quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Casos de dislexia aumentam (na realização de exames nacionais)

Outra situação destacada pelo JNE: por comparação a 2020, registou-se um aumento de 6,6% dos pedidos para adaptação das provas devido a necessidades especiais apresentadas pelos alunos. Passaram de 4100 para 4371 em 2021, um aumento “para o qual contribuiu o acréscimo verificado no 12.º ano, cuja taxa de variação foi de 14%”.

As condições especiais para a realização de provas ou exames podem passar, entre outras, pela adaptação de enunciados, grelhas de classificação diferentes ou pela possibilidade de os alunos realizarem provas diferentes das dos outros, o que só acontece em “casos especiais”.

Segundo o JNE, “verificou-se uma prevalência de 51,8% (2264 alunos) nas situações de dislexia (ligeira moderada e grave)”. Por ano de escolaridade, "constatou-se uma subida significativa de pedidos de adaptações para as dislexias moderada e grave, no 12.º ano, com uma variação, respectivamente, de 40% e 24%, e no 11.º ano também se verificou uma tendência de crescimento na dislexia grave, com uma variação de 22%."

Da análise conjunta dos dois anos, regista-se “um aumento de 23% na dislexia grave, de 22% na dislexia moderada e de 5% na dislexia ligeira, comparativamente com o ano de 2020”. Para este aumento, não será alheia a mudança operada em 2020. Deixando de limitar a aplicação de “condições especiais” apenas aos alunos diagnosticados com dislexia até ao final do 2.º ciclo de escolaridade, que em média é concluído aos 11 anos de idade.

Os alunos com dislexia passaram, desde 2012, a ser obrigados a realizar os mesmos exames nacionais dos seus colegas sem necessidades especiais. As suas provas têm, contudo, critérios específicos de classificação para evitar uma “penalização dos erros característicos da dislexia”. Nos casos de “dislexia severa”, pode ser autorizada a leitura dos enunciados por um dos professores vigilantes.

De acordo com a definição da International Dyslexia Association, a dislexia é uma dificuldade de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento e na descodificação de palavras e de ortografia.

Fonte: Parte de notícia do Público com o título "Presença de alunos carenciados nos exames nacionais caiu para metade"

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