sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Displasia da anca alvo de rastreio nacional para evitar diagnóstico tardio


A displasia da anca, doença que afecta três em cada mil bebés nascidos em Portugal, vai ser alvo de um rastreio nacional a partir de Janeiro para evitar diagnósticos tardios.
O problema que faz com que os bebés nasçam com uma alteração no desenvolvimento da anca é um dos temas em análise no XXIX Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, a realizar de hoje a sexta-feira no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. O programa vai ser desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, juntamente com as sociedades de Pediatria e Radiologia e com a Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral.
O director do serviço de Ortopedia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, revelou à agência Lusa que àquela unidade continuam a chegar crianças com diagnóstico tardio. "De 2005 a 2008, ainda observámos cerca de 220 crianças com diagnóstico tardio", disse Cassiano Neves, considerando que hoje em dia esse número deveria já ser menor.
Segundo o médico, que é também coordenador da Secção para o Estudo da Ortopedia Infantil, não se trata de "um problema dramático", mas "manda a boa prática que se procurem melhores soluções". Neste sentido, defende que o rastreio é fundamental "para que todo o país fale a mesma língua", ou seja, para que haja uma uniformização de procedimentos entre todos os profissionais envolvidos, desde pediatras a clínicos gerais.
"É fundamental que todos saibam como identificar este problema e que os doentes possam chegar rapidamente aos hospitais", sublinhou. O médico exemplificou que uma criança pode ser analisada e diagnosticada com um mês de idade e só chegar ao hospital aos seis meses porque entretanto demorou todo esse tempo a conseguir consulta.
"A metodologia de observação é muito díspare. Se calhar há zonas do país a funcionar muito bem e outras não. Daí a necessidade de um protocolo a nível nacional. Há muitos profissionais envolvidos nesta avaliação, desde que a criança nasce até que é tratada", referiu. Cassiano Neves tem esperança de que o rastreio permita reduzir o número de diagnósticos tardios dentro de um ano e defende que deve ser feito a todos os recém-nascidos. Se não for tratada atempadamente, a displasia de desenvolvimento da anca conduz à doença degenerativa daquela parte do corpo e à osteoartrite em idade adulta.

Brain computer interface

Este documentário do "60 Minutes", emvídeo, no site da CBS, é sobre a investigação do poder do cérebro para controlar o computador, controlo pelo pensamento.
Brain computer interface - O sistema foi desenvolvido pelo neurocientista Dr. Jonathan Wolpaw (New York State's Wadsworth Center), aplicado a casos de pessoas que mantêm as suas funções mentais intactas, mas perderam todas as suas funções corporais, por razões de doença grave ou de trauma.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Violência encarada com normalidade entre os jovens


A maioria dos adolescentes acha que o bullying em contexto escolar "sempre existiu e continuará a existir" e encaram com "pessimismo e resignação" o fenómeno, o que torna difícil uma intervenção eficaz e deixa pouca esperança à sua erradicação. São estas as principais conclusões de uma tese de doutoramento apresentada na Universidade de Granada, em Espanha, e que foi coordenada, entre outros, pela investigadora portuguesa Ana Maria Tomás Almeida, da Universidade do Minho.
O objectivo deste trabalho foi analisar a perspectiva dos próprios protagonistas do fenómeno relativamente ao bullying, utilizando uma amostra de 1237 jovens entre os 11 e os 16 anos das cidades de Braga, Porto e Granada. O estudo conclui que entre os inquiridos 7,3 por cento são vítimas, 8,5 agressores e 84,1 por cento presenciam actos de violência entre colegas.
Segundo Ana Tomás Almeida, esta "é uma realidade preocupante que justifica uma intervenção". "Há que promover uma consciencialização relativamente a valores sociais fundamentais, como o respeito pelo outro", acrescenta a investigadora. O estudo refere que a aceitação do bullying como uma rotina e algo natural nas relações sociais entre os jovens é crescente. "Essa indiferença dos jovens face ao fenómeno deve-se sobretudo à banalização e tolerância da violência na escola e na sociedade em geral nas mais variadas situações, nos jogos de vídeo, na televisão, etc", comentou ao PÚBLICO Sónia Seixas, doutorada em Psicologia e autora de uma tese sobre bullying. "Se não existe intervenção por parte de uma figura adulta, há como que um reforço não dito, a atitude agressiva intensifica-se", sublinha Sónia Seixas. E acrescenta: "Este fenómeno surge de uma necessidade de afirmação normal na adolescência; no entanto, o bullying não é normal, essa afirmação pode ser manifestada de formas saudáveis."
O questionário aplicado aos jovens revela que as vítimas de bullying são descritos como pessoas passivas, socialmente incompetentes, ansiosas, depressivas e inseguras; por outro lado, os agressores, são vistos como fortes, extrovertidos e alegres, detentores de um poder e confiança que reforçam o seu carácter de liderança dentro do grupo.
A investigação provou também a existência de algumas diferenças decorrentes do sexo dos jovens no que toca à percepção deste fenómeno. As raparigas tendem a ser mais críticas que os rapazes criando uma maior empatia com as vítimas. A coordenadora portuguesa acrescenta que "de facto as raparigas não participam muito nas formas tradicionais de bullying, mas aderem às vias de pressão indirecta como o ciberbullying, por exemplo".
Segundo o estudo, esta recente forma de agressão aos jovens, utilizando as novas tecnologias como os telemóveis ou a Internet, está a aumentar e, na opinião de Sónia Seixas, "cabe mais aos pais a vigilância nesta matéria, uma vez que é em casa que esta ameaça está mais presente". "Esta é uma situação muito complexa, porque sabemos quem são as vítimas, mas não conseguimos conhecer os agressores."
As conclusões desta investigação permitiram detectar problemas e questões que poderão ser úteis na aplicação de medidas realistas e consistentes no espaço escolar. "Há que perceber o fenómeno, perceber como ele se processa e se forma. A abordagem preventiva deve ser o caminho", refere a professora da Universidade do Minho."
As soluções poderão passar por uma maior supervisão dos espaços que, se acontece com relativa eficácia nos 1.º e 2.º ciclos, no 3º ciclo, que corresponde ao pico da ocorrência deste fenómeno, na generalidade, praticamente não existe, por outro lado há que apostar numa rígida regulamentação nas escolas, consciencializar os pais de que existe um regulamento disciplinar que deve ser respeitado e que deve ser transmitido aos alunos", remata Sónia Seixas.
De referir que esta tese foi orientada por Maria Jesús Caurcel Cara durante os anos de 2006, 2007 e 2008 e coordenada, para além de Ana Tomás Almeida, por mais dois professores da Universidade de Granada.

Displasia da anca vai ser alvo de rastreio

A displasia da anca afecta três em cada mil bebés. Sexo feminino, antecedentes familiares da doença e apresentação de pelve durante a gravidez são factores de risco. Para evitar um diagnóstico tardio vai ser feito um rastreio nacional.
A displasia da anca - patologia na qual existe uma relação anormal entre a cabeça do fémur e o acetábulo (estrutura óssea existente na anca) - é um dos temas em destaque no XIX Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, que decorre até sexta-feira no Porto. O assunto veio colocar sobre a mesa a questão da detecção da doença, já que o diagnóstico é feito, na maior parte das vezes, tardiamente. O director do Serviço de Ortopedia do Hospital Dona Estefânia, Manuel Cassiano Neves, aponta que, "de 2005 a 2008", foram observados 220 casos de "crianças com diagnóstico tardio".
É precisamente para evitar essa situação que vai arrancar, em Janeiro, um programa de rastreio a nível nacional. Numa primeira fase, "cabe aos pediatras e clínicos gerais um primeiro rastreio da doença", através do recurso à imagiologia. Já o ortopedista "apenas intervém após o diagnóstico", explicou Cassiano Neves.
Sendo uma doença congénita, "que se traduz por uma alteração no natural desenvolvimento do acetábulo", deveria ser detectada à nascença ou nos primeiros três meses de vida, adiantou. Mas tal nem sempre se verifica. Daí a preocupação em detectar atempadamente esta patologia, com a colaboração de "todas as especialidades envolvidas", de forma a que, no futuro, "as formas de actuação sejam reproduzíveis por todos". Por "todos" entenda-se as Sociedades de Pediatria, Radiologia, Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral e a Secção para o Estudo da Ortopedia Infantil, entidades responsáveis pelo programa nacional de rastreio.
Os factores de risco para a displasia da anca são múltiplos. Sexo feminino, raça branca, antecedentes familiares de displasia de desenvolvimento da anca (DDA) e apresentação de pelve - cavidade óssea da bacia - durante a gravidez, são alguns deles, embora seja difícil "definir o que é o risco", admitiu Cassiano Neves.
Factores de crescimento
A vertente desportiva também esteve presente no primeiro dia do congresso. Na sessão sobre o "ligamento cruzado anterior" do joelho e os seus tratamentos cirúrgicos, Henrique Jones, médico da selecção nacional de futebol, elegeu a terapêutica dos factores de crescimento como o tratamento mais rápido. Esta baseia-se na retirada de uma pequena quantidade de sangue e na sua renovação através de centrifugação das plaquetas, sendo posteriormente reposta para actuação local.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Asperger e bullying: associação perigosa


Para além de défices ao nível das competências sociais, estas crianças têm também dificuldades ao nível da comunicação, pois apesar de muitas vezes falarem de forma pomposa e fluente parecem ausentes do diálogo.
"Para elas, o mundo é estranho e desconcertante: as pessoas não dizem aquilo que pensam, dizem aquilo que não pensam, fazem comentários triviais e sem significado, aborrecem-se e perdem a paciência quando uma pessoa com síndrome de Asperger lhes refere centenas de factos fascinantes sobre horários, as inúmeras variedades de cenouras ou o movimento dos planetas. Também não entendem como é que as pessoas conseguem tolerar tantas luzes, sons, cheiros, texturas, paladares, sem se desnortearem, se preocupam tanto com a hierarquia social, têm relações emocionais tão complicadas, conseguem utilizar e interpretar tantas convenções sociais, são tão ilógicos."
Esta é a forma como Lorna Wing, a psiquiatra que usou pela primeira vez o termo síndrome de Asperger, caracteriza as pessoas com esta síndrome. Quem contacta diariamente com crianças com Asperger considera que esta psiquiatra faz, de uma forma sintética, uma boa caracterização deste tipo de problemática. Apesar de, cognitivamente, apresentarem capacidades médias ou acima da média, ao nível das competências sociais os portadores de Asperger apresentam défices que lhes limitam seriamente a capacidade de interagir socialmente de uma forma gratificante. Para além de terem dificuldade em estabelecer diálogo, têm tendência para fazer comentários inoportunos, "demasiado honestos", que muitas vezes magoam os outros. A dificuldade em perceber sinais não verbais e expressões faciais que exprimem sentimentos é outra característica que os define e que dificulta o estabelecimento de relações sociais satisfatórias.
Para além de défices ao nível das competências sociais, estas crianças têm também dificuldades ao nível da comunicação, pois apesar de muitas vezes falarem de forma pomposa e fluente parecem ausentes do diálogo. A dificuldade em extrair o significado de metáforas e entoações leva as pessoas com quem interagem a questionarem as suas capacidades cognitivas. O facto de habitualmente apresentarem interesses obsessivos também não facilita a comunicação, uma vez que os outros ficam rapidamente cansados de ouvir constantemente falar em carros, comboios, planetas e outros temas pelos quais habitualmente se interessam.
As dificuldades referidas levam a que estas crianças frequentemente se isolem ou sejam vítimas de abuso, nomeadamente bullying. Estes riscos exigem que sejam alvo de um acompanhamento muito próximo. Ao abordar este tema, vêm-me imediatamente à memória os muitos casos de meninos com Asperger que vou acompanhando no SPO. O Jorge, por exemplo, que agora é aluno do 8.º ano de escolaridade, é acompanhado desde o 5.º ano. Ao longo destes anos tem havido uma articulação constante entre o director de turma, os professores do conselho de turma e os pais do aluno em questão, pois é alvo constante de agressão por parte dos colegas, alguns deles colegas novos que entram para a turma no início de cada ano lectivo. Sem intervenção e vigilância permanentes, o Jorge estaria certamente perdido neste mundo tão complexo, cheio de segundos sentidos e subtilezas.
O contacto com estas crianças, com quem habitualmente estabeleço uma excelente relação, leva-me a concordar plenamente com a opinião de Tony Attwood, psicólogo clínico especialista mundial em síndrome de Asperger, relativamente às capacidades e talentos dos portadores desta síndrome. A capacidade para estabelecerem relações de grande lealdade, o discurso isento de falsidades, a conversação objectiva e sem manipulação, a perspectiva original de resolução de problemas e a clareza de valores fazem deles pessoas muito especiais. Como diria este especialista, "Precisamos de pessoas com Asperger, uma vez que são mais criativos do que a população em geral. A cura para o cancro será provavelmente descoberta por alguém com Asperger!".
Bibliografia:
Atwood, T. (1998), A Síndrome de Asperger: Um Guia para Pais e Profissionais, Editorial Verbo, Lisboa.

Adolescentes sobredotados - Gerir a diferença

É relativamente frequente ouvir relatos sobre jovens considerados sobredotados que, entre os onze e os quinze anos, apresentam uma série de problemas decorrentes desta sua condição: perfeccionismo, competitividade exacerbada, visão narcisista e exagerada das suas capacidades, rejeição (pelos outros jovens), confusão face aos diferentes feedbacks que recebem em relação às suas capacidades e pressão social e parental para serem extraordinariamente bem-sucedidos, bem como frustração face a currículos escolares pouco desafiantes. Alguns destes jovens têm dificuldade em fazer (e manter) amigos, em escolher um curso no Secundário e, finalmente, no Ensino Superior, em fazer uma opção de carreira. E a todos estes problemas "específicos" dos sobredotados somam-se, amplificadas, as questões com as quais todos os adolescentes se deparam.
Os pais destes alunos, bem como os seus professores, devem, em primeiro lugar, contabilizar e apreender os problemas com que eles se deparam. Cabe-lhes depois ajudar estes jovens a assumir e desenvolver as suas capacidades extraordinárias, bem como a tentar compreender e ultrapassar os obstáculos que irão encontrar.
Identifiquemos então alguns dos obstáculos que estes adolescentes poderão ter de ultrapassar.
Autoconfiança e/ou assumir/reconhecer as suas qualidades/defeitos
Os adolescentes sobredotados parecem, simultaneamente, "assumir" plenamente e questionar profundamente a validade das capacidades que obviamente detêm. Alguns pedagogos identificaram, em jovens adultos sobredotados, o chamado "síndroma do impostor", que assenta na dúvida e na falta de autoestima por parte do indivíduo. A pressão dos seus pares para se integrar num todo homogéneo pode levar estes adolescentes a negar, de forma mais ou menos intensa, qualquer característica que os destaquem, o que é mais evidente naqueles cuja sobredotação não foi precocemente diagnosticada.
Outro aspecto que pode constituir um factor de pressão é a sensação de que os "dons" destes adolescentes devem ser uma dádiva para aqueles que os rodeiam: pais, professores e até a sociedade em geral.
Dissonância
Estes jovens sobredotados admitem ser perfeccionistas. Aprenderam a exigir sempre mais e a tentar superar as melhores expectativas. O desejo infantil de executar uma tarefa com total perfeição esbate-se na adolescência. É o próprio adolescente que constata (de forma mais clara do que os próprios pais e/ou professores) a diferença existente entre aquilo que planeava fazer e o que, efectivamente, no final, "lhe saiu".
Correr riscos
Curiosamente, enquanto as crianças sobredotadas tendem a arriscar mais do que as restantes, ao chegarem à adolescência essa tendência diminui, o que faz com que sejam adolescentes menos temerários do que a média. Uma explicação possível para este facto é a necessidade de ter o controlo em todas as situações, o que os leva a recusar desafios, no que diz respeito às relações pessoais, ao desempenho académico ou desportivo.
Competição intensa
Por um lado, todos os adolescentes são muito susceptíveis a críticas e sugestões feitas por outrem. Por outro lado, no caso dos adolescentes sobredotados, a maior parte das pessoas que os rodeiam – pais, amigos, irmãos, professores – acabam por projectar no seu percurso académico/profissional os seus próprios sonhos e expectativas, elevando bastante uma fasquia "naturalmente" já alta. É por isso normal que nos cheguem aos ouvidos relatos feitos por estes jovens nos quais eles contam como, ao tentar ir ao encontro das expectativas de todos os que os rodeavam, tentando ser sempre "o melhor", eram corroídos pela dúvida e pelo desespero de não conseguirem estar à altura. Ser um adolescente "normal" e vencer desafios sucessivos, cada vez mais exigentes, esgota as energias (desviando-as, por exemplo, da agitada vida social de um adolescente típico), podendo levar a um estado de frustração e desalento.
Impaciência
Tal como a maioria dos adolescentes, os sobredotados são impacientes: seja quando tentam encontrar a resposta para uma pergunta difícil, seja quando tentam agradar aos seus amigos ou quando, colocados perante várias alternativas, escolhem "a mais rápida". Esta predisposição para tomar decisões impulsivas, aliada ao talento que os caracteriza, pode originar nestes adolescentes especiais reacções negativas relativamente a situações ambíguas. Ao reagirem a estas situações de forma precipitada, encontrando respostas que muitas vezes não existem, acabam frequentemente por cometer erros. Erros que os seus pares lhes podem relembrar quando, como qualquer adolescente normal, lhes querem dizer que ele "não é assim tão esperto".
Consciência precoce da identidade
Devido às pressões que sofrem, à competição muito presente no quotidiano e à sua falta de tolerância face a situações de ambiguidade, estes jovens tendem a tentar emancipar-se mais precocemente do que os seus pares.
Como ajudar estes jovens a lidar com todas estas questões?
Eis algumas estratégias simples que os adolescentes sobredotados podem adoptar (em função da idade – e estamos a falar de jovens entre os onze e os quinze anos –, o sexo e o nível de participação nas actividades) e que cabe aos pais/professores recomendar:
• Fingir que não sabes tanto sobre determinados assuntos quanto efectivamente sabes.
• Agir mesmo como se fosses o "génio lá do sítio". Decerto que te deixarão em paz.
• Evitar participar em programas que anunciam aos quatro ventos serem exclusivamente dirigidos a "alunos sobredotados". Mas, por outro lado, se tiveres autoconfiança suficiente, deves inscrever-te sem hesitar em programas concebidos para alunos "mais adiantados".
• Ajusta o teu vocabulário e nível de linguagem aos dos teus colegas/amigos.
• Tenta participar em projectos comunitários nos quais a idade não é um critério determinante.
• Desenvolve as tuas características/dons mais evidentes em actividades fora da esfera de influência da escola.
• Não tenhas receio de desenvolver relações de amizade com alguns adultos que merecem a tua confiança e a dos teus pais.
• Não tenhas medo de ser amigo (apenas) de outros sobredotados.
• Assume as tuas capacidade e ajuda os teus colegas/amigos a terem um melhor rendimento escolar (isto não quer dizer que lhes faças os trabalhos de casa).

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fiocruz desenvolve exame inédito e mais confiável para autismo


O Brasil está a desenvolver um exame laboratorial inédito para o diagnóstico do autismo , uma alteração caracterizada pelo isolamento do seu portador do mundo exterior. O método promete ser uma alternativa mais confiável aos testes de laboratório hoje utilizados para identificar a doença. "Ainda estamos em fase de estudo, mas os resultados são promissores", diz o investigador responsável, Vladmir Lazarev, do Instituto Fernandes Figueira, centro de pesquisas ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro : "Testámos o método em 16 jovens autistas e obtivemos dados homogêneos, muito significativos estatisticamente. Agora, queremos realizar novos testes. A previsão é de que o exame esteja pronto dentro de cinco anos."
De acordo com Lazarev, cientista russo radicado no Brasil há 15 anos, a vantagem do novo método está no uso da foto-estimulação rítmica. O recurso torna o exame mais completo do que outros. Em linguagem comum: durante o já usual encefalograma (radiografia), projecta-se sobre o paciente uma luz que pisca de forma ritmada, estimulando o cérebro a acompanhar. Como o autismo é uma doença do foro cerebral, a reacção do cérebro ao estímulo luminoso pode indicar um enquadramento, ou não, no campo da doença.
Os 16 autistas examinados no decurso do estudo, apresentaram, por exemplo, uma deficiência no lado direito do cérebro. Na referida área, (responsável pelas habilidades socioafectivas do individuo), a mente dos pacientes seguia o ritmo da luz, mas de maneira mais tímida. "Assim, podemos concluir que existe uma deficiência funcional no hemisfério cerebral direito do autista", explica Lazarev.
Exames de imagem como a encefalografia (radiografia ao cérebro realizada após a retirada de um fluido) ou o próprio encefalograma, se empregados sozinhos, deixam o paciente em estado de repouso. Nesta situação, não se nota nenhuma alteração na atividade eléctrica do cérebro. Os resultados, portanto, nem sempre são satisfatórios.

Diagnóstico complexo:
Os métodos laboratoriais, chamados métodos de típo objectivo, complementam o diagnóstico do autismo realizado clinicamente, quando o paciente (na maioria dos casos, criança) é avaliado por médicos de diferentes especialidades: pediatria, neurologia e fonodiologia, além de psicologia. Ou seja, isoladamente, o parecer deve sempre ser associado aos exames de laboratório. "A dificuldade de diagnosticar clinicamente o autismo deve-se ao facto da doença (um problema neuropsiquiátrico funcional) ter aspectos parecidos com os de outras enfermidades", explica Lazarev. Daí a importância de um diagnóstico objectivo, cada vez mais confiável.

Na grande maioria dos doentes (entre 60% e 70%) existe comprometimento da linguagem, em níveis variáveis. Nos restantes casos (de 30% a 40%), a linguagem e inteligência são normais e, tecnicamente, chamam-se “autistas de alto desempenho”. Embora sejam iguais aos demais na dificuldade de compreender o contexto em que se encontram, emitem menos sinais da doença, que pode demorar a ser identificada e tratada. Este é um factor de risco.

Entendendo melhor a doença:
Segundo Adailton Pontes (parceiro de Lazarev no estudo), hoje o autismo é considerado, não apenas como uma doença, mas também como uma série de distúrbios do desenvolvimento capazes de comprometer a interacção social, a comunicação social e as habilidades imaginativas. "O autismo não é uma coisa única, há várias formas de autismo que variam consoante o grau de comprometimento das funções (mais leve, moderado, mais gráve) e com os diferente níveis de inteligência", diz o investigador.
A base da doença é genética. O papel do ambiente (das influências externas recebidas pelo autista) ainda é desconhecido. "O que se sabe é que a pessoa nasce com uma predisposição para o autismo e, já a partir dos dois anos de idade, pode apresentar os primeiros sinais da doença, como a ausência de linguagem e a dificuldade em brincar", conta Pontes. "O ideal é diagnosticar a doença até aos três anos. Está provado que, quando se faz a intervenção precoce, o prognóstico é melhor. Eles não se vão curar, mas irão desenvolver-se mais, superar algumas dificuldades que outros, sem estimulação, podem não conseguir superar."
O autismo não tem cura, mas o portador da doença pode tomar medicamentos contra sintomas específicos, como a agressividade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Guia “Acessibilidade para todos – bons exemplos e ideias para fazer cada vez melhor”

O projecto "Guardiões da acessibilidade", existente desde o ano lectivo de 2003/2004, é liderado pela Câmara Municipal de Cascais, em parceria com a ANEA, a APD-Cascais, a CERCICA, a CNAD, o LBV e o Lar Branco Rodrigues.O principal objectivo deste projecto é "a sensibilização da população escolar para as questões da acessibilidade e da deficiência, procurando consciencializar os mais jovens para a importância central desta temática no âmbito da construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva."
No âmbito deste projecto foi recentemente publicado o guia "Acessibilidade para todos - bons exemplos e ideias para fazer cada vez melhor".Tal como é dito no prefácio da publicação, a mesma "não pretende representar um guia técnico em torno da acessibilidade. Constitui sim um exercício de partida para pensar a importância da acessibilidade para todos no espaço público, na perspectiva do design universal, com ganhos não só para as pessoas com deficiência, mas para todos aqueles, jovens e adultos, que num determinado momento e por diversos factores possam apresentar uma mobilidade condicionada".
Trata-se assim de um trabalho de campo efectuado pelos alunos que aderiram ao projecto e fotografaram as boas práticas, nesta matéria, existentes no concelho.Os exemplos, comentados, encontram-se organizados de acordo com as disposições do Decreto-Lei nº163/2006, de 8 de Agosto, que regula esta matéria.
(Textos entre aspas extraídos do prefácio da publicação e do material de divulgação enviado pela Câmara Municipal de Cascais, ao INR, IP.)

Fórum de Intervenção Social na Deficiência em São Roque do Pico

Nos próximos dias 5 e 6 de Novembro a Associação Raríssimas organiza com o apoio de diversas entidades o fórum denominado Intervenção Social na Deficiência. O evento acontecerá na escola básica e secundaria de São Roque do Pico.
Para o dia 5 está agendado às 9h30m a sessão de abertura seguindo-se o primeiro painel intitulado “EDUCAÇÃO-Respostas para deficientes menores de três anos”. Durante a tarde o segundo painel será sobre “SAÚDE-Respostas médicas/Reabilitação”.
Para o dia 6, sexta-feira, durante a manha falar-se-á sobre politicas sociais de emprego e para a tarde emprego/associativismo.
Os interessados deverão adquirir a sua ficha de inscrição no edifício do centro Multimédia de São Roque do Pico.
Para mais informações, poderão contactar por email: pico@rarissimas.pt ou telefone 292 642 711

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Seminário Luso Americano


Este evento realiza-se dia 9 de Novembro, das 14h às 18h, na Escola Superior de Educação Leiria - Campus 1 (junto à Câmara Municipal de Leiria)
Grupo destinatário: Médicos, terapeutas, professores e pais de crianças com atraso global de desenvolvimento, Paralisia Cerebral, Autismo, Traumatismo Craniano, Síndrome de West, Down e demais situações neurológicas.
Cartaz
Mais Informações

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Windows 7 vai facilitar vida aos utilizadores com deficiência


O novo sistema operativo Windows 7 da Microsoft vai facilitar a vida aos utilizadores com deficiência, permitindo-lhes "falar" com o computador ou escrever no monitor, divulgou hoje a empresa, no âmbito de uma parceria com a Associação Salvador.

Num comunicado, a Microsoft anuncia "uma parceria inédita" com a Associação Salvador, que promove os direitos e os interesses das pessoas com mobilidade reduzida, à qual vai doar três euros por cada unidade de Windows 7 vendida até Junho de 2010, em qualquer das versões disponíveis no retalho.

A parceria contempla a "partilha de lucros nas vendas do novo sistema operativo da empresa", a implementação de um projecto de responsabilidade social envolvendo tecnologia e acessibilidade, uma campanha de angariação de novos Amigos da Associação e uma estreita parceria tecnológica.

Uma reforma polémica

A reforma da Educação Especial introduzida pelo decreto-lei 3/2008 tinha dois objectivos à partida inatacáveis - organizar as turmas especiais das escolas públicas, onde muitas vezes coabitavam alunos com simples dificuldades de aprendizagem, com deficientes com diferentes necessidades especiais; e promover a "escola inclusiva" para os alunos com deficiência, criando condições na rede pública para acolher jovens institucionalizados.
Mas a operacionalização da reforma teve vários contratempos: em primeiro lugar, houve uma acesa contestação, por parte de muitos especialistas, ao sistema utilizado para sinalizar os estudantes - a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), considerada uma ferramenta com fins médicos, que excluía dezenas de milhares de casos de necessidades especiais. Por outro lado, apesar do reforço de docentes e técnicos especializados, repetiram-se as queixas de falta de preparação das escolas para acolher determinados casos.

Dez colégios do ensino especial em risco de fechar


Há colégios à beira da insolvência que são o único recurso para alunos com graves problemas, nomeadamente psiquiátricos, para os quais não há resposta no Estado. Instituições queixam-se dos cortes e atrasos nos apoios estatais.
Menos comparticipações e pagas a más horas. É esta a fórmula que está a deixar vários colégios do Ensino Especial - cinco a dez só em Lisboa - à beira da insolvência. A denúncia é da Associação de Estabelecimentos do Ensino privado (AEEP), segundo a qual já há salários em atraso. Entre as mais afectadas estão unidades que acolhem alunos com problemas psiquiátricos graves, que implicam vigilância permanente para protecção dos próprios e de terceiros.
Segundo contou ao DN Rodrigo Queirós e Melo, da AEEP, "de cerca de 22 escolas, houve 10 que se candidataram este ano a um apoio extraordinário, que foi concedido a quatro ou cinco". Mas esse apoio, "prometido pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos", e que serviria para fazer face a despesas já vencidas, "está há semanas parado na Direcção Regional de Educação de Lisboa [DRELVT]", denunciou, precisando estar em causa uma verba da ordem dos 300 mil euros.
Contactado pelo DN, o director-regional de Educação de Lisboa, Joaquim leitão, assegurou ontem, por email, que as situações em causa "relativas aos fluxos financeiros para estabelecimentos do ensino particular e cooperativo, neste momento já se encontram regularizadas", não adiantando os motivos para a demora.
Uma informação que o DN não conseguiu confirmar ontem junto da AEEP. Em todo o caso, a associação avisa que estes apoios especiais "não resolvem o problema" dos colégios, que no último ano perderam uma fatia significativa das suas dotações.
Menos alunos, despesa igual
Na origem do problema estão os efeitos colaterais do decreto-lei 3/2008, que veio reformular a oferta educativa e a forma de identificação das crianças com necessidades Educativas Especiais permanentes (NEE) , defendendo a criação de condições para a inclusão do maior número de casos possível nas escolas públicas.
Estas medidas acabaram por conduzir - muitas vezes sob os protestos das famílias (ver caixa)- à redução do número de menores encaminhados para instituições particulares e cooperativas, cujo financiamento depende do número de casos acolhidos. Uma situação que afectou a generalidade das unidades, incluindo aquelas para as quais a rede pública ainda não oferece alternativas.
Um destes casos é o do Colégio Eduardo Claparède, em Lisboa. Segundo contou ao DN Maria Isabel Vaz Pereira, uma das directoras, a instituição - especializadas em menores com problemas psiquiátricos e mentais - conta actualmente com 67 alunos, oito dos quais "365 dias por ano, porque não podem sequer ir [passar os fins-de-semana] às famílias".
Tratam-se de casos, explicou, que pela gravidade das suas patologias "nunca" poderiam ser colocados em escolas públicas, porque "poderiam inclusivamente pôr em perigo os colegas". Segundo defendeu, "não está em causa" uma oposição à inclusão na rede pública das crianças com NEE. "Desde que essas escolas tenham condições para as acolher, nomeadamente ao nível dos terapeutas, isso até pode ser positivo", admitiu. "Mas do que estamos a falar é do futuro de colégios que acolhem casos para os quais manifestamente não existe essa alternativa".
Desde 2007/08, ano lectivo em que contava com 83 alunos, a instituição já perdeu 16 estudantes: "Os novos casos que hoje recebemos são, sobretudo, os que vêm sinalizados pelas comissões de protecção de menores em risco e pelos tribunais de menores", explicou. Em termos práticos, estando em causa um apoio mensal por aluno "da ordem dos 550 euros mensais, o colégio terá perdido "cerca de 100 mil euros" por ano. "E já fizemos um estudo que comprova que o custo da nossa estrutura não se altera por termos menos alunos".

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Hipoterapia apoia deficiência em Esposende


Cerca de 70 crianças e jovens com deficiência vão participar, este ano lectivo, na modalidade de hipoterapia que a Câmara Municipal de Esposende proporciona a alunos de todos os agrupamentos de escolas do concelho e do núcleo de Marinhas da APPACDM.

Esta aposta enquadra-se no espírito do Projecto ‘Esposende, Município Educador’ e baseia-se fundamentalmente nos resultados positivos que esta modalidade transmite aos participantes, especialmente através de benefícios de ordem psicomotora e psicossocial.

O programa desenvolve-se em parceria com o Clube Hípico do Norte, que define o plano anual de aulas e um conjunto de actividades complementares, com vista à reabilitação global e reintegração física, social e psicológica de indivíduos com necessidades especiais, cujo instrumento utilizado é o cavalo.

Na apresentação do programa de desporto adaptado, onde se inclui a hipoterapia, esta semana, o presidente da Câmara Municipal de Esposende, João Cepa, destacou a importância des te programa, enquanto terapia alternativa e complementar, e garantiu que é um projecto para continuar a apostar.

Mensalidades a praticar pelas instituições de ensino especial

A Portaria n.º 1324/2009 e a Portaria n.º 1325/2009, ambas de 21 de Outubro, estabelecem, respectivamente, os valores máximos das mensalidades a praticar pelas cooperativas e associações de ensino especial para efeitos de atribuição do subsídio de educação especial e os valores máximos das mensalidades a praticar pelos estabelecimentos de educação especial com fins lucrativos para efeitos de atribuição do subsídio de educação especial.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

OED - Operação de Emprego para pessoas com deficiência



A OED, surgiu em 1990, resultante de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa - Departamento de Acção Social, o Instituto de Emprego eFormação Profissional e a LPDM - Centro de Recursos Sociais. Tendo como missão a promoção de emprego em mercado aberto de trabalho de pessoas com deficiência, desempregadas ou em situação precária de emprego, residentes na cidade de Lisboa , com idade legal para trabalhar e com inscrição activa no respectivo Centro de Emprego.

É função da OED mediar os processos de recrutamento, selecção e contratação de pessoas com deficiência, contribuindo assim, para a melhoria da taxa de emprego desta população e para a promoção da igualdade de oportunidades e condições no acesso ao emprego.

A sua estratégia assenta na informação e sensibilização da comunidade empresarial ácerca do potencial laboral do trabalhador com deficiência, realidade muitas das vezes menos conhecida e por conseguinte, geradora de obstáculos à integração. Divulgar o valor profissional destes trabalhadores passa então por acções de comunicação, veiculando casos e testemunhos dos já múltiplos exemplos de integração de sucesso.

Para as empresas, a OED pretende assim ser um serviço de recrutamento e apoio à colocação em que estas confiam e vêem como uma oportunidade de melhorar o seu potencial humano. Paralelamente, pretende funcionar como um percursor de acções de Responsabilidade Social , na vertente de integração profissional de pessoas com deficiência, tema que tem vindo a impor-se cada vez com maior relevância no meio empresarial, sendo uma preocupação crescente por parte de alguns empresários.

É também um serviço de assessoria às empresas que pretendam realizar a sua candidatura aos Apoios Financeiros concedidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, pela contratação de um colaborador com deficiência.

Para os candidatos a trabalho, a OED pretende actuar como uma fonte de suporte no processo activo de procura de emprego, em que o próprio é participante na definição do seu percurso profissional, considerando os seus interesses, competências e potencial de funcionalidade conseguida pela introdução de tecnologias de apoio ou adaptações.

Actuando como serviço de mediação, a OED assume ainda como objectivo garantir a qualidade e a progressão no posto de trabalho, apostando em acções de acompanhamento dirigidas aos vários agentes participantes neste processo – empresário, trabalhador e eventualmente a respectiva família
Para mais informações, contacte:

R. Freitas Gazul, Lt 34, Lj. 11350-149 Lisboa

Telefones: 21 393 25 20

Fax: 21 393 25 39



Multideficiência: Que desafios? Educar, Reabilitar para Integrar

A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental de Viseu (APPACDM Viseu), em parceria com a Universidade Católica Portuguesa de Viseu (UCP Viseu), vai promover nos dias 20 e 21 de Novembro de 2009 na cidade de Viseu, um Seminário sobre Multideficiência, transversal a várias áreas, Educação, Saúde, Reabilitação, Formação Profissional.
Cientes da falta de espaço para este debate científico, estas duas Instituições propõem-se promover um evento neste âmbito e reunir especialistas nas áreas da Educação, Saúde, Reabilitação e Formação Profissional.

Pretendemos-se, deste modo, dialogar, problematizar, reflectir e partilhar experiências, num contínuo desenvolvimento pessoal e profissional, que envolvam as diversidades presentes na nossa sociedade e, consequentemente, no ambiente Educativo.

Mas, não podemos ficar passivos face a quem, diariamente, se vê envolvido nessa diversidade. A Família é a primeira a sentir esta realidade. É por isso que desejamos igualmente partilhar, ouvir e reflectir acerca dos medos, angústias, anseios, perspectivas e desejos por ela vivenciados. Também os Profissionais de Saúde apresentam um papel preponderante no processo de Reabilitação, global e dinâmico, estabelecendo estratégias com objectivos comuns e acções convergentes e sinérgicas orientadas para a recuperação física, psicológica e social da pessoa portadora de Multideficiência. Além de perspectivar a Educação e Reabilitação da pessoa com Multideficiência, o Seminário apresentará, ainda, um painel sobre a Formação como o grande princípio para a inclusão sócio profissional da pessoa portadora de Multideficiência.

Destinatários do Seminário são:

- Profissionais da Educação e Ensino Especial

- Profissionais de Saúde e Reabilitação

- Profissionais de Formação Profissional

- Profissionais de Acompanhamento e Inserção Profissional

- Profissionais de Serviço Social e Psicologia- Estudantes

- Direcções e profissionais de Instituições ligadas à abordagem da pessoa com Deficiência

- Todos os interessados na temática do Seminário.

Para todas as informações, clicar aqui

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Educação Inclusiva "regressa" a Salamanca

Em Junho de 1994, a cidade espanhola de Salamanca acolheu a Conferência Mundial sobre a Educação Especial, que produziu um conjunto de recomendações a que foi dado o nome de Declaração de Salamanca. O balanço dos resultados conseguidos desde então vai ser feito no mesmo local nos próximos dias 21, 22 e 23 de Outubro.(...)
A conferência, que fará o balanço da Declaração de Salamanca, confrontará os direitos, a retórica e a realidade e é co-presidida por Ingrid Koerner, presidente da Inclusion Europe e membro do Council of Inclusion International, e Gordon Porter.
Ao longo dos últimos 14 anos, após a Declaração de Salamanca, a educação inclusiva tem vindo a afirmar-se no contexto das políticas de igualdade de oportunidades. Ao nível das várias instâncias internacionais, as questões referentes a esta temática têm vindo a ocupar um lugar central na discussão e elaboração de documentos orientadores e reguladores das políticas e das práticas.
Os países dispõem hoje, entre outros instrumentos de política, da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006) que integra um artigo específico sobre a educação das pessoas com deficiência. O conceito de deficiência adoptado nesta Convenção, em total coerência com o modelo biopsicossocial, consubstanciado na Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde (OMS, 2001), determina mudanças nas práticas para que seja possível alcançar os ideais de uma verdadeira educação inclusiva.
A formação dos profissionais de educação deverá não só acompanhar e integrar esse processo de mudança, mas também constituir um garante da sustentabilidade da mesma.
Em Portugal, onde também este tema ocupa um lugar cada vez mais cimeiro na agenda pública, o Ministério da Educação introduziu reformas importantes, consubstanciadas designadamente no Decreto-Lei n.º 3/2008, ao mesmo tempo que as fez acompanhar de perto por uma equipa de monitorização liderada, como foi dito, pelo professor Simeonsson, e fomentado a discussão pública da evolução da reforma. (...)

Autistas ensaiam manobras radicais

A integração foi o mote da iniciativa ontem participada por perto de 20 crianças autistas. Após viagens de comboio e autocarro, vestiram um fato de mergulho e praticaram, pela primeira vez, bodyboard. "Uma experiência única para muitos deles."
Maravilharam-se com a paisagem que fugia pelos vidros do comboio mas assustaram-se, alguns, quando se viram na praia do Cabedelo, em Viana do Castelo, com o mar a curta distância.
Pedro, de oito anos, não tirava os olhos das ondas desde que saíra do autocarro, recusando-se, peremptoriamente, a entrar na água. "Quero ir para casa! Já, mãe!" Apesar do apelo, momentos depois o menor vestia um fato de neoprene e, munido de uma prancha de bodyboard, saltava sobre a rebentação e entrava na água, a exemplo das restantes crianças que, a princípio, recearam tomar parte na brincadeira.
"Ninguém consegue explicar, mas as expressões deles mudam quando estão na água. Interagem melhor connosco dentro da água, além de se notar que estão muito mais felizes", explicou Raquel Abreu, psicóloga da Associação de Amigos do Autismo (AMA), entidade que promoveu a iniciativa com os olhos postos na integração social dos menores.
"Trata-se de facultar a estas crianças as oportunidades que lhes são, muitas vezes, privadas, devido a alterações de comportamento", continuou a responsável pela actividade de ontem e terapeuta da associação, Gisela Brás, acentuando que a proposta teve, também, por meta sensibilizar a comunidade para a problemática.
Para Sérgio Martins, voluntário da AMA e com perto de 30 anos de trabalho ligado à reabilitação de pessoas com deficiência, a proposta levada a efeito assemelhou-se "quase a uma aventura". E assinala: "em termos de reabilitação, muito está por fazer. No que concerne ao autismo então nem se fala". Docente e pai de uma criança autista, Jorge Cruz aludiria mesmo à terapia da água como "fundamental" para a integração: "é um meio onde eles se sentem mais à vontade. Mais livres".
Assegurando que a colectividade pretende dinamizar um conjunto de desportos "onde eles se possam sentir bem", caso da hipoterapia, o presidente da AMA, Marco Reis, vincou que a proposta não representa qualquer custo para as famílias. "As pessoas não têm de pagar nada pelas actividades, só assim é que se consegue a igualdade de oportunidades", asseverou, considerando para tal necessário "vencer complexos, muitos das próprias famílias".

domingo, 18 de outubro de 2009

Bullying: um comentário


A propósito do texto subordinado ao Bullying nas escolas, uma mãe, Cristina Franco, teceu um comentário bastante realista deste problema, digno de ser partilhado e,talvez, de ser discutido. Materializa-se, assim, um dos objectivos da criação e da existência deste espaço, a partilha de opiniões, o debate de ideias.

Como mãe de uma criança com NEE, este tema horroriza-me, porquanto muitas das vítimas deste fenómeno, são crianças com especiais particularidades, mas não só.

Efectivamente este tipo de agressão tem tido um crescimento. Por vezes a escola quer confundi-lo com as "bulhas" de outros tempos entre rapazes que num processo de aprendizagem de vida, deveríam saber responder, defendendo-se, mas o Bullying normalmente é um fenómeno muito específico que não deixa margem de defesa às vítimas e nada tem que ver com os simples conflitos pontuais entre "parceiros". E a escola sabe-o bem porque sabe bem queixar-se quando a violencia é dirigida aos professores. Efectivamente, a escola não tem sabido responder - por isso a coisa cresce e toma proporções muito negativas, que começa com a agressão aos colegas para ir crescendo até chegar aos adultos (professores e auxiliares)... a escola não tem sabido responder e minimiza, relativiza quando a violencia tem como alvo as crianças...

A escola não tem sabido responder e obriga os pais das vítimas a levar os filhos à escola, onde são submetidos repetidamente a tal tratamento, sob pena de processar estes pais quando em desespero assumem que assim a escola é um local de crime, retirando seus filhos de lá.

A escola também não crê na solução de suspender os agressores como outrora de fazia por muito muito menos.

E o bullying prossegue a sua escalada impunemente... e como sempre ninguém vê, ninguém viu, os professores estão na escola para ensinar e as auxiliares que estão para vigiar, são poucas... Provavelmente aguarda-se por casos realmente chocantes para aceitar o fenómeno, dando-lhe a importância que tem e tomar medidas... é isso, provavelmente está-se à espera.

Dislexia na primeira pessoa

sábado, 17 de outubro de 2009

Invisuais também podem desfrutar da fotografia


Uma exposição de fotografia dirigida a pessoas invisuais parece ser uma brincadeira de mau gosto. Mas está bem longe de o ser.
A mostra «Fotografia em Relevo», de Paulo Abrantes, foi especialmente criada para este público e pode ser visitada no edifício da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA) até ao dia 29 de Outubro.

O fotógrafo usou uma técnica que assenta em imagens a preto e branco e recorre a um papel especial que adquire relevo ao ser impresso. O preto corresponde às zonas com maior relevo e o branco à ausência deste, com os cinzentos a adquirir alturas diferentes, conforme a sua intensidade. A legenda da fotografia também está inscrita em Braille.

A iniciativa foi lançada no Dia Mundial da Visão, que se celebra a 8 de Outubro. Numa sessão muito participada, já que foram muitos os alunos da Universidade do Algarve presentes, Paulo Abrantes, que já há cerca de seis anos se dedica a projectos nesta área, foi muito crítico no seu discurso.

Segundo o fotógrafo, quando revelou a sua ideia ao mundo, apenas foi incentivado a avançar pela Acapo-Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal. «Se não fosse a Acapo, nada disto existia», garantiu.

Paulo Abrantes, ainda que sem lançar nomes, disse que, quando deu a conhecer a ideia, não viu «grande entusiasmo das pessoas ligadas à fotografia, arte e cultura», nem «por parte das entidades». Mais tarde, acabou por encontrar um entusiasta no comissário de Coimbra Capital da Cultura 2003, que lhe abriu as portas do evento. Esteve também na Faro Capital da Cultura, em 2005, com a sua mostra «Luz Táctil».

O facto de, por ocasião da inauguração desta exposição, estarem juntos na mesma sala os responsáveis pelo Governo Civil, pelas direcções regionais de Educação e de Cultura e pela Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA), esta última a organizadora do evento, significa, para Paulo Abrantes, «que algo já mudou no Algarve».

O artista vê as exposições que promove nesta área, que já o levaram a Espanha e ao Brasil, como «uma oportunidade de juntar as pessoas e aproximar a sociedade em geral dos que vivem directamente os problemas da visão e da cegueira». Ricardo Martins, dirigente da Acapo a nível regional, também partilha desta visão. Até porque considera que a associação que representa, «além do dever de reabilitação e integração profissional e social» que tem para com os seus associados, também tem interesse «em estar junto da sociedade em geral».

«É neste tipo de iniciativa que a palavra inclusão está escrita com todas as letras e das quais nos sentimos orgulhosos», revelou. «Eu já vi, em tempos, pelo que tenho noção da imagem. Mas para os que nunca viram, esta é uma experiência que certamente lhes ficará marcada na memória. Será uma oportunidade única para muitos deles», considerou Ricardo Martins.

O presidente da ARSA Rui Lourenço frisou ainda que o entendimento da entidade que dirige, em termos de saúde, «é mais lato do que a maioria das pessoas pensa». «A saúde é também um recurso para o desenvolvimento pessoal e bem-estar da comunidade», considerou.

Professores não estão preparados para o 'bullying'


Quase metade dos alunos das escolas portuguesas estão envolvidos em práticas de bullying, seja como agressores ou como vítimas. Mas os peritos alertam para a falta de preparação das escolas para lidar com o fenómeno. Estas questões vão ser debatidas, hoje, no Congresso sobre Violência Escolar e Bullying, no Centro Cultural de Moscavide, em Lisboa. onde será apresentado um documentário com casos de cinco jovens.
Uma das oradoras do congresso é Sónia Seixas, professora universitária, que realizou um estudo sobre violência escolar em cinco estabelecimentos públicos do 3º ciclo, na Grande Lisboa, tendo concluído que 42,2% dos alunos são agressores ou vítimas de bullying. "Os professores não estão preparados para lidar com o problema. Resolvem as situações pelo bom senso, mas sentem falta de formação", avisa Sónia Seixas, explicando que percebeu a ausência de preparação nas visitas que faz aos vários estabelecimentos de ensino para falar de fenómeno. "O bullying é um comportamento agressivo, intencional e repetido, que acontece na escola para causar dano" explica a professora, acrescentando que no seu estudo verificou que 17,9% são agressores, 17,2% vítimas e 7,1% alternam entre os dois papéis. E, diz, a maioria dos episódio acontece nos locais privilegiados do aluno: no recreio, nos corredores, nos balneário ou nas casas de banho .
Por isso, além dos professores, também as auxiliares de acção educativa, responsáveis pela vigilância destes espaços, têm de lidar com os casos de bullying. "Mas os auxiliares de educação são poucos, e grande parte deles tem apenas o nono ano, sem formação para lidarem com conflitos" alerta, por seu vez Graça Tavares, formadora na área das relações interpessoais que estará também amanha presente no congresso.
Opinião semelhante tem Fernanda Asseiceira, ex-deputada que coordenou a elaboração de dois relatórios sobre violência escolar na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República e, tendo sido professora, conhece bem a realidade das escolas. "A violência escolar é uma área descurada. E os professores não têm formação para lidar com ela ", garante.
Já Mário Cordeiro, pediatra, considera que as escolas não apenas não sabem como lidar com os conflitos, como ignoram a dimensão do problema. "As escolas são tolerantes demais com o bullying", diz o médico, defendendo: "Tem de haver tolerância zero". As situações de violência escolar tendem a ser resolvidas com a mudança de escola da vítima de bullying ou com a suspensão do agressor. Mas, a opinião generalizada entre os especialistas, é que estas opções não são solução.
"A escola falha quando uma criança é obrigada a mudar" defende Fernanda Asseiceira, acrescentando que os alunos têm de ser acompanhados para que não fiquem traumatizados.
O trauma revela-se em sintomas psicosomáticos (dores de cabeça, insónias, vómitos), psicológicos (tristeza, desamparo ou até pensamentos suicidas) e nos resultados escolares (desmotivação, insegurança e notas baixas).
Se a solução usada na maioria das vezes com as vitimas de bullying está errada, o mesmo se pode dizer com as sanções aplicadas aos agressores. "Não se pode optar pela suspensão, porque é um reforço do estatuto social do agressor", explica Sónia Seixas.
Para os especialistas, não há receitas mágicas, mas é preciso apostar na prevenção. E, apesar do bullying ter o seu pico quando os alunos entram na adolescência, aos 13 anos, as práticas agressivas começam cada vez mais cedo, logo no jardim-de-infância. É preciso ensinar as crianças a resolver os problemas através da mediação. Para além disso, é preciso trabalhar a auto-estima, para aprenderem a ser assertivos. "Temos de ensinar as crianças que, em vez de chorarem, devem reclamar que o colega tirou o brinquedo" explica Graça Tavares.

Quatro rapazes e uma rapariga contam como é sofrer na escola

Quando Manuel Guerra, 18 anos, estudava na Escola Secundária António Arroio tinha como projecto escolar a realização de um filme. Optou por fazer um documentário sobre bullying, onde colegas da mesma escola de Lisboa contavam as suas histórias.
O documentário Alinha ganhou o 1º prémio na competição Primeiro Olhar de Viana do Castelo, onde era o único aluno do secundário a concorrer. O objectivo da obra, explica Manuel Guerra, que agora estuda no 1º ano da escola Superior de Teatro e Cinema, é deixar uma mensagem positiva e, ao mesmo tempo, crítica: "As pessoas acabam por ultrapassar o bullying e têm uma vida normal. Mas os professores e os pais têm de estar atentos". Para dar o alerta, Manuel conta a história de Diogo, Catarina, Francisco e Tiago.
Diogo culpava-se
Diogo foi vítima de bullying ao longo de todo o 2º e 3º ciclo e só quando foi para a Escola Secundária António Arroio deixou de ser o alvo dos colegas. Os episódios são vários, repetidos e prolongados no tempo. Um deles foi no recreio, quando lhe colaram um penso higiénico nas costas e, ao longo de todo o intervalo, foi motivo de gargalhadas dos colegas. Diogo recorreu a ajuda psicológica, mas o bullying deixou marcas e, ainda hoje, tem dificuldade em lidar com os colegas na escola. Tudo porque estava convencido que tinha culpa e desculpava o comportamento dos agressores. Como explica Manuel Guerra, "o Diogo, como tantas outras vítimas, pensava que era a razão de todo o mal, mas ele não tem culpa nenhuma e os agressores deviam ser punidos" .
Mário era gozado
Apesar da ser aparentemente forte, Mário era gozado, de forma continuada, por um grupo de alunos. Mas as agressões não se limitavam às palavras e acabavam, muitas vezes, em violência. Nessas alturas, Mário reagia à violência com violência, como explica Manuel Guerra, autor do documentário Alinha, "Se estão a atacá-lo, ele defende-se, mas o Mário percebe a diferença entre o bem e o mal." garante acrescentando que Mário não recorreria a violência gratuita.
Catarina vítima na net
Catarina tinha uma vida familiar estável e protegida, mas isso não a impediu de ser vítima de cyberbullying. Colegas da escola criaram, na internet, um fórum com boatos e publicaram uma montagem com fotografias da estudante. O bullying aconteceu enquanto andava no secundário, e até essa data nunca tinha sido alvo de qualquer tipo de agressão. Catarina acabou por pôr um processo aos autores do site, mas não resolveu totalmente a questão. "Estes problemas alastram-se muito mais facilmente. Isto passa por mais pessoas e fica a circular na internet muito tempo" explica Manuel Guerra, alertando para os problemas que as redes sociais, como o Hi5 ou o Facebook, podem trazer se não foram usadas com cuidado.
Francisco foi perseguido
Francisco, ao longo do 2º e 3º ciclo foi vítima de perseguição no percurso casa-escola. Durante os cerca de 30 minutos que demorava o caminho, era seguido por um grupo de rapazes que o atormentava e acabou por se isolar de todos os colegas. Quando mudou para a escola secundária e escolheu a António Arroio o bullying terminou e Francisco ultrapassou a situação. Hoje tem amigos, sai à noite e faz a vida normal de qualquer jovem da sua idade.
Tiago nasceu tímido
O Tiago é, ainda hoje, um "rapaz calado e muito inteligente" como descreve Manuel Guerra. Talvez por isso, era um alvo para os colegas que o viam como um aluno tímido, que não responderia às provocações. Acabou por se aplicar à pintura, como escape e forma de expressão. "Ele aprendeu a viver com as diferenças e descobriu que tinha qualidade" explica Manuel Guerra sobre o colega que conseguiu ultrapassar as sequelas deixadas pelo bullying.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ciclo de Encontros 2009/2010 - A INTEGRAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS COM NEE NA ESCOLA DE HOJE

A 21 de Outubro próximo, dá-se início a um Ciclo de Encontros dedicado à integração escolar de crianças e jovens com NEE.
Ana Rita Matias e Cristina Vieira, serão as responsáveis pela dinamização de 7 encontros, subordinados a diferentes temas, que procurarão dar resposta às necessidades sentidas pelos profissionais na caracterização, avaliação e intervenção dos alunos com NEE e no seu processo de integração escolar.
Faça o dowload do documento em PDF para ter acesso ao calendário completo.
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Fundação Renascer

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aprender a ler reforça ligações no interior do cérebro


A aprendizagem da leitura reforça as ligações entre as várias partes do cérebro, segundo um estudo realizado com guerrilheiros colombianos que aprenderam a ler na idade adulta.
O trabalho, hoje publicado pela revista científica Nature, foi realizado por uma equipa dirigida por Manuel Carreiras, do Centro Basco do Cérebro e da Linguagem de San Sebastián, Espanha.
"Isolar as alterações induzidas no nosso cérebro pela aprendizagem da leitura era até agora impossível devido à presença de outros factores perturbantes", sendo que as crianças adquirem toda uma série de saberes e novas faculdades juntamente com a aprendizagem da leitura, afirmou Cathy Price, co-autora do estudo.
Os investigadores compararam as ecografias cerebrais de 20 guerrilheiros colombianos que aprenderam a ler com as de outros 22 que continuaram analfabetos.
E constataram que a densidade da massa cinzenta no hemisfério esquerdo do cérebro era mais elevada nos que aprenderam a ler.
Essas regiões do cérebro correspondem às previamente identificadas como as que servem para reconhecer as letras e traduzir as letras em sons.
"A leitura reforçou também as ligações de massa branca (responsável pela transmissão de informações) entre as várias regiões de tratamento" das informações, lê-se num comunicado da associação caritativa britânica Wellcome Trust, que patrocinou o estudo.
Segundo os autores, estes resultados são importantes para a compreensão da dislexia.
O novo estudo sugere que algumas anomalias dos disléxicos, nos quais foram reveladas quantidades menores de matérias cinzenta e branca, poderão ser a consequência, e não a causa, da incapacidade de ler.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Menino de dois anos tem QI igual ao de Einstein


Um menino de dois anos e cinco meses, habitante de Reading, nos arredores de Londres, conquistou num teste de QI uma pontuação equivalente à dos físicos Albert Einstein e Stephen Hawking.
Os testes de vocabulário e com números comprovaram que Oscar Wrigley faz parte dos 2% da população com o QI mais elevado. Com este resultado, Wrigley tornou-se numa das pessoas mais jovens a fazer parte da Mensa, sociedade que reúne pessoas com QI elevado, escreve o globo.com.
O membro mais jovem da Mensa é Elise Tan Roberts, de Edmonton, no Norte de Londres, admitida no início deste ano com dois anos e quatro meses.
Joe Wrigley, o pai do menino, afirmou à BBC que através da Mensa espera poder encontrar outros pais de crianças com QI alto que o «ajude» na educação do filho. Por ora, afirmou, o menino - que é muito pequeno para frequentar a escola - será educado em casa.
A mãe de Oscar, Hannah, disse que, no início, pensou que seu filho era apenas «uma criança muito inteligente», mas que, aos 18 meses, o menino já se destacava. «Aos 18 meses os bebés devem conhecer cerca de 20 palavras. Nós começámos a fazer uma lista e parámos no número 600. Eram resmas e resmas de papel», disse.

Desníveis no metropolitano barram cadeiras de rodas


As estações do Metropolitano de Lisboa ainda precisam de melhorar para permitir que pessoas de mobilidade reduzida circulem sem obstáculos. O desníveis entre as plataformas e as carruagens são o aspecto mais criticado.
Ricardo Almeida tem 26 anos e desde os 14 que uma doença progressiva neuro-muscular o empurrou para uma cadeira de rodas. O seu dia a dia é uma constante luta com as condições das acessibilidades. Há pouco mais de um ano, Ricardo, técnico de multimédia em Santa Maria da Feira, foi a Lisboa para assistir ao festival Rock In Rio. "Telefonei para o Metropolitano de Lisboa e disseram-me que as estações que eu precisava - Oriente e Bela Vista - tinham condições de acessibilidade mas quando aqui cheguei ia tendo um colapso", contou ao JN.
O principal obstáculo deparou-se-lhe no momento em que tentou entrar para o interior da carruagem do metro: a plataforma de espera está desnivelada em relação à composição, "um desnível de 15 centímetros ou mais". "Na estação da Bela Vista, que segundo diz a Metro tem acessibilidade, o desnível é ainda o dobro", aponta, revoltado. "Se há serviços que não têm acessibilidades, nós temos paciência mas quando dizem que existem acessibilidades e chegamos cá e vemos que não há, isso chateia-me imenso", desabafa.
A seu lado, o seu amigo José António, de 27 anos, sofre da mesma doença e explica que as cadeiras de rodas onde se movimentam "custam para cima de 20 mil euros e não podem ser pegadas assim à balda".
Dias depois da má experiência, Ricardo Almeida escreveu "para todas as entidades directa ou indirectamente ligadas ao Metro, como o Ministério dos Transportes, a Secretaria de Estado ou a Câmara Municipal de Lisboa". De nada lhe valeu: "O resultado prático foi nulo!", assegura.
O JN contactou os responsáveis do Metropolitano de Lisboa e confrontou-os com as críticas destes dois utentes.
"O Metro reconhece que as estações em curva têm zonas menos favoráveis para a entrada de cadeiras de rodas", justificaram, através do gabinete de comunicação. "Neste sentido, e à semelhança do que tem vindo a ser prática mundial, o Metro de Lisboa está a estudar a zona mais favorável que permita a entrada de cadeira de rodas, ao nível do pavimento do cais, zona esta que passará a estar assinalada", acrescentaram ainda, em comunicado, ao nosso jornal.
No mesmo texto, o Metropolitano de Lisboa sublinhou que existe na sua rede "informação visual e sonora, elevadores em 27 estações, canais especiais bi-direccionais, pontos de ajuda, máquinas de venda de títulos preparadas para cegos e amblíopes e mecanismo para detecção do espaço entre carruagens". Todavia, não é só o Metropolitano de Lisboa que é alvo das críticas de Ricardo Almeida. "Só o simples facto de sairmos à rua já é uma aventura", diz, explicando que tem sempre que "fazer um reconhecimento atempado, senão é um tiro no escuro".
A título de exemplos concretos, tanto Ricardo Almeida como José António falam nas dificuldades de movimentação em passeios, levantar dinheiro no multibanco ou apanhar um elevador, onde a maioria dos botões está sempre colocada muito acima do seu alcance.
Comentário:
Ao nível das acessibilidades e da eliminação das barreiras arquitectónicas, ainda há muito a fazer! É lamentável que o Estado, e seus serviços tutelados, aprove a legislação mas não a cumpra na totalidade!

Secretaria acusada de discriminar docentes de Educação Especial

Através do Profblog, tomei conhecimento da seguinte notícia, relacionada com o recrutamento de docentes de educação especial, na região autónoma dos Açores.
A secretaria regional da Educação e Formação recrutou, este ano lectivo, docentes sem qualificação em Educação Especial, para funções de apoio a crianças com necessidades educativas especiais, e, pela primeira vez em vinte anos, atribuiu-lhes horários superiores a vinte e duas horas semanais.
Os sindicatos dos professores contestam esta decisão, considerando que o Estatuto da Carreira Docente estipula vinte e duas horas lectivas semanais, como horário dos docentes da Educação Especial, independentemente do nível e sector de ensino em que leccionam, e que atribuir horários diferenciados a funções iguais é uma "prática discriminatória".
O Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) e o Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) enviaram, por isso, ofícios dirigidos à secretária regional da Educação e Formação, a solicitar que esta dê directrizes às escolas no sentido da aplicação do horário de 22 horas lectivas semanais a todos os docentes que, efectivamente, exerçam funções na Educação Especial, de forma a repor a justiça e a equidade. Os sindicatos lembram que estes professores desempenham as mesmas funções que os professores do grupo de recrutamento de Educação Especial, e que a legislação, ao prever um horário de trabalho mais reduzido, reconhece "o desgaste provocado pelo trabalho realizado com estas crianças", alerta o Sindicato dos Professores da Região Açores.
Segundo o SPRA, foram recrutados para a Educação Especial docentes com qualificação que não obtiveram colocação no concurso externo de pessoal docente, docentes que realizaram complementos de habilitação na área da Educação Especial cujo curso não lhes confere qualificação nesta área e, ainda, outros docentes sem qualquer formação na referida área de docência. Os referidos docentes estão a cumprir um horário de vinte e cinco horas, com base na sua formação inicial e não nas funções que, de facto, desempenham, ou seja, o apoio a crianças com necessidades educativas especiais.
Como adianta Fernando Fernandes, do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores, "não haverá escola nenhuma da Região que não tenha professores destes nos Núcleos de Educação Especial". E, nos últimos anos, embora tenha aumentado o número de professores com qualificação em Educação Especial, tem sido sempre necessário recorrer a professores de outros grupos de recrutamento, mas até este ano lectivo, sempre cumpriram horário reduzido. "É a Região Autónoma que precisa que estes professores desempenhem funções no domínio da Educação Especial", sublinha Fernando Fernandes que não entende por isso a decisão da tutela de os fazer cumprir um horário superior. Diz por isso que talvez o critério seja "a poupança dos vencimentos dos docentes", uma vez que "aumentando as horas de trabalho, conseguem ter menos professores", diz o responsável do SDPA.
Os sindicatos aguardam ainda uma resposta da secretaria regional. Contactada a secretária regional da Educação e Formação, Lina Mendes não se mostrou disponível para prestar esclarecimentos, nem sobre a razão desta decisão de não aplicar aos professores em causa um horário de 22 horas semanais, nem sobre o recurso da Região a professores sem qualificação.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aplicabilidade da Dança Terapêutica para Recuperação Funcional de Portadores de Distúrbios Percepto-Motores

Na procura de alguma informação sobre os efeitos da terapia, através da dança, nas crianças e nos jovens portadores de paralisia cerebral, deparei-me com estes estudo. Na leitura efectuada, ainda que na diagonal, pareceu-me constituir um bom ponto de partida para a análise dos efeitos da dança. Na conclusão, pode ler-se:
De acordo os resultados obtidos no presente estudo, pode-se sugerir que a dança terapêutica exerce efeitos benéficos para o indivíduo que a pratica, mesmo que a curto prazo, já que esta terapia alternativa promoveu, na amostra estudada, melhora no equilíbrio estático e dinâmico, na coordenação neuromuscular grossa, na ritmicidade, na auto-estima, na expressão e esquema corporal, potencializando a relação da imagem de si mesmo. Além disso, a terapia através da dança é capaz de promover um ambiente mais favorável para o processo de socialização e integração em grupo, contribuindo para o processo de inclusão social e favorecendo uma melhor qualidade de vida.
É importante ressaltar que a dança terapêutica promoveu um feedback motivacional para a prática de exercícios e tarefas de aperfeiçoamento do desempenho motor no grupo acompanhado, os quais não exibiam motivação para execução de exercícios cinesioterapêuticos tradicionais no começo da pesquisa.

Aulas de vela para pessoas com deficiência

Dada a escassa oferta, no território nacional, de escolas de vela vocacionadas para a formação de pessoas com deficiência mental, a Oeiras Viva assume agora mais este importante passo ao assinar um protocolo de cooperação com a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21.
A prática da modalidade da vela contribui para desenvolver nestas pessoas várias competências, entre as quais, o aumento da auto-estima, da confiança, das relações interpessoais e da integração social.
A Oeiras Viva iniciou no ano passado o ensino da vela no Porto de Recreio de Oeiras e decorrente da sua missão enquanto entidade socialmente responsável, tem vindo a promover actividades no domínio recreativo e desportivo em articulação com várias entidades públicas ou privadas.
Neste campo, várias empresas sediadas no Concelho de Oeiras têm respondido ao repto, apoiando esta nova actividade da Escola “Vela Viva”, como os SMAS de Oeiras e Amadora, 2045 - Empresa de Segurança S.A, Mota-Engil SGPS, Auto Vaga - Comércio Auto S.A, Oceansteel, Yamaha Portugal, Volvo Santogal, Peugeot Portugal Automóveis Distribuição S.A e o Externato Nova Oeiras.
Dessa forma a Oeiras Viva EEM celebrou com os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora, uma Cedência de Comodato de uma embarcação. A 2045, Empresa de Segurança S.A., a Mota-Engil SGPS, a Auto Vaga - Comércio Auto. S.A, comparticipam financeiramente na aquisição de embarcações. A Oceansteel cede 8 coletes salva-vidas e a Yamaha Portugal oferece um motor de embarcação de apoio.
Existem igualmente apoios nos pagamentos de anuidades de crianças com carências económicas, como é o caso da Santogal Comércio e Reparação de Automóveis SA, que contribui com o pagamento de anuidades de três crianças, a Peugeot Portugal Automóveis Distribuição, S.A, com o pagamento de anuidades para duas crianças e o Externato Nova Oeiras, através do pagamento de anuidades de uma criança.
Na ocasião, o Secretário-geral do Comité Paralímpico de Portugal, José Carlos Cavaleiro, e a Presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Trissomia 21, Maria Luísa Cotrim, agradeceram a iniciativa da Oeiras Viva, por proporcionar, com estes protocolos, a possibilidade a crianças portadoras de trissomia 21, com carências económicas, praticarem vela, contribuindo para uma melhoria significativa na sua saúde física, mental e social.

I Encontro Internacional de Literacia Familiar - Implicações da Família no Sucesso Escolar



A Escola Superior de Educação de Coimbra está a organizar o I Encontro Internacional de Literacia Familiar – Implicações da Família no Sucesso Escolar que terá lugar nos dias 13 e 14 de Novembro de 2009, na ESEC.
Informações adicionais em:


ou em

Dança pode ser usada como terapia nos casos de paralisia cerebral

Como resposta à questão levantada pela Teresa, volto a colocar este pequeno vídeo referente à importância que a dança pode ter no desenvolvimento global das crianças e dos jovens com paralisisa cerebral.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Gestos que falam...

Saiu mais umnúmero da Revista Diversidades, subordinada ao tema da deficiência visual, cim o título "Gestos que falam...".

GPS especial para cegos


No passado Domingo, dia 4 de Outubro de 2009, o reconhecido cantor espanhol, Serafino Zubiri (portador de deficiência visual), auxiliado pelo GPS Kapten , percorreu a primeira etapa do Caminho de Santiago para divulgar o projeto “Caminho dos Satélites” , cujo principal objectivo é demonstrar que através de um apoio tecnológico apropriado, qualquer pessoa, mesmo invisual, pode superar as dificuldades e fazer o seu caminho.
O GPS especial (Kapten) , assemelha-se a um rádio de bolso e funciona através de comandos de voz, simples e diretos (sistema similar à marcação por voz dos telemóveis), dando indicações concretas de localização, número de quilómetros percorridos, velocidade momentânea e pontos de interesse (monumentos, restaurantes, hotéis, farmácias, etc).

Este equipamento mostrou ser muito prático e de fácil utilização devido às suas dimensões reduzidas (7,4x 4,4 x 1,3 centímetros) e à sua leveza (apenas 50 gramas). Usa também, o chipset SiRFStar III GPS e tem 4GB da memória interna. O seu custo é de, aproximadamente, 150 euros.

Em 2010 a Associação Gallega de Empresas Tic e a Fundação Tecnologia Social irá organizar uma peregrinação a Compostela para mais de cem deficiêntes visuais.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

AUTISMO: guia prático


"AUTISMO: guia prático" é um documento que encontrei e que, embora o tenha analisado na diagonal, me pareceu interessante e, sobretudo, útil, quer para os educadores, quer para os pais. Apresenta, na parte final, alguns anexos e questões frequentes, que vale a pena consultar.

Na apresentação do guia, pode ler-se:
O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem, dentro do próprio âmbito da ciência, divergências e grandes questões por responder.
Há dezoito anos, quando surgiu a primeira associação para o autismo no país, o autismo era conhecido por um grupo muito pequeno de pessoas, entre elas poucos médicos, alguns profissionais da área de saúde e alguns pais que haviam sido surpreendidos com o diagnóstico de autismo para seus filhos.
Atualmente, embora o autismo seja bem mais conhecido, tendo inclusive sido tema de vários filmes de sucesso, ele ainda surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança que tem autismo ter uma aparência totalmente normal.
Ultimamente não só vem aumentando o número de diagnósticos, como também estes vêm sendo concluídos em idades cada vez mais precoces, dando a entender que, por trás da beleza que uma criança com autismo pode ter e do fato de o autismo ser um problema de tantas faces, as suas questões fundamentais vêm sendo cada vez reconhecidas com mais facilidade por um número maior de pessoas. Provavelmente é por isto que o autismo passou mundialmente de um fenômeno aparentemente raro para um muito mais comum do que se pensava.
O autismo intriga e angustia as famílias nas quais se impõe, pois a pessoa portadora de autismo, geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas enquanto outras se encontram bastante comprometidas.

Cadeira de Rodas inovadora - Carrier!


O CARRIER é uma cadeira de rodas avançada para deficiêntes motores e outros utilizadores de cadeiras de rodas. É um produto que devido às suas múltiplas características, se torna mais útil do que uma cadeira de rodas convencional, dando ao seu utilizador a possibilidade passar o dia sem estar dependente da cadeira de rodas.

Um grande problema para pessoas com deficiência é a casa-de-banho, este é o porquê do CARRIER poder chegar diretamente sobre os sanitários padrão e abrir o assento, possibilitando assim, que o seu utilizador utilize a casa-de-banho sem ter que sair da cadeira-de-rodas. Para subir escadas, o CARRIER utiliza a especial 'Galileo Wheel' que combina as vantagens do handling de uma cadeira de rodas comum com a função de subir de uma track drive. A última função do CARRIER inside sobre a posição de “upstanding mode” que visa permitir uma maior liberdade, dando ao utilizador a possibilidade de poder chegar a objectos altos (de outro modo inacessíveis), ou poder falar com outras pessoas na posição vertical (olhos nos olhos). Além disso, o encosto pode ser dobrado e a sua altura também é ajustável para facilitar a troca de assento.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Escola deve ter menos chumbos e garantir aprendizagem de qualidade


A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) defendeu hoje uma nova forma de organização da escola pública, que em vez de chumbar os alunos com dificuldades se preocupe mais com uma aprendizagem de qualidade.
"Este sistema de percursos educativos que temos não serve nem o desenvolvimento do país nem os alunos. Se olharmos para o que se faz noutros países, as crianças têm mais apoios desde que começam a apresentar dificuldades", frisou Ana Maria Bettencourt. A responsável do CNE participava na conferência de abertura da cerimónia comemorativa do 30º aniversário do Instituto Politécnico de Setúbal, perante duas centenas de pessoas, sobre "Democratização da educação e pedagogia: questões e desafios".
"Temos um sistema de ensino público que se democratizou muito, que garantiu o acesso das pessoas, a construção de escolas magníficas e bons professores, mas temos uma organização muito diferente da que existe noutros países da Europa e em alguns da OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos], como o Canadá e a Austrália", começou por dizer. "Ao contrário do que acontece nesses países, onde a retenção de alunos é residual, em Portugal temos alunos de 14 anos desde o 1º até ao 9º anos de escolaridade, com duplas e triplas retenções, alguns dos quais vão ficando pelo caminho", comparou.
A responsável do CNE começou por fazer um balanço positivo do trabalho desenvolvido no sentido da democratização do ensino após o 25 de Abril de 1974, mas defendeu que há novos desafios, que passam fundamentalmente pela qualidade da aprendizagem na escola. Para a presidente do Conselho Nacional de Educação, se é certo que os alunos têm de trabalhar mais nas salas de aula, também a escola pública terá que lhes proporcionar mais apoios para ultrapassarem eventuais dificuldades.
Ana Maria Bettencourt lembrou que no ensino privado em Portugal há menos retenções do que no público, justamente porque os alunos têm mais apoios. No ensino público, "há alunos que arrastam dificuldades a Matemática de ano para ano, vão chumbando sempre", exemplificou, argumentando: "Diz-se que isto é exigência. Mas não é. Exigência é fazer com que eles aprendam desde o princípio."
Ana Maria Bettencourt defendeu, por isso, uma maior responsabilização da escola pública, que, disse, "não pode estar à espera da ajuda das famílias, até porque muitas não podem ajudar os filhos, porque não andaram na escola ou porque não têm dinheiro para pagar explicações".
"Temos de conhecer bem as dificuldades do aluno e ter apoios mais individualizados para as ultrapassar", reforçou Ana Maria Bettencourt, reafirmando a ideia de que "a escola pública terá de se bastar a si própria".


Comentário:

A presidente do CNE faz um balanço bastante realista da situação da educação em Portugal. Sou de opinião que a escola tem de se reorganizar para poder, de facto, dar resposta a todos os alunos, de forma a poderem ultrapassar as dificuldades em tempo útil, a progredirem de acordo com o seu próprio ritmo de aprendizagem.
Há exemplos, noutros países, que, aparentemente, parecem constituir boas práticas nesse sentido. Penso que, se a política educativa privilegiasse o "aluno", sem olhar ao princípio economicista, aí sim, poderíamos criar melhores condições, oferecer respostas mais eficazes, ir ao encontro das necessidades dos alunos.
Haja esperança...

Aprender a Ler e Avaliar a Leitura - O TIL: Teste de Idade de Leitura


Na procura constante de instrumentos de auxílio a aplicar aos alunos, no âmbito dos processos de referenciação e consequente avaliação, deparei-me com este livro. Adquiri-o. Penso que pode constituir um instrumento útil no processo de avaliação da leitura.

Na página da editora, refere o seguinte:

Este livro centra-se sobre a aprendizagem da leitura e sobre as dificuldades que podem surgir nesse processo. Organiza-se em três partes. Na primeira procede--se à revisão da investigação científica sobre a aprendizagem da leitura, apresentando as diversas propostas que sobre ela foram surgindo, incluindo a perspectiva da leitura global até à perspectiva interactiva mais recente. Na segunda parte revêem-se os modelos explicativos da dislexia de desenvolvimento, enquadrando os défices revelados pelas crianças disléxicas no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Finalmente, apresenta-se o TIL, o Teste de Idade de Leitura, um contributo prático na triagem de crianças com dificuldades de aprendizagem da leitura.
Índice

1.Leitura e escrita: modelos de leitura hábil e modelos desenvolvimentais

2.Dislexia

3.Contributo para Diagnóstico das Dificuldades de leitura em Português Europeu: O TIL – Teste de Idade de Leitura