, Matemática e Informática viram baixar essa taxa: em 2014/15 ficaram com uma ocupação da ordem dos 63,4%.
Fonte: Público
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