terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Asas de Ferro: reportagem

São quase sempre associados a doentes mentais, intelectualmente incapazes de fazerem uma vida normal.
Quantas vezes já não nos cruzamos com alguém numa cadeira de rodas e pensámos imediatamente num deficiente mental? A verdade é que a paralisia cerebral pode significar apenas um problema motor, cujos sintomas podem variar desde uma leve contracção até uma deformidade severa.
Há casos de doentes com paralisia cerebral que conseguiram tirar cursos superiores, com médias verdadeiramente surpreendentes, mas que depois esbarram com todos os problemas ligados à deficiência em Portugal: falamos da falta oportunidade de emprego, os apoios sempre insuficientes por parte do estado, a discriminação e ainda e sempre o olhar indiferente dos outros.
O Governo fala num investimento nunca visto no nosso país: cerca de 80 milhões de euros para serem aplicados numa área, que é pouco dizer, tem sido negligenciada ao longo dos anos.
O caminho a percorrer ainda é longo, muito longo... Esta reportagem foi encontrar velhos abandonados, à espera de um fim de vida com dignidade, adultos que cresceram atrofiados em cadeiras feitas à medida de uma criança. Quem tem dinheiro, consegue ainda pensar num futuro, quem não tem, resta a essas famílias imaginar o que poderia ter sido feito.
«Asas de Ferro» é uma reportagem de Ana Leal, com imagem de Júlio Barulho e montagem de Miguel Freitas, que fala da angústia de todas essas famílias, mas também da força e da coragem de quem, apesar de tudo, não quer desistir. Foi emitida na Segunda-Feira, dia 22 de Fevereiro, a seguir ao Jornal Nacional no Repórter TVI.
Nota:
Não consegui ainda o acesso à reportagem em vídeo. Se alguém tiver acesso, agradecia, desde já, a sua disponibilidade!
Agradeço à Ana a divulgação do link para a reportagem:

5 comentários:

Atena disse...

Olá outra vez... venho falar-lhe desta reportagem que vi na televisão ontem. Normalmente não perco estas reportagens, porque sou muito solidária com a diferença, como imagina e porque gosto sempre de me manter informada. Encaro-as como muito úteis, porque a comunicação social tem a grande virtuosidade de trazer a lume situações que são importantes conhecer, denunciar... é uma espécie de grito, que de outra forma, dificilmente se ouve. Na televisão, pelo menos por uns instantes é uma realidade que muitos têm de conhecer.Talvez sirva para mudar alguma coisa.
A mim particularmente muito me entristece, sob todos os pontos de vista... Estamos tão longe de uma integração aceitável destes seres na vida activa, na vida real... Fiqueí triste e ainda estou a tentar lutar contra os pensamentos mais negativos que a reportagem me suscitou... Sei que esta é a realidade e imagino ainda situações piores que por este país fora se vivam na mais perfeita negligencia de quase todos. Luto imenso para pensar positivo a ver se não me deixo abater, acreditar que se caminha no bom sentido, que com o tempo as coisas hão-de ser melhores... depois quando sou confrontada com estas verdades, fica-me a doer tudo! Amanhã ou depois já estareí melhor, mas ainda trágo comigo a estupefação de ver por exemplo os avós a cuidar do um neto com 20 anos, que ficou à 2 anos privado de CAO, (concerteza falta de verbas)e passa os dias em casa sem nenhuma actividade nem estimulação, numa espécie de prisão indiscrítivel, dentro de uma improvisada "construção" almofadada, feita talvez para que ele não se magoe, sei lá... Depois ver os avós - pessoas já com alguma idade, num esforço que nem imagino, carregando o corpo do seu neto já homem, numa espécie de aparelho ortopédico, para que ele não esteja sempre no mesmo sitio... olhe nem tenho palavras de jeito - aquilo custou-me imenso ver! Não é possivel que se permita existir uma situação semelhante! É desumano, é vergonhoso...
Se faz questão de ver, veja prf. João, mas adianto-lhe que não é encorajador.
Abraço
Cristina

João Adelino Santos disse...

Olá Cristina
Sobre a reportagem, não a vi. Apenas fiz referência porque uma colega me falou nela e procurei o vídeo. Não consegui ainda ter acesso.
Abraço

ana disse...

Bom dia

Para ver a reportagem basta clicar:
http://www.tvi.iol.pt/mediacenter.html?mul_id=13223230&load=1&pos=3


Não concordo que a reportagem não seja encorajadora. Pelo contrário! Chega de mostrar que somos super heróis. Os meninos com PC são de facto super herois mas não era necessário se todas as condições de reabvilitação, de educação, de formação profissional, de emprego, de acesso à cultura e lazer e o direito a envelhecer condiganamente estivessem disponibilizadas. Não é assim. Vive.se mal com Paralisia Cerebral!

João Adelino Santos disse...

Olá Ana
Obrigado pelo disponibilização do link. Vou colocar no post.
Posteriormente tentarei ver a reportagem!

Atena disse...

Olá Ana, desculpe mas não é uma questão de concordar ou não no encorajamento que a reportagem suscita... é a forma como eu me sinto pessoalmente, por saber das falhas gritantes que existem em geral no apoio às crianças/adultos com diferença (seja ela qual for). Essas falhas a mim não me encorajam e mostram-me que de facto muitos pais têm mesmo que ser uma espécie de super herois, lutando até à exaustão para ir conquistando direitos que deveriam há muito existir. Outra coisa é congratular-me sempre que saí uma reportagem inerente a estes temas, porque me parecem ser uma das formas mais "eficientes" para denunciar situações... como eu digo sempre talvez elas ajudem a melhorar alguma coisa.
Tal como a Ana, também eu apenas queria que estivessem criadas as condições para vivermos bem com os nossos filhos... nem peço nada mais porque amo muito o meu filho tal como ele, é e não mudaría nada nele! O quie mudaría era a resposta que a sociedade tem para eles.
Grande abraço e até breve,
Cristina