sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Investigação sobre autismo vence prémio

A investigação sobre autismo do médico e investigador Miguel Castelo-Branco foi distinguida, esta quarta-feira, com o Prémio Bial de Medicina Clínica no valor de 100 mil euros. Partindo do conceito neurodiversidade, o galardoado evidenciou ser necessário ter em conta marcas únicas no cérebro para se desenvolverem tratamentos personalizados e ajustados a cada pessoa com autismo.

A obra "Os desafios da Neurodiversidade: um percurso na área da medicina personalizada e de investigação no autismo" de Miguel Castelo-Branco foi a vencedora do Prémio Bial de Medicina Clínica 2022. O autor é coordenador científico do Coimbra Institute for Biomedical Imaging and Translational Research (CIBIT/ICNAS) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

A Fundação Bial sublinhou que o trabalho premiado representa "uma visão de 15 anos de percurso na investigação básica e clínica na área do neurodesenvolvimento, em particular no autismo, influenciada pela história pessoal do autor, pai de um jovem com esta condição, com responsabilidades associativas e federativas", pode ler-se numa nota enviada às redações. (...)

Segundo o júri, o trabalho premiado "reflete um percurso de vida dedicado à investigação, alicerçado na história pessoal do autor, que contribuiu substancialmente para a compreensão da dualidade saúde/doença, permitindo o desenvolvimento de tratamentos personalizados de forma a melhorar competências sociais e de regulação emocional no autismo".

A investigação procurou mostrar como, apesar das semelhanças entre indivíduos, o cérebro humano transporta marcas únicas que ditam manifestações biológicas e comportamentais muito diferentes, apontando para a necessidade de se desenvolverem tratamentos diferenciados e ajustados a cada pessoa. Foram realizados diversos ensaios clínicos, usando fármacos, mas também outras terapias, sobretudo interfaces homem-máquina e jogos imersivos, para tentar melhorar o reconhecimento de emoções, a regulação emocional e a ansiedade em pessoas com autismo.
(...)

Fonte: JN

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