Os alunos perdem a capacidade de responder a problemas de matemática ao longo do ensino básico, mostram os resultados das provas de aferição hoje divulgados.
De acordo com os dados hoje revelados pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), há uma maior consistência nos bons resultados a língua portuguesa – melhores do que os obtidos a matemática - com uma maior percentagem de alunos a demonstrar conseguir responder às questões “de acordo com o esperado” ou apenas “com falhas pontuais”.
A matemática, no 2.º ano de escolaridade, é residual a percentagem de alunos que não responde sequer às questões colocadas: inferior a 1% em todos os domínios avaliados.
Neste ano de ensino, a maioria dos alunos consegue responder sem dificuldades aos domínios de Números e Operações (55,45), Geometria e Medida (54,6%) e Organização e Tratamento de Dados (83,5%). Os que não conseguiram responder corretamente ficaram-se nos 13,2% para o 1.º domínio, nos 16,5% para o 2.º domínio e nos 3,7% para o último domínio avaliado.
Ronda os 30% a percentagem de alunos que respondeu com dificuldades ao dois primeiros domínios e os 12% a percentagem que teve dificuldades em responder a Organização e Tratamento de Dados.
Do 2.º para o 5.º ano de escolaridade o sucesso a matemática ficou ao alcance de pouco mais de 20% dos alunos: em domínios como Números e Operações ou Álgebra, 60% ou mais dos alunos do 5.º ano que realizaram este ano provas de aferição não conseguiram responder de acordo com o que era esperado.
Do 5.º para o 8.º ano há uma ligeira melhoria na prestação a matemática: fica entre os 55% e os 60% a percentagem de alunos que não conseguiu responder nos domínios de Números e Operações, Geometria e Medida e Álgebra.
Na disciplina de matemática, Organização e Tratamento de Dados é a área que coloca menos dificuldades.
No 8.º ano ganha também maior expressividade a percentagem de alunos que deixa a resposta a algumas perguntas em branco: Álgebra teve uma taxa de não respostas de 4,1%.
A Língua Portuguesa a compreensão da oralidade é o domínio que coloca mais dificuldades aos mais novos: os alunos do 2.º ano tiveram uma taxa de resposta com dificuldades de 45,3% neste domínio e 11,8% não conseguiram mesmo responder.
A Gramática é o mais fácil para este ano de escolaridade, com 63,6% a responder de acordo com o esperado. Os domínios de Leitura e Escrita tiveram uma taxa de sucesso próxima dos 60%. Ainda assim, a Escrita teve entre os alunos do 1.º ciclo uma taxa de não resposta de 6,5%.
No 5.º ano a Gramática revela-se mais problemática: apenas 30% dos alunos consegue responder sem dificuldades, quase metade responde com dificuldades e perto de 20% não consegue responder. No entanto, a compreensão da oralidade torna-se mais fácil, com 71,5% dos alunos deste nível de escolaridade a responder sem dificuldades.
A Escrita é o domínio de maior sucesso no 5.º ano, com 80.5% dos alunos a responder de acordo com o esperado, ainda que 4% tenha deixado um espaço em branco nessa resposta.
No 8.º ano, a compreensão da oralidade e a escrita são os domínios em que os alunos se mostram mais fortes a português, com taxas de sucesso próximas dos 70% no 1.º caso, e dos 80% no 2.º caso. Na Escrita, no entanto, 7,1% não respondeu.
Metade responde com dificuldades no domínio da Leitura, acontecendo o mesmo a quase 60% dos alunos no domínio da Gramática.
O Estudo do Meio, uma disciplina apenas avaliada no 1.º ciclo, revelou resultados muito díspares, com taxas de sucesso de quase 90% em domínios como ‘À descoberta das inter-relações entre espaços’ ou de insucesso de 41,6% em ‘À descoberta dos materiais e objetos’.
“Na análise dos resultados de Estudo do Meio (2º ano de escolaridade), pela primeira vez objeto de avaliação externa no nosso sistema de ensino, é necessário ressalvar que os valores observados resultam de registos obtidos a partir de um número reduzido de itens em cada domínio, pelo que as possíveis inferências não devem ignorar essa limitação”, ressalva o IAVE, na nota de imprensa.
Este ano, em que se aplicou um regime transitório para adaptação ao novo modelo de avaliação do ensino básico, apenas 57% das escolas decidiram aplicar as provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º anos, sem peso para a nota final, que vieram substituir os exames de Português e Matemática nos 4.º e 6.º anos de escolaridade, que contavam 30% para a classificação final.
Estas provas passam a ser classificadas qualitativamente, por domínios, e não quantitativamente.
A partir do próximo ano letivo, as provas passam a ser de realização obrigatória e as disciplinas em avaliação estão já definidas no calendário escolar.
Fonte: Açoriano Oriental por indicação de Livresco
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