O cérebro dos autistas difere de quem não sofre de nenhum problema de desenvolvimento neurológico. Já vários trabalhos usando Imagem Funcional Cerebral revelaram que essas diferenças implicavam dificuldades de comunicação e sociais dos autistas. Um estudo, recentemente publicado no «American Journal of Psychiatry», apresenta essas alterações como fruto de um desenvolvimento longo e progressivo durante a infância.
A equipa de investigação da Universidade da Carolina do Norte comparou o desenvolvimento cerebral de crianças de seis, 12 e 24 meses. Todos estes bebés tinham um irmão mais velho a quem fora diagnosticado autismo – um terreno genético que os coloca numa categoria de “alto risco” de vir a sofrer de transtorno do espectro autista (TEA).
Com dois anos, 28 destas crianças mostraram sintomas e a técnica de imagem usada apresentou diferenças no desenvolvimento da matéria branca em relação aos seis meses de idade. Esta matéria rica em ramificações nervosas, envolve de forma protectora a mielina – importante no transporte de sinais nervosos e informação entre diferentes partes do cérebro.
Reconstituindo em 3D a matéria branca, a equipa norte-americana observou que um desenvolvimento mais lento entre essas ramificações, em crianças, dos seis aos 24 meses, diagnosticadas com autismo. O estudo mostra que as diferenças de desenvolvimento no cérebro de crianças com este tipo de problema ocorrem muito cedo.
In: Ciência Hoje
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