sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Teste de QI é “altamente enganador”

Investigadores da Universidade Western do Canadá e do Museu de Ciências de Londres realizaram um estudo em que demonstram que medir a inteligência humana baseando-se apenas num teste standard de Quociente Intelectual (QI) é “altamente enganador”.
Mais de 100 mil participantes de todo o mundo foram submetidos – on line – a testes de memória, raciocínio, atenção e capacidade de planeamento. Responderam também a questões acerca dos seus estilos de vida. Os resultados estão publicados na revista «Neuron».
“O objetivo era analisar se realmente se podem medir capacidades cognitivas de uma pessoa com apenas um fator”, explica Adam Hampshire, investigador do Instituto de Cérebro e Mente da Universidade Western.
Os investigadores não acreditam que apenas o número de QI possa representar a capacidade que um indivíduo tem para recordar, raciocinar e pensar. Os resultados sugerem que os testes de QI que são utilizados há várias décadas têm “falhas básicas”, pois não têm em consideração a natureza complexa do intelecto humano.
A equipa desenhou uma série de testes com base em dados de estudos prévios realizados com scanners cerebrais. Assim, os investigadores criaram tarefas para medirem uma ampla variedade de capacidades cognitivas.
“Quando se analisa esta ampla variedade de capacidades cognitivas, as variações na execução dos participantes podem explicar-se em três componentes distintas: memória a curto prazo, raciocínio e habilidade verbal”, explicam os investigadores.
Para confirmarem os resultados, 16 participantes foram submetidos a ressonâncias magnéticas funcionais. Pôde, assim, observar-se as diferenças nas capacidades cognitivas e traçar-se um mapa das conexões neuronais envolvidas na atividade cerebral.
Os três componentes da capacidade cognitiva que se tinham achado previamente correspondiam a três padrões distintos de atividade neuronal. “Os resultados desmentem de uma vez por todas a ideia de que uma só medida como o QI não é suficiente para captar todas as diferentes capacidades cognitivas que existem entre as pessoas”, diz Roger Highfield, um dos autores do estudo.


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