Ana Sofia Antunes saiu, este domingo, em defesa do despacho publicado na quinta-feira em Diário da República no qual se determina que as turmas com alunos com necessidades educativas especiais sejam apenas reduzidas caso esses alunos passem 60% do tempo letivo inseridos naquelas turmas.
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência defende que as crianças que têm deficiências cognitivas ligeiras devem frequentar as aulas regulares, isto é, fazer parte das turmas com alunos que não têm deficiências.
“Isto é a base da inclusão”, refere a secretária de Estado, defendendo que as crianças com necessidades educativas especiais “têm de estar com as outras crianças, não têm de estar segregadas”.
“E se um professor de apoio não percebe isto, muito mal vamos nós”, garantiu.
Sobre a polémica que envolve a redução ou não de turmas, Ana Sofia Antunes foi clara: “Queremos as crianças nas turmas regulares e desde que lá estejam, pelo menos 60% do período letivo, a turma vai continuar a ser reduzida. Só não será reduzida se a criança continuar a ser maioritariamente mantida na sala segregada”.
Desta forma, a secretária de Estado refutou todas as críticas que possam ser feitas neste sentido, como foi o caso de um professor de educação especial que, ao jornal Público, disse que esta é uma “medida hipócrita que continua a encarar os alunos como um número”.
“Queremos que as crianças [com necessidades educativas especiais] estejam mais tempo nas salas de aula e menos tempo em salas segregadas, sozinhas e apenas com outras crianças com deficiências”, sublinhou, defendendo que o facto de estes alunos não terem contacto em sala de aula com as outras crianças pode “desmotivá-las”.
“O que as pode desmotivar é sentirem-se fechadas num núcleo onde apenas há crianças com deficiência e não conseguirem perceber por que razão os outros meninos estão num sítio diferente daquele onde elas estão. Isso é o que as desmotiva e as faz sentirem-se de uma forma diferente e até perder a autoestima”, frisou.
(...) Ana Sofia Antunes admitiu que há ainda muito trabalho a fazer na área da educação especial, em especial no número de horas de terapia que os alunos têm na escola.
“Precisamos também de trabalhar este lado. Reconheço que o número de horas semanais de terapias é reduzido e deve ser ampliado [pois] muitas vezes a criança, se não está na sala de aula, está nas unidades [de multideficiência, intelectuais ou de desenvolvimento para autistas], mas infelizmente não está a ter terapia, está apenas retirado da sala de aula e não podemos continuar a permitir isto”, rematou.
Fonte: Notícias ao Minuto
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