segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Dia Nacional do Psicólogo: reconhecer a ciência e o profissional

4 de setembro é assinalado, em Portugal, como o Dia Nacional do Psicólogo. Esta comemoração representa o reconhecimento da ciência psicológica e da profissão do psicólogo, que muito tem contribuído em resposta aos desafios da nossa sociedade.

Não há dúvida de que a pandemia nos deixou um legado positivo no que diz respeito aos cuidados de saúde psicológica, havendo, atualmente, maior aceitação pela sociedade para a procura de um profissional de saúde mental, rompendo, embora ainda não totalmente, com o forte estigma associado à esta profissão.

Os psicólogos prestam um importante e diversificado papel junto de indivíduos, grupos e contextos populacionais, como sejam as escolas, os centros de saúde, as prisões, as clínicas e hospitais, os lares e os centros de reabilitação, as empresas, etc.. No âmbito individual, prestam serviços especializados junto de crianças, adolescentes e adultos, incluindo os mais velhos. O trabalho destes profissionais tem vindo a ser cada vez mais reconhecido e valorizado tanto por quem dele beneficia, como por outros técnicos de saúde, que compreendem a sua contribuição para a melhoria do utente.

Qualquer pessoa pode, em qualquer momento da sua vida, precisar da ajuda de um psicólogo; esta é a expressão da nossa vulnerabilidade enquanto seres humanos. Circunstâncias próprias do nosso desenvolvimento ou situações de crise, onde se incluem os problemas relacionais e emocionais, uma perda repentina, um divórcio conflituoso, a integração num novo contexto social, educacional ou laboral, um acidente grave, uma experiência dolorosa, etc., podem ser mais difíceis de lidar para algumas pessoas, sem que isso signifique que são fracas ou incapazes, mas que, por algum motivo, naquele momento não estão a conseguir dar uma resposta que traga bem-estar.

Tomar a decisão de olhar para dentro de si e de pedir ajuda demonstra coragem e pode ser libertador. Um psicólogo pode fornecer uma resposta especializada através de uma intervenção com base numa abordagem teórica ajustada. A psicoterapia pode ajudar a criar flexibilidade e romper com a rigidez que pode paralisar a pessoa, contribuindo, ainda, para atenuar o impacto da adversidade e ajudá-la a encontrar a forma que considera mais ajustada para lidar com a situação, com recurso às suas competências.

Não obstante o reconhecimento da profissão do psicólogo, infelizmente, ainda encontramos confusão entre um profissional que desenvolve o seu trabalho com base na ciência e outras pessoas que tentam passar por profissionais de saúde mental, mas que na verdade não o são e até podem prejudicar quem recorre aos seus serviços. A psicologia é uma ciência praticada por um profissional devidamente inscrito e credenciado pela ordem dos psicólogos portugueses (OPP). Além disso, a ciência psicológica é baseada na evidência científica, no cumprimento do Código Deontológico dos Psicólogos e em conhecimentos e técnicas próprias, com eficácia comprovada. Por outro lado, importa clarificar, para não correr o risco de agravar o problema e prejudicar a sua saúde mental, que as pseudociências, também conhecidas como terapias alternativas ou de bem-estar, não têm evidência científica e não são prestadas por profissionais de saúde mental qualificados. Segundo a ordem dos psicólogos portugueses, tratam-se de “crenças e práticas supostamente resultantes do método científico, mas que, na verdade, adoptam métodos de investigação problemáticos ou distorcem os resultados e evidências disponíveis”. Pode ser consultado aqui (https://psicarreiras.ordemdospsicologos.pt/o-perigoso-caso-da-pseudociencia).

Qualquer pessoa pode, em qualquer momento da sua vida, precisar da ajuda de um psicólogo; esta é a expressão da nossa vulnerabilidade enquanto seres humanos. Circunstâncias próprias do nosso desenvolvimento ou situações de crise, onde se incluem os problemas relacionais e emocionais, uma perda repentina, um divórcio conflituoso, a integração num novo contexto social, educacional ou laboral, um acidente grave, uma experiência dolorosa, etc., podem ser mais difíceis de lidar para algumas pessoas, sem que isso signifique que são fracas ou incapazes, mas que, por algum motivo, naquele momento não estão a conseguir dar uma resposta que traga bem-estar. Tomar a decisão de olhar para dentro de si e de pedir ajuda demonstra coragem e pode ser libertador. Um psicólogo pode fornecer uma resposta especializada através de uma intervenção com base numa abordagem teórica ajustada. A psicoterapia pode ajudar a criar flexibilidade e romper com a rigidez que pode paralisar a pessoa, contribuindo, ainda, para atenuar o impacto da adversidade e ajudá-la a encontrar a forma que considera mais ajustada para lidar com a situação, com recurso às suas competências.

Note-se que, em média, um psicólogo especialista possui cerca de dez anos de experiência profissional, com no mínimo de cinco anos de formação académica, um ano de estágio profissional e pelo menos mais quatro anos de prática profissional numa área específica da Psicologia. A especialidade serve, assim, como a garantia de que este profissional tem formação e experiência numa área particular da prática psicológica. Existem três áreas de especialidade que o psicólogo pode escolher: Psicologia Clínica e da Saúde, Psicologia da Educação, Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações.

Naturalmente, não basta ter uma licenciatura e a inscrição na ordem para ser um bom profissional. Porém, um psicólogo cuja atividade é regulada apresenta maior probabilidade de oferecer um serviço de qualidade através de competências técnicas e científicas e da garantia de confidencialidade. Em acréscimo, a participação destes profissionais em equipas onde há troca de saberes contribui para uma intervenção mais eficaz.

Posto isto, ao escolher um psicólogo preste atenção a alguns aspectos que podem fazer a diferença:

Procure ou peça referências credíveis sobre a competência do psicólogo. Por exemplo, verifique a sua identidade profissional e se está inscrito na OPP. Pode encontrar o directório de psicólogos, aqui (http://www.ordemdospsicologos.pt/pt/membros).

Certifique-se de que a especialidade do psicólogo que escolheu é a mais adequada à sua situação.

Lembre-se que um psicólogo não é um amigo, nem um amigo poderá servir de psicólogo. Ter alguém com quem conversar é imprescindível a uma boa saúde mental, porém, os amigos tentam ajudar-nos com palavras de incentivo baseadas na sua experiência de vida ou opinião pessoal, mas não usam (nem devem usar!) as competências próprias de um técnico de saúde mental que possui preparação para ajudar-nos a obter um conhecimento mais aprofundado de nós próprios e a desenvolver um conjunto de competências e recursos que nos podem ajudar a lidar com acontecimentos de vida adversos.

Caso não se sinta confortável com alguma técnica ou atitude deverá falar abertamente sobre o assunto com o seu psicólogo. Se considerar que as práticas usadas são abusivas, contacte a OPP.

Se identificar alguém que se intitula psicólogo, mas na verdade não o é, deve denunciar a situação à OPP.

Vera Ramalho

Fonte: Público

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