terça-feira, 13 de julho de 2021

A escola inclusiva não é um decreto-lei

O João não falava. Mas dizem, os que o conheceram, que o sorriso era delicioso e que sem lhe sair uma palavra da boca conseguia comunicar e fazer-se entender. O João sabia que a comunicação não assenta, exclusivamente, na linguagem verbal e que os gestos, os sons, os sinais, as cores, as imagens, os desenhos e as expressões faciais também servem para transmitir informação e interagir com as pessoas. No entanto, o desafio diário de tantos e tantas que, tal como o João, não falam, é dantesco porque está muito atrasada a transformação deste mundo falante num mundo mais diverso a comunicar, num mundo que utilize todas as técnicas de comunicação existentes e que se disponha a inventar outras tantas para ser mais inclusivo. 
Vivemos num mundo em que a maioria falante dita, por assim dizer, as representações sociais existentes por intermédio das palavras que utiliza para se referir e interpretar as diferentes realidades. Seja através dos órgão de comunicação social, seja numa conversa de café ou num jantar de família, de uma maneira geral todos temos e manifestamos representações sociais, tanto positivas como negativas, de realidades com as quais não convivemos no dia-a-dia ou que convivemos muito pouco. As pessoas de etnia cigana são exemplo disso: muitas pessoas associam estereótipos negativos aos ciganos mas, no entanto, nunca tiveram problemas ou não conhecem, de todo, nenhuma pessoa cigana. Então como se foram instalar essas ideias no pensamento? 
Para ler mais clique aqui: https://www.cffh.pt/?pagina=elos#, (p. 151 da Revista ELOS n.º 27)

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