Nos últimos tempos tem-se assistido a uma rebelião governativa contra a escola pública, recorrendo-se, para tal, a argumentos pouco, ou nada, fundamentados. Ou, pelo contrário, procuram escamotear os verdadeiros motivos.
Neste panorama, é importante revelar os estudos que se vão produzindo. A este propósito, refere o Diário Económico que, no espaço de uma década, o tempo que os professores portugueses gastam efetivamente a dar aulas por ano cresceu 60 horas no 1.º ciclo do ensino básico, 165 horas nos 2.º e 3.º ciclos e 255 horas no secundário. Valores que colocam o ensino público português acima da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da própria União Europeia. Apesar disso, em Portugal, as aulas duram menos uma semana que na média dos países desenvolvidos.
As conclusões constam do último estudo "Preparing Teachers and Developing School Leaders for the 21st Century", apresentado em março de 2012 no âmbito do segundo encontro sobre a profissão, promovido pela OCDE, e compara dados dos anos 2000 e 2009. E estes são dados que servem de argumento aos sindicatos para se opor ao alargamento da carga horária na componente letiva. Medida que chegou a ser estudada pelo Governo para avançar, no âmbito do aumento geral do horário de trabalho da Função Pública, e que consta também das recomendações avançadas pelo relatório do FMI sobre a reforma do Estado.
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