Concluído o curso de Formação em Educação Especial, promovido pela DGIDC, fica alguma angústia. Uma vez mais, a formação incidiu sobretudo numa componente teórica em detrimento de uma mais prática. A maioria dos presentes, se não mesmo a totalidade, já era detentora de especialização na área e/ou com experiência. Pouco mais se adiantou àquilo que já tinha sido ouvido quer na formação especializada quer mesmo na formação inicial. Apenas mais uns dados sobre a célebre CIF.
Penso que, perante o cenário de mudança, dever-se-ia ter privilegiado a aplicação dos procedimentos a adoptar nas escolas e, também, a partilha de experiências, a procura de soluções e a homogeneização de práticas. Neste sentido, ficou aquém das expectativas iniciais.
Resta o consolo de que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena"!
4 comentários:
O Curso tem a sua importância, mas medidas mais profundas deveriam ter sido tomadas. Alguém com um pouco de bom senso consegue explicar como deixaram de fora das NEE e dos apoios educativos tantos professores especializados? Boa economia? Não há argumento que possa sustentar uma resposta deste tipo: foi dado aos Conselhos executivos a possibilidade de disporem de muitos professores e de muitas horas para apoio. Com reríssimas excepções, aproveitaram para fazer politiquice e, portanto, má gestão e ofereceram - como recompensa - o que supõem dever ser um trabalho menor. Um erro colossal!
Nem isso me serve de consolo porque depois de uma semana de trabalho, em que dia após dia a agenda é a seguinte: horas lectivas até às 16h, seguidas de reuniões de equipa pluridisciplinar, ou de departamento ou de pedagógico ou de equipa de apoios... e quando pelas 20h/21h chegava à minha casa tinha os papéis à minha espera:preparar para o dia seguinte roteiros, actas, fichas para os alunos...
Para finalizar a semana um dia de formação das 10 às 16, com 1h de almoço, durante 10 semanas. A cerejinha em cima do bolo é agora ainda me pedirem sinopses reflexivas, roteiros de avaliação e PEIs para autistas e multideficientes!!!!
Depois de passar 50h a ser tratada como se estivesse na formação inicial de professores, a ver filmes, a reflectir sobre nada...
Ao domingo preparava algumas coisas para durante a semana me poder deitar mais cedo...
Tenho 2 filhos, de 10 e 12 anos, que por vezes nem os via, um marido que não entende qual é o meu horário de trabalho, porque ele que trabalha numa empresa privada, tem isenção de horário mas pagam-lhe mais 20% do ordenado, apesar de entrar às 6h e por volta das 16h, estar em casa sem papéis...
Só não sei como ainda não deu em divórcio pois não há cu que aguente!!
Desculpe o desabafo, mas ainda tenho 19 reuniões de equipa para fazer, mais as dos CT de avaliação, mais as dos pedagógicos, mais as de departamento, mais as de apoio em 2escolas, e não sei quantos relatórios...
É isto a Educação Especial!
Compreendo estas situações, pois também passo por elas! Vamos mostrando a nossa indignação perante a realidade: mais trabalho burocrático e cada vez menos disponibilidade mental para trabalhar com os alunos! Quanto a estes, parece que têm sido um pouco esquecidos por parte do Ministério da Educação!
Bom trabalho...
O próprio ME trata os professores (especializados) como se fossem "alunos com NEE"!...
O ME não está interessado nos "aspectos práticos", porque quem lhe dá "a cábula" apenas conhece a "teoria": quer mostrar que "sabe"... mas a verdade é que "não sabe fazer!"
Como me dizia ainda hoje um amigo alemão: Portugal está a ser governado por "jumentocratas"!
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