Os estudantes do ensino secundário que vão realizar exames nacionais neste ano lectivo vão continuar a fazê-los em papel. Este ano marca o arranque de um projecto-piloto para testar a aplicação das provas digitais no 11.º e 12.º anos. O Ministério da Educação (ME) decidiu manter as provas, que contam para a nota, no formato tradicional, ao mesmo tempo que põe os alunos e professores de todas as escolas a testar o novo modelo ao longo do ano.
“Serão disponibilizados itens [perguntas ou exercícios] e provas-modelo, que permitam recolher informação para melhor calibrar as futuras provas, não só em termos de tipo de questão, mas também do tempo de duração”, explica o ministro.
Isto é, a opção do Governo foi a de não travar a desmaterialização das provas nacionais — até porque o processo tem financiamento europeu através do Plano de Recuperação e Resiliência, que poderia ser posto em causa se fosse suspenso —, mas mudar o roteiro da sua execução.
Esta decisão tem em conta “a dupla função” dos exames nacionais do secundário, que servem também para acesso ao ensino superior, reconhece João Costa. No entanto, o ministro recusa a ideia de que haja um recuo no processo de desmaterialização das provas nacionais motivado pelos maus resultados dos alunos nas provas de aferição do ensino básico, que no ano passado foram feitas em formato digital.
Segundo o governante, o relatório preliminar do Iave relativo às provas de aferição mostra que o formato das provas, no computador ou em papel, não tem “efeitos” nos resultados dos alunos. Por isso, as provas de aferição (realizadas no 2.º, 5.º e 8.º anos) vão manter o seu formato digital neste ano lectivo, como o PÚBLICO já havia avançado em Novembro. E os exames nacionais do 9.º ano, que, ao contrário das provas de aferição, têm impacto nas notas dos alunos, também serão realizadas digitalmente. Estas provas, que servem para concluir o 3.º ciclo do ensino básico, têm um peso de 30% na nota final dos alunos. (...)
Fonte: Público
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