Um inquérito da Fenprof revela que cerca de metade dos docentes de Educação Especial colocados por oferta de escola não têm especialização. A coordenadora da avaliação externa à aplicação da nova lei admite que a queixa que mais ouve é a falta de professores.
De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Educação, no mês de Outubro, "encontram-se afectos aos agrupamentos de escolas 4779 docentes do grupo de recrutamento da Educação Especial". O problema, defendeu ontem o secretário-geral da Fenprof, é que só metade desses professores pertencem aos quadros e, entre os contratados, a Federação calcula que também cerca de metade não têm especialização na área ou estão a iniciar carreira. O ME limita-se a garantir que nas colocações, "sempre que não existam professores com formação especializada, o processo de selecção privilegia a colocação de docentes com experiência".
A Fenprof vai pedir a revogação do decreto lei 3/2008 e a revisão dos critérios de sinalização dos alunos abrangidos pela Educação Especial. No inquérito (ver resultados), que será entregue ao secretário de Estado Alexandre Ventura, a Federação garante que cerca de 21 mil alunos perderam o apoio desde Janeiro de 2008 e que menos 778 docentes estão afectos à área desde o ano lectivo anterior.
"A escola pública está cada vez menos inclusiva" e a "responsabilidade", aponta Mário Nogueira, é da anterior equipa ministerial.
Sónia Pinheiro é professora de Educação Especial; são cinco docentes no seu agrupamento, no Porto, para mais de 50 alunos. Têm um psicólogo, umas horas por semana. Sofia Barcelos está numa Secundária de Almada; tem 12 alunos e é a única docente da área na escola. Para ambas, a nova lei "é injusta" e a falta de professores e técnicos "enorme".
Já Manuela Sanches Ferreira garante que não é a lei que exclui alunos, como os disléxicos ou hiperactivos, mas as próprias equipas que na escola definem o seu "perfil de funcionalidade". O relatório final da avaliação externa, pedido pela ex-ministra Lurdes Rodrigues, à aplicação da nova lei só deverá ser entregue no final de 2010 mas a docente da Escola Superior de Educação do Porto alega que "as escolas têm dois tipos de discurso": consideram que o diploma "veio clarificar o saco sem fundo" em que se encontrava o sector mas também se queixam da falta de recursos humanos. A coordenadora não se pronunciou sobre a diminuição do número de alunos mas sublinha que a falta de recursos humanos "não advém da lei".
As escolas, refere, "estão, neste momento a reorganizar-se; a tentar encontrar outro tipo de respostas para esses alunos [de fora da Educação Especial], por exemplo, através do apoio indirecto, tutorias ou planos de recuperação". Muitas, confessa, manifestaram à sua equipa "não estarem preparadas" para a reforma.
De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Educação, no mês de Outubro, "encontram-se afectos aos agrupamentos de escolas 4779 docentes do grupo de recrutamento da Educação Especial". O problema, defendeu ontem o secretário-geral da Fenprof, é que só metade desses professores pertencem aos quadros e, entre os contratados, a Federação calcula que também cerca de metade não têm especialização na área ou estão a iniciar carreira. O ME limita-se a garantir que nas colocações, "sempre que não existam professores com formação especializada, o processo de selecção privilegia a colocação de docentes com experiência".
A Fenprof vai pedir a revogação do decreto lei 3/2008 e a revisão dos critérios de sinalização dos alunos abrangidos pela Educação Especial. No inquérito (ver resultados), que será entregue ao secretário de Estado Alexandre Ventura, a Federação garante que cerca de 21 mil alunos perderam o apoio desde Janeiro de 2008 e que menos 778 docentes estão afectos à área desde o ano lectivo anterior.
"A escola pública está cada vez menos inclusiva" e a "responsabilidade", aponta Mário Nogueira, é da anterior equipa ministerial.
Sónia Pinheiro é professora de Educação Especial; são cinco docentes no seu agrupamento, no Porto, para mais de 50 alunos. Têm um psicólogo, umas horas por semana. Sofia Barcelos está numa Secundária de Almada; tem 12 alunos e é a única docente da área na escola. Para ambas, a nova lei "é injusta" e a falta de professores e técnicos "enorme".
Já Manuela Sanches Ferreira garante que não é a lei que exclui alunos, como os disléxicos ou hiperactivos, mas as próprias equipas que na escola definem o seu "perfil de funcionalidade". O relatório final da avaliação externa, pedido pela ex-ministra Lurdes Rodrigues, à aplicação da nova lei só deverá ser entregue no final de 2010 mas a docente da Escola Superior de Educação do Porto alega que "as escolas têm dois tipos de discurso": consideram que o diploma "veio clarificar o saco sem fundo" em que se encontrava o sector mas também se queixam da falta de recursos humanos. A coordenadora não se pronunciou sobre a diminuição do número de alunos mas sublinha que a falta de recursos humanos "não advém da lei".
As escolas, refere, "estão, neste momento a reorganizar-se; a tentar encontrar outro tipo de respostas para esses alunos [de fora da Educação Especial], por exemplo, através do apoio indirecto, tutorias ou planos de recuperação". Muitas, confessa, manifestaram à sua equipa "não estarem preparadas" para a reforma.
5 comentários:
Na verdade a Educação Especial nunca este tão mal. É notória a falta de recursos, atirando os alunos com CEI para a sala de aula com apoios muito insuficientes
Sim alunos com CEI inseridos no seu grupo/turma a frequentar no 9º ano as disciplinas de Inglês, Françês, Matemática,fisico-quimica...enfim restam-lhe 90m de apoio da educação especial e 6h de Plano de Transição.
Conclusão passa o ano sem nada aprender porque para ele é tudo "chinês", afinal ele até copia registos mas não sabe ler nem escrever....Anedótico não..mas é real porque não querem colocar professores da educação especial.
Encarregados de educação acordem e defendam os interesses dos vossos filhos.Só vocês podem fazer algo porque os professores têm que estar caladinhos.Quem manda é o Director....
Sim é urgente fazer alguma coisa e os pais têm essa obrigação e muitos essa necessidade, mas para isso têm de ter conhecimento das coisas e algumas vezes calculo que estas situações sejam ocultadas aos pais prepositadamente. Bem sei que os professores como este/a anónimo terão receio de se expôr mas também têm, de certa forma, uma obrigação tanto profissional com o moral de senão se imporem contra estas falhas, pelo menos tentarem denunciá-las nem que seja por sinais. Os pais interessados e em bom estado emocional, compreenderão essses sinais. E é preciso entender que os pais de crianças com NEE não estarão todos distraídos, muitas vezes poderão é ter as mãos "atadas". Para se ir evoluíndo nesta questão, não pode ser apenas esforço de uma parte, têm de ser esforços conjuntos - uns de uma maneira outros de outra. Quero ainda manifestar que acredito haverem motivos de esperança... apesar de tudo este desabafo meio "desesperado deste anónimo é também uma esperança... alúém que não está contente e desta forma fez o seu protesto. Tenham coragem e força porque as coisas irão mudando mesmo que lentamente... mas não se pode desistir, nem parar e há muitas formas de batalhar pelas coisas. Temos de acreditar e não desistir. Por favor os pais e sobretudo as crianças com NEE precisam de todos nós do seu lado.
Obrigada e abraço,
Cristina
Olá a todos! Parece-me que as práticas educativas no âmbito da Ed Especial são muito díspares entre escolas. Posso referir que, no meu agrupamento, os alunos com CEI frequentam, genericamente, as disciplinas ditas de "expressões" e as áreas curriculares não disciplinares. Nos restantes tempos lectivos trabalham, com os docentes de Ed Especial, competências básicas (cada caso é um caso!), privilegiando as áreas académica e da autonomia pessoal e social. Pensamos ser a melhor solução, sobretudo para os alunos NEE, pois desenvolvem competências que dificilmente desenvolveriam no grupo/turma. Como se pode aceitar que um aluno do 9º ano, com CEI, frequente a disciplina de Língua Portuguesa, quando mal sabe ler e escrever?! Qual o melhor benefício para ele?!
Quanto à questão da falta de meios, é de facto notória! Desde recursos humanos, a recursos materiais e à falata de formação geral para professores, sobretudo no relacionamento, no atendimento a este tipo de alunos!
Abraço a todos!
Estou inteiramente de acordo contigo João. Só não entendo como é que uns Agrupamentos têm os recursos que necessitam e outros dizem que não podem requisitar mais docentes, mesmo que seja extremamente necessário.Pelo que me têm dito paraece que a DREN coloca menos docentes da educ. Especial que a DREC. As diferenças são tantas entre os Agrupamentos que às vezes tenho a sensação de que vivemos em países diferentes.
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