quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Robôs para estimular alunos autistas


Há computadores e papéis em cima das mesas de trabalho. E há máquinas que se mexem sozinhas, comandadas por processos complexos mas que têm uma missão bem definida. Um grupo de investigação da Universidade do Minho e a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga andam concentrados num projeto para a utilização de robôs como meio de comunicação e interação com alunos autistas. A aplicação de ferramentas robóticas para melhorar a vida social de alunos com autismo, melhorando as suas habilidades de interação e comunicação com pessoas e em contextos diferenciados, é o grande objetivo de todos os envolvidos nesta operação. 

Os resultados obtidos até agora dão conta da relevância da utilização de robôs como mediadores nessa delicada interação. A robótica da Universidade do Minho está assim ao serviço da comunidade e as experiências confirmam que o projeto está no bom caminho. Há alunos autistas que já conseguem realizar novas tarefas como, por exemplo, sentarem-se num local diferente para brincar com o robô ou realizarem uma atividade com outro colega, como o tinham feito com o robô. E essas atividades pretendem incentivar os jovens a interagir e a participar em jogos e iniciativas em conjunto com outras pessoas e não apenas na sala de aula. O processo de conhecimento não para e estão já a ser estudadas novas formas e plataformas mais robustas e com maiores capacidades para interagir com alunos autistas em idade escolar. 

Os conceitos estendem-se a outros ambientes e um dos objetivos passa por melhorar a relação com a família. Uma das mais-valias do projeto da Universidade do Minho reside precisamente em trabalhar com contextos diferentes e que permitam o envolvimento das famílias, que assim participam no processo e acabam por beneficiar de uma transferência de competências e de rotinas fundamentais para o contexto familiar. 

A equipa anda satisfeita. "Tendo por base a interação, a comunicação e a vocalização, definimos atividades muito simples, com competências bem definidas que quisemos ver desenvolvidas, registando-se a realização de novas tarefas pelos alunos com este tipo de problema, como por exemplo o facto de se sentarem num local diferente na sala de aula para brincar com o robô ou realizarem com outro colega uma atividade previamente realizada com o mesmo robô", adianta Filomena Soares, investigadora responsável pelo projeto, num comunicado enviado à imprensa. 

A ideia nasceu a partir dos contactos com a APPACDM de Braga, que tinham sido essenciais e continuam a ser. Constatou-se que havia terreno favorável para que o estudo, apoiado em duas teses de mestrado em eletrónica industrial, avançasse. O papel da APPACDM tem sido fundamental, nomeadamente no que diz respeito ao envolvimento familiar. "Revelou-se determinante o papel da APPACDM, que acabou por facilitar a interação que proporcionou contactos durante o projeto, assim como uma ação de divulgação e partilha onde todos participaram", sublinha Filomena Soares. 

O projeto tem pernas para sair de Braga e chegar a outras cidades. O Ministério da Educação serviu de ponte e entrou em contacto com outras unidades de ensino estruturado que podem juntar-se à APPACDM de Braga. Além de Braga, o grupo de investigadores do Minho irá trabalhar, por agora, com utentes de Arouca, Barcelos e Leça da Palmeira. 

A equipa deste projeto Robótica-Autismo é constituída por três investigadores e um doutorando da área de engenharia eletrónica industrial, mais um investigador da área de educação, um mestrando de engenharia biomédica, uma psicóloga da APPACDM de Braga e ainda dois bolseiros de investigação.
In: Educare

CP oferece viagens a pessoas com necessidades especiais


CP oferece viagens a pessoas com necessidades especiais

Assinala-se no próximo sábado o Dia internacional das Pessoas com Deficiência. Para marcar a data a CP vai oferecer viagens gratuitas a todos os cidadãos com necessidades especiais. A iniciativa estende-se a toda a rede nacional, quer a nível suburbano, quer de longo curso.

Num comunicado divulgado no seu site, a empresa de Caminhos de Ferro portugueses anuncia que vão ser disponibilizadas deslocações gratuitas a todos os cidadãos com algum tipo de deficiência durante todo o dia 3 de Dezembro. Além dos clientes com necessidades, também o respetivo acompanhante terá direito a uma viagem gratuita.

A ação estende-se a todos os comboios da CP e a todas as linhas do país. Para aceder ao serviço basta que apresente na hora da compra do bilhete a "Certidão Multiusos, o Cartão de Deficiente ou o Cartão de Deficiente das Forças Armadas", esclarece a nota.

A CP disponibiliza ainda acompanhamento no embarque e desembarque dos cidadãos que não se façam acompanhar por mais ninguém. Essa ajuda deve ser requisitada até 48 horas antes da viagem através do serviço SIM - Serviço Integrado de Mobilidade.

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinala-se desde 1998, altura em que foi instituída pela ONU. O objetivo da data é promover uma maior compreensão dos assuntos relacionados com a deficiência, assim como defender a dignidade e direitos destas pessoas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Direito à Saúde: promoção de comportamentos saudáveis na alimentação das pessoas com deficiência


No âmbito da missão do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. (INR, IP),   e  da  promoção   dos direitos das pessoas com deficiência, vai realizar-se pela primeira vez,  no próximo dia 15 de dezembro, em Lisboa, no Auditório do INR, I.P.,  uma ação de sensibilização sobre: Direito à saúde: promoção de comportamentos saudáveis na alimentação das pessoas com deficiência.
Esta ação visa dotar os técnicos dos conhecimentos e recursos que potenciem a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e promover o desenvolvimento de atitudes positivas relativamente à saúde alimentar e a comportamentos saudáveis na alimentação.
A ação de sensibilização é gratuita,  confere certificação  e tem um número limitado de 18  formandos.
Pode inscrever-se, até ao próximo dia 7 de dezembro, utilizando a ficha de inscrição e enviando-a para maria.m.monteiro@inr.mtss.pt ou inr@inr.mtss.pt
In: INR

VI Seminário - "Exclusão Digital na Sociedade de Informação"


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Nos dias 27 e 28 de Janeiro de 2012 decorrerá na Faculdade de Motricidade Humana oVI Seminário - "Exclusão Digital na Sociedade de Informação".

Com este seminário pretende-se promover a discussão e divulgar trabalhos que possam contribuir para o combate à info-exclusão e promover a acessibilidade das TIC. As anteriores edições deste seminário têm juntado cerca de 150 especialistas sendo cerca de metade dos participantes de origem estrangeira com predominância sul-americana.

Desde já vos convido a participar neste seminário e a apresentar comunicações submetendo resumos até ao dia 22 Dezembro de 2011.

Mais informações podem ser obtidas na página do seminário em:

domingo, 27 de novembro de 2011

Projeto em São Paulo ensina ballet a cegos


Projeto em São Paulo ensina ballet a cegos

Depois de perder a visão aos 9 anos de idade, Geyza Pereira nunca pensou que fosse possível tornar o seu sonho de ser bailarina realidade. Hoje, com 25 anos, é bailarina profissional e também professora de ballet clássico da Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini, sediada em São Paulo, Brasil.

Segundo disse à BBC Brasil, a brasileira Geyza Pereira, invisual, soube que seria possível realizar o seu projeto de ser bailarina quando conheceu a professora Fernanda Bianchini, fundadora da escola.

Fernanda Bianchini começou a ensinar dança para cegos em 1995. A professora e fundadora desenvolveu uma técnica que permite que as crianças toquem nas suas pernas e nos seus braços para aprender os movimentos.

O trabalho e o método são ambos pioneiros em todo o mundo e foram desenvolvidos voluntariamente pela bailarina e fisioterapeuta Fernanda Bianchini. Através deste método, os deficientes visuais aprendem a dançar Ballet como qualquer outro bailarino.

Os passos são ensinados a cada aluno e o professor vai orientando o aprendiz. A partir de certa altura os bailarinos dançam apenas com instruções orais.

A Associação dá aulas gratuitas para deficientes visuais de todas as idades, existindo aulas de ballet clássico, sapateado, dança de salão, danças para terceira idade, ballet para adultos e música.

A escola, que pertence à Associação de Ballet e Artes para Cegos, já formou cerca de 300 bailarinas profissionais.

De acordo com a informação do site oficial da associação, "com estes cursos, os alunos melhoram a postura, o equilíbrio, a noção espacial e a autoestima, além de romper barreiras e preconceitos".

Fernanda Bianchini também fundou uma companhia de dança com as suas melhores alunas e sonha levá-las a atuar no exterior.

Clique AQUI para aceder ao site do projeto.

sábado, 26 de novembro de 2011

Tratamento de Paralisia Cerebral com sangue do cordão umbilical, em contexto autólogo


Terapias com células estaminais
Aos 17 meses, Beatriz Góis, uma menina portuguesa com paralisia cerebral, foi submetida a uma terapia com as células estaminais do próprio sangue do cordão umbilical. A mostra de células estaminais estava criopreservada na Bebé Vida desde 2008 e foi utilizada pela Dra. Joanne Kurtzberg na Duke University, nos EUA.
Conversámos com os pais da Beatriz - Sandra Amorim e Ricardo Góis - que nos prestaram esclarecimentos sobre todo o processo que envolveu o tratamento da Beatriz com uma amostra de células estaminais do sangue do cordão umbilical criopreservada no banco privado de criopreservação, Bebé Vida.

Enquanto pais da Beatriz, o que vos levou a tomar a decisão de avançar com esta terapia ainda experimental?
R: Quando nos foi apresentado o diagnóstico de paralisia cerebral, foi-nos explicado que o mesmo se traduzia na existência de lesões cerebrais com natureza permanente, dado que o tecido cerebral não seria suscetível de regeneração. Foi-nos, ainda, explicada a capacidade única que o cérebro humano tem de se adaptar e de alterar a sua organização estrutural em resposta a estimulação nesse sentido, sendo que a Ana Beatriz era muito pequenina e que a plasticidade cerebral é maior nos primeiros três anos de idade, devíamos apostar na estimulação precoce, uma vez que este era a único meio de eventual aquisição de algumas competências postas em causa devido às lesões sofridas. Face a estas explicações foi esse o caminho que tomámos, através da fisioterapia, estimulação sensorial/cognitiva e terapias psicomotoras.
Quando tivemos conhecimento desta terapia experimental e da possibilidade de através da infusão das próprias células estaminais recolhidas do cordão umbilical se poder conseguir a regeneração do tecido cerebral que foi danificado e depois de termos confirmado que todo o procedimento era seguro, praticamente isento de riscos, não hesitámos em fazê-la.
Como foi o processo de estabelecimento de contactos necessários para que a Beatriz se deslocasse para a Duke University, na Carolina do Norte (EUA)?
R: Tivemos conhecimento da terapia através de uma pesquisa na internet. Após o diagnóstico, tentámos sempre pesquisar novas terapias que pudessem ajudar a Beatriz a atingir mais e melhores competências, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida. Numa das pesquisas, e considerando que tínhamos feito a preservação das células do cordão umbilical, decidimos juntar estes descritores – paralisia cerebral e células estaminais – e foi assim que tivemos conhecimento do caso do menino Dallas Hextel e da terapia experimental que estava a ser levada a cabo na Duke University.
Após esta descoberta, procurámos o site da Duke e remetemos um e-mail no qual expusemos o caso da Beatriz com algumas informações clínicas e solicitámos informação sobre a possibilidade de nos candidatarmos à referida terapia. Após dois dias tínhamos um e-mail de resposta da própria Dra. Joanne Kurtzberg, que nos solicitava o envio de vários relatórios médicos.
A partir deste momento, iniciou-se um processo de comunicação muito célere mediante correio eletrónico, remetemos por via postal todos os relatórios solicitados e, passados cinco meses, estávamos a embarcar para os EUA.
Que casos tratados pela Dra. Joanne Kurtzberg já conheciam?
R: Como referimos, o primeiro caso com que tivemos contacto foi o do menino Dallas Hextel, depois na continuação das pesquisas, ficámos a conhecer os casos também surpreendentes da Chloé, Maia e Dylan.
Em que consistiu a terapia? Foi muito dolorosa?
R: A terapia consubstancia um procedimento muito simples, trata-se de uma infusão via intravenosa de um preparado com as células estaminais que tem a duração aproximada de quinze minutos, após o que se segue a administração também intravenosa de soro durante duas horas.
Uma hora antes do tratamento, é administrado Tylenol e, minutos antes da infusão, foi administrado Benadryl e esteróides. Pese embora a Beatriz tenha chorado durante os quinze minutos da infusão, não é um procedimento doloroso.

Aluna deficiente morre na escola

Andreia Videira, de 16 anos, morreu ontem na Escola Secundária Oliveira Júnior, em S. João da Madeira, depois de uma paragem respiratória. A jovem que sofria de paralisia cerebral profunda estava acompanhada por três professores de educação especial, que assistiram à morte e ficaram em choque. 
Segundo apurou o CM, os médicos já tinham alertado a família da jovem para o risco de uma morte natural, mas precoce, devido à saúde frágil de Andreia.
Devido à sua deficiência, a adolescente estava inscrita na escola, mas não frequentava as aulas, tal como cinco outros alunos com paralisias profundas. Vários professores de educação especial asseguravam, diariamente, sessões de terapia e fisioterapia a esses jovens.
A direção da Escola Secundária confirmou que, anteriormente, Andreia Videira já tinha sido socorrida pelos Bombeiros de S. João da Madeira, por três vezes, também por paragens respiratórias. No entanto, desta vez a corporação já nada pôde fazer e o óbito foi declarado no local, onde esteve também a PSP da cidade.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Estágios em Viena / Áustria para jovens com deficiências da audição ou surdos


No âmbito do Programa Comunitário Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) - Sub-programa Leonardo da Vinci (LdV), o INTERGARBE promove, através do Gabinete de Incentivos aos Jovens e Adultos (GIJA), em 2011-2012, um projeto de mobilidade transnacional, o qual se destina a promover as competências gerais de 16 jovens surdos e/ou com deficiência auditiva, em particular as suas competências socioprofissionais, com o objetivo principal de facilitar a sua inclusão e a sua integração no mercado de trabalho. 
A organização austríaca Karriere Club é a parceira da INTERGARBE/GIJA para o bom desenvolvimento deste projeto.
Este programa destina-se a jovens com deficiência auditiva e/ou surdos, desempregados ou à procura do 1º emprego, que tenham idade compreendida entre os 19 e 25 anos de idade.  
O estágio decorrerá em Viena, Áustria, entre 22 de Janeiro e 23 de Abril de 2012.
Os participantes que vierem a ser selecionados terão direito à passagem aérea, seguros, transfer do/para o Aeroporto, alojamento, subsídio de refeição, transportes locais e acompanhamento permanente pela Karriere Club e pelo INTERGARBE/GIJA.
As candidaturas devem ser enviadas, até 25 de Novembro, para:
Espaço Restelo 
INTERGARBE/GIJA  Projecto Vidas
A/C Dra. Maria Oliveira
R. D. Francisco de Almeida, nº8 1400-118 Lisboa

Os interessados devem formalizar as suas candidaturas conforme se descreve em seguida:
  1. Informação clara: Nome completo, morada completa, número de telemóvel e e-mail;
  2. CV com foto (apenas 1 página) e carta de motivação;
  3. Certificado médico de deficiência auditiva;
  4. Áreas profissionais para estágio: escolher 3 áreas e indicá-las por ordem de preferência;
  5. 2 Fotocópias de: Certificados; BI; NIF e 2 fotografias (com nome escrito atrás).

Qualquer esclarecimento que seja necessário, nomeadamente, informação sobre as áreas profissionais para estágio, dever-se-á consultar os seguintes contactos:
Dra. Maria Oliveira: 21 446 73 79 ou 91 234 32 89
In: INR

3 de dezembro de 2011 - Sessão oficial do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência


No Colégio Militar, no Largo da Luz, em Lisboa, na manhã de 3 de dezembro de 2011, o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. promove a Sessão Oficial das Comemorações Nacionais do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, sob o lema "Juntos por um mundo melhor para Todos", em consonância com a proposta temática da ONU. 
O Programa desta Sessão Oficial incide especialmente na apresentação pública de novos títulos da Coleção Informar do INR, I.P. e do Relatório (e-book) do Grupo de Trabalho Media e Deficiência. 
Destaca-se, igualmente, a entrega dos Prémios do Concurso Cartaz DIPD 2011 e do Prémio de Inovação Tecnológica Eng. Jaime Filipe, bem como a Assinatura do Protocolo SIM-PD com a Câmara Municipal de Loures. 
No início e no encerramento desta sessão, terá lugar a expressão artística com a actuação do Coro do ACIDI e da Associação Vo'Arte.   
Através da visibilidade de importantes estudos, de projetos de investigação e de projetos culturais inclusivos, o INR, I.P. dá mais uma oportunidade à informação e à sensibilização sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, à luz dos Princípios da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.  

In: INR

Açores aplicam multas a pais de estudantes problemáticos


Estas multas podem ser aplicadas aos pais que não compareçam à escolas quando os seus filhos atinjam o limite de faltas


Os pais dos estudantes das escolas do básico e secundário dos Açores podem vir a pagar multas, caso os seus filhos faltem às aulas ou se envolvam em casos de indisciplina. As famílias que não cumpram o pagamento destas contraordenações podem mesmo perder direito aos apoios da ação social. Estas medidas fazem parte do novo estatuto do aluno na região autónoma, que ontem foi publicado em Diário da República. 
O decreto que regula o estatuto do aluno dos ensinos básico e secundário nos Açores estabelece contraordenações que podem ir dos 20 aos 300 euros. Estas multas podem ser aplicadas aos pais que não compareçam à escolas quando os seus filhos atinjam o limite de faltas ou que não se responsabilizem pela pontualidade dos estudantes. O não cumprimento de tarefas escolares e a existência de problemas disciplinares são também elencados no documento como motivo para aplicação de coimas aos encarregados de educação.
Os pais devem “responsabilizar-se ativamente pelos deveres de assiduidade e de disciplina dos seus educandos”, lê-se no decreto legislativo, que determina que o produto das coimas aplicadas deve reverter para o fundo escolar da unidade orgânica em que os alunos estejam inscritos.
Em caso de não pagamento das multas definidas no novo estatuto do aluno dos Açores, há outras sanções para as famílias. Os pais que beneficiam dos regimes da ação social escolar e do transporte escolar podem ficar sem esse apoio. No caso das famílias que não tenham direito a bolsas de estudo, a coima pode duplicar de valor em caso de incumprimento.
O documento foi aprovado por maioria no parlamento regional em Outubro, com os votos do PS, PSD e CDS-PP. BE, PCP e PPM votaram contra. Na altura a Confederação Nacional das Associações de Pais tinha antecipado que a proposta açoriana serviria de bitola para o documento que está a ser preparado para o continente.
Contactado, o Ministério da Educação e Ciência não comenta essa possibilidade. O Governo mantém a previsão da apresentação de um novo estatuto até à primavera, com o objetivo de permitir a sua entrada em vigor no próximo ano letivo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Criado software de escrita em Braille em ecrãs táteis


Um estudante universitário norte-americano desenvolveu um software que ajuda os invisuais a escrever em braille num ecrã tátil padrão. A invenção surgiu no âmbito de um programa de computação promovido anualmente pela Universidade de Stanford, nos EUA, que convida os melhores estudantes do país a solucionar diferentes desafios tecnológicos. 
Este ano o desafio proposto foi a criação de um software que permitisse a utilização de um 'tablet touchscreen' por deficientes visuais a um custo mais acessível e com um design mais eficiente do que os que são atualmente comercializados.
Embora existam já dispositivos no mercado para ajudar os cegos a enviar e-mails e escrever em Braille em suportes eletrónicos, estes são normalmente muito pesados e têm preços demasiado elevados, custando entre 3.000 e 6.000 dólares cada.

Para resolver este problema, Adam Duran, com a ajuda dos mentores Adrian Lew e Sohan Dharmaraja, lançou-se então na produção de um software com uma tecnologia muito particular, que "constrói" botões à volta dos dedos do utilizador quando este toca no ecrã. Duran descreve-o como um "tablet padrão que tem maior capacidade e custa um décimo do preço que se vê atualmente". 
Ao fim de oito toques, as teclas orientam-se automaticamente de forma a adaptar-se aos dedos da pessoa em questão e, para interagir com o aparelho, é apenas necessário arrastá-los pelo ecrã. Além disso, o teclado pode ser reiniciado a qualquer momento, bastando para isso levantar os dedos e voltar a tocar no ecrã.
O software foi desenhado de forma a poder ser incorporado em qualquer dispositivo tátil, o que permitirá oferecer uma alternativa eficiente, barata e portátil ao público a que se destina.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Gaguez em contexto escolar


Falar de disfluência e de gaguez sem falar dos sentimentos que lhes estão associados é esquecer uma parte importante do problema. A pessoa que gagueja tem frequentemente sentimentos de inferioridade e sente muitas vezes vergonha, medo e frustração por não conseguir transmitir claramente aquilo que gostaria. Este facto não pode nunca ser esquecido em contexto escolar, uma vez que, a gaguez é sobretudo dolorosa quando ocorre em contextos sociais. Como as crianças que gaguejam sentem muitas vezes vergonha da sua expressão oral, são muito sensíveis às provocações. Este facto deve ser tido em conta pelo professor, que deve tratar as provocações dirigidas à gaguez não como um problema específico daquele aluno, mas incluí-las nas discussões sobre provocações em geral. As provocações devem sempre ser tratadas antes de a criança ter sofrido a humilhação de ser vitimada.

Para além disto é fundamental seguir algumas regras no sentido de facilitar a tarefa comunicacional das crianças gagas, uma vez que estas precisam de mais tempo para expressar as suas ideias. Falar devagar é uma dessas regras. Ao falar devagar o adulto vai transmitir à criança que há tempo para comunicar. Quando se tem de questionar uma criança muito disfluente é muito importante ponderar bem o tipo de questão que se coloca. Se for possível tente dar-lhe alternativas de resposta, como, por exemplo, 'Foste tu ou o teu colega?'. Além disto, quando forem colocadas questões à turma, a criança com gaguez deve ser das primeiras a serem questionadas, evitando assim o aumento da ansiedade e, consequentemente, a diminuição da gaguez.

Situações que causam maior stress ou dor provocam, geralmente, o aumento da disfluência. É, assim, fundamental dar à criança um feedback verbal que a ajude a sentir-se compreendida. Ao ouvir expressões como 'Eu sei que estás muito aborrecida' ou 'Dói-te muito a barriga, não dói?', a criança vai sentir-se mais compreendida e mais calma, facto que se irá traduzir na sua capacidade de expressão.

Existem algumas situações que facilitam a fluência, como cantar, contar, dizer poesia ou rimas. Sempre que possível a criança deverá ser envolvida em atividades destas, uma vez que estas contribuirão para fortalecer a sua autoestima e autoconfiança.

Para além de tudo o que foi referido é também muito importante que o professor mantenha sempre o contacto ocular com a criança e nunca tente terminar as frases, uma vez que, ao fazê-lo, vai contribuir para reduzir a auto-confiança e para aumentar a frustração da criança, especialmente se usar palavras diferentes daquelas que ela tinha intenção de usar.

A leitura é outra área sensível, uma vez que pode ser fonte de grande frustração para a criança. Para ajuda-lá a ultrapassar esta dificuldade podem ser usadas diferentes estratégias, como ler em uníssono com outra criança, encorajar a realização de uma leitura com uma velocidade calma, trabalhar gradualmente a leitura feita para a classe, ou seja, ler primeiro sozinha para o professor ou para outros adultos e em seguida para pequenos grupos. A criança poderá posteriormente ler para a turma quando se sentir preparada.

VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMAGaguez
Adriana Campos
In: Educare

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Robótica como terapia para autistas


Projecto Robótica-Autismo ajuda a comunicar.

Um grupo de investigação da Universidade do Minho, em parceria da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), está a desenvolver um projeto para a utilização de robôs como meio de comunicação e interação com alunos autistas. As experiências confirmam que estes conseguem realizar novas tarefas, como sentarem-se num local diferente para brincar com o robô ou realizarem uma atividade com outro colega, tal como a tinham feito com o autómato.

projeto Robótica-Autismo tem como objetivo à aplicação de ferramentas robóticas para melhorar a vida social de alunos com autismo, melhorando as suas habilidades de interação e comunicação com pessoas e em contextos diferentes. “Temos trabalhado competências de interação e de vocalização”, onde “o jovem teria de ser incentivado a pedir algo que quisesse – dizendo “dá”, por exemplo – e o robô iria trazer-lhe a bola”, explicou Filomena Soares, investigadora responsável.
As atividades visaram incentivar os jovens a interagir, pedir e participar em jogos e iniciativas em conjunto com outras pessoas. A ideia surgiu a partir de contactos já existentes com a instituição, onde se verificou haver terreno favorável para o desenvolvimento do estudo, inspirado em duas teses de mestrado em Electrónica Industrial.

A iniciativa procura igualmente “generalizar o conceito, levando-os para novos ambientes, fora da sala aula e junto de pessoas que nunca tinham visto e são experiências demoradas, nem sempre positivas, mas que acabam por ter um final positivo”, continuou.

A docente acrescenta ainda que “tendo por base a interação, a comunicação e a vocalização, são definidas atividades muito simples, com competências bem definidas, registando-se a realização de novas tarefas pelos alunos com este tipo de problema, como por exemplo o facto de se sentarem num local diferente na sala de aula para brincar com o robô ou realizarem com outro colega uma atividade previamente realizada com o mesmo robô”, explicou. 
O facto de este projeto trabalhar contextos diferenciados acaba por influenciar um envolvimento das famílias, que, desta forma, participam no desenvolvimento e beneficiam de uma transferência de competências e de rotinas muito importantes para o contexto familiar. Segundo a investigadora, “revelou-se determinante o papel da APPACDM, que acabou por facilitar a interação que proporcionou contactos durante o projeto, assim como uma ação de divulgação e partilha onde todos participaram”.

Através do Ministério da Educação, foram já realizados contactos com outras unidades de ensino estruturado, havendo já reuniões com mais quatro centros que se juntam à APPACDM de Braga no desenvolvimento deste projeto. Desta forma, este grupo de investigação passará a trabalhar com utentes de Arouca, A-Ver-O-Mar, Barcelos e Leça da Palmeira, para além de Braga. Estão igualmente a ser estudadas novas formas de interagir com os alunos com autismo em idade escolar, utilizando plataformas robóticas mais robustas e com maiores capacidades.

“Esperemos que a robótica seja um meio promotor, um interface útil para comunicar com esses jovens”, concluiu Filomena Soares.

Seeds of Science 2012: Miguel Seabra premiado em Ciências da Saúde


Miguel Seabra

Miguel Seabra, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, vai receber o «Seed of Science» 2012 na categoria «Ciências da Saúde». A Direção de Ciência Hoje - que começa agora a divulgar a lista dos investigadores que vão ser agraciados em 26 de Maio de 2012 durante a V Gala da Ciência no Casino da Figueira da Foz - teve em conta uma investigação de 20 anos.

Na realidade, Miguel Seabra liderou um trabalho que permitiu identificar o gene que causa a doença ocular genética conhecida como coroideremia. Esta investigação permitiu, no passado dia 24 de outubro, dar início a um ensaio clínico inovador para tratamento da cegueira.

 “Agradeço a distinção, já marquei a data [da Gala de entrega do prémio] no meu calendário”, disse o médico quando questionado sobre a atribuição do prémio.
 A investigação de Miguel Seabra, que incluiu a identificação da função do gene que causa a coroideremia, os aspetos do mecanismo da doença e a criação de um modelo animal para fazer todos os testes pré-clínicos em termos das novas terapiasa, foi feita em laboratório ao longo de 20 anos, a maior parte da qual no Imperial College, em Londres.

Miguel Seabra formou-se em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e doutorou-se na Universidade do Texas, EUA. Foi professor e diretor do Departamento de Medicina Molecular e Celular do Imperial College, em Londres e professor de Biologia Celular e de Bioquímica na Faculdade de Ciências Médicas da UNL, onde dirige, desde 2009, o Centro de Estudos de Doenças Crónicas. Há três anos em Portugal, atualmente o cientista encontra-se a fazer uma nova linha de investigação com células estaminais.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Luís fala com os olhos

Há sete anos era um rapaz normal. Hoje está confinado a uma cama. Só mexe os olhos e é com eles que fala, graças a um computador que lê os movimentos. Luís André tem 32 anos, vive em Touça, Vila Nova de Foz Côa, e sofre de esclerose lateral amiotrófica.
Ver vídeo clicando aqui.

sábado, 19 de novembro de 2011

Alunos sobredotados são ignorados nas escolas e vivem à margem da lei


É caso único na Europa. Congresso alerta para o desperdício de talento que, sem apoio, será formatado pelas escolas até à normalidade.



Quantos alunos sobredotados estão nas escolas portuguesas é um cálculo que só se faz por aproximação. Os professores não ouvem falar deles durante a sua formação, o ensino não consegue identificá-los e, no plano legal, nem sequer têm direito a existir. “Não há um decreto. Portugal é, aliás, caso único na Europa”, conta Cristina Palhares, da Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação (ANEIS), que promove hoje em Braga o segundo dia do congresso internacional “Sobredotação e Talento – Atenção da Escola à Diversidade”.

Ao não haver “suporte legal”, não há também maneira de promover formação, desenvolver currículos adaptados ou direcionar os recursos das escolas para apoiar esta população. Saber quantas crianças sobredotadas vivem em Portugal não tem uma resposta direta. Estima-se que sejam 3% a 5% da população mundial: “Num universo de mil alunos de uma escola, serão 50 crianças, mas não estão minimamente identificadas.”

Lá fora é diferente e o congresso da ANEIS trouxe dois exemplos que poderiam ser adotados nas escolas portuguesas. Brasil e Espanha têm estas crianças inseridas no grupo de alunos com necessidades educativas especiais: “Estes meninos são acompanhados pelos mesmos professores que apoiam as crianças com deficiências.” Isto faz todo o sentido, defende Cristina Palhares. Por serem diferentes da norma, precisam de atendimento especializado.

Falta de legislação e incapacidade das escolas de sinalizar crianças sobredotadas têm consequências, embora seja difícil algum dia virmos a saber quanto talento o país desperdiça. Como tudo na vida, a inclusão tem um reverso, avisa a secretária da direcção da ANEIS. E se, para o caso das crianças deficientes, estar nas mesmas turmas que outros colegas contribui por si só para subir o seu desenvolvimento, o mesmo não acontece com os sobredotados. “Se não existir um atendimento diferenciado, a escola vai formatando a criança até a normalização.”

Sem acompanhamento, a escola não faz mais que normalizar o talento que estas crianças desenvolvem mesmo em meios hostis. “Conheci um menino que sabia ler e escrever muitíssimo bem com cinco anos e não tinha um livro em casa. Há crianças que, mesmo em ambientes adversos, conseguem desenvolver os seus talentos.” Isso só não chega. Sem trabalho, o dom atrofia, como “qualquer músculo que não é exercitado”.
In: I online

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Testemunhos de professores obrigados a fazer de pais





São pagos para serem professores. Mas são muitas vezes psicólogos, assistentes sociais e principalmente pais das crianças a quem dão aulas. Compram-lhes comida, levam-nas ao médico quando estão doentes, ouvem-nas quando estão deprimidas e chegam a ir buscá-las a casa quando não aparecem na escola.
As histórias de professores que não deixam que o trabalho se limite à sala de aula são fáceis de encontrar em escolas de norte a sul do país. Mas muitos preferem falar sob anonimato ou desvalorizam as situações, explicando que «é normal» e que «há muitos a fazer o mesmo».
Ana (nome fictício) é um desses casos. Deu aulas numa escola em Midões, no concelho de Tábua, onde eram os professores que obrigavam alguns alunos a tomar banho nos balneários do ginásio. «Havia situações complicadas de desleixo. E como tínhamos uma máquina na escola, chegávamos a lavar-lhes a roupa». Numa das vezes, Ana usou dinheiro do seu bolso para ajudar uma criança que não tinha o que vestir.
Graça Pegado, professora de Educação Especial em Loures, diz até que «há colegas que chegam a mudar fraldas e a tirar o aparelho da boca» de crianças deficientes. Ela própria tem de dar de comer na boca a alunos com necessidades educativas especiais «porque não há funcionários suficientes no refeitório».
Ir com os alunos ao médico
Isabel Parente dá aulas a «meninos especiais» há 33 anos e já desvaloriza o que faz por eles, apesar de fazer muito. «Já levei alunos no meu carro ao hospital e até já pedi a médicos amigos que os atendessem sem cobrar nada».
Quase todas as semanas dá dinheiro aos miúdos para comerem no bar da Escola D. Carlos, em Sintra. E perdeu a conta às horas que gasta todos os dias a ouvir desabafos dos pais, que nem sempre estão relacionados com os problemas dos filhos. «Quase todos os anos, ajudo mães a fugir de pais violentos. Arranjo-lhes refúgio, emprego e subsídios da Segurança Social».
Manuela Costa está há 20 anos no Agrupamento de Escolas de Darque, em Viana do Castelo, e sabe bem o que é lidar de perto com situações de carência social. Vem-lhe à memória o caso de uma menina que aparecia nas aulas com os braços cortados. «Depois de insistir muito, percebi que o problema estava num pai alcoólico, que criava muito mau ambiente em casa». Para se sentir melhor, a criança mutilava os braços e arrancava o cabelo. A professora de Inglês acabou por ser a solução: «Contactei a técnica de assistência social e, depois de meses de insistência, consegui que o pai entrasse num programa de desintoxicação».
Noutro ano, foi a salvação de uma menina à beira de cair numa depressão profunda. «Já só se vestia de preto e não falava com ninguém», conta Manuela Costa, que resolveu criar um «diário partilhado» com a aluna. «Todos os dias escrevíamos sobre o que nos preocupava. Eu tentava dar-lhe respostas e ela acabou por recuperar».
Noutro caso, andou cinco horas à procura de uma mãe para a avisar de que o filho se tinha magoado. «Acabei por ser eu e outro professor a acompanhá-lo ao hospital».
In: Sol

Direitos das crianças portuguesas continuam a ser desrespeitados



«Neste momento, acabamos por concluir que os dados são muito preocupantes», realça Manuel Almeida dos Santos, falando mesmo num «quadro negro».
Em Portugal, «as crianças continuam a não ver respeitados os seus direitos», sustenta Manuel Almeida dos Santos, da Amnistia Internacional, referindo «a negligência» como o primeiro factor de risco.«Em Portugal, como em muitas partes do mundo, as crianças continuam a não ver respeitados os seus direitos constantes na Convenção dos Direitos das Crianças, de que Portugal é Estado-parte e está obrigado a cumprir», frisa Manuel Almeida dos Santos, coordenador do Cogrupo sobre os Direitos das Crianças da Amnistia Internacional-Portugal, que organiza sábado, no Porto, o seminário internacional 'Os Direitos das Crianças na Atualidade'.
«A negligência» é o primeiro fator de risco, diz. «O direito a ser acompanhado, pela família e pela sociedade, é aquele que está mais em risco de não ser respeitado», indica.
Segue-se a «exposição a modelos de comportamento desviante», acrescenta o ativista, recordando que «muitos dos jogos de computador, muitos dos desenhos animados» representam «situações de violência, de ódio, de agressão, de morte».
Em terceiro lugar surgem os «maus tratos psicológicos e físicos e o abandono escolar», acrescenta.
Apesar de todos os documentos internacionais e leis nacionais proibirem os castigos físicos, «continuamos a assistir na sociedade a uma certa permissividade», presente na ideia de que «uma palmada na altura certa não faz mal nenhum», critica.
«O castigo físico não tem qualquer valor pedagógico, bem pelo contrário, induz a existência de traumas e afetará a criança no seu desenvolvimento», contrapõe adiantando que «todos estes fatores são da responsabilidade da comunidade».
Segundo o coordenador, a escola, os professores, os funcionários e os pais são responsáveis pelas crianças, mas não são donos delas.
«A criança em si é um sujeito de direitos, tem direitos próprios. Ninguém é dono de uma criança», sustenta.
O seminário internacional, organizado pelo Cogrupo sobre os Direitos das Crianças da Amnistia Internacional-Portugal, decorre na véspera do 22.º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança e reunirá, no auditório da Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, especialistas nacionais e internacionais, entre os quais um representante do Comité dos Direitos das Crianças das Nações Unidas.
In: Sol

Avaliação dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico

Foi publicado o Despacho Normativo n.º 14/2011, que introduz algumas alterações ao Despacho Normativo n.º 1/2005, relativo ao processo de avaliação dos alunos do ensino básico. Aparentemente, trata-se da inclusão de ajustamentos, sem alterações significativas, salvo introdução dos exames no 6º ano.
São introduzidos alguns números relativos aos alunos com necessidades educativas especiais que pouco ou nada alteram relativamente ao normativo existente.

Os alunos abrangidos pelo artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, estão dispensados da realização dos exames.


Os alunos abrangidos pelo n.º 1 do artigo 20.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, realizam as provas finais dos 6.º e 9.º anos de escolaridade com as adequações no tipo de prova, instrumentos ou condições de avaliação previstas no seu Programa Educativo Individual.


À semelhança do que já vigorava, nos 2.º e 3.º ciclos, para os alunos abrangidos pelo artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, a informação resultante da avaliação sumativa expressa -se:
a) Numa classificação de 1 a 5, em todas as disciplinas, acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução do aluno;
b) Numa menção qualitativa de Não satisfaz, Satisfaz e Satisfaz bem, nas áreas curriculares não disciplinares e em áreas curriculares que não façam parte da estrutura curricular comum, acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução do aluno.


Os alunos surdos que frequentem o ensino bilingue em escolas de referência realizam provas finais de Português Língua Segunda (PL2).


Ao aluno que atingir a idade limite da escolaridade obrigatória, abrangido pelo artigo 14.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, deverá, mediante requerimento do respectivo encarregado de educação ou do próprio aluno, quando maior, ser mandado passar, pela direção do estabelecimento de ensino, um certificado de equivalência à escolaridade obrigatória para efeitos de admissão no mercado de trabalho.

Os certificados a utilizar são os legalmente fixados para o sistema de ensino, devendo neles vir especificados os conhecimentos adquiridos no âmbito do definido no plano individual de transição do aluno.




quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Fonte especial ajuda os disléxicos


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Algumas das letras são um pouco tortas, outras abertas ou ligeiramente baixas. Mas todas as letras na fonte Dyslexie são projetadas para tornar a leitura mais fácil para as pessoas com dislexia.
Christian Boer, artista gráfico holandês que desenhou a fonte, é disléxico e soube, em primeira mão, que as pessoas com o transtorno muitas vezes misturam as letras que parecem semelhantes.
A letra "b", por exemplo, pode facilmente virar um "d" ou até mesmo um "p." O "e" minúsculo pode ser confundido com o "c." Um "i" parece-se muito com um "j."
Na fonte Dyslexie, Boer alterou as letras um pouco para lhes dar mais individualidade, fazendo alguns traços finos à frente ou atrás, outros mais amplos, ou o espaçamento dos caracteres mais distantes. Boer disse que as pequenas alterações tornam as letras mais distinguíveis para disléxicos.
A fonte "está a ganhar popularidade porque as pessoas com dislexia veem que a experiência funciona", disse Boer ao MSNBC, citando um pequeno estudo realizado por um estudante de graduação holandês, mostrando que os disléxicos cometeram menos erros durante a leitura com a fonte Dyslexie.

Embora a dislexia, também chamada de transtorno da leitura no desenvolvimento, seja comummente caracterizada apenas como um problema de transposição de letras - mudando "b" em "d" - os cientistas dizem que é muito mais ampla do que isso. Dr. Stefani Hines, um pediatra de desenvolvimento comportamental que trabalha com disléxicos no Sistema Único de Saúde Beaumont, perto de Detroit, disse que a solução para a dislexia não é tão simples como mudar uma fonte.
"A dislexia não é um problema de visão, é um problema com o processamento fonológico profundo", envolvendo problemas de compreensão e associação de letra ao som e rimas, disse Hines. "Então, mudando a fonte, não é uma cura, é apenas uma ajuda."
Mas Hines disse que um número de seus pacientes relatam que fontes maiores ou texto que tem mais espaço em branco os ajuda na leitura. Ele disse que vale a pena estudar soluções como a Dyslexie ou outras fontes, tais como "Lexia legível". No entanto, o que mais vai ajudar os disléxicos é a intensa tutoria e as estratégias que ajudam as pessoas a lidar com as questões mais profundas que causam a dislexia, referiu.
"Se se começar ler numa fonte, cada palavra que nos rodeia teria de estar dessa forma", disse Hines. "As palavras no menu do restaurante, provavelmente, não vão estar escritas nessa fonte."

Artigo original em inglês, aqui.
Nota: Tradução pessoal.

Recusa em ir à escola porque aprendem na TV e livros

Muitos sobredotados recusam ir à escola por considerarem que aprendem mais nos livros e nos programas televisivos do que nos currículos escolares, alertou o presidente da Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação (ANEIS).
Alberto Rocha adiantou à agência Lusa que esta situação está a acontecer com "alguma frequência e começa a preocupar".
"Muitos alunos dizem que a escola não lhes interessa porque não aprendem mais do que aprendem nos livros, nos programas e nos temas que gostam", adiantou o responsável, que falava à Lusa a propósito do congresso internacional "Sobredotação e talento: atenção da escola à diversidade", que decorre na sexta-feira e no sábado em Braga.
Para muitas destas crianças e jovens a escola não está a ser uma mais valia, sendo necessário os professores e as escolas fazerem um esforço para que se sintam integrados.
"Temos de ter mais um bocadinho de trabalho, esforçarmo-nos mais como professores a procurar sempre as melhores respostas e as boas práticas para que se sintam integrados", sustentou.
Esta situação também constitui uma preocupação para os pais que pedem ajuda à associação para que estabeleça a ponte com o estabelecimento de ensino no sentido de perceber o que se passa e conseguir motivar a criança para regressar à escola.
As estimativas apontam para que três a cinco por cento das crianças e dos jovens portugueses sejam sobredotados. Um número que, para Alberto Rocha, já justificava ter uma legislação específica.
"Tentamos apoiar as escolas e os professores para que possam dar algum tipo de acompanhamento a estas crianças, nomeadamente na elaboração de currículos e planos de desenvolvimento, mas a falta de legislação específica não nos permite fazer muito mais", lamentou.
Apesar das dificuldades, Alberto Rocha disse que, com o apoio dos professores e das escolas, tem sido realizado "um trabalho bastante interessante com estas crianças", que sentem muitas dificuldades devido aos currículos escolares serem desadequados às suas capacidades.
"A aula está formada para o ensino da média e, muitas das vezes, as escolas e os professores querem colocá-las a esse nível, mas isso não é possível porque estas crianças têm capacidades superiores", disse, lamentando: "O que me choca é um aluno ter capacidade, e o professor saber que ele a tem e fazer com que desça para a mediana".
O que tem de ser feito, apontou, é dar-lhes ferramentas para poderem continuar a desenvolver as suas capacidades: "São estas crianças e jovens que nós precisamos no futuro para desenvolver projetos no nosso país".
Muitas vezes a identificação de um sobredotado é feita através da determinação do Quociente de Inteligência, que para muitos é um indicador questionável.
No entanto, muitos autores consideram sobredotadas as crianças que apresentam competências, talentos e habilidades acima da média para a sua idade.
A associação defende que pais e educadores deverão estar sensibilizados para esta situação e tentar aperceber-se se a criança reúne características como vocabulário muito avançado, interesses muito variados, domínio rápido da informação, curiosidade fora do comum e muito boa memória.
A par destas qualidades podem surgir dificuldades no desempenho escolar, desmotivação, frustração, desobediência e timidez.

Deficiente aprende a andar com máquina criada pelo pai



Um menino argentino de sete anos de idade nasceu com uma paralisia cerebral que atrofia a sua capacidade motora. Os médicos disseram que a criança nunca seria capaz de andar. No entanto, o pai de Ivo, um mecânico, criou uma máquina “milagrosa” que desenvolveu a capacidade motora da criança, avança a BBC.



Jorge Cardile, o pai de Ivo, é mecânico em Buenos Aires e recusou aceitar o prognóstico dos médicos. Durante cerca de um mês, o pai do menino juntou peças de bicicletas e placas de madeira, construindo um reabilitador motor. Jorge aplicou todas as suas poupanças na construção de quatro protótipos.

“Disse a mim mesmo que tinha de fazer alguma coisa. Por isso fiz esta máquina e conseguimos resultados”, explicou à BBC. A máquina ajudou o menino a corrigir a postura e a movimentar braços e pernas.

Ao poucos, Ivo tornou-se capaz de andar sozinho. “Esta máquina corrige a postura, estimula os músculos, e pode mesmo promover um progresso cerebral nos mais novos”, disse à BBC.

Jorge Cardile quer pôr o aparelho à disposição de várias crianças ou até adultos que tenham o mesmo problema. O pai de Ivo está também à procura de uma empresa que ajude a produzir sua invenção em grande escala.