sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Felicidade em estado líquido para crianças com necessidades especiais

Foi inaugurado em Matosinhos o primeiro parque aquático da Europa adaptado a crianças com doenças crónicas. Situado no Kastelo, uma unidade de cuidados paliativos pediátricos, tem como objetivo ajudar na reabilitação.

"Olha o Joaquim! Que felicidade! Ai que giro! Fantástico!". Joaquim brinca com um repuxo de água que cai em forma de cogumelo. Passa a cabeça pela fina parede líquida, abre os braços, flete as pernas, volta a esticá-las, está visivelmente feliz.

Isabel Bandeira está também feliz, por estes miúdos e pelo filho dela, Afonso: "Ele adora água. A água faz muito bem a estas crianças. Ajuda-as a ter a liberdade que não sentem de outra forma".

Afonso tem uma citopatia mitocondrial com epilepsia associada. Tem quase 8 anos, está no Kastelo desde os 6, e a mãe acha que ele tem melhorado significativamente. "Relaciona-se mais com as pessoas. A nível intelectual, não fala, mas consegue expressar-se, consegue ser malandro, gozar com as pessoas à maneira dele", explica Isabel.

As terapias associadas ajudam a promover as melhorias na saúde e uma maior qualidade de vida das crianças desta unidade de cuidados continuados.

Teresa Fraga, a enfermeira responsável pelo Kastelo , destaca a importância deste espaço aquático: "Em primeiro lugar, é promover felicidade e igualdade em relação a outras crianças consideradas saudáveis, que podem frequentar qualquer espaço de lazer. Estas não, já estão limitadas".

Felicidade, relaxamento, estimulação sensorial. Três objetivos fundamentais desta equipa, que caça sorrisos. "Estes sorrisos são o euromilhões de quem cuida diariamente delas", sublinha Teresa Fraga.

Os sorrisos das crianças e também dos pais. Joana Vilela é a mãe de Rafael. "Faz-lhe muito bem a estimulação da água e o barulho. Ganha alegria, outro nível de consciência, nota-se que palra e parece que quer falar sobre a felicidade que está a sentir".

Todos os dias é uma nova etapa, garante Joana, "super emocionada".

Este projeto foi financiado pela sociedade civil, através do apoio de várias empresas e particulares.

Fonte: Reportagem da TSF por indicação de Livresco

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