Os bebés que nasceram durante a pandemia mostram atrasos no desenvolvimento da linguagem face ao que acontecia com os bebés nascidos antes dos confinamentos e do isolamento social durante a disseminação da covid-19. O alerta é deixado por Sónia Frota, investigadora em linguística da Universidade de Lisboa, e que tem estudado a forma como a linguagem se desenvolve nas crianças desde o nascimento até à escola primária, por exemplo. Sónia Frota deixa ainda um recado: “Esta devia ser uma prioridade política.”
A cientista portuguesa estuda a linguagem e o seu desenvolvimento nos primeiros meses da vida há uma década. “As dificuldades de linguagem aos sete anos, por exemplo, estão associadas a uma série de outras dificuldades que persistem na vida adulta. E, por outro lado, as dificuldades aos sete anos estão directamente relacionadas com uma dificuldades que já existiam aos dois e aos quatro anos”, explica Sónia Frota (https://www.publico.pt/2019/05/23/ciencia/noticia/bebes-comunicam-comecar-falar-1873715). É por isso que a linguista defende um rastreio nacional para identificar a escala destas dificuldades em Portugal e, posteriormente, uma intervenção junto destas crianças – através das creches e jardins-de-infância, por exemplo.
“Se essas dificuldades forem atempadamente identificadas e houver intervenção precoce, conseguiremos ter aqui um efeito benéfico que irá minimizar todos estes impactos. Na idade escolar, já não teríamos tantas crianças com dificuldades e depois, ao longo da vida, minimizávamos os vários impactos, seja na educação, na saúde, ou noutras áreas socioeconómicas”, diz a investigadora portuguesa, garantindo que ainda é possível fazer este trabalho em Portugal e que o rastreio para identificar a extensão do problema seria simples e de rápida execução. (...)
Fonte: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário