O investimento em material escolar feito no início de cada ano lectivo pesa em todos os orçamentos domésticos, mas o esforço pedido às famílias mais pobres é superior. E os apoios do Estado pouco ajudam a aliviar as contas. Os alunos mais carenciados, que estão no escalão A da Acção Social Escolar (ASE), recebem um apoio anual de 16 euros para comprar cadernos, esferográficas e outras necessidades para o dia-a-dia na escola. Esta verba paga, no máximo, um quinto da lista de compras desta altura do ano.
Há dois escalões de apoio para a compra de material escolar para os alunos mais carenciados. Os mais pobres, que têm escalão A, recebem 16 euros anuais. Quem tem escalão B recebe metade deste valor. Cerca de 200 mil estudantes do ensino obrigatório têm escalão A e outros 180 mil têm escalão B. Ao contrário de outras prestações sociais que tiveram aumentos nos últimos anos, o apoio para a compra de material escolar tem sofrido muito poucas actualizações – em 20 anos aumentou 3,5 euros.
O “cabaz” construído pelo PÚBLICO com base em informações fornecidas pelas escolas e com preços deste ano recolhidos em grandes superfícies, papelarias e livrarias do comércio tradicional, tem um custo de 78 euros para alunos do 2.º ano de escolaridade. Isto significa que, na melhor das hipóteses, o apoio do Estado à compra de material escolar cobre um quinto da lista de compras que as famílias têm que fazer antes do ano lectivo.
Ou seja, o apoio do Estado aos alunos com escalão A é suficiente para comprar duas esferográficas, dois lápis, três cadernos, uma borracha, uma afia e uma régua. Mas deixa de fora a mochila e o estojo, desde logo, bem como outros materiais pedidos pela generalidade dos professores do 1.º ciclo como lápis de cor e lápis de cera, canetas de feltro, tesoura, colas e um dicionário básico da Língua Portuguesa. (...)
Fonte: Continuação da notícia em Público
Sem comentários:
Enviar um comentário