É possível aumentar a memória estimulando o córtex entorrinal, uma zona do cérebro associada à memória, revela um estudo de neurologistas norte-americanos publicado esta quinta-feira na revista científica The New England Journal of Medicine (NEJM).
Estes investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, estudaram essencialmente o hipocampo e o córtex entorrinal, regiões do cérebro que são essenciais para a capacidade de transformar a experiência diária em memórias duradouras. O primeiro passo foi verificar se a estimulação cerebral destas duas áreas alterava, de alguma forma, o desempenho da memória.
Itzhak Fried, professor de neurocirurgia na Universidade da Califórnia e principal autor da pesquisa, explicou à NEJM que "o córtex entorrinal é a porta de acesso à unidade central da memória", enquanto principal passagem da experiência visual ou sensorial até ao hipocampo, que então transforma a experiência em memória.
O estudo foi realizado em sete pacientes com epilepsia, em cujos cérebros foram implementados elétrodos, de modo a tentar entender a origem das convulsões. Os mesmos elétrodos foram utilizados para registar a atividade dos neurónios no processo de formação de recordações.
Através dum videojogo que simulava um táxi numa cidade virtual, onde os participantes se passavam por taxistas que recebiam passageiros, Fried observou que quando as fibras nervosas do córtex entorrinal eram estimuladas, os pacientes reconheciam melhor os lugares e circulavam pelas ruas com maior rapidez. "Aprendiam inclusive a fazer atalhos, o que reflete uma melhor memória espacial", disse à AFP.
Fried reconheceu que "a perda de nossa capacidade de recordar factos recentes e formar novas memórias é uma das doenças mais temidas da condição humana" e, portanto, estes resultados preliminares poderão originar um novo mecanismo para aumentar a memória, principalmente em pessoas idosas ou que sofram de demência precoce.
Fried advertiu, no entanto, que por enquanto os resultados da investigação devem ser encarados com prudência, até porque o estudo incidiu apenas numa pequena amostra.
Clique AQUI para aceder ao estudo na revista NEJM.
In: Boas Notícias
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