segunda-feira, 29 de novembro de 2010

UTAD distinguida pelo trabalho em reabilitação e acessibilidade humanas

A criação da primeira licenciatura de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas e a investigação feita nesta área pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) foram  distinguidas com o galardão da Inclusão nas comemorações do Dia Mundial da Pessoa com Deficiência.

Francisco Godinho, coordenador do Centro de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade (CERTIC) da UTAD, vai receber na sexta-feira, em Leiria, o galardão que será atribuído na primeira Gala da Inclusão, uma iniciativa organizada pela autarquia e Instituto Politécnico desta cidade, assim como pelo Governo Civil do distrito.

“É um reconhecimento da sociedade civil. É um estímulo para a universidade, para os alunos deste curso e esta visibilidade é importante para as futuras saídas profissionais”, afirmou à Agência Lusa o docente da universidade de Vila Real
A UTAD foi pioneira ao abrir há três anos a primeira licenciatura de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas. O segundo curso do género foi criado em 2009 na Universidade de Coventry (Reino Unido). O professor salientou que esta licenciatura faz parte de um processo que começou há quase dez anos com a criação do CERTIC, que agora dá apoio e cede os recursos ao curso.

Este centro desenvolve a sua actividade orientada para a aplicação da ciência e da tecnologia na melhoria da qualidade de vida das populações com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência, idosos e acamados, em áreas como o acesso a tecnologias e serviços, educação, emprego, saúde e reabilitação funcional, transportes, vida independente e recreação.Estima-se que existam em Portugal mais de dois milhões de pessoas idosas e com deficiência.

Entre outras iniciativas, o CERTIC desenvolveu um sistema para comunicação com doentes que apenas conseguem movimentar os olhos, ou o MECBraille - Marco Eletrónico de Correio Braille, que disponibiliza gratuitamente um serviço de conversão e envio de textos e cartas em Braille.

Os técnicos e engenheiros que aqui trabalham são ainda contactados para adaptar computadores ou 'softwares' e estão constantemente a pesquisar o que há de novo em termos técnicos, o que torna este centro um dos mais bem equipados do país.

Actualmente frequentam a licenciatura em Engenharia de Reabilitação cem alunos, sendo que as 25 vagas que têm sido abertas todos os anos são preenchidas na primeira fase da candidatura ao ensino superior. Mas a UTAD não quer ficar por aqui e, segundo Francisco Godinho, já está a trabalhar na criação do primeiro mestrado em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas.

O objectivo é que abra em 2011 com um plano de estudos flexível de forma a servir de complemento aos licenciados deste curso e de especialização para licenciados de outros cursos de engenharia. Nos últimos três anos, os alunos desta licenciatura têm promovido várias iniciativas para alertar e sensibilizar consciências, como um jantar às escuras ou um jantar sem mãos e jogos para pessoas cegas ou que se deslocam em cadeira de rodas.

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