Sara Holbrook é professora e autora. Em 1998, lançou um livro de poesia. Mais de uma década depois, descobriu que dois dos seus poemas têm sido utilizados em exames do ensino básico, no estado norte-americano do Texas. O caricato é que quando a escritora tentou responder às questões sobre os seus trabalhos, não acertou.
“Quando me apercebi que não conseguia responder às perguntas colocadas sobre dois dos meus próprios poemas, tive um momento de pânico – oh não! Não sou suficientemente inteligente. Que tola. Fiquei com o olhar vidrado. Olhei à volta para ver se alguém via. As questões começaram a nadar na página. Ondas de insegurança. O meu cérebro estava à roda”, descreve Sara Holbrook num artigo publicado pelo “The Huffington Post”.
Perguntas como “porque é que o autor fez uma pausa” em determinado local ou “porque utilizou maiúsculas naquele verso” e muitas outras, são para Sara Holbrook um absurdo. “O que é que isto mostra da capacidade de leitura de um miúdo?”, questiona.
Estas são perguntas válidas, no entender da escritora, única e exclusivamente em discussões e não em testes de escolha múltipla. Os exames aqui em causa, os State of Texas Assessments of Academic Readiness (STAAR), são desenvolvidos por instituições governamentais, embora as editoras tenham lucro com a publicação dos textos. No caso de Holbrook, recebe cerca de 350 dólares (aproximadamente 330 euros) por cada poema, sendo que este valor é dividido com a editora.
Só no ano passado, quando a STAAR disponibilizou antigas versões dos enunciados dos testes, é que Sara Holbrook percebeu que os seus poemas era utilizados.
“Qualquer teste que questione as motivações do autor sem lhe ter perguntado primeiro, é um disparate. Quem constrói os testes faz isto sobretudo com autores que estão mortos e não podem protestar. Mas eu não estou morta. Eu protesto”, concluiu.
Fonte: Expresso
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