Recorrer a lenços, um segundo par de cuecas, algodão, roupa velha ou meias por não conseguirem comprar produtos menstruais? Sim, é uma realidade que já aconteceu a 23,5% das jovens portuguesas, segundo um estudo da Spirituc-Investigação Aplicada.
Das raparigas inquiridas entre os 18-24 anos, 12% admitem já ter faltado às aulas por não não terem possibilidades de adquirir produtos de higiene feminina. Para justificar a ausência, mais de metade utilizou a desculpa de estar doente. Desculpas à parte, a verdade é que muitos professores assumem conhecer situações de pobreza menstrual entre as suas alunas.
Também 18,2% professores contaram que já tiveram pais que lhes confidenciaram que não podem comprar produtos menstruais para as suas filhas. Para tentar fazer frente a esse problema, 34,5% indica já ter ajudado de alguma forma na aquisição de produtos menstruais para pessoas em risco de pobreza menstrual.
85% dos portugueses considera existir pobreza menstrual no país. Prova disso são as 25,5% das inquiridas que revelaram terem amigas que já lhes pediram produtos menstruais por não conseguirem comprá-los.
Apesar de ainda pouco falada, a pobreza menstrual é uma realidade que afeta a vida de muitas jovens raparigas no país.
“São sobretudo as jovens entre os 18-24 anos, que frequentam o ensino secundário, residentes na região Centro e inseridas em contextos familiares com rendimentos baixos, que revelam maior proximidade com o fenómeno”, releva o estudo.
‘Envergonhada’, ‘triste’, ‘mal’, ‘suja’, ‘vulnerável’, ‘nojenta’, ‘desconfortável’, ‘inútil’, ‘diferente’, foram algumas das palavras utilizadas pelas raparigas para descrever como se sentiram por faltar às aulas por não terem possibilidades de comprar produtos menstruais.
Cerca de 10% reconhece ainda já ter escondido o facto de não ter dinheiro para comprar produtos menstruais.
Fonte: SIC Notícias por indicação de Livresco
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