Cientistas americanos dizem ter desenvolvido um medicamento que pode incentivar os nervos na medula espinhal a crescer e reparar lesões. Um estudo com ratos, divulgado na revista científica Nature, permitiu a recuperação parcial de movimentos e controlo da bexiga. A droga funciona ao perturbar a “viscosidade” que impede que as células nervosas cresçam durante uma lesão.
Mais testes precisam e ser feitos em animais maiores antes de testes serem realizados em humanos, mas o grupo Spinal Research (Pesquisa Espinhal, em tradução literal) disse haver um «progresso real».
Danos na medula espinhal interrompem o fluxo constante de sinais eléctricos do cérebro para o corpo e podem levar à paralisia abaixo de uma lesão.
A equipa da Escola Universitária de Medicina Case Western Reserve, de Ohio, disse que o tecido de cicatriz formado após uma lesão impede a reparação da medula espinhal, já que proteínas de açúcar libertadas pelo tecido agem como uma espécie de cola.
A equipa injetou um produto químico sob a pele que chegou até à medula espinhal e perturbou a atividade desta espécie de cola. «Foi incrível», disse o pesquisador Jerry Prata.
«O que pudemos ver foi realmente notável. Alguns (ratos) recuperaram fantasticamente e tão bem que dificilmente se diria que havia uma lesão.»
Nos testes, 21 dos 26 ratos mostraram algum grau de recuperação na capacidade de movimentos ou das funções da bexiga.
Mark Bacon, do grupo Spinal Research, disse: «Acreditamos que a plasticidade é o principal mecanismo responsável pela recuperação espontânea que vimos em pacientes com lesão da medula espinhal, mas é muito limitada.»
«Reforçar a plasticidade é, portanto, um dos principais objetivos...Estes dados preliminares sugerem um progresso real nesse sentido.»
Fonte: Diário Digital por indicação de Livresco
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