sexta-feira, 29 de maio de 2009

Candidaturas ao projecto "A Cor do Natal"

A Associação Nacional de Arte e Criatidade de e para Pessoas com Deficiência (ANACED) recebe até o próximo dia 3 de Julho de 2009, os projectos criativos para o VII Concurso Nacional de Postais de Natal e para o II Concurso de Mensagens de Natel, do projecto A COR DO NATAL, co-financiado pelo INR, I.P.


Solicitar regulamentos através do e- mail: anaced@net.sapo.pt

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Aluno deficiente tem aulas com a turma apenas uma hora por dia

Uma criança de oito anos com deficiências motoras e cognitivas tem aulas com o resto da turma apenas uma hora por dia, por decisão da escola e pressão dos outros pais da Escola do 1.º Ciclo da Azambuja.
Eva Pires, presidente da Associação de Pais, explicou à Lusa que os pais dos outros alunos da turma pediram para que a criança não tivesse aulas em conjunto com o resto dos alunos para não criar dificuldades de concentração aos restantes estudantes.

No início das aulas, o aluno em causa frequentava as aulas das 09:00 às 13:00 com o resto da turma do primeiro ano na escola da Quinta dos Gatos, na Azambuja. No entanto, desde Novembro que esta criança tem apenas uma hora e meia de acompanhamento especial (das 09:00 às 10:30) e outra hora integrado na turma (das 12:00 às 13:00), passando o resto do tempo numa sala isolada aos cuidados de uma auxiliar educativa.

"A escola não tem professores de apoio suficientes. São mais de 900 alunos, cerca de 40 precisam de apoio e pelo menos três precisam de um ensino especial a tempo inteiro. Só existem duas professoras de apoio na escola e esta foi a solução que se encontrou para resolver a situação dentro do que era possível", afirmou a presidente da Associação de Pais.

"Quando o meu filho faz barulho, a professora manda-o para a auxiliar de educação porque diz que não se consegue concentrar nem ensinar os outros meninos", contou à Lusa Marta Valada, mãe da criança, acrescentando que tentou resolver a situação durante todo o ano.

De acordo com a lei, "as crianças e jovens com necessidades educativas especiais de carácter permanente gozam de prioridade na matrícula, tendo o direito (...) a frequentar o jardim-de-infância ou a escola nos mesmos termos das restantes crianças", bem como o "direito ao reconhecimento da sua singularidade e à oferta de respostas educativas adequadas".

Contactada pela Lusa, fonte do conselho executivo da escola disse apenas que "não chegou nenhum pedido nem formal nem informal por parte da encarregada de educação para pôr essa questão", recusando quaisquer explicações por ser um "assunto sigiloso."

Marta Valada recorreu aos serviços de uma advogada para garantir que no próximo ano lectivo o seu filho vai ter as condições a que tem direito e o acompanhamento educativo de que precisa. No passado dia 18, a mãe da criança escreveu uma carta ao inspector-geral da Educação, José Maria Azevedo, a denunciar a situação, tendo recebido notificação da missiva a 21 deste mês.

Na resposta da Inspecção-Geral da Educação, lê-se que o assunto "vai ser alvo de atenção por estes serviços" e que "oportunamente", irão informar sobre "as diligências efectuadas", mas até ao momento ainda não houve quaisquer desenvolvimentos.

Público Online

Descoberta menina "criada" por cães e gatos

Agentes da protecção da infância descobriram em Chita (Sibéria oriental) uma menina de cinco anos que foi "criada por vários cães e gatos" e "só fala a linguagem dos animais", anunciou ontem a polícia local.

A menina foi encontrada num apartamento degradado onde viviam também os pais e os avós, mas ninguém se ocupava dela. Nunca teve ordem para sair, nunca aprendeu a falar e tenta comunicar ladrando.

"Durante cerca de cinco anos ela foi criada por vários cães e gatos, e nem uma só vez saiu", disse a polícia de Chita num comunicado.

Quando foi descoberta, ela "atirava-se às pessoas como um cãozinho".

"Durante todos estes anos, só aprendeu a linguagem dos animais", acrescentou a polícia, precisando, contudo, que compreendia o russo embora sem o falar.

A menina foi colocada numa instituição onde recebe ajuda médica e psiquiátrica mas, segundo a polícia, ela "atira-se contra a porta e ladra" quando o pessoal que a trata deixa o quarto.

"A menina não come com a colher, põe-na de lado e lambe", conta uma responsável desta instituição, Nina Emeltchougova, à cadeia de televisão russa Rossia.

Segundo a televisão, a família da criança vivia praticamente isolada no seu apartamento.

"Estes vizinhos são verdadeiramente anti-sociais. Só saem de noite para não encontrar ninguém", disse uma das vizinhas, Nina Novikova, sobre a família.

O comunicado da polícia chama à menina "Mowgli" como a personagem do Livro da Selva.

Em Março, o presidente russo, Dmitri Medvedev, apelou para a urgência de acabar com a violência contra as crianças. Afirmou então que 760 mil crianças na Rússia viviam em "condições socialmente perigosas".

Destak Online

«A Criança que Gagueja»

2009-05-30

Hospital CUF Descobertas

A gaguez é uma perturbação da comunicação cujas implicações podem tornar-se devastadoras na vida relacional e no desenvolvimento da auto-estima, se a criança não for ajudada a lidar com ela e com as situações em que possa ser um obstáculo à relação. Para os pais é uma situação inquietante e causadora de sofrimento, levantando-lhes inúmeras questões que muitas vezes ficam sem resposta. Na escola, a criança com gaguez muitas vezes inibe-se de participar nas actividades ou de responder a perguntas, sendo ainda com frequência alvo de chacota ou ameaças pelos seus colegas. Os professores e educadores que lidam com esta situação debatem-se também com muitas dúvidas sobre qual será a melhor forma de proceder para facilitar a comunicação destas crianças. Dada a complexidade que envolve esta perturbação e o elevado número de teorias explicativas e de abordagens terapêuticas descritas na literatura especializada, também os profissionais de saúde (terapeutas da fala, psicólogos, médicos,...) lidam com territórios de incerteza que geram insegurança na abordagem terapêutica. As dúvidas e incertezas geradas pela gaguez serão o foco deste workshop, onde se procurará, em conjunto com os participantes, determinar linhas de actuação coerentes que respondam às suas necessidades pessoais e/ou profissionais na sua relação com a criança que gagueja. Procurar-se-á perspectivar uma abordagem positiva da problemática da disfluência.


Contacto: info@oficinadidactica.pt

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Concurso "Cartaz 3 de Dezembro de 2009 / Dia Internacional das Pessoas com Deficiência"

O Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., decidiu lançar o concurso "Cartaz 3 de Dezembro de 2009 / Dia Internacional das Pessoas com Deficiência", no valor de 500 euros.

Este concurso tem por objectivo premiar o trabalho gráfico que melhor represente a mensagem subjacente à comemoração deste dia, nomeadamente celebrar os direitos humanos das pessoas com deficiência e sensibilizar a sociedade para combater os preconceitos e os obstáculos que impedem estes cidadãos de exercer os seus direitos e participar activamente em todos os aspectos da vida política, social, económica, cultural e artística.

Com esta iniciativa pretende-se igualmente envolver todos os cidadãos, de todas as idades, em grupo ou individualmente, na sensibilização para os direitos da igualdade de oportunidades e não-discriminação das pessoas com deficiência.

O cartaz vencedor servirá para promover a campanha relativa à comemoração, a nível nacional, do dia 3 de Dezembro de 2009 / Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

Veja o Regulamento do concurso.

Descarregue o logótipo do INR, I. P.

Querer ou poder?

Porquê toda esta reflexão? Por muitos motivos, mas um em especial: a aproximação do final do ano lectivo.

"A expressão dificuldades de aprendizagem é actualmente usada para descrever uma perturbação que interfere com a capacidade para guardar, reter, processar ou produzir informação. O IDEA define dificuldades de aprendizagem como "uma perturbação num ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita, a qual se pode manifestar através de uma capacidade imperfeita para escutar, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos" (Centro Nacional de Informação para Crianças e Jovens com Deficiências, 1992). De acordo com a lei citada, as dificuldades de aprendizagem não incluem problemas de aprendizagem resultantes, principalmente, de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência mental ou de desvantagens ambientais, culturais ou económicas."

Nielsen, L. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Um Guia para Professores. Porto: Porto Editora.


Deles se diz habitualmente: "Não estuda nada, não quer saber", "Ele tem capacidades mas não as aproveita", "Se ele quisesse poderia melhorar o aproveitamento", "Até participa bem oralmente, mas quando chega aos testes é uma desgraça!". São muitos os alunos que me chegam, encaminhados por professores ou por pais, com este tipo de caracterização: têm capacidades, mas não as aproveitam... O que acontece em muitos casos, não todos, é que apesar de existirem as ditas capacidades, não existem as restantes ferramentas indispensáveis para aceder ao saber. Concretizando, apesar de cognitivamente o aluno apresentar capacidades que se enquadram no que, atendendo à faixa etária, seria previsível, não adquiriu competências básicas de acesso ao saber - por exemplo, tem dificuldades de leitura ou escrita.


Num estudo realizado no âmbito da minha tese de mestrado, pude concluir algo que apesar de ser óbvio nem sempre é tido em consideração: existe uma relação fortíssima entre a compreensão leitora e o sucesso escolar. O que constato é que, frequentemente, os alunos, apesar de terem capacidades, não conseguem extrair o significado daquilo que estão a ler. Em muitos casos até descodificam textos muito facilmente, mas na verdade não sabem ler porque apesar de dominarem a técnica da descodificação não dominam a da compreensão.


Pensemos num aluno que chegou ao 7.º ano de escolaridade e que não domina a leitura, ou seja, lê mas não consegue extrair o significado do que lê. O que é previsível é que o insucesso se venha a instalar. O aluno até gostaria de ultrapassar as suas dificuldades, mas não saber ler é uma barreira de tal forma limitativa que a tendência para a desmotivação e para o desinvestimento é quase sempre fatal! Apesar de, numa fase inicial, até se ter esforçado, rapidamente concluiu que para ter sucesso precisava mais do que um esforço: são precisas outras ferramentas que não domina. Geralmente, o aluno acaba mesmo por deixar de estudar pois é mais fácil, em termos de auto-estima, admitir que o insucesso resulta de desinteresse e de não estudar do que de falta de capacidades. Em muitos casos, a sensação progressiva de que o esforço não se traduz em resultados positivos leva à adopção de comportamentos disruptivos na sala de aula por parte destes jovens, pois as aulas tornam-se mais divertidas para eles e para os colegas e é sempre melhor o estatuto de malcomportado do que de "burrinho". Este último estatuto é de tal forma doloroso que ninguém o quer.
Porquê toda esta reflexão? Por muitos motivos, mas um em especial: a aproximação do final do ano lectivo. Aos conselhos de turma cabe a missão de analisar com mais cuidado a situação dos alunos que se encontrem numa situação de retenção repetida, no sentido de decidir se mais uma retenção será uma medida ajustada àquele estudante. Pois bem... acho que esta análise pode ser tomada em consideração no momento na decisão. Será que o aluno quer e não pode ou pode e não quer?

Educare

Somos iguais, somos diferentes

Na visita que fiz ao blog da UAAM, da EB1/JI Redonda, Madalena, encontrei este vídeo com uma música muito a propósito, sobretudo para os momentos de maior angústia, desalento. Esta música pode motivar. elevar o espírito!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pombos ajudam idosos e deficientes

Fernando Eulálio, de 79 anos, tem o olhar fixo no pombal, a partir da sua cadeira de rodas. "Gosto muito de ver os pombos, são uma companhia", conta.
Lucília Cantante, de 72, aponta mais ao coração: "Ajudam-nos a viver!". Estamos na Associação Desenvolvimento Progresso e Vida, na Tocha (Cantanhede), que aderiu à columboterapia há dez anos. Ouvimos falar muito do "senhor Domingos", um dos utentes. "Ele é que é um perdido por isto!".
José Giraldo, presidente da associação, tem uma explicação para o especial apego dos mais velhos a estas aves: "São oriundos de um meio rural, para eles significa reviver outros tempos". Sobre os benefícios, é directo e conciso: "Isto dá-lhes vida!". Os pombos-correio - muito diferentes dos que vemos à solta nas cidades - já provaram que podem ajudar idosos, toxicodependentes, estudantes problemáticos, pessoas com deficiência ou doença mental. Ocupam a mente e o corpo, combatem a solidão.
A columboterapia é prática corrente, em Portugal, há anos, mediante a instalação de pombais em instituições. No distrito de Coimbra, há agora mais duas prontas a aderir. A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), que funciona na Quinta da Conraria, é uma delas. Só está a aguardar orientações da Federação Portuguesa de Columbofilia (FPC) para construir um pombal de raiz, com a ajuda de alguns dos 300 utentes.
"Depois da hipoterapia, por que não tentar a terapia pelos pombos?", questiona o presidente da APCC, também médico, José Barros. "Pode ajudar a promover o relaxamento [dos utentes], evitando os movimentos involuntários", explica, sem esquecer que "também funciona como ocupação".
Já a Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), de Miranda do Corvo, decidiu encomendar o pombal. Será instalado no Parque Biológico da Serra da Lousã, na Quinta da Paiva, com abertura marcada para breve. "Quase todo o trabalho, dentro da quinta, é feito por pessoas com alguma deficiência ou doença mental", adianta o presidente da ADFP, Jaime Ramos, crente nas vantagens do contacto com a natureza, para estes utentes. "Já estamos a criar os pombos. Vai ser uma experiência interessante".
José Tereso, delegado de saúde do Centro e presidente da FPC, não duvida dos benefícios que os pombos-correio - "verdadeiros atletas" - oferecerem a quem priva com eles. "Mesmo eu, para desanuviar do stresse quotidiano, refugio-me junto dos meus pombos", conta. Depois, enumera os casos em que a columbofilia mudou vidas.
Recorda, por exemplo, como a instalação de um pombal numa escola, em Coimbra, alterou o comportamento de um aluno problemático: "Ele foi de uma dedicação extraordinária aos pombos. Era quem tratava deles nos fins-de-semana e nas férias".
"Ser columbófilo é ser um bom treinador, um bom preparador físico, como no desporto", defende o médico de saúde pública. E essa "missão" não conhece limites de idade ou outros.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Panda e Zon lançam primeira série em língua gestual


No mês em que se celebra o Dia Mundial da Criança, o Canal Panda exibe, em colaboração com a ZON TV Cabo, a primeira temporada da série “Os Irmãos Koala” inteiramente em língua gestual, num total de 78 episódios, que procuram assegurar a igualdade de acesso a séries infantis de qualidade.

Esta série, a primeira a ser exibida em língua gestual no Canal Panda, tem início no dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, com emissão regular de dois episódios seguidos de segunda a sexta-feira, sempre às 08.00 e às 19.00, e aos sábados e domingos, às 07.30 e às 19.30.

“Os Irmãos Koala” venceu o galardão para Melhor Série Pré-Escolar nos Prémios de Animação Britânica de 2004, foi nomeada para os prémios BAFTA, sendo actualmente distribuída em cerca de 155 países em todo o mundo. A série retrata a vida dos irmãos Frank e Buster no pacato dia-a-dia australiano, onde assumem pequenos desafios sempre com o objectivo de auxiliar o próximo.

Esta é mais uma aposta do Canal Panda em conteúdos educativos, capazes de fomentar a criatividade, proporcionar momentos lúdicos e transmitir valores positivos, essenciais para um desenvolvimento saudável.

DN Online

domingo, 24 de maio de 2009

Como os cães-guia lhes mostram o mundo

A Escola de Cães-Guia para Cegos, em Mortágua (www.caesguia.org) é a única entre nós que prepara estes cães: três educadores ensinam por ano um total de 12 animais.



Os cães-guia são os mais conhecidos e antigos cães de assistência existentes em Portugal. A Escola de Cães-Guia para Cegos, em Mortágua (www.caesguia.org ), é a única entre nós que prepara estes cães: três educadores ensinam por ano um total de 12 animais. Para não haver lista, seriam necessários mais técnicos, o que implicaria custos actualmente incomportáveis para a associação. Para ajudar, foi lançada a missão Poppy.

Expresso Online

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mostra evocativa O Braille em Portugal

Comemora-se, em 2009, o Bicentenário do Nascimento de Louis Braille (1809-1852), cidadão francês, inventor de um método de leitura e escrita para cegos, que viria a tomar o seu nome, o “Sistema de Escrita e Leitura Braille”. O método, que se foi adaptando à generalidade das línguas e grafias, veio a permitir aos deficientes visuais aceder à escolarização normal, à informação e a outros bens culturais, contribuindo definitivamente para a sua integração social e para que possam alcançar os níveis de cidadania dos normovisuais.

Abertura da exposição O Braille em Portugal, dia 25 de Maio, na Biblioteca Nacional de Portugal, pelas 18h00.
A mostra estará patente até dia 27 de Junho.

Crianças com Necesidades Especiais de Ensino

A Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Odivelas (FAPODIVEL), vai promover a realização do 2º encontro concelhio, subordinado ao tema "Crianças com Necesidades Especiais de Ensino à beira do século XXI. E, agora?".
A iniciativa decorre no próximo dia 30 de Maio.
Ficha de inscrição e programa aqui.

'Ter TV no quarto é um crime'


A TV ainda é o meio onde a pequenada gasta mais tempo. Mas a partir dos 12 anos perde peso para outros dispositivos. Um estudo ouviu quase mil crianças para perceber qual o impacto dos média no seu dia-a-dia.
As crianças crescem rodeadas de meios de comunicação. A televisão está presente na totalidade dos lares, o computador já ultrapassa os 90% de penetração, os dispositivos de música situam-se de 70%. Não há como o contornar, mas é preciso educá-las para tirarem o melhor partido deste facto. (...)
No entender do pediatra Paulo Oom "ter televisão no quarto é um crime. Ver muita televisão faz mal ao seu desenvolvimento emocional". "Nada substitui as relações humanas. Uma criança que está isolada, é uma criança cuja relação afectiva está alterada".
O computador, particularmente na ligação à internet, é outro dos meios a que tem de ser dado mais atenção. "A internet deve estar num local público, tal como a televisão. Não tem que ser um segredo", disse, alertando para os perigos que podem advir da falta de supervisão na utilização da net. Paulo Oom sublinhou que a educação para os média passa também pelos pais. "Foram apanhados desprevenidos, por uma tecnologia que não dominam".
Já o psicólogo Eduardo Sá teceu críticas mais duras aos progenitores: "Passam a vida a esconderem-se atrás dos média e não assumem o papel de pais". Na sua opinião, estes devem regular o acesso à tecnologia e promover o diálogo. "As crianças adoram conversar, mas os pais baldam-se às conversa", frisou. Eduardo Sá mostrou-se preocupado com o pouco tempo que os mais pequenos têm para brincar, no sentido tradicional da palavra. "Brincar é o aparelho digestivo do pensamento. As crianças não aprendem a pensar enquanto estudam ao mesmo tempo que ouvem música e enviam sms". O psicólogo alertou ainda para a inutilidade do excesso de informação: "Crianças empanturradas não são mais inteligentes. A obesidade informativa torna as pessoas mais estúpidas".

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Autista!

Estive a reflectir sobre a decisão da Assembleia da República de proibir a utilização da palavra autismo como insulto político. Escrevo "insulto" porque presumo que ninguém a utilizará como um elogio. O meu homólogo português em França, Francisco Seixas da Costa, perguntou no seu blogue ..... não estaremos a ir longe demais no "politicamente correcto"?
Isto obrigou-me a pensar. Porquê? Porque o nosso filho tem autismo. Tem, teve e terá. Faz parte de personalidade dele. Ele está na versão "light" do espectro, com uma coisa que se chama Síndrome de Asperger . Por isso, ele precisa de apoio na escola, e fora dela também, através dum centro de excelência em Portugal, o CADIN .
Então não gosto, não gosto, de todo, de ouvir autismo dito como insulto. Assim sinto o meu próprio filho insultado. Fico muito contente quando alguém coloca objecções a este tipo de utilização de linguagem. Mas isto quer dizer que quero proibi-la? Na verdade, não. Sou, por natureza, contra as proibições; às vezes são um incentivo para continuar. Isto não é uma regra universal - as proibições determinadas pelas autoridades federais americanas nos anos 60 contra o comportamento racista eram, e são, sensatas e justificadas. Mas neste caso específico, prefiro confiar na sensibilidade dos deputados portugueses.
A minha mulher tinha-me dito uma coisa mais abrangente e importante sobre esta questão. Quando pessoas utilizam substantivos que descrevem características (surdo, cego, mudo, autista etc.) como insultos, pensam só nos aspectos negativos destas características. Nunca pensam nos aspectos positivos. Porque positivos, há. Por exemplo, o nosso filho não sabe mentir - não é capaz e quando tenta, é de chorar - nomeadamente as suas tentativas de dizer "mentiras brancas" e agradecer a pessoas por presentes.
Para mais, não sei se o "insulto" terá uma base sólida. Na linguagem popular e parlamentar, presume-se que "autista" quer dizer falta de emoção, falta de sensibilidade em relação ao ponto de vista dos outros. Mas há um debate interessante sobre a possibilidade do autismo vir dum excesso de sensibilidade , não de falta dela.
O que acham; proibição é o caminho certo?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Alunos com dislexia ficaram sem apoios

A grande maioria dos alunos com dislexia está sem apoios especiais de educação. Um decreto-lei do ano passado só inclui os casos muito graves, o que está a deixar os pais preocupados, sobretudo, em época de exames nacionais.
Os encarregados de educação de crianças e jovens disléxicos estão agora a confrontar-se com os efeitos de uma alteração à lei da educação especial do ano passado. A dislexia saiu da lista de doenças que motivam necessidades educativas especiais, de forma automática, como acontecia. A dislexia afecta cerca de 50 mil menores e, segundo a Associação Portuguesa de Dislexia, cerca de 5 mil farão exames nacionais do 9.º ano como se não tivessem qualquer limitação.
Uma encarregada de educação do Algarve, por exemplo, atravessou um mar de burocracia até conseguir um relatório psicológico que comprova a dislexia diagnosticada ao seu filho, logo no primeiro ciclo do ensino básico. O jovem, que frequenta agora o 12.º ano, teve apoio ao longo de todos estes anos, vendo-se agora privado dele.
Num requerimento enviado ao Ministério da Educação, e que ainda não obteve resposta, pede que, pelo menos, seja atribuído ao jovem um júri especial para os exames nacionais do 12.º ano que terá de realizar no final do ano lectivo.
"Até aqui, as crianças disléxicas tinham direito automático a esses júris, nos exames nacionais. E um apoio ao longo do ano, como aulas particulares de reforço. Para além disso, na avaliação das crianças disléxicas, os erros ortográficos (uma das principais características da dislexia), não eram levados em conta e era-lhes facultado mais tempo para a realização da prova".
Helena Serra, presidente da Associação Portuguesa de Dislexia, com sede no Porto, explica que o Decreto-lei 3/2008, que alterou as regras relativamente à educação especial, deixa de fora a grande maioria dos alunos disléxicos, uma vez que só inclui "casos muito graves". Em Janeiro, a Associação entregou sugestões ao governo no sentido de incluir no ensino especial todos os jovens com aquela perturbação, mas, segundo Helena Serra, "a postura" do Ministério da Educação não aprece apontar nesse sentido.
Para a presidente da APDIS, é fundamental que todos estes jovens recebam apoio especializado obrigatório, para além de uma adaptação das condições de avaliação à sua situação.
Os alunos do 4.º e 6.º anos do ensino básico estão, esta semana, a realizar as provas nacionais de aferição, sendo que, desta vez, segundo Helena Serra, já não haverá júri especial para avaliar a prestação das crianças com dislexia. "Em muitas escolas, os professores estão a aconselhar os pais destas crianças a não as deixarem fazer a prova", denuncia.
É que, se avaliados pelos mesmos métodos usados para as outras crianças, vão ter resultados que os deixarão "muito diminuídos".
Contactado pelo JN, o gabinete de Imprensa do Ministério da Educação remeteu-nos para uma nota sobre educação especial, emitida em Abril, pelo secretário de Estado Valter Lemos, em resposta a uma crítica da Fenprof sobre o desinvestimento neste tipo de ensino. Valter Lemos rejeita o tal desinvestimento e afirma que "todas as crianças que precisem de apoio serão apoiadas". O secretário de Estado diz mesmo que "se existir alguma criança que não tem apoio, e deva tê-lo, as famílias devem contactar os serviços, a escola, o Ministério da Educação, para conseguir esse apoio".

terça-feira, 19 de maio de 2009

Congresso “Ser Criança no Século XXI”

Promovido pela Organização Mundial de Educação Pré-Escolar (OMEP) – Comité Português - vai realizar-se, no Fórum Lisboa, nos dias 1 e 2 de Junho de 2009, a Conferência “Ser Criança em Portugal no Século XXI”.

Esta iniciativa decorre no âmbito das comemorações dos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos da Criança e dos 20 anos da Convenção dos Direitos da Criança que Portugal foi dos primeiros países a ratificar.

Irão participar personalidades nacionais e estrangeiras de acordo com as quatro áreas temáticas a abordar: educação, família, saúde e direitos da criança (Programa).

Este evento pretende, igualmente, promover a divulgação de trabalhos, possibilitando a participação de crianças e jovens dos estabelecimentos de educação pré-escolar da rede nacional e das escolas dos ensinos básico e secundário, públicas e privadas, numa mostra de trabalhos relacionada com os Direitos das Crianças.

Os trabalhos, individuais ou colectivos, poderão ser apresentados sob a forma de:

- Cartazes;
- Posters;
- Dramatizações;
- Filmes;
- Palestras ou intervenções.

Para mais informações deve ser consultado site www.omep.pt.

Quando a escola vai ao bairro

Chama-se "Escola no Bairro" e desde Fevereiro deste ano que junta 11 jovens de etnia cigana na urbanização D. Armindo Lopes Coelho em Olival, Vila Nova de Gaia. As meninas, com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos, regressaram à escola para concluírem o 1.º ciclo do Ensino Básico, mas também para aumentarem as suas competências psicossociais. Como assim? "Os temas sociocomportamentais têm como objectivo trabalhar as competências pessoais e sociais, abordando deste modo assuntos relacionados com a saúde, gestão doméstica e permitindo ainda a discussão de temas da actualidade, entre outros", adianta Carlos Silva, presidente do agrupamento vertical das escolas do Olival.


A escola sai assim do habitual perímetro geográfico e entra no ambiente de uma comunidade que não lhe é de todo desconhecida. Antes de avançar para o terreno, uma equipa de psicólogos, assistentes sociais e professores fez um trabalho prévio que permitiu conhecer mais de perto necessidades e vontades. E o trajecto acabou por ser desenhado. É preciso ensinar o programa dos primeiros quatro anos de escolaridade e abordar outros assuntos. Ensina-se a ler uma carta, a interpretar uma receita, a ter atenção às regras de higiene. As actividades domésticas como fazer sopa, preparar a alimentação dos bebés, manter a casa asseada, não ficam de fora do plano de aulas que acontecem de segunda a sexta-feira, entre as 14h00 e as 17h30. Tudo para que as alunas saibam ler e escrever, ganhem autonomia e saibam lidar com aspectos básicos do quotidiano.


Carlos Silva explica quais são os principais objectivos do projecto que incide numa comunidade com características muito próprias. "A alfabetização destas jovens, bem como o desenvolvimento de competências psicossociais. Recorde-se que são jovens que se encontravam na situação de abandono escolar precoce e, portanto, não possuem sequer a escolarização ao nível do 1.º ciclo do Ensino Básico". Combater o absentismo escolar e evitar que os números do analfabetismo cresçam, aparecem como principais prioridades do "Escola no Bairro". "Para além disso, o projecto distingue-se pela preocupação existente na conservação das fortes raízes culturais desta comunidade específica", acrescenta o responsável. A integração social, respeitando as tradições da cultura cigana, é também uma meta traçada.


"O projecto, após um longo trabalho de terreno realizado pela equipa A do Rendimento Social de Inserção da Associação Nossa Senhora da Esperança de Sandim junto desta comunidade, foi aceite com expectativa e curiosidade. A adesão é completa e, aos poucos, o “Escola no Bairro” está a ganhar a confiança, sendo um meio indiscutível de socialização destas jovens", sublinha Carlos Silva. O regresso à escola das 11 alunas representa "uma adesão de 100%, entre jovens com um grau de absentismo escolar elevado".


O projecto tem a duração de dois anos, o primeiro corresponde ao 1.º e 2.º anos de escolaridade, o segundo ao 3.º e 4.º anos. "Escola no Bairro" resulta de um protocolo conjunto que envolve várias instituições: o agrupamento vertical de escolas de Olival, a equipa A do Rendimento Social de Inserção da Associação de Socorros Mútuos da Associação Nossa Senhora da Esperança de Sandim e a empresa municipal GaiaSocial.

Listas provisórias

Informam-se todos os interessados de que, segundo o aviso n.º 9730/2009, a partir desta data, são publicitadas as listas provisórias dos candidatos admitidos e ordenados e dos candidatos excluídos, com os respectivos fundamentos.

1 — As listas provisórias são organizadas por grupo de recrutamento, correspondendo, respectivamente, a educadores de infância, professores do 1.º ciclo do ensino básico e professores dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário. Dentro de cada grupo de recrutamento, as listas são organizadas por prioridade.

2 — As listas provisórias de ordenação e de exclusão encontram–se disponíveis para consulta e impressão no sítio da Internet da DGRHE.

3 — Neste mesmo sítio, estão disponíveis, para consulta e impressão, na ligação respectiva (link), os verbetes a que os candidatos têm acesso, introduzindo o seu número de candidato e respectiva palavra -chave.

4 — Para efeitos de eventual reclamação, chama -se a atenção dos candidatos para a necessidade de verificação exaustiva de todos os elementos constantes das referidas listas e dos verbetes individuais.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Associação de apoio a crianças autistas quer criar centro ocupacional



A secretária da direcção do núcleo, Susana Noronha, com dois filhos autistas, explicou à Agência Lusa que o objectivo é que «os pais possam ter um local onde deixar as filhos e onde sabem que vai haver trabalho de continuidade após a escola».

«Muitas vezes os espaços de actividades de tempos livres colocam obstáculos em receber crianças às quais foi diagnosticado autismo», revelou Susana Noronha.

A responsável adiantou que o espaço, além de albergar a sede do núcleo da APPDA, criado há dois meses, e o centro ocupacional, quer também evoluir para lar residencial.

«Pretendemos que essa valência seja uma realidade para o caso, por exemplo, de uma família ter um problema de saúde e não ter onde deixar a criança», esclareceu.

A dirigente sublinhou que a associação deseja que o centro seja de «apoio às crianças e também aos pais”, onde “possam buscar ajuda técnica profissional», além de trocarem experiências.

Oficinas de trabalho, para que crianças e jovens possam aprender um ofício e terem alguma autonomia, e colóquios nos quais pais possam aprender a melhorar a vida dos filhos estão também entre os objectivos, referiu Susana Noronha.

A coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) do Instituto Politécnico de Leiria, Célia Sousa, que colabora com a associação, explicou que existem cerca de uma centena de crianças e jovens autistas em idade escolar na região de Leiria.

Célia Sousa esclareceu que estes números se reportam à área entre os concelhos de Pedrógão Grande e Porto de Mós, onde funcionam dez unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com espectro de autismo, prevendo-se a abertura, no próximo ano lectivo, de mais dois.

A responsável do CRID, entidade que desenvolve software na área da comunicação, considera a criação de um centro ocupacional fundamental, apontando a inexistência de apoio na região para estas crianças após o horário lectivo.

«A sociedade não tem respostas para este tipo de população», declarou Célia Sousa, referindo-se ao autismo como «uma alteração que afecta a capacidade de criança de comunicar, estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a rodeia».

Por outro lado, Célia Sousa afirmou que o centro é também «importante para os pais, para descansarem, para uma vez ou outra poderem fazer coisas como os outros», como ir jantar ou passar um fim-de-semana de fora.

«As crianças com autismo são muito exigentes», realçou a coordenadora do CRID, centro que recebe por semana cerca de duas dezenas de utentes com autismo.

Sol Online

Crianças pequenas trabalham mais horas do que os adultos

Quando fez a sua tese de mestrado, a investigadora Maria José Araújo, do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, concluiu que uma criança pequena em idade escolar trabalha em média nove horas por dia, «o exacto equivalente ao trabalho profissional de vida de um adulto».
«Essas nove horas são sempre em função da matéria escolar. E mais: há pessoas que, quando eles têm um comportamento menos próprio, ainda os castigam com contas e cópias e fazer isto é o mesmo que dizer-lhes que o conhecimento é uma chatice», considerou.
Para esta especialista, depois de trabalharem as cinco horas obrigatórias curriculares na escola, as crianças deveriam apenas brincar, que «é paras elas também uma forma de adquirirem conhecimento».
«Os adultos trabalham sete horas e meia e chegam ao fim cansados. Levam trabalho para casa? Não levam!», afirmou, destacando que «há mais de 20 anos que se denuncia este excesso de trabalho e os consequentes malefícios físicos, psicológicos e morais para as crianças».
Os Trabalhos Para Casa (TPC) de Catarina, sete anos, mudaram a vida de Vanda que deixou de ter actividades com os dois filhos e amigos após o trabalho, para chegar a casa o mais rapidamente possível para a criança, diariamente, «escrever por extenso 30 números, duas ou três cópias, escrever três vezes uma determinada tabuada e ainda duas frases do dia, por exemplo».
«Era um exagero. Entrava na escola às 9h, chegava a casa às 18h e ainda ficava uma hora, uma hora e meia a fazer trabalhos. Às vezes eram dez da noite e a miúda a fazer trabalhos», contou.
Há dois meses, depois de perceber que não conseguia sensibilizar a professora, Vanda avisou que Catarina só faria os deveres que a mãe considerasse que ela deveria fazer.
No entanto, esta decisão não deixa confortável nem mãe nem filha: «Não tenho tido tanto stress, mas também não devia ser um papel meu justificar todos os dias para a escola por que é que a minha filha não fez isto ou aquilo. Por outro lado, como ela é boa aluna e muito perfeccionista, o facto de não fazer tudo o que a professora manda deixa-a angustiada».
Este ano, Mariana quase não tem trabalhos, mas a mãe recorda que no ano passado a menina estava quase nove horas entre a escola e o ATL e depois ainda gastava em casa cerca de três horas nos TPC.
«Às vezes ela já chorava e eu estava num stress tremendo», contou a mãe, salientando que este ano «é melhor, mas também está a ser mais difícil acompanhar o que ela estuda».
Álvaro Almeida Santos, presidente do Conselho das Escolas, afirma que não há nenhuma indicação expressa sobre os TPC, mas existe a «orientação tácita de que o trabalho que tenha a ver com a escola deva ser feito na escola».
Também Albino Almeida, da Confederação Nacional de Pais (Confap) destaca que «as escolas devem organizar-se de maneira a que os alunos possam realizar os trabalhos que tenham a ver com consolidação de conhecimentos, nomeadamente com o treino em matemática, cálculo e outras matérias, nas aulas de estudo acompanhado».
«As famílias não têm de fazer trabalho que compete à escola», defende, realçando que em muitos casos os TPC são mesmo Trabalho Para Casa, «porque quem executa os trabalhos são os avós e os pais ou irmãos mais velhos», o que pode representar um grande factor de desigualdade.
«Muitas das vezes os TPC exigem que os pais quase dêem aulas em casa, mas os professores não podem esquecer que temos um conjunto de pais de famílias que têm muito baixas qualificações escolares e, portanto, não têm competência para ajudar», disse, acrescentando que «como em muitos casos os TPC contam para avaliação, isto faz aumentar o fosso entre os alunos».

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Família já não é sinónimo de casamento

Esta sexta-feira comemora-se o Dia Internacional da Família. Em Portugal, já nada é como dantes. As famílias estão cada vez mais informais, há mais casamento civil do que católico e as crianças nascidas fora do casamento aumentam.
Esta "desinstitucionalização" da família começou a revelar-se na década de 90 e, segundo Sofia Aboim, socióloga do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, os dados demográficos revelam que tem vindo a acentuar-se.
Os censos de 2011 demonstrarão que a sociedade portuguesa é hoje muito diferente. Para além disso, pela primeira vez, vai ser apurado o número de casais homossexuais e a existência ou não de crianças à guarda dessas famílias. Dados fundamentais para melhor perceber as estaturas familiares portuguesas. Tanto como foram os dados relativos às famílias recompostas, apurados nos censos de 2001.
Enquanto não se realiza esse grande rastreio nacional, os investigadores socorrem-se dos dados de 2001, mas, sobretudo, dos dados demográficos anuais relativos a casamentos, divórcios e nascimentos.
"Em 2006, pela primeira vez, o número de casamentos civis foi superior ao de casamentos católicos. Isto é muito revelador", diz a investigadora, adiantando, ainda, que o número de crianças nascidas fora dos casamentos também tem vindo a aumentar.
Em 2000, por exemplo, 22% dos bebés nasceram fora do casamento e, em 2007, esse número chegava já aos 34%. Mas 80% dessas crianças nasceram de pais que viviam em união de facto. Entre as décadas de 80 e 90 o número de crianças nascidas fora do casamento "aumentou apenas 3 ou 4%".
Esta "informalização das famílias", segundo Sofia Aboim, "não tem nada de negativo". Significa, apenas, "que se banalizou a ideia de viver primeiro em união de facto e casar depois, já com filhos".
Os países nórdicos iniciaram esta nova forma de viver a família na década de 70. Em Portugal, só nos anos 90 começaram a surgir os primeiros dados a apontar nesse sentido, mas a tendência tem-se acentuado cada vez mais, sobretudo, a partir dos anos 2000.
"Há cada vez mais coabitação, há cada vez mais divórcio, há cada vez mais famílias recompostas", afirma a socióloga. O divórcio e a co-habitação já não são "estigmatizados" como o eram há 30 anos.
"É uma outra forma de ver a família. Uma forma em que o ênfase é colocado nos afectos e nas realizações individuais e não no 'ser casado'", acrescenta Sofia Aboim.
Em relação às famílias monoparentais, número que tendo em conta o aumento do divórcio, também tem vindo a subir, vai ser mesmo preciso esperar pelos resultados de 2011. Será sempre um número flutuante, por que muitas das separações acabam em novos casamentos. Nos censos de 2001, esse número rondava os 11,5% e as famílias recompostas não chegavam aos 3% do total de casais com filhos. Números que nos próximos censos deverão ser bem diferentes, uma vez que foi precisamente a partir de 2000 que mais se acelerou a mudança.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Prestações que visam a protecção das crianças e jovens com deficiência

O Diário da República publica a Portaria n.º 511/2009, de 14 de Maio, que fixa os montantes das prestações por encargos familiares, bem como das prestações que visam a protecção das crianças e jovens com deficiência e ou em situação de dependência
No artigo 5.º, relativo às prestações por deficiência e dependência, lê-se:
1 — Os montantes mensais das prestações previstas no Decreto -Lei n.º 133 -B/97, de 30 de Maio, na redacção que lhe foi dada pelos Decretos -Leis n.os 341/99, de 25 de Agosto, e 250/2001, de 21 de Setembro, no âmbito do regime geral de segurança social e do regime de protecção social da função pública, são os seguintes:
a) Bonificação por deficiência:
€ 59,48, para titulares até aos 14 anos;
€ 86,62, para titulares dos 14 aos 18 anos;
€ 115,96, para titulares dos 18 aos 24 anos;
b) O subsídio mensal vitalício é de € 176,76;
c) O subsídio por assistência de terceira pessoa é de € 88,37.
2 — Os montantes mensais da bonificação por deficiência e do subsídio por assistência de terceira pessoaprevistos no Decreto -Lei n.º 160/80, de 27 de Maio, naredacção que lhe foi dada pelo Decreto -Lei n.º 133 -C/97, de 30 de Maio, no âmbito do regime não contributivo, são de valor igual ao fixado no número anterior para as correspondentes prestações.
A presente portaria produz efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Deficientes provam que sabem dançar

Uma iniciativa diferente para pessoas diferentes. Para mostrar que podem fazer o que os outros fazem. Com limitações, claro, mas conseguem. Dançaram, divertiram-se, dezenas de deficientes, esta quarta-feira, em Vila Real.
O palco foi o centro comercial Dolce Vita Douro. Porque é um sítio movimentado e, como tal, com plateia assegurada. Nem que seja só de passagem. O Núcleo de Alunos de Engenharia de Reabilitação (NAERA) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro quis mostrar que "é possível integrar pessoas com problemas", como defendeu o membro da organização, António Ventura. Daí a iniciativa "Dançar com a diferença".
Foi de danças a tarde toda, danças para surdos e para quem anda em cadeira de rodas. Não houve cegos inscritos e, por isso, a organização puxou da criatividade e chamou outros participantes para dançarem de olhos tapados com uma venda preta. A sessão principal foi ocupada por um grupo de surdos. Vários monitores "desenharam" coreografias em que a linguagem gestual desempenhou um papel preponderante. "Importou mostrar a necessidade de se aprender esta língua, para que eles sejam mais autónomos", frisou, ao JN, Isabelle Guerbigny, monitora de dança em Oliveira de Azeméis, de origem francesa mas a residir em Portugal há 10 anos.
Para ela foi um "autêntico desafio" pois nunca tinha participado antes em semelhante iniciativa. E teve uma surpresa: "Houve alturas em que os surdos conseguiam dançar melhor que os que não o são". Porquê? "Porque apenas se concentravam no ritmo da música e nas indicações dadas". Ora, é certo que a maioria deles ouve pouco ou nada, mas conseguem sentir no corpo a vibração, quando os graves da música são fortes. Isabelle escolheu criteriosamente os sons e conseguiu os seus objectivos.
Rui Veiga, natural do Porto e a estudar na UTAD, foi "descobrir como é dançar em cadeira de rodas", realçando os méritos da iniciativa da NAERA, pelos "momentos de diversão e de integração" que foram proporcionados a quem sofre de alguma deficiência. Para a colega Alexandra Azevedo, de Santa Maria da Feira, "só é pena que não se realize com mais frequência".
Entre a assistência, Nélson Pereira, paraplégico há 20 anos e residente no Porto, fazia fotografia e relevava a "importância" de um evento, cujo slogan, "Dançar com a diferença", achou "muito bem conseguido". Açucena Mendes, de Vila Real, passava por ali e parou para ver. "É bom que os miúdos deficientes possam conviver e mostrar que conseguem fazer coisas como nós", realçou.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Perturbação Hiperactiva com Défice de Atenção: Um problema Negligenciado

Hoje publico um trabalho realizado em 2007, da autoria de Anabela Pinho, Lídia Mendes e Manuel Pereira, cujo tema é: Perturbação Hiperactiva com Défice de Atenção: Um problema Negligenciado.
Na introdução pode ler-se:
A Perturbação Hiperactiva com Défice de Atenção (PHDA) é a perturbação neurocomportamental mais frequente na criança. Afecta entre 3 a 7 % de todas as crianças em idade escolar, sendo os rapazes 4 a 9 vezes mais afectados que as raparigas.
A PHDA pode manifestar-se muito precocemente embora cause, regra geral, mais problemas na escola, pois o controlo da atenção e da actividade são de extrema importância para a aprendizagem académica e para a integração social e educativa das crianças.
O veio principal do nosso trabalho é dedicado às variáveis emocionais e cognitivas que servem de precursores das futuras aprendizagens escolares. Os professores que actuam nesta área concreta, precisam de analisar as variáveis que estão envolvidas nas aprendizagens escolares para que possam auxiliar melhor no diagnóstico clínico.
‘O processo psicodiagnóstico auxilia sobremaneira na compreensão do desenvolvimento evolutivo da criança, de suas potencialidades, da dinâmica da sua personalidade’. (ABERASTURY,1981)
De referir também que a PHDA é um distúrbio do comportamento, com uma variedade de termos a referir. Dentro do modelo biomédico, o conceito de hiperactividade varia conforme a especialidade: o neurologista vê-a como uma possível deficiência neural ou cerebral, o psiquiatra como uma excessiva actividade motora, falta de atenção e impulsividade.
O modelo comportamental define a perturbação a partir da avaliação do comportamento da criança em ambiente e situações específicas. No olhar pedagógico a hiperactividade infantil está relacionada com deficiências preceptivas, comportamentos inapropriados e dificuldades de aprendizagem.Estudos recentes utilizando novas técnicas de imagiologia funcional, tais como o Positron Emission Tomography (PET), o Single Photon Emission CT (SPECT) e a Ressonância Magnética Funcional, evidenciam consistentemente diferenças subtis na estrutura e na função cerebral de indivíduos com diagnóstico de PHDA. Estas diferenças geralmente envolvem o lobo frontal, os gânglios basais e o corpo caloso. Uma redução com base genética da disponibilidade de neurotransmissores (como a dopamina ou a noradrenalina), é apontada como poder também estar relacionada com este distúrbio comportamental.

Caminhada de solidariedade: vencer barreiras


Somos o grupo de alunos da Escola Secundária/3 Afonso Lopes Vieira que está a organizar uma caminhada de solidariedade - “Vencer Barreiras”- que irá decorrer em Leiria, no dia 24 de Maio, entre as 15 e 18 horas. Os caminhantes serão recebidos no Estádio Municipal, onde receberão uma t-shirt alusiva ao evento e terão oportunidade de fazer rastreios de Saúde, massagens em cadeira, entre outras actividades. Depois de uma sessão de aquecimento, levada a cabo por uma professora da ESEL, dar-se-á início à caminhada pelas ruas citadinas regressando novamente ao Estádio.
Esta iniciativa, inserida na Área de projecto, nasceu num grupo de alunos que convive, no seu dia a dia, com um doente neuromuscular, seu colega de turma. Elegeram a APN (Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares) como entidade a apoiar e a divulgar. As doenças neuromusculares são doenças raras, altamente incapacitantes, muito desconhecidas e caracterizam-se pela degradação progressiva dos músculos, levando a maioria dos seus portadores à necessidade da utilização da cadeira de rodas eléctricas e de outras ajudas técnicas, bem como da ajuda de terceiros para poderem levar uma vida socialmente integrada. A capacidade mental destes doentes não é afectada.
Nas últimas décadas, têm surgido um pouco por todo o mundo múltiplas associações de pais e doentes neuromusculares com o objectivo de apoiar os portadores das doenças e suas famílias. A APN – Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares foi fundada com o mesmo objectivo.
Há quem não consiga ter força nem para pedir ajuda para ultrapassar as barreiras do dia a dia. Tudo o que fazemos, para viver, depende dos nossos músculos: andar,
comer, sorrir e mesmo algo tão natural como respirar.
O coração também é um músculo, que por vezes para de funcionar num doente neuromuscular. Usa o teu para ajudar. Sê Solidário! Não fiques indiferente à diferença! Colabora, Divulga, Une-te a nós nesta Caminhada! Todos juntos fazemos a diferença para Vencer as Barreiras da indiferença.

Traz a família e os amigos e Inscreve-te num dos postos de inscrição:
Região de Turismo Leiria Fátima, ARDOG dos Marrazes, Junta de Freguesia de Leiria,
ISLA, Escola Afonso Lopes Vieira, no Leirigym, ADRM dos Milagres

Leva o teu BI e entrega “uma caminhada” para ajudar a APN.
“Solidárias saudações”
“Vencer Barreiras” da ESALV
Grupo: Ana, Andreia, Diana e Pedro
Prof. Resp. Teresa Cunha Pereira

terça-feira, 12 de maio de 2009

Uso do Magalhães pode fazer disparar casos de miopia


A utilização do computador Magalhães pode fazer disparar os casos de miopia entre as crianças devido ao tamanho do portátil e às letras muito pequenas, que obrigam a uma leitura muito próxima, alertou hoje a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
“Com o uso cada vez maior do computador e, neste caso, de um portátil que ainda é mais pequeno, com letras mais pequenas, em que se procuram distâncias de leitura cada vez mais próximas, o número de miopias com certeza vai aumentar em flecha”, disse hoje à agência Lusa Augusto Barbosa, coordenador do Grupo Português de Ergoftalmologia, da SPO.


O oftalmologista defendeu que o Governo deve informar e sensibilizar a população em geral para a importância da ergonomia visual. “Se se preocuparam em colocar o Magalhães nas escolas, também deveriam alertar para alguns cuidados a ter com o uso dos computadores, prevenindo o aparecimento de patologias do foro ocular.”


Para Augusto Barbosa, a entrega do famoso portátil deveria ser acompanhada de informação que pudesse “sensibilizar os pais para os problemas que poderá ter o uso exagerado do computador”. A SPO alerta que o uso inadequado e excessivo do computador pode afectar a visão.
“Já se fala em síndrome da visão de computador e acredita-se que o aumento da prevalência da miopia, da hipermetropia, do cansaço ocular e do olho seco está relacionado com a utilização crescente das novas tecnologias”, frisou.


Estima-se que a síndrome da visão de computador afecte mais de 70 por cento da população adulta activa da Europa. Paralelamente, alguns estudos de universidades norte-americanas apontam que cerca de 30 por cento dos jovens que passam demasiado tempo em frente ao computador estejam em risco de desenvolver problemas oculares, como olho seco, irritação ocular, cansaço, hipersensibilidade à luz, hipermetropia e miopia.


Para evitar o aparecimento das doenças oftálmicas relacionadas com os computadores, a SPO informa que o ecrã deve estar 10 a 25º abaixo do nível do olhar, a iluminação e o brilho envolventes devem ser equilibrados (evitar os reflexos), o monitor tem de estar limpo, os olhos devem estar a 50 ou 60 centímetros de distância do ecrã e fazer pausas de cinco a dez minutos por cada hora de trabalho.


“Se não se reunirem as condições mínimas para que a pessoa sofra o mínimo de efeitos secundários, a produtividade a nível laboral pode ser comprometida. E, ainda mais grave, a síndrome da visão de computador poderá vir a ser um problema de saúde pública”, acrescentou.

Pai de deficiente,entre a ternura e a revolta...


Dói e faz rir, comove e deixa-nos com a plena consciência de que só quem teve um filho deficiente profundo sabe o que sente quem tem um filho deficiente profundo. O escritor e realizador de cinema Jean-Louis Fournier foi pai de dois, e um dia sentiu-se compelido a contar a sua história. «Onde vamos, Papá?», a única frase que Thomas dizia incessantemente, serviu de título ao livro. Os capítulos são curtos, de «um humor negro entre a ternura e a revolta», como o próprio os auto-retrata, e as lágrimas enchem-nos os olhos, em simultâneo com uma gargalhada que não resistimos a soltar. Jean-Louis livra-nos da culpa de rir. Quantas vezes ouviu «Não tens vergonha, tu, o pai deles, de fazer troça de dois miúdos que nem sequer podem defender-se?». A sua resposta diz tudo: «Não. O que não invalida que tenha sentimentos.»


Quem é capaz de fazer humor e poesia do sofrimento merece todos os prémios. Jean-Louis Fournier recebeu o importante Femina 2008. Li-o no original e, ontem, dei um salto de contente quando a tradução portuguesa surgiu em cima da minha mesa, com a chancela da editora Guerra e Paz. Feliz, porque pressinto que pode ser um grito do Ipiranga para os pais de deficientes, a que a sociedade exige que colem um meio sorriso à cara e escondam os sentimentos.


Espero que este livro os autorize a sentir raiva, a perguntar «Porquê a mim, porquê a ele?», sem que ninguém se atreva a pôr em questão o seu incondicional amor pelos filhos. Espero que se sintam livres de usar a ironia para vencer a hipocrisia. Quando Fournier conta como justificou a sua recusa a dar, na rua, um donativo para crianças diminuídas, com um «Para as crianças deficientes já dei!».


Espera-se que os pais de um bebé deficiente aceitem, com alegria insista-se, o que Deus ou a sorte lhes enviou. Que suportem que os outros lhes condenem os genes. E poucos se sentiriam capazes de, como Fournier, dizer: «Não fui um bom pai. Frequentemente não os suportava. Com eles, era preciso uma paciência de santo, e eu não sou nenhum santo», para acrescentar: «Fiquei a ganhar em relação aos pais de crianças normais. Não tivemos que nos preocupar com o que fariam quando fossem grandes, porque soubemos rapidamente o que seria: nada.». De leitura obrigatória para todos.


ISABEL STILWELL


Destak, 12/05/2009, página 4.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

FESTA PIRILAMPO MÁGICO 2009 "Dá cor aos sonhos desde 1987"

Aproveito para divulgar a FESTA PIRILAMPO MÁGICO 2009 "Dá cor aos sonhos desde 1987" Projecto “Atelier de Dança” - 4ª Edição. Este projecto é dinamizado pela Professora Helena Jalles e Estudantes Finalistas do Curso de Educação Física, opção de Dança, da Universidade Lusófona de Lisboa, com o Grupo de Lazer, Cultura e Recreação da CREACIL, em parceria com os alunos com Currículo Específico Individual do Agrupamento Luís Stau Monteiro e do Agrupamento de Escolas João Villaret.

A festa vai realizar-se no dia 24 DE MAIO, no Pavilhão Bombeiros Voluntários de Loures, pelas 16 horas, para angarição de fundos para a construção do Centro de Actividades Ocupacionais

http://creacil.vndv.com/
http://creacilblog.blogspot.com/

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Reunião sobre Dislexia, em Lisboa

Tema: Dislexia: novos conhecimentos
Local: Auditório do Fórum Telecom, Lisboa
Data: 15 de Maio de 2009
Hora: 9h00

  • Na primeira parte da reunião, que conta com a colaboração de destacados especialistas na matéria, o tema das dificuldades da leitura irá ser abordado a partir de diferentes perspectivas nosológicas e nosográficas.
  • Haverá um pequeno espaço de reflexão sobre a origem das dificuldades de aquisição da leitura nos Défices Cognitivos, nas Perturbações da Linguagem, nas Perturbações do Espectro do Autismo, nas Perturbações da Atenção e nas alterações comportamentais.
  • Será apresentada, também, a partir de uma visão desenvolvimentalista, uma proposta para uma nova classificação da Dislexia.
  • Haverá, depois, um espaço de debate para a forma e o conteúdo da avaliação da leitura.
  • A última parte da reunião estará destinada, naturalmente, ao que de mais moderno se faz em intervenção.

Contactos:
Nasturtium, educação, saúde e bem estar
Apartado 35 2686-997 Sacavém
Telm.: 96 001 68 80
E-mail: geral@nasturtium.com.pt
Sítio web: www.nasturtium.com.pt

Autarquia de Viseu elimina barreiras arquitectónicas

As recentes obras de regeneração urbana do Rossio e da Avenida 25 de Abril, em Viseu, já deram muito que falar. Cortes de circulação do trânsito, inconvenientes para os peões, transtorno para os comerciantes, motivaram a fúria dos munícipes. Motivos válidos para se comentar as obras. Contudo, poucos são os viseenses que têm a real noção da transformação que está a acontecer em Viseu. Muitos se questionam sobre a sua utilidade.
Para além de obras de "embelezamento", o município está a colocar em prática um plano de "esbatimento de barreiras arquitectónico" que irá melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras de deficiência. Um plano que surge em parceria com o trabalho desenvolvido pelo Provedor do Cidadão com Deficiência do município. "No âmbito da criação do Provedor do Cidadão com Deficiência, o executivo teve formação, assim como os técnicos, ao nível da elaboração de projectos novos, de reabilitação, de eliminação de barreiras", explica o vice-presidente da autarquia, Américo Nunes, sublinhando que o executivo reuniu com diversas entidades entre elas a ACAPO antes de avançar para as obras.
Na prática, a regeneração urbana que está a ser levada a cabo prevê a construção de linhas-guias, para orientação dos invisuais em espaços públicos, criação de percurso alternativos para pessoas com mobilidade reduzida, instalação de elevadores e plataformas, nos edifícios públicos, introdução de contadores regressivos nos sistemas semafóricos e aplicação de piso pitonado junto às passadeiras. O objectivo é criar "um município cada vez mais para todos".
O Rossio é já um pequeno exemplo de regeneração urbana "inclusiva". Os invisuais ou amblíopes já têm ao dispor linhas-guias que permitem percorrer toda a praça em percursos livres. "Partimos do princípio, se não tivermos qualquer deficiência, que isto não faz a diferença, mas é extremamente difícil para um invisual ou amblíope movimentar-se por entre o mobiliário urbano", refere Américo Nunes.
As passadeiras no Rossio e na Avenida 25 de Abril foram também reforçadas com piso pitonado, também destinado a informar os invisuais da existência de uma travessia para peões.
Américo Nunes admite que é "difícil" avançar com este tipo de regeneração urbana, e alterar grande parte do planeamento da cidade, mas salienta que "não é impossível". "Já o estamos a fazer na zona antiga da cidade. Mesmo antes de haver legislação específica começamos a fazer o acerto dos passeios. Colocamos corrimões onde não é possível criar rampas. Se já conseguimos isto, penso que conseguimos expandir o plano ao resto da cidade.", defende.
O funicular não fica de fora deste projecto de integração. "Na plataforma superior do Funicular, junto ao Adro da Sé encontra-se um circuito dedicado a pessoas com dificuldades motoras A infra-estrutura incorpora ainda dois WC "completamente adaptados" a pessoas portadoras de deficiências.
O vice-presidente da Câmara nega que se tratem de obras eleitoralistas, mas sim de um plano pensado em conjunto com diversas entidades e que conta com a comparticipação de fundos europeus. "Trata-se do mérito do município. Concorreram mais de 20 câmaras e só quatro foram contempladas ", refere. No total, o Plano de Regeneração Urbana vai custar cerca de 10 milhões de euros, dos quais 70 por cento serão comparticipados. Américo Nunes prevê que todo o plano esteja cumprindo dentro de dois anos.
Novas Infra-estruturas. A acção da autarquia não pretende ficar apenas pelo centro da cidade. Segundo o vice-presidente, a autarquia pretende também inovar na integração. Para isso, vai criar jardins-sensoriais. "Este projecto permite aos invisuais ter um contacto directo com as espécies colocadas nos jardins. Serão criados percursos em que os invisuais podem tocar nas flores que se farão acompanhar de uma placa em Braille com toda a informação sobre a espécie", explica. O primeiro jardim-sensorial irá arrancar no Jardim de Santo António, mas a Câmara prevê a criação de outros no Parque Aquilino Ribeiro e na Quinta da Cruz.
Também na área desportiva o concelho vai sofrer alterações. O presidente da câmara, Fernando Ruas, anunciou na passada segunda-feira, que será construído um pavilhão para desporto adaptado. O projecto será edificado em terrenos junto às Piscinas Municipais. Fernando Ruas acredita que o novo complexo desportivo será uma mais valia não só para Viseu como para outros concelhos vizinhos onde residem vários atletas para-olímpicos.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Lojas com atendimento personalizado a públicos com necessidades especiais

No sítio da Rede Solidária, pode encontrar uma listagem dos estabelecimentos comerciais que, de acordo com a Lei n.º 33/2008, de 22 de Julho, providenciam atendimento personalizado a clientes com deficiência visual.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Feira Internacional de Ajudas Técnicas e Novas Tecnologias para Pessoas com Deficiência

A AJUTEC - Feira Internacional de Ajudas Técnicas e Novas Tecnologias para Pessoas com Deficiência realiza-se de 7 a 10 de Maio de 2009 na EXPONOR. O maior evento nacional deste sector assume-se como a mostra de lançamento em Portugal das mais recentes novidades.
Para além da exposição de dezenas de stands, decorrem actividades paralelas em que o visitante poderá participar.

Actividades Paralelas:

Actividades Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão

Local: Pavilhão 4, Stand C50
7 de Maio
Terapia pela Dança
8 de Maio
Grupo Postural Terapia pela Música
9 de Maio

Grupo Postural Terapia pela Música
11h00: Aplicação das Tecnologias de ponta em boas práticas de MFR
14h30: Reabilitação pelo movimento. Todos em Movimento
15h30: Abordagens multidisciplinares inovadoras em MFR
Jornadas de Enfermagem
Organização: Formasau / Revista Sinais Vitais
Data: 8 e 9 de Maio
Direitos e Deveres da Pessoa com Deficiência - Conhecer para Agir
Este seminário vai abordar um conjunto de directivas legais que sustentam os direitos da pessoa com deficiência.
Destinatários: público em geral
Organização: Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares
Data: 9 de Maio, 10h30
Inscrições: info@apn.pt 226 160 568 966 264 766
Cuidar de quem cuida - Formar e informar
Este seminário tem como objectivo informar os cuidadores e doentes neuromusculares sobre os princípios de ergonomia, técnicas de posicionamento e técnica de transferências, através de uma abordagem teórico-prática.
Destinatários: doentes, familiares e cuidadores de doentes neuromusculares
Organização: Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares
Data: 9 de Maio, 14h30
Inscrições: info@apn.pt 226 160 568 966 264 766

Dor na coluna? Saiba o que um fisioterapeuta pode fazer por si!
Organização: Associação Portuguesa de Fisioterapeutas
Data: 9 e 10 de Maio

A abordagem centrada na pessoa com demência
Organização: APFADA - Delegação Norte
Data: 9 de Maio, das 15h00 às 18h00

Negligência contínua atinge 10 mil crianças

As Comissões de Protecção acompanharam em 2008 mais de 65 mil crianças e jovens em risco, com especial incidência para as idades entre os 6 e os 14 anos, segundo o relatório anual da Comissão Nacional.
A negligência continua a ser a principal problemática nos processos instaurados, com 10205 casos (36,5% do total), seguida da exposição a modelos de comportamento desviante (16,8%), abandono escolar (14,6%), maus tratos psicológicos/abuso emocional (12,9%), e maus tratos físicos (7,4%).
O relatório anual do trabalhodas 282 Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) em todo o país, divulgado ontem pela Lusa, revela que em 2008 foram instaurados 29.279 processos, menos 0,9% do que em 2007.
As CPCJ acompanharam ainda outros processos que transitaram de anos anteriores ou foram reabertos, pelo que o volume global atingiu 66.659 processos, envolvendo 65.887 crinças e jovens.
A maioria das crianças pertence ao sexo masculino, com 53,1% das sinalizações. O escalão etário mais representativo é dos 11 aos 14 anos (27,6%), seguido do dos 6 aos 10 anos (25,3%) e do dos 15 aos 17, com 18,5%. O grupo dos 0 aos 2 anos representou 15,2%.
Na faixa dos 0 aos 5 anos, a problemática prevalecente é a negligência, com 4236 casos (53,5%), seguida da exposição a modelos de comportamento desviante (18,1%) e maus tratos psicológicos/abuso emocional (15%).
Entre os 6 e os 10 anos, é a negligência a problemática mais diagnosticada em 40,6% (2858) dos casos, seguida dos maus tratos psicológicos/abuso emocional (16,2%), exposição a modelos de comportamento desviante (15,6%), maus tratos físicos (9,6%) e abandono escolar (8,8%).
Na faixa dos 11 aos 14 anos a negligência apresenta maior relevo, com 2129 casos (27,9%), seguida do abandono escolar (24,4%), exposição a modelos de comportamento desviante (16,9%), e mau-tratos psicológicos/abuso emocional (9,9%).
Nos jovens com mais de 15 anos, o abandono escolar regista um valor superior às restantes problemáticas, com 29,9%.
À semelhança de 2007, a grande maioria das medidas aplicadas pelas CPCJ corresponde a medidas em meio natural de vida (92,9%), registando-se um reforço do predomínio da medida de apoio junto dos pais (80,7% dos casos).
Por outro lado, o relatório revela que a maioria das crianças e jovens com processos instaurados, ou seja 14.874 (78,3%), frequenta o ensino regular sem apoio educativo. Relativamente aos processos instaurados, o relatório indica que as sinalizações foram essencialmente escritas (71,2%) e realizadas pelos estabelecimentos de ensino, seguidos das autoridades policiais.