segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Os vícios do recrutamento de professores pelas escolas

Muito se tem falado sobre o processo de recrutamento de professores, levando vários comentadores a defenderem, talvez por desconhecimento do mecanismo, a descentralização deste processo, remetendo-o para a esfera da autonomia das escolas. O texto noticioso seguinte é elucidativo dos extremismos e do clientelismo que se pode instalar com a descentralização do processo de recrutamento.

Escolas estão a contratar diretamente para horários incompletos, mas alguns critérios são criticados até por diretores.

Para dar aulas de Educação Visual ao ensino básico é preciso ter "obras publicadas, no regime de autor ou coautor, de caráter pedagógico ou científico". Este é um dos requisitos definidos por uma escola de Paços de Ferreira para contratar um professor num horário anual com sete horas semanais de aulas. Outra escola, em Odemira, precisa de alguém que tenha formação na disciplina de Espanhol para dar aulas de... Matemática.

Estranho? Para Arlindo Ferreira, professor e blogger que tem denunciado contratos suspeitos ou curiosos, alguns pedidos "parecem feitos para que a vaga seja ocupada por alguém conhecido".

Para os dois representantes das associações de diretores de escolas, estes problemas ficariam resolvidos se o Ministério da Educação e Ciência (MEC) tivesse aprovado as reconduções de contratados propostas pelas escolas no início do ano. Ou então, dando liberdade para contratar diretamente sem necessidade de concurso público.
 
In: DN

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