domingo, 5 de setembro de 2021

Aprender para comunicar

A aprendizagem de uma língua estrangeira é um caminho que deve ser feito com vista à sua utilização efetiva, concreta e sistemática. Na verdade, na minha perspetiva, enquanto professora de uma língua, se não for para comunicar e abrir as nossas perspetivas culturais, qual o objetivo de aprendermos uma língua que não seja a nossa?

Julgo que cada vez mais este problema se coloca dentro da sala de aula, não só relativamente a uma língua estrangeira mas também em qualquer outra disciplina. Quantos de nós já não se depararam com questões como: Mas para que é que eu preciso de saber isso? E não é fácil desmontar muitas destas ideias preconcebidas.

Dar significado às aprendizagens é essencial e, para tal, torna-se premente que os alunos percebam o porquê de estarem a aprender determinado conteúdo.

No caso das línguas estrangeiras, essa questão coloca-se, obviamente, numa ótica de aplicabilidade concreta da utilização da língua.

Em termos práticos não é fácil, com tão poucas horas por semana, os alunos serem colocados em ambientes práticos de utilização da língua, por isso procuro criar espaços de interação e produção oral que deixe os alunos com vontade de comunicar ainda na chamada língua global.

Tornar os alunos sujeitos ativos em todo este processo é, na minha ótica, a chave para o sucesso. E é aqui que entra o exemplo que venho partilhar convosco hoje: uma entrevista simulada, gravada e posteriormente projetada para auto e heteroavaliação.

Com base nas instruções disponibilizadas na biblioteca de conteúdos do OneNote, depois de constituídos os grupos de forma aleatória, utilizando o Wheeldecide, os alunos organizaram-se para a seleção das questões pessoais que iriam colocar na entrevista simulada, com base numa listagem partilhada com eles.

Na segunda parte da interação oral teriam de escolher imagens que proporcionassem um diálogo temático entre os elementos do grupo, fomentando a interação entre os vários elementos do grupo. Todo este trabalho foi realizado em documentos partilhados, monitorizados e reorientados por mim, sempre que necessário.

Depois do guião criado e verificado passámos para a fase da gravação das entrevistas em vários espaços da escola. Numa fase posterior, foram editadas pelos alunos em diversas ferramentas de edição de vídeo, nomeadamente na ferramenta de edição de fotografias do Windows 10.

O produto final foi partilhado no Canal Stream da turma e visualizado em sala de aula pelo grupo-turma. Durante o visionamento das entrevistas, cada aluno procedeu à avaliação dos colegas e à autoavaliação num formulário.

O resultado foi bastante positivo, permitindo que os alunos que têm mais dificuldades em se expor realizassem as gravações num ambiente mais fechado; por outro lado verifiquei uma colaboração bastante significativa em que os alunos com mais competências na utilização da língua motivaram e ajudaram os colegas.

Penso que, uma mais vez, trago uma atividade que vai ao encontro das áreas de competência emanadas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória: na área das linguagens e textos, informação e comunicação, desenvolvimento pessoal e autonomia, pensamento crítico e criativo, relacionamento interpessoal, entre outras, procurando, de alguma forma, envolver os alunos no processo de aprendizagem.

Ana Paula Loureiro

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