Um grupo de investigadores da Universidade do Mississippi, nos EUA, desenvolveu um novo dispositivo que poderá vir a mudar a vida dos pacientes com gaguez. O aparelho transmite ao utilizador as "vibrações" da garganta quando este fala, facilitando a comunicação e melhorando a sua qualidade.
O equipamento, cujo tamanho é idêntico ao de um telemóvel, foi criado por Paul Goggans, professor de engenharia elétrica, Greg Snyder, professor de ciências e distúrbios da comunicação (que é gago desde pequeno) e Dwight Waddell, professor de saúde e ciências do exercício.
De acordo com as agências internacionais, este dispositivo inovador começou a ser desenvolvido depois de, em conversa, o próprio Snyder ter demonstrado que podia falar de forma mais fluente simplesmente por sentir a garganta enquanto o fazia.
"Ao sentir a vibração quando falo, recebo um 'feedback' que reduz significativamente a gaguez", revelou o investigador. "O Dwight [Waddell[ entendeu imediatamente a situação e falou cm o Paul [Goggans], que concordou em criá-lo como projeto numa das suas turmas", acrescentou ainda.
Segundo Goggans, o dispositivo é "portátil, alimentado a bateria e fácil de usar". No entender do especialista, "estes são atributos importantes porque outros tratamentos, nomeadamente comportamentais, para a gaguez, são mais intensos, requerem muita concentração e são demasiado cansativos", salientou.
Ao fim de um longo dia de terapia da fala, os gagos podem continuar sem fazer progressos, mas ficam cansados devido ao enorme esforço, afirmou Goggans. "Esta criação oferece uma alternativa promissora que pode ser usada discreta e facilmente todos os dias por adultos", realçou.
Embora não cure a gaguez, o aparelho ajuda a reduzir os efeitos do problema, melhorando a qualidade de vida de quem o utiliza, defenderam os seus criadores. Agora, a equipa, que desde então tem trabalhado para apoiar a comunidade de gagos através do combate ao estigma, pretende "incluir o dispositivo num programa de terapia holístico para servir melhor as verdadeiras necessidades dos pacientes".
In: Boas Notícias
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