É através de jogos didácticos que os alunos do ensino pré-escolar da Escola das Pedreiras, em Sesimbra, vão aprendendo língua gestual. A educadora transmite as cores e as crianças tentam adivinhar escolhendo as bolas correctas.
A brincadeira está inserida num workshop do projecto "Gestos que Falam", que irá abranger as cerca de 280 crianças, entre os 3 e os 6 anos, que frequentam as 11 escolas de jardim-de-infância públicas do concelho.
A ideia partiu de Alexandra Luís, educadora social e funcionária da Câmara de Sesimbra, que, após cinco sessões com estes alunos, propôs avançar com o projecto no âmbito das actividades de prolongamento horário.
A chefia concordou e a ideia foi posta em prática a partir de 25 de Janeiro. "Todos os meninos com necessidades especiais tinham de ser inseridos no ensino regular, mas as nossas escolas não estão preparadas para isso. Por isso pensei em fazer uma sensibilização junto dos meninos ouvintes", realça a educadora, frisando que as crianças da escola das Pedreiras são as mais avançadas.
No jogo quase todas acertavam à primeira a cor que foi transmitida pela educadora. Quando os papéis foram invertidos, cada uma das crianças soube também descrever uma cor aleatória para os colegas adivinharem. No final, todas consideraram que "é giro" comunicar através de língua gestual.
"Gostava de ter um amigo assim", afirma Matilde, mostrando anseios em pôr em prática os conhecimentos que adquiriu.
A aprendizagem é progressiva e por isso são ensinadas apenas algumas palavras ou acções. Desde a primeira letra do nome de cada aluno, aos números, às estações, às saudações diárias, passando pelos animais, pela família e pelas cores.
"Quando forem para o 1º ciclo, se apanharem uma criança surda, vão conseguir quebrar uma barreira", adianta Alexandra Luís, frisando que para os não ouvintes "é bom perceberem que há alguém que os entende".
Cada escola básica com jardim de infância do concelho de Sesimbra, que contabiliza três estudantes surdos em todos os níveis de ensino, vai acolher este ano seis workshops, de cerca de 30 minutos cada. "O impacto está a ser muito positivo. Os pais das Pedreiras, por exemplo, pediram para ter continuidade", conta a educadora, lembrando que o modelo a adoptar no próximo ano lectivo terá ainda de ser pensado.
Alexandra Luís critica o facto de as crianças surdas terem no máximo um professor de língua gestual destacado para traduzir a matéria que é dada na escola, o que não impede que o aluno fique deslocado da turma.
"Se nós conseguirmos intervir precocemente junto destas crianças, conseguimos evitar que as crianças surdas sejam discriminadas", realça, lembrando que só em 1997 é que a língua gestual foi autorizada pela Constituição Portuguesa, sendo actualmente a segunda língua oficial de Portugal.
A brincadeira está inserida num workshop do projecto "Gestos que Falam", que irá abranger as cerca de 280 crianças, entre os 3 e os 6 anos, que frequentam as 11 escolas de jardim-de-infância públicas do concelho.
A ideia partiu de Alexandra Luís, educadora social e funcionária da Câmara de Sesimbra, que, após cinco sessões com estes alunos, propôs avançar com o projecto no âmbito das actividades de prolongamento horário.
A chefia concordou e a ideia foi posta em prática a partir de 25 de Janeiro. "Todos os meninos com necessidades especiais tinham de ser inseridos no ensino regular, mas as nossas escolas não estão preparadas para isso. Por isso pensei em fazer uma sensibilização junto dos meninos ouvintes", realça a educadora, frisando que as crianças da escola das Pedreiras são as mais avançadas.
No jogo quase todas acertavam à primeira a cor que foi transmitida pela educadora. Quando os papéis foram invertidos, cada uma das crianças soube também descrever uma cor aleatória para os colegas adivinharem. No final, todas consideraram que "é giro" comunicar através de língua gestual.
"Gostava de ter um amigo assim", afirma Matilde, mostrando anseios em pôr em prática os conhecimentos que adquiriu.
A aprendizagem é progressiva e por isso são ensinadas apenas algumas palavras ou acções. Desde a primeira letra do nome de cada aluno, aos números, às estações, às saudações diárias, passando pelos animais, pela família e pelas cores.
"Quando forem para o 1º ciclo, se apanharem uma criança surda, vão conseguir quebrar uma barreira", adianta Alexandra Luís, frisando que para os não ouvintes "é bom perceberem que há alguém que os entende".
Cada escola básica com jardim de infância do concelho de Sesimbra, que contabiliza três estudantes surdos em todos os níveis de ensino, vai acolher este ano seis workshops, de cerca de 30 minutos cada. "O impacto está a ser muito positivo. Os pais das Pedreiras, por exemplo, pediram para ter continuidade", conta a educadora, lembrando que o modelo a adoptar no próximo ano lectivo terá ainda de ser pensado.
Alexandra Luís critica o facto de as crianças surdas terem no máximo um professor de língua gestual destacado para traduzir a matéria que é dada na escola, o que não impede que o aluno fique deslocado da turma.
"Se nós conseguirmos intervir precocemente junto destas crianças, conseguimos evitar que as crianças surdas sejam discriminadas", realça, lembrando que só em 1997 é que a língua gestual foi autorizada pela Constituição Portuguesa, sendo actualmente a segunda língua oficial de Portugal.
1 comentário:
Vi este tema noticiado na televisão e desde logo me pareceu algo fundamental para uma melhor integração/aceitação das pessoas com deficiencia na sociedade. Não tenho quaisquer duvidas que este tipo de acções são necessárias para uma boa educação social referente a estes temas.
As crianças envolvidas terão por certo uma maior receptividade ao que é diferente. Como em quase tudo, é na escola, na educação que residem as falhas conducentes ao atraso das mentalidades que se verifica, pelo que a intervenção nesta àrea deve ser precoce.
Questiono-me sobre qual o motivo para que muitos agrupamentos ou escolas - especialmente as que incluem crianças com NEE (mas não só), não "adequam" os seus projectos educativos nesta base? Será assim muito complicado e dispendioso? Não entendo muito bem, até porque a mim parece-me que daqui sairiam todos a ganhar - tanto os meninos com NEE's, como a totalidade dos alunos que ficariam mais sensibilizados para um dos seus papeis numa sociedade que se deseja ser para todos.
Gosteí imenso de ver a forma como as crianças se envolveram no assunto. Quem sabe se a ideia não se contagia...
Abraço
Cristina
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