Os profissionais de educação têm medo de denunciar os casos que testemunham de discriminação negligência e maus-tratos sobre alunos com necessidades educativas específicas.
É uma das conclusões do inquérito realizado pelo Movimento por uma Inclusão Efetiva a que a Renascença teve acesso.
Segundo o estudo, 60% dos inquiridos admitem não denunciar casos, para não serem prejudicados.
A representante do Movimento por uma Inclusão Efetiva Filipa Nobre explica, à Renascença, que os profissionais estão condicionados "pela fragilidade da sua posição", porque "não têm apoio da direção ou da escola que integram".
"No fundo, acabam por ficar isolados naquilo que é uma luta solitária, que não devia ser. Ao fazer a denúncia, ficam fragilizados e costumam ser encostados", aponta.
Filipa Nobre diz que metade dos inquiridos que denunciam os casos de maus-tratos sobre os alunos com necessidades educativas especiais fazem-no junto das direções escolares, mas sem grande efeito prático.
A representante refere que é preciso questionar os diretores para "perceber o que se passa". "Se eles têm o poder para avaliar, monitorizar, fiscalizar, então que o façam", apela.
Cerca de 30% dos mais de 400 inquiridos admitiram que já presenciaram situações de maus-tratos. Os casos denunciados incluem maus-tratos sobre os alunos e situações de negligência.
Filipa Nobre alerta que muitos destes casos acontecem por "falta de recursos" e também há "alguma violência física de profissionais que são agressivos fisicamente e verbalmente".
As conclusões deste inquérito vão ser apresentadas formalmente este sábado, em Lisboa, no primeiro encontro promovido pelo Movimento por uma Inclusão Efetiva e depois vão ser remetidas ao Ministério da Educação e aos diferentes grupos parlamentares.
Outro inquérito do Movimento por uma Inclusão Efetiva, em abril, concluiu que o medo de represálias faz com que também os pais de crianças com necessidades educativas especiais se calem, face aos casos de discriminação nas escolas.
Fonte: RR por indicação de Livresco
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