segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Crianças com ansiedade e depressão estão a chegar aos hospitais e falta capacidade de resposta

Das perturbações de ansiedade às alterações do comportamento ligadas ao sono e ao apetite, passando, nos casos mais graves, pela ideação suicida ou pelos comportamentos auto-lesivos, a pandemia está a fazer aumentar a procura de cuidados pedopsiquiátricos. No Centro Hospitalar Universitário do Porto, que engloba o Hospital de Santo António, houve um aumento dos episódios de urgência superior a 95%, entre Março e Maio deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2019.

Este aumento, que surge depois de o número absoluto de episódios de urgência psiquiátrica ter descido quase para metade na fase inicial da pandemia, sente-se em todo o país. E o mais grave, como sublinha Pedro Caldeira, director de pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, é que os serviços não estão preparados para responder a este aumento da procura. Resultado: os tempos de espera para uma consulta da especialidade estão a agravar-se. “Para a primeira infância, o tempo médio de espera é agora de dois meses, quando foi sempre abaixo de um mês. Para a segunda infância, são três a quatro meses e, para a adolescência, são mais quatro a cinco meses”, precisa o pedopsiquiatra, confirmando que às urgências do Dona Estefânia (que funcionam 24 horas por dia e sete dias por semana, e para onde confluem também os doentes do Algarve e do Alentejo) “estão a chegar cada vez mais miúdos na segunda infância, em idade escolar, com quadros de ansiedade e depressão, à semelhança dos adolescentes”. (...)

Fonte: Público

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