Pautados pela procura incessante de práticas conducentes à melhoria da qualidade de vida e do bem-estar da população com necessidades especiais, esta edição primaveril da Diversidades dedica-se à complexa, enigmática e heterogénea área da deficiência profunda.
A primavera, símbolo de vida e do desabrochar de esperanças e desafios, inspira-nos a contemplar, com a envolvência dos nossos sentidos, as idiossincrasias que compõem cada ser na sua unicidade e os laços afetivos que os unem na sua pluralidade.
Mediante o equilíbrio entre a pertença e a diferenciação, agimos de forma concertada, na autenticidade da cooperação estratégica entre múltiplos intervenientes, pois a eficácia das mais diversas intervenções terapêuticas e pedagógicas consubstancia-se na sinergia dessa participação ativa.
Tendo presente que a esperança conduz os sonhos e estes o comportamento, a ajuda profícua a todos quantos vivem e convivem com esta realidade pressupõe um equilíbrio ecológico, expresso em expectativas, que reduzam sentimentos de culpa e ansiedade e fortaleçam competências e recursos pessoais.
Os novos tempos que vivemos colocam-nos outros desafios como as reestruturações familiares e o aumento da esperança média de vida. Como tal, é pela dedicação de todos que se constroem oportunidades de ajuste às especificidades de cada Vida Profunda.
Com gestos atentos e empáticos, criamos ambientes flexíveis, moldáveis às características, preferências e oportunidades de interação das crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, que tudo merecem e de nós muito esperam.
Predispostos a aprender sempre, recetivos a continuar a caminhada da evolução, despertamos novos olhares, entrevemos novas metas e, com profissionalismo e competência, atentamos sobre a centralidade da promoção da infoinclusão, da adaptação de brinquedos, do recurso a métodos ativos e inovadores, de índole multissensorial.
Impelidos pela suavidade da brisa fresca desta estação, lançamos o desafio da urgência do esforço e da participação de todos, na resposta aos anseios da população com deficiência profunda e suas famílias, de acordo com a missão, objetivos e valores que distinguem a nossa ação.
E, associando-nos ao Dia Mundial do Autismo, instituído pela Organização das Nações Unidas, em dezembro de 2007, que definiu o dia 2 de abril como marco da mobilização mundial, iluminamos a capa desta edição com a cor azul, tonalidade eleita para esta causa, deixando a todas as pessoas com perturbações do espectro do autismo e suas famílias a nossa solidariedade.
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