Cerca de 1200 professores já receberam formação específica para serem tutores de alunos do ensino básico que tenham duas ou mais retenções. Este modelo substituiu este ano letivo os cursos vocacionais para onde eram dirigidos os alunos com insucesso escolar. São alunos que se “sentem atolados” e que “não têm grande apetência pela escola”, comenta o professor da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, Pedro Rosário, que é responsável por esta formação.
Trata-se então de encontrar formas de os ajudar a superar dificuldades que não passem por repetir mais do mesmo (o que se ensina em sala de aula) ou por uma lógica de assistencialismo. “O modelo que propomos está centrado na promoção dos processos de autorregulação, em que são os alunos a conduzir o seu processo de aprendizagem, estabelecendo metas, formas de lá chegar, planificando o tempo para tal”, descreve Pedro Rosário.
Por ser de natureza remediativa, já que se destina a alunos com um percurso de insucesso, este programa de tutorias não se insere no Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, esclarece o secretário de Estado João Costa. “Se este plano resultar, deixaremos, progressivamente, de precisar de recorrer a medidas desta natureza”, acrescenta.
Pedro Rosário, que é também coordenador do Grupo Universitário de Investigação em Autorregulação da Universidade do Minho, adianta que apesar do programa de tutorias ter sido pensado como sendo de “natureza remediativa” tem na base um modelo que tem “uma lógica promocional e preventiva” e que pode por isso ser aplicado a todos os alunos.
Fonte: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário