As pessoas com deficiências e incapacidades são 8,2 por cento da população portuguesa, têm rendimentos baixos, baixa escolaridade e, sem o perceberem, enfrentam discriminação.
Os dados foram revelados ontem na Conferência ‘Mais Qualidade de Vida para as Pessoas com Deficiências e Incapacidades – Uma Estratégia para Portugal’ realizada no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa. O trabalho, feito pelo Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG) em colaboração com o ISCTE, revela que 67,9 por cento dos deficientes são mulheres, em média com 58 anos, que 78,3 por cento são analfabetos ou só têm o 1.º Ciclo e que 49,3 por cento vivem em agregados com rendimento mensal até 600 euros. O estudo mostra ainda que 32 por cento dos deficientes usufruíram de apoios e serviços do sistema de reabilitação e que 92 por cento não se sentem discriminados.
Jerónimo Sousa, director do CRPG, disse ser “fundamental saber qual o universo de deficientes, mas também que tipo de necessidades têm.” Humberto Santos, presidente da Associação Portuguesa de Deficientes, afirmou que os resultados “dão conteúdo” às suas denúncias e espera que sirvam de “ferramenta de trabalho para implementar políticas de reabilitação” adequadas.
Paulo Pedroso, presidente da Fundação ISCTE, apresenta hoje uma proposta com 72 medidas a aplicar até 2025. A criação de centros de recursos a nível local que permitam aos deficientes o acompanhamento personalizado por um “mediador” ou o aumento de responsabilização das empresas nos processos de reabilitação de funcionários vítimas de acidentes de trabalho são algumas das propostas.
DEFICIENTES EM PORTUGAL
15 005 indivíduos é a dimensão da amostra do estudo do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia e do ISCTE.
8,2 por cento da população residente em Portugal Continental, dos 18 aos 70 anos, tem deficiência e incapacidade.
58 anos é a média de idade das pessoas com deficiência e incapacidade.
59,7 por cento das pessoas com deficiências e incapacidades têm problemas nas funções físicas.
49,3 por cento dessas pessoas vivem em agregados com rendimento mensal até 600 euros.
32 por cento usufruem ou usufruíram de apoios e serviços do sistema de reabilitação.
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