sexta-feira, 29 de maio de 2015

Atividades a mais tiram às crianças tempo que deveria ser de brincadeira

Neste Dia Internacional do Brincar, a psicóloga Cristina Sá Carvalho lembra que é preciso dar espaço ao mundo da fantasia. Brincar ajuda a desenvolver a personalidade e uma criança que brinca será um adulto mais criativo, com capacidade de sonhar e ir mais longe. 
Esta especialista considera que a sobreocupação das crianças é, nalguns casos, um reflexo dos sonhos e desejos dos pais e, noutros casos, uma resposta aos horários preenchidos da família.

Brincar é essencial?
É absolutamente essencial, porque todas as atividades de natureza simbólica, como um jogo, têm um papel importantíssimo no desenvolvimento intelectual - no desenvolvimento moral, através da experiência da regra, etc. - e no desenvolvimento da personalidade. Na construção da identidade, o experimentar papéis, o descobrir o outro, comunicar ou relacionar-se, o imaginar...

Essa atividade tão importante que é brincar não é, por vezes, cortada pelos próprios pais, quando põem a criança no ténis, no karaté, no piano, etc., atividades que lhes ocupam quase todos os tempos livres?
Sim, eu acho que há essencialmente duas razões. A primeira é que, muitas vezes, os pais querem realizar os seus sonhos através dos filhos e colocam-nos a realizar uma série de atividades que era aquilo que eles gostariam de ter feito ou aquilo que eles, atualmente, gostam ou aquilo que eles acham importante socialmente.

A segunda questão nessa sobreocupação das crianças é que os pais estão muito ocupados e isso é uma questão transversal à sociedade de hoje e é preciso tê-la em conta, mas também têm a visão de que, se as crianças e os adolescentes estiverem muito ocupados, nada de mal vai acontecer. Portanto, é uma espécie de magia protetora, através de um horário muito ocupado.

Às vezes, também acontece que os pais sobreocupam os filhos para reduzirem a interação com eles. Sentem que estão a fazer algo de bem, muitas vezes com grande sacrifício económico e de organização da vida familiar, mas que acaba por redundar numa experiência de "não encontro".

Considera que uma criança que brinca, provavelmente, será um adulto mais criativo?
Uma criança que brinca será um adulto.

Fonte: RR por indicação de Livresco

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