Ministro da Educação diz que “a recuperação das aprendizagens” menos consolidadas deste ano “tem de ser um dos pilares fundamentais no regresso às aulas” em Setembro.
Já disse que o ano lectivo arranca em Setembro. Há uma data concreta?
Estamos a trabalhar, em momento próprio aparecerá.
Vão ser dadas orientações às escolas para no início do ano recuperar a matéria que ficou para trás?
Tem de haver uma avaliação de tudo aquilo que não foi consolidado ou tão bem ensinado. A recuperação das aprendizagens tem de ser um dos pilares fundamentais no regresso às aulas.
Vão ser aulas presenciais, à distância ou um sistema misto?
Vamos estar condicionados pela nossa capacidade de produzir uma vacina, pelas respostas farmacológicas, pela reacção do vírus, tudo isso… O que entendo é que vamos estar mais preparados para um segundo surto do que estávamos. Temos de construir vários cenários: um cenário em que o vírus está aí, mas não tem uma penetração na sociedade que nos obrigue a fazer o que fizemos nesta onda, e outros cenários...
As metas curriculares vão ser suspensas?
Vamos falar antes de aprendizagens essenciais e no perfil do aluno. Elas estão em vigor. Temos, necessariamente, neste contexto diferente, de repensar o processo e fazer adaptações tanto no processo ensino-aprendizagem, como nas avaliações. É muito importante que tudo seja feito em conjugação com as escolas, com as comunidades, com os professores. E temos de nos preparar para em Setembro — ou não em Setembro, mas se calhar em Outubro, ou Novembro — termos o que os ingleses designam por “b- learning”, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial.
Com esse sistema misto, vamos precisar de mais professores? Durante anos, até pela diminuição da população escolar, fomos diminuindo...
Nos anos 60 tínhamos 215 mil, 220 mil pessoas a entrar no 1.º ano e agora temos 87 mil, 89 mil a entrar no 1.º ano do 1.º ciclo. Mas houve sistematicamente, até no XIX Governo Constitucional [Passos Coelho], uma clara opção pela diminuição do número de professores nas escolas. Conseguimos contrariar essa opção. E em nenhum momento diminuiremos o esforço. Se, no próximo ano, precisarmos de um corpo docente robusto, ele existirá, como nos últimos quatro anos. Não posso dizer agora que vamos precisar de mais dez ou 20 professores.
Para que o sistema misto de que falou funcione, os alunos têm de ter computador e acesso à Internet. Há grandes desigualdades de acesso a estes equipamentos. Quantos alunos não tiveram meios para ter ensino à distância?
Fomos ultrapassados pela realidade dos dias. Quando fazíamos a recolha do número de alunos que não tinham conectividade e máquinas, víamos as autarquias a trabalhar e muitas escolas (foram adquiridas muitas máquinas nos últimos três anos) a trabalhar. E muitas dessas máquinas estiveram e estão na posse desses alunos.
Falou-se que dos cerca de 1,2 milhões de alunos, 50 mil não teriam acesso a computador ou meios de acesso; o que acontece é que esse número foi sendo reduzido.
Vamos ter um novo programa Magalhães 2, com distribuição de portáteis?
Nunca referi esse programa. O que está a ser feito é um programa para que as escolas possam estar dotadas de recursos para que os nossos alunos possam ter conectividade através do ensino à distância.
Os meios são então para as escolas e não para os alunos?
Esse programa está a ser construído e oportunamente terão os elementos.
Fonte: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário