O último estudo epidemiológico sobre o autismo em Portugal foi publicado em 2005, mas os dados foram recolhidos no ano 2000. Ou seja, os números até agora conhecidos têm duas décadas. Neste período, muito mudou no enfoque a esta perturbação comportamental. O próximo retrato será publicado em breve e abrange apenas crianças entre os sete e dez anos da região centro, mas, com base nos resultados, é possível calcular a prevalência nacional. E se há 15 anos estimava-se que 0,09% da população apresentasse sinais de autismo, agora os números apontam para 0,5%, num total de cerca de 50 mil pessoas. Muitas por diagnosticar, sobretudo do sexo feminino.
Astrid Vicente, coordenadora do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não-Transmissíveis do Instituto Ricardo Jorge, esteve à frente dos dois projetos e explica que o aumento deve-se a mudanças na avaliação. “Há 20 anos, o diagnóstico era mais estrito, mas os critérios mudaram e tornou-se mais lato”, explica. O novo estudo, que está em fase de conclusão, integra um projeto europeu que visa estimar a prevalência do autismo em algumas regiões. Em Portugal, o parceiro foi o Hospital Pediátrico de Coimbra, que já colaborara na investigação anterior. Foram envolvidas as escolas primárias, algumas com unidades específicas para alunos com autismo, e a recolha de dados ocorreu entre 2016 e 2017.
Fonte: Expresso
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