sábado, 31 de dezembro de 2011

Porto tem livros falados para deficientes visuais


Porto tem livros falados para deficientes visuais

Está agora disponível no Porto um serviço que promete facilitar a vida dos cidadãos portadores de deficiência visual. Trata-se da Biblioteca Sonora Digital, um repositório eletrónico, acessível online, de livros falados ou áudio livros.

Os livros são produzidos e disponibilizados pela Biblioteca Sonora, parte integrante da Biblioteca Pública Municipal da cidade invicta, e o acesso a eles é totalmente gratuito, embora seja restrito a invisuais e amblíopes, nos termos da lei.
 
Em comunicado divulgado no seu site oficial, a autarquia frisa que "esta valência de disponibilização de livros falados em suporte eletrónico, designadamente na interação com o sistema integrado de gestão das bibliotecas, é pioneira em bibliotecas públicas portuguesas".
 
De acordo com a Câmara Municipal, este é "mais um passo na modernização dos serviços e na aproximação aos utilizadores, garantindo bibliotecas municipais inclusivas".
 
A pesquisa das obras disponibilizadas em formato áudio digital pode ser realizada através do catálogo público de acesso online das Bibliotecas Municipais do Porto, mais especificamente no separador de "Braille e Áudio", criado de acordo com as diretivas para a acessibilidade do conteúdo na Web.
 
Os utilizadores podem aceder diretamente aos conteúdos áudio existentes tendo a oportunidade de descarregar, de forma imediata, o ficheiro áudio e de guardá-lo para o ouvirem em qualquer momento.
 
O projeto, promovido pelo Pelouro do Conhecimento e Coesão Social do município, conta já com algumas dezenas de obras em suporte digital. Porém, a Biblioteca Sonora é atualizada semanalmente e, até Março de 2012, estima-se que possam ser disponibilizados cerca de 500 títulos, o que corresponde a um total de mais de 2.500 horas de gravação.
 
Clique AQUI para aceder ao catálogo público das Bibliotecas Municipais do Porto.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Medidas de educação especial e cursos de educação e formação (CEF)


Por vezes sou confrontado com questões relativas aos alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente (NEE) que integram cursos de educação e formação (CEF). Perante estas questões, muitas das vezes as respostas surgem um pouco por impulso. De facto, aquando da publicação e da implementação do articulado do Decreto-lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio (Decreto-lei n.º 3/2008), houve alguma precipitação na sua interpretação. Incluo-me nesse grupo. Fruto de algumas reflexões, análises e analogias, os conceitos foram-se amadurecendo e clarificando. São essas reflexões, fundamentadas, mas sem qualquer cariz dogmático, que procuro partilhar com os colegas de educação especial, em particular, e com todos os visitantes, em geral.
Relativamente à temática que despoletou a elaboração deste texto, começo por referir que o universo dos apoios especializados, a prestar no âmbito da educação especial, abrange a educação pré-escolar e os ensinos básico e secundário dos setores público, particular e cooperativo. Depreende-se que todas as crianças e todos os alunos que se encontrem a frequentar estes níveis educativos podem, mediante a sua caracterização, ser abrangidos pelas medidas educativas, uma vez que o Decreto-lei n.º 3/2008 não consagra quaisquer restrições quanto aos destinatários. Neste universo incluem-se, naturalmente, os alunos que frequentem CEF.
Assim, na eventualidade de haver alunos com NEE a frequentar um CEF, estes podem, mediante a amplitude das medidas definidas, usufruir do apoio por um docente de educação especial. A título de exemplo, um aluno surdo ou invisual integrado num curso CEF deverá, provavelmente, beneficiar de apoio por parte de um docente de educação especial.
No entanto, perante determinadas situações, existem alguns condicionalismos, sobretudo ao nível das medidas aplicáveis aos alunos com NEE que se encontrem a frequentar um CEF.
O documento publicado pela Direção Regional de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT), intitulado “Novas Oportunidades – Cursos de Educação e Formação de Jovens”, reitera que os alunos com NEE que integram turmas CEF podem ser abrangidos por medidas educativas definidas no Decreto-Lei nº 3/2008, mas restringe-as ao apoio pedagógico personalizado, às adequações no processo de avaliação e às tecnologias de apoio (p. 5).
Relativamente à medida de currículo específico individual, em síntese, esta medida pressupõe alterações significativas no currículo comum e, consequentemente, no processo de avaliação. A informação resultante da avaliação expressa-se de forma quantitativa e/ou qualitativa acompanhada sempre de uma apreciação descritiva sobre a evolução do aluno. No final da frequência do percurso escolar, o aluno tem acesso a um certificado de equivalência à escolaridade obrigatória para efeitos de ingresso no mercado de trabalho (cf. Despacho Normativo n.º 1/2005, de 5 de janeiro, com a última alteração introduzida pelo Despacho Normativo n.º 14/2011, de 18 de novembro).
Penso que, por lapso, o documento não menciona a medida de adequações no processo de matrícula. No entanto, considero que esta medida, em determinadas situações, pode ser aplicada. Desde logo, canalizando os alunos com NEE para escolas de referência ou unidades de ensino estruturado fora do local de residência. Por outro lado, tendo-se garantidos a aprovação e o funcionamento do mesmo CEF por vários anos letivos, poder-se-á aplicar a matrícula por disciplina. Trata-se de uma mera possibilidade, aparentemente com pouca viabilidade.
No entanto, o documento citado prevê bastantes limitações aos alunos que usufruam da medida de adequações curriculares individuais. Os alunos com NEE “com Adequações Curriculares Individuais (Consideráveis) (…) deverão manter-se na escola a frequentar o regime educativo comum, sem prejuízo da obtenção de habilitações académicas. Caso estes alunos frequentem um CEF obterão somente um certificado de frequência do curso que poderá ter uma avaliação qualitativa.” (p. 5). Ao mencionar as adequações curriculares individuais, o autor acrescentou, entre parêntesis, o termo “consideráveis”. Sabe-se, de antemão, que as adequações curriculares individuais não podem pôr em causa as competências de final de ciclo. Por analogia, nos CEF, as adequações curriculares individuais também não podem hipotecar o desenvolvimento das competências de final do curso, sobretudo às disciplinas de português e de matemática, como veremos a seguir. Penso que esta tentativa de clarificação não contribuiu para esclarecer o que se pretende exatamente.
Como já referi num texto publicado anteriormente (Medidas de educação especial no âmbito dos percursos curriculares alternativos e dos cursos de educação e formação), o CEF é desenvolvido por uma equipa pedagógica, à qual compete a organização, a realização e a avaliação do curso, nomeadamente, o acompanhamento do percurso formativo dos formandos, promovendo o sucesso e, através de um plano de transição para a vida ativa, uma adequada inserção no mercado de trabalho ou em percursos subsequentes. O currículo tem por base as competências essenciais do ciclo a que se reporta, devendo, no entanto, ser adequado às características e às limitações dos alunos, um pouco à semelhança das adequações curriculares individuais, no âmbito da educação especial. Sendo assim, por princípio, atendendo à flexibilidade preconizada na definição do currículo, a medida de adequações curriculares poderá não se aplicar.
No entanto, existem constrangimentos que é necessário prever e ultrapassar. O currículo dos CEF prevê que o programa de português e de matemática seja comum ao ciclo a que se reporta o curso, pois, na eventualidade dos alunos querem prosseguir estudos, devem obrigatoriamente realizar os exames nacionais às referidas disciplinas.
Para os alunos com NEE, em geral, que, ao longo do seu percurso educativo, tenham tido adequações curriculares individuais com adequações no processo de avaliação, é prevista a possibilidade de realizarem exames a nível de escola para conclusão do 3º ciclo, não sendo a sua realização impeditiva do prosseguimento de estudos de nível secundário (cf. n.º 18.3 do Anexo II, do Despacho Normativo 19/2008, de 19 de março, com a última redação introduzida pelo Despacho Normativo n.º 7/2011, de 5 de abril).
Ao nível das adequações curriculares individuais, o documento publicado pela DRELVT introduz uma discricionariedade clara perante, aparentemente, a mesma realidade, uma vez que, quer os alunos integrados num CEF, quer os alunos do regular, estão perante o mesmo currículo e não têm as mesmas condições de acesso ao sucesso nas disciplinas de português e de matemática, nem a mesma possibilidade de prosseguir estudos.
Embora tenha focado a reflexão nos alunos com NEE integrados em CEF, as proposições aplicam-se também aos alunos enquadrados em turmas de percursos curriculares alternativos (PCA), uma vez que ambos os cursos assentam na mesma filosofia.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Epiléticos terão de ir a juntas médicas para manterem isenção nas taxas moderadoras

Neurologista diz que o novo regime vai implicar a "burocratização" do sistema atual, obrigando doentes a ir a juntas médicas. As novas regras vão entrar em vigor no próximo dia 1 de janeiro. 


O novo regime de taxas moderadoras vai "burocratizar muito" os pedidos de isenção para os doentes com formas graves de epilepsia, obrigando-os a requerer uma junta médica para a avaliação da sua incapacidade, critica o presidente da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE), Francisco Sales. "Os doentes vão ter que ir ao médico ou ao delegado de saúde para pedir uma junta médica e solicitar vários relatórios. Imagine-se a burocratização que isto vai implicar", lamenta o neurologista, que estima em cerca de 20 mil as pessoas com formas crónicas e graves de epilepsia em Portugal.

"São doentes que não respondem à medicação e têm crises com frequência. E que, quando têm crises no meio da rua, quase são obrigados a ir às urgências pelas pessoas que os socorrem. Vão ter que pagar taxas moderadoras? Isto é um bocado perverso", defende Francisco Sales. Existem 50 mil a 60 mil pessoas com epilepsia em Portugal.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Linha de brinquedos portugueses para crianças invisuais


Peças foram testadas por crianças do distrito de Aveiro.

São brinquedos coloridos, com texturas e materiais diferentes, que foram concebidos “expressamente a pensar em crianças com dificuldades visuais”, explica Leonor Pereira, mestre em Engenharia Têxtil pela Universidade do Minho (UMinho), que desenvolveu a dissertação «Design Inclusivo: Tocar para Ver – Brinquedos para Crianças Cegas e de Baixa Visão».

Esta linha de divertimentos infantis visa ajudar as crianças a interagir de forma saudável com os restantes colegas. “É incluí-las a todos os níveis, proporcionar-lhes maneiras de brincar, conviver e interagir entre as duas realidades”, explica. Não basta criar peças de ‘design’ por si só, esclarece Leonor Pereira, que é professora do ensino básico há vários anos. O objetivo principal é conceber produtos com qualidade estética e tátil, que visa proporcionar uma maior integração das crianças com problemas visuais no meio envolvente.
O desenvolvimento da motricidade fina e da perceção de texturas por parte das crianças envolvidas é notório: “São brinquedos que elas podem explorar com as mãos, descobrindo as diferentes texturas, reconhecendo as formas, os pormenores, as semelhanças e as diferenças, bem como estimular a coordenação e a integração dos sentidos”.

Estas peças foram testadas por crianças de um jardim de infância do distrito de Aveiro, com idades compreendidas entre os três e seis anos. O feedback foi “muito positivo” e os resultados decorrentes desta nova forma de inclusão social foram vantajosos: “A interação entre as crianças foi extremamente engraçada e enriquecedor verificar que elas perceberam o sentido da brincadeira e partilharam a mesma experiência que as restantes”, certifica a professora.
As peças foram construídas com base nas texturas, relevos e cores recorrendo, por isso, a diferentes malhas e bordados, percetíveis através do tato. Leonor Pereira aproveita para referir a escassez de brinquedos adaptados, obrigando os educadores a construir do zero objetos didáticos, sem terem muitas vezes formação para tal. A comercialização é uma possibilidade: “Ficamos com uma forte vontade de concretizar este projeto e torná-lo mais real, à disposição de todos”, assinalou ainda.

A pouca formação dos professores relativamente à educação especial é uma das críticas apontadas pela antiga aluna da UMinho. “É muito difícil conseguirmos perceber as necessidades das crianças cegas, autistas ou surdas. Temos sempre o apoio dos professores do ensino especial, que trabalham especificamente com eles, mas nem sempre é suficiente”, explica.

A formação inicial, a aposta em equipamentos e a adaptação dos espaços nas escolas são algumas das sugestões. Esta não é, segundo Leonor Pereira, uma sociedade completamente inclusiva, porque ainda há muitas barreiras: “As crianças com deficiências não usufruem das mesmas oportunidades do que as restantes”, conclui.

Matosinhos: Restaurantes terão ementas em Braille


A partir do próximo mês, os restaurantes da cidade de Matosinhos vão tornar-se mais acessíveis às pessoas com deficiência visual. Tudo graças a uma iniciativa que passa pela transcrição para Braille das ementas de cerca de 30 estabelecimentos hoteleiros especializados em peixe e marisco, anunciou a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
 
A ação está a ser promovida por esta entidade em parceria com a Associação dos Restaurantes de Matosinhos (ARM) e será lançada no Dia Mundial do Braille, que se assinala a 4 de Janeiro, com um jantar especial num dos restaurantes aderentes, o Dom Peixe.
 
À Lusa, o presidente da ARM explicou que o projeto surgiu em consequência da vontade de "elevar o nível dos restaurantes associados, melhorando o atendimento que é prestado" a estes clientes.
 
"Para nós, esta iniciativa inovadora faz todo o sentido e se ajudar a que outros restaurantes sigam o exemplo, melhor", afirmou Rui Sousa Dias.
 
As cartas em Braille estarão disponíveis em restaurantes nas freguesias de Matosinhos, Perafita e Leça da Palmeira.

Os estabelecimentos aderentes são os seguintes: O Filipe, Rei da Sardinha Assada, Casa da Boa Gente, SegundaCasa, Doca X, Dom Peixe, Sempr’Assar, O Valentim, Cais 51, Tito I, Tito II, O Lusitano, S.Valentim, Palato, O Xarrôco, Lage do Senhor do Padrão, Trás D’Orelha, Salta-Ó-Muro, D. Zeferino, O Gaveto, O Manel, A Marisqueira de Matosinhos e O Iate. O Arquinho do Castelo, Os Rapazes e Jácome, A Casinha e Veleiros.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Revogação do documento Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais


Pelo Despacho 17169/2011, publicado hoje em Diário da República, o Ministro da Educação procede à revogação do documento Currículo Nacional do Ensino Básico. Pode ler-se no normativo:
a) O documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixa de constituir documento orientador do Ensino Básico em Portugal;
b) As orientações curriculares desse documento deixam de constituir referência para os documentos oficiais do Ministério da Educação e Ciência, nomeadamente para os programas, metas de aprendizagem, provas e exames nacionais;
c) Os programas existentes e os seus auxiliares constituem documentos orientadores do ensino, mas as referências que neles se encontram a conceitos do documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixam de ser interpretados à luz do que nele é exposto;
d) Os serviços competentes do Ministério de Educação e Ciência, através da Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário, irão elaborar documentos clarificadores das prioridades nos conteúdos fundamentais dos programas; esses documentos constituirão metas curriculares a serem apresentadas à comunidade educativa, e serão objecto de discussão pública prévia à sua aprovação.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Feliz Natal e próspero ano de 2012!

Caros amigos e visitantes

Nestes tempos de acentuada instabilidade social e profissional, a época natalícia acaba por se impor emocionalmente e adiar, ainda que provisoriamente, os pensamentos menos positivos.
Desejo a todos um Feliz Natal e um próspero ano de 2012...

Abraço
João Adelino

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Em breve será possível dar ordens com o pensamento


Em breve será possível dar ordens com o pensamento

Numa edição especial dedicada às tecnologias que serão comercializadas nos próximos cinco anos, o departamento de investigação da IBM prevê que em 2017 o homem terá a tecnologia capaz de interpretar ordens emitidas apenas com o pensamento.
Tal com hoje em dia é possível, por exemplo, ativar chamadas telefónicas através da voz, a IBM afirma que dentro de cinco anos será possível realizar tarefas como acender as luzes de casa ou utilizar o computador, apenas com o pensamento. Isto graças a sensores especiais que interpretam a atividade elétrica do cérebro.

"Ler a mente foi meramente uma ilusão para os fãs da ficção científica durante décadas, mas o seu desejo pode tornar-se realidade em breve", diz a IBM num breve vídeo sobre esta inovação.
"Os cientistas da IBM estão entre aqueles que investigam a forma de vincular o cérebro com o resto dos dispositivos, como um computador ou um smarthphone", continuou.

Segundo o artigo publicado no site da IBM Research pelo cientista Kevin Brow, este tipo de tecnologia pode mesmo ser usada na reabilitação de pessoas com lesões ou deficiências cerebrais.
Brown deu o exemplo da tecnologia Emotiv [na foto] que ele próprio desenvolveu para ajudar um amigo paralisado e que, em poucos segundos, deu ao doente autonomia para utilizar um computador apenas com ordens cerebrais.

Outras previsões para 2017
Outra previsão relevante da empresa para os próximos cinco anos é o desenvolvimento de tecnologia capaz de produzir energia elétrica a partir de qualquer tipo de movimento - tanto das pessoas a caminhar, a andar de bicicleta e até a partir do fluxo de água nas canalizações.
Para 2017, a empresa prevê ainda a diminuição do fosso digital entre ricos e pobres graças aos smartphones que irão reduzir o fenómeno da infoexclusão fazendo com que a informação seja acessível a todos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Solidariedade ajuda menino com espinha bífida


Solidariedade ajuda menino com espinha bífida

Graças a uma onda de solidariedade, um casal de desempregados de Oliveira do Bairro conseguiu reunir os equipamentos necessários para a mobilidade do filho de três anos que nasceu com espinha bífida. Mariana e Johnny conseguiram finalmente os fundos necessários para a aquisição destas peças que proporcionarão a Jesus uma vida melhor.

Com 71% de incapacidade motora mas uma capacidade cognitiva bem desenvolvida, Jesus precisava de “uma cadeira de rodas, de uma cadeira de banho e de uma standing-frame” para conseguir levar uma vida independente, movimentando-se sem restrições, conta Mariana Corser, mãe de Jesus.

“O que queremos é fortalecer a sua boa capacidade cognitiva, proporcionando-lhe uma vida o mais normal possível apesar das suas limitações motoras”, diz Johnny Fernandes, pai do menino.

A campanha “Umas Rodas para Jesus”, levada a cabo desde Maio no blogue que o casal criou para dar a conhecer a história do filho, não foi o suficiente para a realização deste desejo do casal. Em novembro, contudo, ganhou velocidade graças ao apoio do infantário que o menino frequenta.

“Com estes equipamentos, se o Jesus quisesse um objeto, ia conseguir adquiri-lo. Com a cadeirinha ia poder movimentar-se e se quisesse um carrinho, um jogo ou uma caixinha de lápis ia conseguir ir buscá-los. E isso é uma maravilha porque não implica uma dependência dos outros”, explica Catarina Almeida, Diretora Técnica do Infantário Frei Gil.

Em pouco mais de um mês - ainda com a ajuda de um banco, de uma cadeia alimentar de supermercados e o contributo de muitos outros cidadãos - foi possível garantir todos os equipamentos a Jesus.

“Somos pessoas de força, que lutam e acreditam e isso foi determinante no modo como a sociedade portuguesa reagiu e ajudou o Jesus”, afirma a mãe do menino.

As três peças prometidas ao casal já se encontram a caminho, mas a campanha ainda continua de pé. O objetivo é angariar fundos que financiem as despesas médicas de Jesus nos próximos anos. Por agora, o casal, com outros dois filhos, pede só mais um desejo para que este Natal seja mesmo perfeito: “Que os dois arranjemos um emprego”.

Clique AQUI para aceder ao blogue do menino.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Conclusões do Encontro de Jovens com NEE

A European Agency for the Development of Special Needs publicou as conclusões do Encontro de Jovens com NEE e os seus pontos de vista quanto à educação inclusiva, que teve lugar em Bruxelas, em Novembro passado.
Para aceder à página, aqui.

Formação de Professores para a Inclusão em toda a Europa

Os objetivos deste relatório são: fornecer uma síntese das tendências de nível nacional, semelhanças e diferenças com informações contextuais relevantes e informações de suporte de outros projetos, da revisão da literatura e de visitas de estudo país; identificar as principais questões e desafios comuns para os decisores políticos e inicial de professores da educação (ITE) e instituições para a formação de professores para a inclusão em diferentes contextos políticos nacionais; disseminar informações sobre inovações e abordagens para superar os obstáculos à política de mudança e prática de formação de professores; identificar recomendações para formação inicial de professores e para a política mais ampla de educação, apoiada pela evidência de informações a nível europeu e nacional e projeto de pesquisa.
Para aceder ao relatório, aqui.

Acção de sensibilização: Acessibilidade - Segurança e Evacuação das Pessoas com Deficiência


No âmbito da sua missão e  da  promoção   dos direitos das pessoas com deficiência, o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. (INR, IP),   vai promover no próximo dia 28 de Dezembro, em Lisboa, no Auditório do INR, I.P., pela primeira vez, uma acção de sensibilização, no âmbito da Acessibilidade - Segurança e Evacuação das Pessoas com Deficiência.
Esta acção tem como objectivos:
  • Sensibilizar para os problemas específicos que se colocam às pessoas com deficiência em situação de emergência;
  • Identificar riscos específicos que se colocam às pessoas com diferentes tipos de funcionalidade;
  • Identificar estratégias de prevenção e de actuação;
  • Identificar formas de actuação correctas e eficazes no apoio às pessoas com deficiência;
  • Identificar aspectos técnicos relevantes, em projectos de segurança, que tenham em conta as pessoas com deficiência e suas necessidades.
A acção de sensibilização é gratuita,  confere certificação  e tem um número limitado de 18  formandos.
Pode inscrever-se utilizando a ficha de inscrição e enviando-a para:maria.m.monteiro@inr.mtss.ptsusana.m.guia@inr.mtss.ptfátima.alves.silva@inr.mtss.pt ou inr@inr.mtss.pt , até ao dia  21 de Dezembro.
In: INR

sábado, 17 de dezembro de 2011

O que determina a memória de curto prazo?


Pela primeira vez, cientistas do Instituto Nencki de Biologia Experimental da Academia Polaca de Ciências em Varsóvia conseguiram provar experimentalmente que a capacidade de memória de curto prazo depende de um modo especial de dois ciclos da atividade elétrica cerebral.
A memória de curto prazo desempenha um papel crucial no funcionamento de nossa consciência. Um ser humano consegue processar conscientemente de cinco a nove partes de informações simultaneamente. Em 1995, cientistas da Universidade de Brandeis, em Waltham, USA, sugeriram que a capacidade de memória de curto prazo poderia depender de duas bandas de atividade elétrica cerebral: as ondas Teta e Gama. No entanto, só agora, através de experiências conduzida no Instituto Nencki, foi possível provar que realmente existe essa relação.

De acordo com a notícia avançada pelo Instituto Nencki, no exame de eletroencefalografia (EEG) que os cientistas efetuaram, foram colocados vários elétrodos na cabeça do paciente. Os sinais elétricos do cérebro gravados mostram ondas de diferentes frequências, como as ondas Teta com frequência de 4-7 Hz e as Gama com frequência de 25-50 Hz. Estas ondas são usadas para reter informações no cérebro. Os investigadores observaram então que a amplitude das ondas Teta e Gama aumentou quando as pessoas foram obrigadas a armazenar mais informações na memória a curto prazo.

O psicólogo Jan Kamiński, autor principal das experiências, explica que “a hipótese formulada por Lisman e Idiart em 1995 assume que somos capazes de memorizar tantos ‘pedaços’ de informações quanto mais ciclos Gama existirem para o ciclo Teta. A investigação até à data apenas apoiava indiretamente esta hipótese”.

Um ‘pedaço’ da informação refere-se à sua proporção na memória, pode ser um número, uma letra, ideia, situação, imagem ou cheiro. “Ao criar experiências sobre a capacidade de memória é preciso ser cuidadoso para não tornar demasiado fácil para o assunto agrupar muitos ‘pedaços’ só num”, sublinha Jan Kamiński. E exemplifica: “ A sequência de números 2, 0, 1, 1 é fácil de agrupar no número correspondente ao ano em curso. Em vez de quatro ‘pedaços’ de informação passamos a ficar com apenas um”.
Interpretar o comprimento de ondas Teta e Gama do EEG não é fácil pois estas ondas não são diretamente visíveis no sinal. Por isso Jan Kamiński propôs um novo método para determiná-las.

Durante a experiência, os investigadores gravaram a atividade elétrica do cérebro em 17 voluntários em repouso, de olhos fechados, durante cinco minutos. Em seguida filtraram os sinais e analisaram não os ciclos mas as suas correlações. Apenas com base nas correlações descobertas determinou-se a relação entre o comprimento da onda Teta para a onda Gama e a capacidade de memória verbal de curto prazo foi determinada. “Observámos que quanto mais longos eram os ciclos Teta, mais ‘pedaços’ de informação os voluntários eram capazes de lembrar; quanto mais longo o ciclo Gama, menos lembrado era o assunto”, explicou Jan Kamiński.

Uma vez que a capacidade de memória de curto prazo afeta os efeitos de raciocínio, actualmente os investigadores estão a realizar estudos para desenvolver a forma mais eficaz de treiná-la.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Palestiniana autista e cega tornou-se pianista com a ajuda de uma judia ortodoxa


A história de Rasha já deu origem a um documentário

Quando um casal de missionários holandeses a encontrou, Rasha Hamid encontrava-se em muito mau estado.
Um dia, quando se cantava um hino, Rasha começou a acompanhar com uma harmonia própria. Surpreendidos, os Vollbehrs perceberam que tinham ali alguém com verdadeiro talento musical. Compraram um piano, onde Helena Vollbehrs ensinou Rasha a tocar.Aos 4 anos, ela e a irmã viviam confinadas num quarto desde o nascimento. Alimentadas só com leite, sofriam de grave atraso mental e físico. Mal falavam, batiam constantemente com a cabeça, enfiavam os dedos nos olhos. Foram recolhidas pelo casal Vollbehrs e mais tarde integradas em Beit Yemina, a escola-orfanato por eles criada nas imediações de Belém.
Quanto se tornou necessário que ela prosseguisse os estudos a um nível superior, levaram-na para o conservatório.

A política não era importante


A professora Devorah Schramm, nascida nos EUA e judia ortodoxa (apresenta-se sempre com a pesada peruca que as normas religiosas impõem), foi informada de que havia uma criança cega à sua espera.
Percebeu que além de cega, Rasha tinha severos bloqueios mentais e comunicacionais, e era palestiniana. Mas nem hesitou. Para ela, a política não tem muita importância. Aceitou a aluna de 11 anos, e nunca se arrependeu.
Logo nas primeiras aulas, ficou espantada com as harmonias que ela gerava espontaneamente. Harmonias negras, insólitas, que formariam a base de muitas das futuras composições de Rasha.
Quando lhe perguntam o que significa a música para a sua aluna, Schramm responde com uma palavra: paz.

Intifada, e dificuldades financeiras


Se a vocação musical estava fora de dúvida, algumas das outras dificuldades permaneciam. Houve momentos difíceis, tanto a nível da relação entre aluna e professora (embora Schramm diga que o melhor de tudo, para si, foram os momentos em que Rasha, incapaz de articular palavras, se virava para ela com ternura) como das evoluções lá fora.
Entre esses anos de aprendizagem teve lugar a segunda Intifada, especialmente sangrenta. A certa altura, militantes palestinianos disparavam da zona onde Rasha vivia para aquela onde vivia Devorah. Mas esta não se deixou dissuadir.
Hoje em dia Rasha está com 36 anos, e a relação continua. Os problemas agora são ao mesmo tempo políticos e financeiros. Beit Yemina tem de gastar muito dinheiro para obter as autorizações que permitem a Rasha ir a Israel para ter aulas. Fala-se em cortar.
Devorah espera que não aconteça. E evoca o prazer de Rasha quando toca em público e ouve os aplausos. "Às vezes ela própria aplaude".

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O professor e a varinha de condão


Ser professor acarreta uma profunda carga de utopia e de imaginário. Com o lento passar do tempo e da memória colectiva, gerações após gerações ajudaram a elaborar a imagem social de uma profissão de dádiva absoluta e incontestável entrega.
O poder simbólico da actividade docente leva a que os professores sintam sobre os seus ombros a tarefa herculeana de mudar, para melhor, o mundo; de traçar os novos caminhos do futuro e de preparar todos e cada um para que aí, nesse desconhecido vindouro, venham a ser cidadãos de corpo inteiro e, simultaneamente, mulheres e homens felizes. É obra!
Ao mesmo tempo que a humanidade construiu uma sociedade altamente dependente de tecnologias dominadoras, transferiu da religião para a escola a ingénua crença de que o professor, por si só, pode miraculosamente desenvolver os eleitos, incluir os excluídos, saciar os insatisfeitos, motivar os desalentados e devolvê-los à sociedade, sãos e salvos, com certificação de qualidade e garantia perpétua de actualização permanente.
O emergir da sociedade do conhecimento acentuou muitas assimetrias sociais. Cada vez é maior o fosso entre os que tudo têm e os que lutam para ter algum; entre os que participam e os que são marginalizados e impedidos de cooperar; entre os que protagonizam e os que se limitam a aplaudir; entre os literatos dos múltiplos códigos e os que nem têm acesso à informação.
E é este mundo de desigualdades que exige à escola e ao professor a tarefa alquimista de homogeneizar as diferenças.
Os professores podem e estão habituados a fazer muito e bem. Têm sido os líderes das forças de sinergia que mantêm os sistemas sociais e económicos em equilíbrio dinâmico. São eles que, no silêncio de cada dia, e sem invocar méritos desnecessários, evitam que muitas famílias se disfuncionalizem, que as sociedades se desagreguem, que os estados se desestruturem, que as religiões se corroam.
Mas não podem fazer tudo. Melhor diríamos: é injusto que se lhes peça que façam mais.
Particularmente quando quem o solicita sabe, melhor que ninguém, que se falseia quando se tenta culpabilizar a escola e os professores pelos mais variados incumprimentos imputáveis ao sistemático demissionismo e laxismo das famílias, da sociedade e do próprio Estado tutelar.
É bom que se repita: os professores, por mais que se deseje, infelizmente não têm esse poder e essa magia. Dizemos infelizmente porque, se por milagre o tivessem, nunca tamanho domínio estaria em tão boas e competentes mãos.
E é precisamente porque nunca foram tocados por qualquer força divina que os professores, como qualquer outro profissional, também estão sujeitos à erosão das suas competências; que, como qualquer técnico altamente qualificado, eles também
necessitam de actualização permanente. E é por isso mesmo que os docentes reclamam uma avaliação justa do seu desempenho. Uma avaliação em que se revejam, que os estimule a empreender e que os ajude no seu crescimento profissional.
Todas as escolas preparam impreparados. Até as que formam professores. Sempre foi assim e, daí, nunca veio mal ao mundo. É a sequência e a consequência da evolução dialéctica das sociedades e das mentalidades.
Por isso, centrar a discussão na impreparação profissional dos docentes, como se tal fosse estigma exclusivo desta classe e justificasse as perversas iniciativas que lançam a suspeita pública sobre a responsabilidade ética dos educadores no insucesso do sistema educativo e no desaire das políticas educativas que não têm vindo a sancionar, isso dizíamos, traduz uma inqualificável atitude de desprezo pela verdade e pela busca de soluções credíveis e partilhadas.
Admitir que a educação pode resolver todos os problemas e contradições da sociedade, resulta em transformá-la em vítima evidente do seu próprio progresso.
Repetimos: os professores não têm esse poder e essa magia. Os docentes não podem solucionar a totalidade dos problemas com que se confrontam as sociedades contemporâneas, sobretudo se não tiverem os contributos substanciais dos outros agentes educativos e das forças significativas da sociedade que envolvem a comunidade escolar.
Evidentemente que a escola e os professores podem e devem contribuir para o progresso da humanidade e para o seu desenvolvimento político, económico, social e cultural. Porém, tal não é atingível apenas com meros instrumentos educacionais porque eles, por si só, não são capazes de estilhaçar o mundo de crescentes desigualdades e uma cúpula política sob a qual coexistem a injustiça, o desemprego e a exclusão social.
Os professores não têm essa varinha de condão e, por favor, não os obriguem a ser mais do que são, ou nunca serão o que o futuro lhes exige que venham a ser.
João Ruivo
ruivo@ipcb.pt

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Receitas para a criança com Paralisia Cerebral


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No âmbito da comemoração do dia internacional da pessoa portadora de deficiência, no passado dia 3 de Dezembro, a Associação Portuguesa de Nutricionista (APN) lançou a segunda edição do e-book “Receitas para crianças com Paralisia Cerebral”, elaborado com o auxilio das colegas Ana Araújo e Maria Antónia Campos.
O trabalho do nutricionista junto desta população com necessidades tão particulares e específicas é crucial. Contudo há algo que não pode ser esquecido, apesar das necessidades e/ou das carencias, não deixam de ser crianças, devemos fazer, sempre que possível, do momento da alimentação um momento divertido.
Faça download da 2ª edição do e-book "Receitas para crianças com Paralisia Cerebral".
In: APN

O que é Deficiência Mental?*


Deficiência Mental* é um transtorno neuropsiquiátrico que acomete cerca de 3 % da população mundial. É duas vezes mais frequente nos meninos, congénita (a pessoa já nasce com essa alteração) e caracterizada por um funcionamento cognitivo (intelectual) abaixo da média esperada para a idade. Ou seja, a criança apresenta dificuldade nas chamadas habilidades sociais e adaptativas normais aos outros seres humanos, como a comunicação, a interação social, o autocuidado e o pensamento lógico e abstrato.
As causas podem ser genéticas (fenilcetonúria, síndrome de Down, síndrome do X frágil, Prader-willi,…) ou consequência de eventos traumáticos que aconteceram durante a gestação (uso materno de álcool e outras drogas), durante o parto (hipóxia perinatal) ou depois dele (desnutrição). Algumas doenças infeciosas adquiridas pela mãe durante a gestação (rubéola, toxoplasmose, sífilis,…) podem levar o bebé a quadros de deficiência mental. Além disso, outras patologias que acometem o Sistema Nervoso Central do recém-nascido (meningite) ou traumas cranianos graves (quedas do berço) em crianças pequenas. Apenas 50% dos casos diagnosticados a etiologia é conhecida, o que nos ajuda a prevenir novos casos e a aconselhar pais e familiares. A investigação das causas sempre deve ser feita com uma história familiar detalhada, além de alguns exames laboratoriais e de imagem cerebral.
Apesar da deficiência mental não possuir cura, isso não deve ser olhado negativamente, pois após o diagnóstico correto pais e familiares devem ser orientados e a criança estimulada dentro de suas limitações, seguindo acompanhamento e tratamento adequados. O reforço na aprendizagem das funções intelectuais, juntamente com a paciência e a repetição no ensino fazem com que o prognóstico seja melhor e novas funções sejam incorporadas ao quotidiano dessas crianças.
A deficiência mental é classificada de várias formas, inclusive levando em conta valores de coeficiente de inteligência (QI). Uma das classificações, mais utilizada atualmente, é a que denominamos a deficiência de leve, moderada ou grave, de acordo com o auto funcionamento. Por exemplo, na deficiência leve as crianças são capazes de promover o seu autocuidado sem ou com pouco auxílio, já na grave a ajuda tem de existir.
Algumas comorbidades médicas são comuns aos casos de deficiência mental. Dentre elas, dificuldades motoras de locomoção, dificuldades de atenção (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), episódios de agitação psicomotora e heteroagressividade, e epilepsia. Em todos os casos existem medidas comportamentais e medicamentosas que melhoram o transtorno.
Médicos e familiares têm por obrigação promover a melhor qualidade de vida possível dessas crianças, além de estimulá-las intelectualmente e defender a sua inserção social. Ter um filho é sempre estar presente na sua vida, na deficiência mental isso não é diferente.


*Nota: Presentemente, o termo Deficiência Mental tem sido substituído por Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (DID).

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes - linha telefónica em funcionamento


Logótipo da AAICA
A Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes (AAICA), é uma instituição sem fins lucrativos (IPSS), constituída só por voluntários dedicados.
Sendo a mobilidade o maior problema dos deficientes visuais, torna-se o telefone o meio mais utilizado pelos mesmos, assim procuramos de forma determinada, proporcionar a todas as pessoas com cegueira, baixa visão e às suas famílias, orientações que melhorem a sua qualidade de vida, dando-lhes a conhecer as respostas existentes e procurando articular serviços do ponto vista médico, educativo, formativo, social, cultural, jurídico ou outros. Tendo em atenção que as áreas prioritárias de informação são as de saúde e serviços, educação e formação profissional, legislação e benefícios, lazer e desporto.
O principal objectivo da AAICA é prestar informação, para tal dispõe de um serviço de informação (Linha telefónica de Apoio nº 213478417 com horário experimental de terça a sexta feira das 14 às 18 horas) para pessoas com deficiência visual e suas famílias.
Contactar directamente com a população alvo, escutar as suas necessidades e prestar informação, quer com a presença da AAICA nos locais referenciados (consultas de subvisão, centros de reabilitação, etc), promovendo também acções de Informação/Divulgação ou na linha telefónica de apoio, permite contribuir para uma melhor qualidade de vida e uma maior participação das mesmas na sociedade e no panorama socioeconómico. A centralização de informação no site www.aaica.pt vai permitir poder orientar cada cidadão portador de deficiência visual e suas famílias, consoante as suas necessidades, podendo os mesmos optar sempre de acordo com a sua situação e o que considerem melhor para si.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Chama-se Equal Friendly e é a nova discoteca espanhola, concebida a pensar nos surdos. Trata-se do primeiro espaço dirigido para pessoas com deficiência auditiva e, apesar de ter as portas abertas há apenas uma semana, já faz um enorme sucesso entre os espanhós.
Para além do habitual som, a música pode também "ouvir-se" através de vibrações dirigidas para a pista, de forma a proporcionar-se uma igualdade de circunstâncias a surdos e ouvintes.
Situada no centro de Madrid, a Equal Friendly dispõe ainda de um intérprete que traduz as letras das músicas para linguagem gestual.
A par destas duas grandes inovações, o pessoal responsável fez ainda questão de que a iluminação da discoteca fosse projectada para que os surdos se possam ver e comunicar entre si, sem quaisquer tipo de obstáculos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Isenção de Taxas Moderadoras


Foi publicado o Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de Novembro, que regula o acesso às prestações do Serviço Nacional de Saúde por parte dos utentes no que respeita ao regime das taxas moderadoras e à aplicação de regimes especiais de benefícios, tendo por base a definição das situações determinantes de isenção de pagamento ou comparticipação, como situações clínicas relevantes de maior risco de saúde ou situações de insuficiência económica.
Nos termos do referido diploma, estão isentos do pagamento de taxas moderadoras, entre outros, os utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
In: INR

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Hiperatividade: que podem fazer os pais?


O tema Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) foi abordado nesta rubrica, nos artigos "A polémica ritalina" e "Geração ritalina". A sua leitura poderá, de alguma forma, completar o que irei referir de seguida.

A minha experiência profissional tem-me sensibilizado bastante para a difícil missão que os pais têm de enfrentar ao conviverem diariamente com um filho permanentemente "ligado à corrente". Uma criança hiperativa não é uma criança com temperamento difícil ou com um comportamento mais irrequieto, mas sim um ser humano que apresenta uma constelação de problemas relacionados com falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, manifestando-se estes em diferentes contextos e de uma forma prolongada no tempo.

A intervenção junto destas crianças deve implicar a colaboração estreita entre pais, professores, pediatra, médico de família, psicólogo e, eventualmente, neurologista. A criança deverá também ser uma participante ativa no seu tratamento, devendo ser informada de todo o processo que a envolve.

Os pais têm efetivamente um papel muito importante em todo o processo de tratamento, pois crianças com esta perturbação exigem a modificação do funcionamento familiar, de forma a poder responder às suas necessidades de acompanhamento, que são muito particulares. Tal como todas as outras, estas crianças precisam de regras, que devem ser simples, claras e curtas. Além do estabelecimento de regras, deve ser explicitado, de forma muito clara, o que acontecerá como consequência do seu cumprimento ou transgressão. A transgressão deve ser acompanhada de uma penalização, que deverá ser justa, rápida e consistente. A recompensa é também muito importante e deverá ser atribuída regularmente por qualquer comportamento que seja ajustado. Não nos podemos esquecer de que estas crianças são alvo de muitas críticas negativas e, por isso, é fundamental serem elogiadas pelas pequenas coisas que, ao longo do seu dia a dia, façam corretamente. Mesmo que a criança seja apenas parcialmente eficaz, isso deve ser reconhecido com apoio e elogios.

A existência de rotinas estruturadas facilita também o melhor desempenho da criança. Por esta razão, os pais deverão fazer um registo escrito, ao qual a criança tenha acesso, com as horas para acordar, comer, brincar, fazer os trabalhos de casa e todas as outras tarefas que ela terá necessariamente de realizar. A modificação da rotina deverá ser comunicada à criança com antecedência, de forma que esta se possa adaptar.

Um aspeto que é importante sublinhar é que estas crianças necessitam de uma maior vigilância relativamente às outras, uma vez que, devido à sua impulsividade, se colocam muitas vezes em situações de risco. A criança deve, por isso, ser vigiada por adultos durante todo o dia e os pais deverão certificar-se de que tal acontece.

Para mais informações sobre esta temática existem sites na Internet onde é possível obter, para além de mais dados, ajuda e, eventualmente, entrar em contacto com pais que estejam a viver situações familiares semelhantes. Um desses sites é: ddah.planetaclix.pt.

Para terminar, gostaria de sublinhar que, quando a criança é alvo de uma intervenção multidisciplinar na sequência de uma identificação precoce do problema, e de um tratamento adequado, aumentam as probabilidades de ela demonstrar as suas potencialidades e de se tornar futuramente num adulto ajustado.

Adriana Campos
In: Educare

“Já como com faca e garfo”


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Rodrigo já vai poder brincar com os presentes de Natal com a mão biónica operacional. A prótese do menino de três anos, de Esposende, que nasceu sem a mão direita, avariou-se numa queda de bicicleta há cerca de um mês. Ontem, a criança colocou a mão reparada e ficou feliz.
"Assim, já como com a faca e o garfo", disse Rodrigo. A mãe, Sandra Hipólito, diz que o filho sentiu muito a falta da mão biónica. Um empresário da Conforlimpa pagou os 1100 euros necessários ao arranjo, o que evitou fazer outra campanha de recolha de tampinhas.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AÇÃO: CURRÍCULOS ESPECÍFICOS INDIVIDUAIS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O Gabinete de Formação da Escola Superior de Educação Almeida Garrett vem, por este meio, informar de que se encontram abertas as inscrições para o Curso de Formação "CURRÍCULOS ESPECÍFICOS INDIVIDUAIS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA", destinado a Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial, com início previsto para o dia 07 de janeiro/2011, às 14 h. 

PROGRAMA DA AÇÃO 

AÇÃO: CURRÍCULOS ESPECÍFICOS INDIVIDUAIS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
CCPFC/ACC—67643/11 Formadora: Mestre Filomena Pereira 
MODALIDADE: Curso de Formação DURAÇÃO: 25 h presenciais CREDITAÇÃO: 1.0 Créditos 
DESTINATÁRIOS: Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial 
PROGRESSÃO EM CARREIRA: Releva para os efeitos previstos no artigo 5º do RJFCP; 
CALENDARIZAÇÃO/HORÁRIO: Turma 1 – 07, 14, 21, 28 de janeiro e 4 de fevereiro de 2012, das 14 h às 19 h 

FUNDAMENTAÇÃO: 
A presente proposta formativa visa proporcionar aos formandos um conjunto de saberes teórico-práticos que lhes permita assegurar uma resposta educativa de qualidade a alunos com necessidades educativas especiais decorrentes de acentuadas limitações cognitivas, a frequentar o ensino obrigatório. 
As metodologias de suporte à concretização das componentes curriculares estão desenhadas de modo a favorecer o desenvolvimento de hábitos de reflexividade crítica orientada para a opimização da capacidade de resolução de problemas. Serão também privilegiados tempos e espaços de socialização e debate de princípios e de ideias promotoras dos ideais da equidade e da inclusão social. 
Esta formação decorre, assim, da necessidade de dotar os formandos de conhecimentos aprofundados sobre o desenvolvimento e implementação de currículos específicos individuais de abordagem funcional e de planos individuais de transição para a vida pós-escolar. 
Com efeito, nos últimos anos, a investigação tem colocado o cerne do processo educativo dos alunos com acentuadas limitações cognitivas na questão da transição para uma vida activa. Estudos recentes têm apresentado estratégias diversificadas envolvendo, não somente as escolas, mas os serviços de ação social e emprego, os recursos da comunidade, as famílias e os próprios alunos. 
É neste contexto que surge a presente formação com o objetivo de oferecer a professores e educadores abordagens que se têm revelado de enorme eficácia na inclusão educativa, social e profissional da população escolar com acentuadas limitações cognitivas. 
De uma forma particular, apontam-se orientações que podem ser adotadas ao nível da escola e que devem informar a atuação dos agentes educativos. No entanto, o âmbito da intervenção preconizada estende-se para além dos edifícios escolares, projetando-se para a vida familiar, para a inserção na comunidade e para as atividades de preparação para a vida pós escolar. 

OBJETIVOS: 
–Identificar claramente o grupo alvo dos currículos específicos individuais; 
–Conhecer os conceitos que norteiam as práticas propostas para o ensino de alunos com acentuadas limitações cognitivas; 
–Conhecer as caraterísticas chave da abordagem funcional do currículo e a forma como pode ser posta em prática nas escolas; 
–Conhecer as estratégias para aplicação de currículos específicos de abordagem funcional; 
–Enquadrar a perspetiva funcional no contexto da educação inclusiva 

CONTEÚDOS: 
–Individualização, diferenciação curricular e inclusão; 
–Qualidade de vida e currículos específicos individuais; 
–Caraterísticas chave dos currículos funcionais; 
–Avaliação e programação; 
–Estratégias pedagógicas favoráveis à aplicação de currículos específicos; 
–Requisitos dos currículos específicos de abordagem funcional; 
–Colaboração dos pais e de elementos da comunidade; 
–Cooperação entre profissionais 

INSCRIÇÃO E FREQUÊNCIA: 
Inscrição em formulário próprio para o efeito ou on-line em www.eseag.pt
Pagamento de duas propinas no valor de 65 € cada. 
O preenchimento das vagas é feito por ordem cronológica do pagamento da 1ª propina. 

LOCAL DE REALIZAÇÃO: 
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO ALMEIDA GARRETT