sábado, 28 de fevereiro de 2015

Os chumbos fazem bem ou fazem mal?

O problema é a falta de meios e de diálogo. A escola tem de estar “mais disponível” para ouvir as famílias, dizem as associações de pais. São precisos meios para dar respostas rápidas, sublinham as escolas.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) voltou a trazer os chumbos escolares para a primeira linha do debate, com a apresentação do relatório "Retenção Escolar nos Ensinos Básico e Secundário". A discussão está longe de ser nova - começou em 1991, com o ministro da Educação de Cavaco Silva, Roberto Carneiro, e desde essa altura já passou por 13 ministros. Mas nem por isso deixou de ser um problema crónico no país.

Dificuldades de aprendizagem, problemas emocionais, choques culturais e ensino inadequado ou insuficiente - as causas estão identificadas. E a solução está na mão de três intervenientes: as escolas (com professores, psicólogos e assistentes sociais envolvidos), os encarregados de educação e, claro, os alunos. "O que é preciso é que qualquer um deles deixe de olhar para o lado à procura de culpados para esta situação e pense qual é a sua responsabilidade e o que pode melhorar", considera Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).

Se há número de que um diretor escolar não gosta de falar é das suas taxas de retenção. Mas essa realidade - "acima da média nacional" no agrupamento de escolas de Silves Sul - não preocupa o diretor. "Os miúdos têm de perceber que o conhecimento é fundamental, não chumbar ninguém é acabar com o ensino em Portugal", defende Carlos Silva. Ele próprio um repetente (por "duas vezes"), não deixou de ter uma "carreira de sucesso" ligado, precisamente, à escola. "É através do fracasso que crescemos", acredita Carlos Silva, defensor acérrimo da "meritocracia".

O CNE discorda, pelo menos até certa parte. No relatório, divulgado no início da semana, os conselheiros do governo em matéria educativa criticam a "cultura de retenção" instalada e destacam os "efeitos negativos" do chumbo para o aluno, quer em "termos afetivos" quer "comportamentais". A opção das escolas, dizem, deve centrar-se na passagem dos alunos com dificuldades, ao mesmo tempo que se deve reforçar o acompanhamento feito a estes casos.

"A retenção não produz benefícios motivacionais mas gera, antes, angústia, desespero e riscos de abandono escolar precoce", atesta o psicólogo educacional Luís Picado, recorrendo à investigação existente - e é muita - sobre o tema. Também provoca "um aumentos dos níveis de ansiedade", "falta de atenção" e "sentimentos de desvalorização e ansiedade perante situações de avaliação", acrescenta o também presidente do Instituto Superior Ciências Educativas. As consequências de um chumbo no percurso do aluno multiplicam-se. Mas, mais do que focar-se na consequência, Luís Picado aconselha a comunidade a olhar para as tais "causas" que explicam o insucesso.

"É difícil pedir a um aluno que esteja atento e cumpra com as suas responsabilidades quando ele chega à escola de estômago vazio", diz António Castel-Branco. A situação económica recente tirou dinheiro das carteiras dos pais, e noutros casos levou-os para fora do país, deixando as crianças ao cuidado de familiares menos próximos. Em alguns casos, essa mudança contribuiu para as faltas, a indisciplina, o desinteresse e, no fim da linha, o chumbo.

Jorge Ascensão apela à aproximação da família à escola. "É necessário que a escola conheça a família e que a família conheça a escola, que haja um acompanhamento diário do percurso do aluno por parte dos encarregados de educação, que se converse e se faça sugestões à escola", diz a Confap.

Ao primeiro sinal de desvio, a escola tem de intervir, através dos professores, mas também dos psicólogos e assistentes sociais. Ainda que, reconhece, isso requeira "meios para fazer o acompanhamento". Ao mesmo tempo, é preciso que a escola "esteja disponível" para acolher a postura mais interventiva das famílias. "Não vale a pena intervir só quando as coisas correm mal, mas essa cultura ainda não existe", refere o representante dos pais, que vê no movimento associativo uma ponte para unir os dois lados. "Não vale a pena dizer que estamos preocupados com a retenção se não fizermos nada por isso", conclui.

A discussão volta a estar na ordem do dia e o ministro Nuno Crato admite estar preocupado com uma taxa de retenções "muito elevada", mas, pelo menos para já, os chumbos não vão acabar. "Nós queremos que os alunos passem, mas que passem sabendo", diz Crato.

Fonte: Jornal I

Resgatar os alunos do insucesso antes que seja tarde

Em Ouressa, as maiores dificuldades de aprendizagem merecem atenção total da escola. Mas nem sempre os resultados aparecem.

Luís vai ser um conceituado chefe de cozinha, um dia. Já está tudo pensado: daqui a poucos meses acaba o 9.º ano e a seguir vai direto para uma escola profissional de Hotelaria. A partir daí será acumular experiência e conhecimento até atingir o seu objetivo. Hoje, quando pensa no futuro, o caminho a percorrer é mais claro. Mas ainda há dois anos o mais certo era a escola ficar para trás.

Valeu a intervenção da direção para evitar esse corte final. "Se não fosse o ensino vocacional, estes alunos estariam todos perdidos", garante António Castel-Branco. O diretor olhou para a sua escola, arregaçou mangas e dedicou-se a perceber quem estava na mesma situação que o agora jovem aspirante a chefe. Encontrou cerca de 15 alunos, na altura com idades entre os 14 e os 15 anos, com o interesse pelos estudos em queda abrupta e a precisar de uma intervenção imediata. A solução para evitar mais chumbos? O responsável do Agrupamento de Escolas de Ferreira de Castro, em Ouressa, Sintra, juntou-os todos na turma de ensino vocacional na área da intervenção social e com isso criou no passado ano letivo o 8.º J. "Há dois anos, se estivessem aqui sozinhos, já tinham deitado isto tudo abaixo", lança António Castel-Branco quando encontra a turma reunida na biblioteca, no intervalo entre duas aulas.

Saúde, estética, cozinha, animação social - na turma, apenas uma das alunas admite que o próximo passo não vai passar pela formação profissional. São "diferentes" dos outros alunos do 9.º ano da Escola Básica de 2.º e 3.º Ciclos Ferreira de Castro porque puderam ter um currículo feito à medida dos interesses do grupo. É assim que se explicam as disciplinas de Oficina Criativa, Dinamização de Atividades Lúdico-Desportivas e de Promoção da Saúde.

Mas entrar na sala 4 é chegar a um universo paralelo. Na turma do 6.º J - criada este ano para reunir outros alunos com dificuldades - também há alunos de 14 e 15 anos. Fábio é o mais velho, já fez 17 - e pelo caminho já perdeu três anos em chumbos sucessivos. Na aula de Matemática estão duas professoras. Pschiiuuu. O esforço para manter a turma em silêncio é muitas vezes inglório. Enquanto uma passa os exercícios para o quadro ou explica a matéria, a outra percorre os corredores da sala para dar resposta aos pedidos de ajuda ou incentivar os alunos a terminar a tarefa. Mas quando ambas viram costas Fábio puxa imediatamente o telemóvel para ler a mensagem que entretanto chegou. É difícil manter a concentração e os exercícios de Matemática não ajudam. "Tentamos sempre dar um contexto prático aos exercícios para lhes facilitar a compreensão", explica uma das professoras, Odete Santos.

Numa das paredes laterais da sala está colado um cartaz de promoções de uma cadeia de supermercados. Os descontos daquela semana são alguns exemplos mais à mão para acompanhar a matéria do livro. Odete volta a insistir com Lisandro que acabe o exercício, sem sucesso. "Isto dá bué trabalho, stôra." Antes dos 14 já tinha desistido da escola e partido para outra aventura. É o problema do "contexto", diz o diretor. No caso de Lisandro, o "contexto" é cultural. A partir dos 12 ou 13 anos, as raparigas de etnia cigana viram a página e deixam a escola. Os rapazes aguentam mais um tempo, mas não muito. "O Lisandro já tinha desistido, para fazer os exames tinha de ir a assistente social da escola buscá-lo a casa porque ele esquecia-se", recorda António Castel-Branco. Voltar a sentá-lo numa sala foi uma vitória.

Noutros casos, o contexto é diferente: um estômago vazio até ao lanche da manhã, oferecido pela escola, ou a viagem dos pais para o estrangeiro, à procura da oportunidade de trabalho que não encontraram em Portugal, que os deixa a cargo da avó ou de um tio.

Os colegas mais novos da turma ainda só têm 13 anos, mas partilham todos uma característica: já ficaram retidos pelo menos uma vez. A escola faz tudo o que pode para os trazer de volta ao trilho certo. Às matérias habituais juntaram Jardinagem, Informática e módulos de pequenas reparações. "Estes alunos já tinham desistido" e aquela foi a forma de a escola os puxar para dentro do sistema.

Conseguir sentá-los numa sala de aula foi uma vitória da escola. Aos colegas do Luís, que agora estão no 9.º ano, essa intervenção permitiu-lhes acreditar em qualquer coisa que soe a sucesso profissional. E no último ano lançaram uma associação (Crescer Solidário) que já começou a ajudar famílias carenciadas da zona. Mas para os alunos do 6.º J o caso será diferente. "Quem quer fazer o exame no 7.º ano para continuar a escola normal?", arrisca perguntar o diretor. Algumas cabeças desviam o olhar e as mãos não saem de baixo da mesa.

Fonte: Jornal I

“Separar os bons dos maus alunos é uma burrice!”

“Quanto mais solidária, melhor é a escola”, defende Eduardo Sá. E reforça: “Ter ao nosso lado alguém que tem muitas dificuldades nalguma área em que tudo nos parece simples é uma bênção, porque nos ajuda a ser humildes”. Ninguém aprende sozinho e a pluralidade na sala de aula ajuda as crianças a aprender melhor.


Miopia aumentou «exponencialmente» nos universitários nos últimos 12 anos

Aumentou «exponencialmente» a prevalência de miopia na população universitária. A conclusão é de um estudo levado a cabo na Universidade do Minho. Os dados comparam 2002 e 2014 e, se há treze anos eram 23% os alunos que tinham miopia, agora são quase metade.

A equipa liderada pelo professor Jorge Jorge, do laboratório de Investigação em Optometria clínica e experimental, detetou que num espaço de doze anos há muito mais pessoas a verem mal.

O investigador sublinha que estes valores são possíveis porque em «Portugal estamos provavelmente a assistir ao que temos vindo a verificar noutros países da Europa e da Ásia que é um aumento da prevalência de miopia em crianças e jovens».

O investigador avisa que a doença pode ter repercussões graves, já que a miopia «a partir de determinado valor, normalmente seis ou sete dioptrias» começa a danificar a estrutura do olho e isso pode levar a «algumas patologias como retinopatia miópica que a longo prazo tem efeitos na visão e nalguns casos pode levar à cegueira».

Jorge Jorge considera que os resultados vêm reforçar a necessidade de se estabelecer um programa nacional de prevenção da miopia. Este deverá passar por um estudo epidemiológico da população e pela implementação de ações de sensibilização dos pais e educadores sobre os fatores de risco para o aparecimento e progressão da miopia e dos profissionais da saúde visual sobre as técnicas de retenção da progressão da miopia

A miopia é o problema visual com maior prevalência no mundo. Calcula-se um quarto da população mundial sofra da doença. Hoje sabe-se que a realização prolongada de tarefas que exigem esforço visual em visão de perto e a falta de atividades ao ar livre são dois dos principais fatores para o aparecimento e o desenvolvimento da miopia.

Fonte: TSF por indicação de Livresco

Gato recupera confiança de menino autista

Fraser e Billy são protagonistas de uma amizade muito especial: Fraser é um menino autista que conseguiu ultrapassar grande parte dos seus medos graças ao apoio permanente de Billy, um gato que a família resgatou de um gatil.

Um dos seus filhos do casal Booth, foi diagnosticado com autismo quando tinha apenas 18 meses. É um diagnostico angustiante para qualquer pai uma vez que o prognóstico em termos de evolução e sempre muito reservado.

Como a maior parte dos autistas, Fraser vivia fechado no seu próprio mundo sem comunicar com aqueles que o rodeavam. Além do autismo, o menino sobre de uma doença que atrofia os músculos fazendo com o simples gesto de andar ou agarrar objetos se torne difícil.

“Desde o diagnóstico, a nossa vida não tem sido fácil. Não sabemos nunca o que fazer ou que tratamento seguir. A única coisa que podemos fazer é seguir os nossos instintos”, conta Loiuse ao site norte-americano Sydney Morning Herald.

E foi mesmo por instinto que a família decidiu ficar com o pequeno Billy, um gatinho adotado de uma associação de proteção dos animais. A família tinha um gato idoso e, inicialmente, Fraser não ligava muito ao animal, mas nos últimos tempos parecia mais intrigado com o felino. “Como o nosso gato Toby já era muito velho achei que seria preferível arranjar um gatinho mais jovem”, explica a mãe do menino.

No momento em que foram buscar o jovem felino, Billy saltou imediatamente para junto de Fraser que ficou fascinado, olhando o animal com um “sorriso nos lábios”. “Queres dizer um olá ao Billy?”, perguntou a mãe ao menino. Para sua surpresa Fraser respondeu: “Mãe, vens comigo?”.

“Para os outros pais esta frase é uma coisa banal mas para nós foi um momento muito emocionante”, conta Loiuse. Desde aí, Billy e Fraser passam a maior parte do tempo juntos, com o gatinho a tornar-se um elemento fundamental, sobretudo quanto Fraser tem crises nervosas.

Loiuse salienta que a presença do animal acalma o menino nos momentos mais sensíveis para a criança, como a hora do banho que, antes de Billy chegar, era um verdadeiro pesadelo, com Fraser aos gritos do princípio ao fim. “Billy aproxima-se da banheira e fica ali a dar o seu apoio, Fraser simplesmente aceita e os banhos deixaram de ser um pesadelo”, relata a mãe do menino.

A estória desta amizade que mudou a vida de uma família foi relatada por Loiuse no livro “When Fraser met Billy”, que já está traduzido em várias línguas. 

Siga no Facebook a amizade Billy e Fraser

Fonte: Boas Notícias por indicação de Livresco

“EDUCAÇÃO E PARENTALIDADE POSITIVA” CONVERSAS COM PAIS EM TORRES VEDRAS

No dia 6 de março, sexta-feira, às 21h30, o Auditório do Edifício Paços do Concelho de Torres Vedras recebe Magda Dias para a apresentação de mais uma sessão do projeto “Conversas com Pais”, subordinada ao tema: “Educação e Parentalidade Positiva: estratégias práticas para dias felizes”

“Se é preciso tirar-se um curso para se ser melhor pai e mãe? Claro que não!
A verdade é que quando nos interessamos por um tema e quando esse tema adquire importância nas nossas vidas, é natural gostar e querer saber mais, trocar experiências e conhecer mais sobre o assunto e ouvir outras abordagens.

Dizem que a mão que embala o berço é a mão que governa o mundo [Roosevelt] – e essa é a mão de todos os pais e educadores! E à questão ‘O que é que mais deseja para os seus filhos?’, todos os pais respondem da mesma forma: desejam que os filhos sejam saudáveis e felizes. A felicidade é o ingrediente que torna a vida possível e melhor. Crianças mais felizes tornam-se cidadãos mais responsáveis, independentes e, melhor que tudo, indivíduos que vivem mais anos e com melhor qualidade.

Nesta sessão vamos saber do que nos temos de lembrar para ensinar a felicidade aos nossos filhos, todos os dias. Conteúdos:
· Permissão para ser feliz | A felicidade e a Psicologia Positiva na palma das nossas mãos;
· Pais Felizes = Filhos Felizes;
· Os segredos das famílias felizes;
· A comunicação como desbloqueadora de conflitos;
· A comunicação na promoção da autoridade parental e no desenvolvimento da autoestima da criança. (...)

Esta sessão do projeto “Conversas com Pais” destina-se a pais, encarregados de educação e comunidade educativa.

CONVERSAS COM PAIS – O PROJETO

A educação parental é um desafio. Na difícil tarefa de educar, muitas são as dúvidas e as preocupações que assaltam os pais nas questões educativas com que lidam diariamente.
Com o objetivo de apoiar as famílias, a Câmara Municipal de Torres Vedras assume também este desafio desde 2007, proporcionando contextos de promoção de uma parentalidade positiva através do projeto Conversas com Pais. Em sessões mensais, com intervenção de especialistas nas mais diversas áreas de interesse na educação das crianças e jovens, é proporcionada a participação ativa, discussão de temas, reflexão e dinâmicas que partem, muitas vezes, da experiência dos pais. Este projeto é para todos aqueles que desejam adquirir conhecimentos específicos e estratégias para ajudarem as suas crianças e jovens a crescer de forma equilibrada e feliz. Pais informados, mais confiantes e descontraídos são meio caminho percorrido para a felicidade mútua.

Fonte: Local.pt por indicação de Livresco

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Vagas disponíveis no concurso extraordinário para os grupos de educação especial

A Portaria n.º 57-C/2015 determina o número de vagas dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas e dos quadros de zona pedagógica, discriminadas por grupo de recrutamento, a preencher pelo concurso extraordinário interno e externo, no ano escolar de 2015/2016.

Concurso externo — vagas de quadro de zona pedagógica

Assim, existe um total de 285 vagas para os quadros de zona pedagógica, com a seguinte distribuição:
910 - Educação Especial - 282 vagas;
920 - Educação Especial - 2 vagas;
930 - Educação Especial - 1 vaga.

Concurso interno

Ao nível do concurso interno, surpreendentemente, existem imensas vagas positivas. Numa contagem superficial, sem rigor, as vagas declaradas para o grupo 910 rondam as mil. 
Deste modo, o Ministério da Educação e Ciência parece ter tomado consciência da gravidade da situação decorrente da falta de docentes de educação especial no quadro das escolas para fazer face às reais necessidades. Para isso, talvez tenham contribuído as críticas contundentes efetuadas no início do ano letivo e as diversas recomendações. Neste contexto, muitos docentes vão ter a oportunidade de entrar nos quadros de educação especial.

Estratégia Integrada para as Doenças Raras 2015-2020

Pelo Despacho n.º 2129-B/2015, os Ministros da Saúde, da Educação e Ciência e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social aprovam a a estratégia Integrada para as Doenças Raras 2015-2020 e revogam o Programa Nacional para as Doenças Raras, aprovado em 2008, e a criação de uma Rede Nacional de Centros de Referência para Doenças Raras, aprovada em 2011, pelo Ministério da Saúde.

A Estratégia Integrada para as Doenças Raras, baseada numa cooperação interministerial, intersetorial e interinstitucional, que faça uso complementar dos recursos médicos, sociais, científicos e tecnológicos, tem como missão desenvolver e melhorar: 
1. A coordenação dos cuidados; 
2. O acesso ao diagnóstico precoce; 
3. O acesso ao tratamento; 
4. A informação clínica e epidemiológica; 
5. A investigação; 
6. A inclusão social e a cidadania.

No respeitante à estratégia "Inclusão social e cidadania", determina-se:
1. Desenvolver programas de formação, educação e treino a profissionais de saúde e do sector social, que ajudem à sua capacitação na identificação, tratamento e reabilitação de doenças raras. 
2. Incentivar a colaboração ativa das associações de doentes com doenças raras na definição de respostas integradas e na sua concretização. 
3. Capacitar as pessoas com doenças raras e os seus cuidadores, através do apoio da ação coordenada e complementar das associações de doentes e, quando relevante, da satisfação das necessidades educativas especiais dos doentes.

Comissão Europeia deixa críticas às mudanças nos currículos escolares

As alterações curriculares e as novas metas de aprendizagem traçadas ao longo dos vários ciclos de ensino por este Governo deverão melhorar o desempenho dos alunos a português e matemática, mas ignoram outras competências fundamentais. A crítica parte da Comissão Europeia e está plasmada no documento divulgado esta quinta-feira sobre Portugal.

“É esperado que a revisão dos currículos no ensino básico e secundário e a definição de novas metas de aprendizagem melhorem o desempenho dos estudantes em competências básicas, como a matemática e o português. Contudo, despreza várias competências chave transversais como a capacidade de aprender a aprender e a capacidade empreendedora”, lê-se no relatório da Comissão, que justifica o porquê de Portugal ficar sob vigilância apertada.

Ainda no capítulo da educação, a Comissão frisa a importância de tornar mais atrativas as ofertas ao nível do ensino profissional e vocacional, destacando os cursos técnicos superiores de curta duração. No balanço apresentado sobre esta oferta, a Comissão refere os 94 cursos que o Governo já disse estarem registados, mas diverge no número de alunos abrangidos. Bruxelas fala em 2775 e o Governo tem falado em mais de 3.400 estágios já garantidos. Dos cursos criados, diz a Comissão, 65% têm como foco a gestão de empresas, as tecnologias de informação e os serviços.

Porém, há um problema também a este nível: a falta de verbas. “A escassez de fundos está a atrasar a implementação” desta oferta, lê-se no relatório. O Observador pediu uma reação ao Ministério da Educação, mas não obteve resposta até agora.

Depois de esta semana, o Conselho Nacional de Educação (CNE) ter vindo defender a substituição dos chumbos por medidas de prevenção do insucesso escolar, também a Comissão lembra que a retenção escolar – muitas vezes usada como resposta aos maus desempenhos – “tem mostrado ser ineficiente e aumenta o risco de abandono escolar precoce”, que embora tenha estado a cair nos últimos anos em Portugal, continua a ser dos mais altos da União Europeia.

Da leitura destes considerandos sobressai um elogio: “Portugal tem feito progressos significativos na melhoraria do seu sistema de ensino” e um recado final: “a educação deve permanecer no topo da agenda política ao longo dos próximos anos, como um dos principais motores do crescimento económico sustentável e da produtividade”.

Fonte: Observador

Reprovações: pesadas como chumbo

É muito gratificante saber que o Conselho Nacional de Educação publicou, depois de aprovar por unanimidade, um relatório em que analisa o fenómeno das reprovações. Muito já se tinha vindo a dizer e a comprovar sobre esta matéria, mas é muito positivo que o órgão consultivo mais qualificado do país venha assumir uma posição tão unânime e afirmativa.

A publicação deste relatório esclarece vários pontos. Antes de mais, que as reprovações não têm nada que ver com a exigência do sistema educativo. Os sistemas educativos exigentes, aqueles que procuram sinceramente cumprir a missão para que foram criados, são aqueles que mais apoiam os alunos que evidenciam dificuldades. Os relatórios internacionais mostram que os países que têm melhores resultados educativos são também aqueles que mais apoio prestam aos alunos com dificuldades e em que a diferença entre os bons alunos e os maus alunos é menor. Assim, o que as reprovações evidenciam é um sistema que negligencia as dificuldades dos alunos e que, ingenuamente, confunde exigência com carência de apoios. Sempre me lembro da história verídica de um professor que, depois de se vangloriar que reprovava muitos alunos, pensando que com isto se promovia junto dos seus colegas, ter ouvido de um deles: "O colega tem muita sorte por ensinar em Portugal: se fosse nos Estados Unidos, ao reprovar essa percentagem de alunos, era despedido por incompetente".

Há, pois, uma confusão sobre o real significado das reprovações: onde alguns veem o toque de qualidade, outros – incluindo o Conselho Nacional de Educação – veem uma situação embaraçosa e injusta. Perseguir a excelência sem apoiar efetivamente os alunos com dificuldades é uma posição que mostra ignorância sobre o que são os desafios atuais da Educação e, sobretudo, sobre a forma como é possível que a Educação vença as desigualdades.

Tornou-se óbvio que as repetências são injustas e despesistas. São injustas porque, quase sempre, acontecem em consequência de não terem sido tomadas atempadamente medidas que evitassem ter de se chegar à situação de reprovar o aluno. O aluno acaba assim por representar o "elo mais fraco", isto é, aquele que arca com as consequências por outras instâncias não terem assumido as suas responsabilidades. É ainda injusta porque, apesar de o aluno poder ter a aprovação em certas disciplinas, a reprovação obriga-o a repetir todas, mesmo aquelas em que ele foi aprovado, o que constitui uma punição mesquinha. É injusta ainda porque a reprovação não prevê que se identifiquem e se procurem resolver as causas da reprovação: a simples "repetência" (termo muito elucidativo…) resolveria a questão. Por fim, é ainda injusta porque os seus efeitos vão muito para além da procura da aprendizagem: sabemos que a repetência é um processo humilhante, que desmotiva, que aumenta a probabilidade de o aluno repetir de novo e incrementa a possibilidade de o aluno abandonar precocemente o sistema de ensino (aspeto em que Portugal – inerentemente – é triste exemplo).

A reprovação é também um modelo despesista. Avalia-se em cerca de 4.000 euros o custo de cada repetência (gastos per capita de um ano de ensino). Se tomarmos o número de 150.000 reprovações anuais, chegamos, por alto, ao valor de 600 milhões de euros. Isto sem contar com todas as outras despesas inerentes à repetência. Ora, não seria muito mais lógico, útil e justo que se investisse este dinheiro e o mais que fosse preciso de forma a apoiar estes alunos de modo a que eles não reprovassem?

Levanta-se por fim a questão: se este processo é tão injusto, ineficiente e deseducativo, porque é que ele permanece? A resposta é complexa porque para ela concorrem muitos níveis de explicação. Pode-se avançar com dois que talvez sejam mais determinantes. O primeiro é que vivemos tempos de políticas conservadoras em Educação. O temor quase psicanalítico de "os alunos passarem sem terem aprendido" acaba por justificar as reprovações em nome de uma ideia irreal de qualidade. Em segundo lugar, só será possível diminuir drasticamente as reprovações provendo a escola de meios de apoio à aprendizagem, nomeadamente professores de apoio, professores de Educação Especial, outros técnicos e recursos de apoio a uma aprendizagem personalizada. Se estes apoios não chegarem à escola, se continuarmos a reduzir o número de professores, de apoios e de recursos, não há outra possibilidade que não seja a de continuar a separar os alunos em "bons" (que passam) e "maus" (que reprovam). O problema é que esta separação, para além de injusta, liga o temporizador de uma bomba social que irá tornar as nossas sociedades ainda mais desiguais, injustas e conflituosas. A reprovação constitui uma mensagem muito clara de que a Educação não é justa para todos. A expressão popular é muito feliz: reprovar é levar um tiro de chumbo como os coelhos e as perdizes. Não será possível oferecer nada de melhor aos 35% de jovens portugueses que aos 15 anos já levaram pelo menos uma vez um tiro destes?

David Rodrigues

Professor universitário, presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial

Fonte: Público

Pessoas que sofrem de Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção correm mais riscos de morte

As pessoas diagnosticadas com Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (ADHD) têm duas vezes mais probabilidade de morrerem prematuramente do que aqueles que não sofrem da doença, refere um estudo dinamarquês.

Segundo o estudo hoje divulgado, o risco é superior nas mulheres, devido a acidentes, sobretudo se a doença (ADHS, na sua sigla em inglês) for diagnosticada na idade adulta.

As conclusões partem de uma investigação realizada desde 2013 junto de dois milhões de dinamarqueses, incluindo 32 mil pessoas que sofrem de ADHD desde o nascimento.

Um total de 107 pessoas afetadas com ADHD morreu durante o período de investigação.

"As pessoas diagnosticadas com ADHD tem o dobro das probabilidades de morte prematura do que as pessoas sem a doença", refere o estudo coordenado por Soeren Dalsgaard, da Universidade de Aarhus, Dinamarca.

O ADHD é uma condição de falta de atenção, hiperatividade e comportamento impulsivo que perturbam a socialização e o processo de educação dos indivíduos.

Fonte: SIC Notícias por indicação de Livresco

Menino com paralisia cerebral luta para levar cão para a escola

Uma história que começou mal, mas acabou bem. Anthony Merchante é um menino norte-americano de sete anos com paralisia cerebral que só se consegue movimentar numa cadeira de rodas. O seu ‘guia’ é um cão chamado Stevie, o seu melhor amigo.


Stevie, um Staffordshire Terrier treinado para acompanhar doentes, alerta as pessoas à sua volta quando Anthony está a ter algum problema saltando para um sensor que se encontra na cadeira ou começando a ladrar. Está treinado também para ajudar a estabilizar a cabeça de Anthony caso este tenha uma crise. Para além disso, Stevie usa um colete encarnado que possui toda a medicação de Anthony e um manual de instruções que explica como esta deve ser administrada.

Monica, a mãe de Anthony, queria que Stevie o acompanhasse na escola, mas os directores dos estabelecimentos de ensino recusavam-se a aceitar a presença de um cão no local. Durante quatro meses, foi a própria Monica, mãe solteira, que teve de acompanhar Anthony durante o período de aulas na Nob Hill Elementary School. No entanto, esta mulher garante que o menino estaria seguro com o seu cão.

“Sinto-me completamente segura quando ele está com Stevie, porque sei que o cão vai procurar ajuda se for necessário (…) Ele adora o Anthony e o Anthony adora-o. O Stevie já chegou a salvar-lhe a vida”, disse Monica ao jornal Miami Herald.

Mas esta história tem um final feliz: O tribunal da Florida decretou esta semana que Stevie está finalmente autorizado a acompanhar Anthony na escola. Os dois amigos não podiam ter ficado mais contentes com o desfecho desta batalha judicial.


Fonte: Sol por indicação de Livresco

Inclusão de estudantes com necessidades especiais debatida na UAlg

A inclusão de estudantes com Necessidades Educativas Especiais do Ensino Superior e o trabalho que é levado a cabo pelo gabinete existente na Universidade do Algarve que lhes dá apoio, esteve no centro do debate, no seminário «Inclusão de Estudantes com NEE no Ensino Superior – Construindo e testemunhando histórias de sucesso!», que decorreu ontem, quarta-feira, em Faro.

A iniciativa do Gabinete de Apoio ao Estudante com Necessidades Educativas Especiais (GAENEE) da Universidade do Algarve juntou docentes de algumas unidades orgânicas da UAlg, psicólogos e convidados provenientes de outras instituições. Também houve um espaço dedicado aos «Testemunhos na 1ª voz», onde foram apresentadas algumas histórias de inclusão de estudantes com NEE na UAlg.

Uma delas foi a de Débora Silva, aluna com dificuldades de mobilidade do curso de licenciatura em Ciências da Educação e da Formação, que considerou que a criação do GAENEE foi bastante produtiva para a Universidade.

A universitária referiu, a título de exemplo, que no campus de Gambelas já foram feitas algumas alterações no acesso às salas e se «antes era impossível entrarmos sozinhos, agora já conseguimos». De um modo geral, Débora Silva acredita que a criação deste gabinete é «uma boa iniciativa para que os alunos que futuramente entrem na UAlg, e que tenham NEE, possam ter mais algum tipo de apoio». «É um projeto recente, no entanto pode dar frutos a longo prazo», resumiu.

«A UAlg, de acordo com os princípios de uma Escola Inclusiva, implementou um conjunto de condições específicas assentes no reconhecimento do direito à diferença, sem abdicar dos parâmetros normais de exigência e qualidade do processo de ensino e aprendizagem, pretendendo que todos os estudantes tenham uma educação igual e de qualidade, que tenham acesso a uma educação que respeite as suas necessidades e características, facilitando-lhes a transição para a vida ativa, para que sejam incluídos na sociedade, a que por direito pertencem, com a maior autonomia e independência», salientou a universidade, numa nota de imprensa.

Fonte: Sul Informação por indicação de Livresco

Novo Programa para o Ensino Básico

O Despacho n.º 2109/2015 vem determinar que, relativamente ao Programa para o Ensino Básico:

A nova proposta de Programa será colocada à discussão pública no mês de março, de forma a que possa integrar contributos, nomeadamente de professores, que não invalidem o constante nas metas curriculares em vigor, permitindo, assim a homologação do novo Programa durante o mês de abril. 

O novo Programa de Português para o Ensino Básico deverá agregar as Metas Curriculares, de forma a constituir-se um documento único perfeitamente coerente, deverá conter as clarificações necessárias ditadas pela experiência destes anos da sua aplicação e deverá introduzir os eventuais reajustamentos mínimos indispensáveis à concretização da articulação necessária entre as orientações do Programa e das Metas, sem com isso obrigar à adoção de novos manuais. 

O novo Programa para o Ensino Básico deverá ainda harmonizar-se com as Metas Curriculares, designadamente no que respeita ao enquadramento das finalidades da disciplina, aos objetivos cognitivos e às capacidades gerais a desenvolver, dado ter sido assumido que as Metas se limitariam a enunciar de forma organizada, e sempre que possível sequencial, os objetivos de desempenho essenciais de cada disciplina. 

Em consequência, o Programa de Português para o Ensino Básico homologado em março de 2009 fica revogado, entrando o novo Programa e Metas Curriculares de Português em vigor já no ano letivo de 2015/2016.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Desporto adaptado na Escola Dr. Francisco Fernandes

O desporto adaptado terá destaque no próximo dia 27 de Fevereiro, pelas 10 horas, no pavilhão da escola Dr. Francisco Fernandes, em São Martinho, naquele que os organizadores garantem ser "um momento único na Madeira".

Organizado pela Turma EFA-NS18, o evento "Não dês bola à indiferença" promete ser "bastante especial", pois irá envolver toda a comunidade educativa, começando pela parte social englobando pessoas com necessidades educativas especiais, em que estas demonstram quatro modalidades de desporto adaptado envolvendo o Boccia, Goalball, Voleibol e Basquetebol adaptado.

Mais informamos que esta actividade (evento) terá a colaboração e participação da Associação Portuguesa de Deficientes, representado por Filipe Rebelo, os especiais do Basquetebol, Duarte Sousa, e CAO Machico e NAMA, tendo como convidado especial, o patrono da instituição escolar e ex-secretário regional da Educação, Francisco Fernandes.

O evento começa pelas 8 horas, com recepção aos formandos ao pavilhão, e termina pelas 13 horas, com a sessão de encerramento.
 
Fonte: DNotícias por indicação de Livresco

Ilegalidades na requalificação de professores

A Fenprof denunciou esta quarta-feira ilegalidades em seis dos 15 processos em que professores foram indicados para a requalificação (antiga mobilidade especial), acusando o Ministério da Educação e Ciência (MEC) de querer exibir estes docentes como se fossem "troféus de caça". "Num sistema com mais de 100 mil professores dizer que 15 estão a mais é brincar com as pessoas. Houve aqui a intenção política de marcar território, de abrir a aplicação deste regime e arranjaram 15 vítimas. E só foram 15 porque este ano há eleições", disse Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, em Lisboa, numa conferência de imprensa em que estiveram dois docentes de Educação Visual e Tecnológica (EVT).

Sílvio Miguel, de 50 anos, professor dos quadros no Agrupamento de Escolas de Ovar, esteve lá colocado já este ano letivo com horário completo (entre 1 de dezembro e 19 de janeiro, até regressar ao agrupamento uma colega com mais graduação), pelo que não poderia ter sido remetido para a requalificação. Isto porque o Decreto-Lei nº83-A/2014, que regula os concursos de docentes, determina que o sistema de requalificação seja aplicado apenas a professores que "não obtenham colocação através do concurso de mobilidade interna até 31 de janeiro do ano letivo em curso". Por outro lado, Sílvio Miguel afirma que depois de ter sido indicado para requalificação foi ilegalmente retirado das listas de concurso, apesar de, como estipula a lei, ter manifestado junto da tutela a intenção de se manter na lista. "Eu fui retirado das listas e, na 17ª Reserva de Recrutamento, vi um colega posicionado 80 lugares abaixo de mim ser colocado numa escola a quatro quilómetros da minha casa", disse Sílvio Miguel, questionando ainda a forma "aleatória" como a tutela contactou docentes em risco de requalificação para propor alternativas. "Eu não fui contactado", disse.

José Menezes, de 51 anos, docente do quadro no agrupamento de Paião (Figueira da Foz) teve dificuldades em expressar-se devido à emoção. Foi Mário Nogueira que explicou que o docente dava "seis horas de actividades de enriquecimento curricular (AEC) e por isso não podia ir para a requalificação, segundo o que foi transmitido pela Direção-Geral de Administração Escolar (DGAE)".

Já mais calmo, José Menezes acabou por explicar que além das AEC dava "apoio a alunos do ensino especial e coadjuvação a outros colegas". "Com estas actividades, tinha um horário completo e se eu sair vão ter de pagar a alguém para o fazer", afirmou, explicando ainda que a tutela o contactou para propor alternativas em escolas "a 200 quilómetros ou mais", tendo recusado.

Mário Nogueira acusou o MEC de ter chantageado os professores a quem propôs alternativas em escolas longe de casa ameaçando com a requalificação. E denunciou o caso de uma docente de 65 anos do agrupamento de Penacova que aceitou a alternativa proposta, mas depois acabou por meter baixa médica. "Agora estão os alunos do ensino especial sem apoio ou vão ter de contratar alguém", disse.

Nogueira referiu ainda outro caso de um professor em Miranda do Douro que leciona seis tempos letivos (além de outras actividades de apoio), mas foi colocado na requalificação porque na sua escola cada tempo tem 45 minutos. O líder da Fenprof responsabilizou Nuno Crato "pela exterminação de mais de 30 mil postos de trabalho" que não têm equivalência com a redução de alunos nas escolas: "Desde 2011, há menos 6% de alunos e menos 20% de professores". Nogueira atribuiu por isso ao ministro da Educação o cognome de "Crato o Exterminador". Mas depois acabou por mudar o título para "Crato, o Fraco": "Nós não temos um Ministro da Educação, temos um funcionário das Finanças, que dentro do MEC está às ordens do secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar [João Casanova de Almeida] e do Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares, [José Alberto Duarte], que são quem concretiza as políticas. Crato, o Fraco, que extermina por delegação de competências".
 
Fonte: CM por indicação de Livresco

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Vila Real implementa projeto-piloto nas escolas para reforçar aprendizagem

O projeto arranca no dia 2 de março e envolve quatro docentes, que estavam desempregados e foram contratados pelo município ao abrigo de um protocolo com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

“Queremos que sejam atividades educativas e ao mesmo tempo queremos reforçar a aprendizagem dos alunos”, afirmou hoje, em conferência de imprensa, o vereador da Câmara de Vila Real José Maria Magalhães.

“A Escolar” vai intervir em contexto de sala de aula, onde a equipa do município vai trabalhar em articulação com os professores titulares, depois também no período pós-escolar, no âmbito dos serviços de apoio à família, e nas interrupções letivas, como as férias da Páscoa e do verão.

O técnico da autarquia Alexandre Favaios explicou que, com este projeto, vão ser desenvolvidas e aprofundadas, de forma lúdica, quatro temáticas, nomeadamente: património local, a educação para a saúde, ciência na escola e educação para a cidadania e valores.

Nesta primeira fase, “A Escolar” vai atingir, nas salas de aula, 52 turmas e 1105 alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico, com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos.

No âmbito dos serviços de apoio à família, que vão decorrer entre as 16:00 e 19:00, a intervenção vai ocorrer em 10 escolas e chegar a 225 alunos também do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico.

Os meninos estudam nos agrupamentos escolares Diogo Cão e Morgado Mateus. Alexandre Favaios referiu que, para além de serem abordados aspetos teóricos, o projeto vai proporcionar também experiências às crianças, tanto a nível da ciência como de visitas ao património histórico de Vila Real, como a Torre de Quintela ou a Sé, bem como dar a conhecer o património gastronómico como os tradicionais covilhetes, as cristas, pitos ou ganchas. Ao nível da saúde serão abordados temas como a higiene oral ou a educação sexual, num trabalho que será feito em colaboração com as equipas das unidades de saúde familiares do concelho.

Questionado sobre este projeto, que pode ser um primeiro passo para a municipalização do ensino no concelho, o vereador José Maria Magalhães fez questão de afirmar que o município “não possui ainda uma posição definida” sobre esta temática e que “A Escolar” é um exemplo do trabalho de parceria que pode ser desenvolvido entre as instituições.

Fonte: Educare por indicação de Livresco

Em Portugal há 600 mil pessoas com doenças raras

A fadista Ana Bacalhau é uma das embaixadoras da conferência Nacional Europlan, que este ano assinala o dia Mundial das Doenças Raras. A iniciativa decorre nos dias 27 e 28 de fevereiro, na Assembleia da República.

“É para mim uma honra poder trabalhar em conjunto com a Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras no sentido de apoiar e procurar resolver os principais desafios e problemas das pessoas portadoras de doenças raras e, ao mesmo tempo, sensibilizar e informar o público em geral e as instituições públicas e privadas na área da Saúde e Educação das diversas realidades vividas por estas pessoas”, afirma Ana Bacalhau, embaixadora da Aliança.

Constantino Sakellarides, também embaixador da Aliança, explica que “Uma sociedade verdadeiramente democrática é obrigatoriamente inclusiva, e isso é mais patente na atenção que dá às necessidade menos visíveis, mais raras, que dizem respeito a menos pessoas, com menos poder reivindicativo, do que aquilo que faz, mais facilmente, ao satisfazer aquilo que é mais visível e influente”.

A Conferência Nacional Europlan é uma iniciativa promovida pela Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras.

“Com esta iniciativa queremos promover a estratégia nacional para as doenças raras e pressionar o governo a traçar um plano de diretivas adequado à realidade portuguesa. O nosso país foi um dos primeiros países a aprovar o Plano Nacional para as Doenças Raras. Infelizmente ainda não o implementou, pelo que muitos outros países, anteriormente atrasados, já nos ultrapassaram”, refere Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras.

Este ano o lema do Dia Mundial, que se assinala a 28 de fevereiro, “Dia a dia, de mãos dadas”, visa sensibilizar para os desafios diários de viver com uma doença rara e a importância de todos colaborarem, disponibilizando o seu apoio a estes doentes.

Uma doença rara é aquela que afeta no máximo uma pessoa em cada 2000. Estima-se que as doenças raras afetem, ao todo, entre 6 a 8 por cento da população, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na Comunidade Europeia (equivalente à população conjunta da Holanda, Bélgica e Luxemburgo).

A Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras tem como missão defender as necessidades de quem vive com doença rara, sensibilizar a opinião pública para estas doenças e representar as associações junto das entidades oficiais. A Aliança é membro nacional da EURODIS, uma aliança não-governamental que representa 614 associações de doentes, em toda a Europa. Para mais informações consulte:http://ddr2015.aliancadoencasraras.org/.

Fonte: O Ribatejo por indicação de Livresco

Natação adaptada: Português bate recorde mundial

O atleta algarvio Filipe Santos, bateu um novo recorde mundial nos 50 metros mariposa, no Campeonato Nacional de Inverno de Natação Adaptada, que se realizou em Vila Franca de Xira no último domingo.

O nadador do FC Ferreiras, portador de Síndrome de Down, registou a marca de 32,68 segundos, superando os 34 segundos do italiano Paolo Manauzzi, registados em 2012. Filipe Santos venceu nos 50 metros mariposa, na categoria S21, revelou a Federação Portuguesa de Natação (FPN).

Nesta competição também se destacou João Pina, que garantiu os mínimos para os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, que se irão realizar no próximo ano.

O atleta da Gesloures registou um tempo de 5.50,53 nos 200 livres. João Pina torna-se assim no primeiro atleta de natação adaptada a obter mínimos para a competição do Rio de Janeiro.

De acordo com a mesma informação, foram ainda obtidos sete mínimos para os Mundiais de Glasgow, que se realizarão naquela cidade entre 10 a 20 de Julho. Os vencedores são Amadeu Cruz, Nelson Lopes, Gino Caetano, Ivo Rocha, David Grachat e David Carreira.

Nesta competição, que foi organizada pela FPN e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, estiveram presentes cerca de 123 atletas (88 masculinos e 35 femininos) de 27 equipas.

Fonte: Boas Notícias por indicação de Livresco

Menino autista não tinha amigos, mas ninguém faltou ao aniversário

Glenn Buratti nunca vai esquecer a festa do sexto aniversário. Todos os amigos deste menino, que sofre de autismo, inventaram uma ‘desculpa’ para não aparecer. A mãe confessou no Facebook estar “de coração partido” e toda a comunidade respondeu: até o xerife apareceu, de helicóptero.

A festa do sexto aniversário de Glenn Buratti, um menino com autismo que vive no condado de Osceola, na Flórida (EUA), está a emocionar as redes sociais norte-americanas.

Apesar de ter convidado os colegas de escola e os amigos com antecedência, ninguém foi à festa. Todos enviaram uma ‘desculpa’ para faltarem ao dia mais importante de um menino: a festa de aniversário.

A mãe, Ashlee Buratti, desabafou no Facebook, confessando estar “de coração partido” ao ver o filho esperar pelos ‘amigos’ que não iam aparecer. “Sei que parece tolice estar a queixar-me, mas estou de coração partido por causa do meu filho”, escreveu.

O desabafo da mãe, realizado numa página da comunidade de Osceola, tornou-se viral em poucos minutos. Vários desconhecidos enviaram mensagens a dizer que tinham filhos da mesma idade e a perguntar se podiam aparecer para a festa.

O sexto aniversário de Glenn Buratti foi festejado com mais 15 crianças e 25 adultos que o menino nunca tinha conhecido.

“Uma menina deu-lhe uma bicicleta nova. Um menino trouxe a câmera e passou boa parte do tempo a tirar fotografias à nossa família e depois deu-nos as fotos. Foi sensacional. As pessoas que vieram eram maravilhosas”, contou Ashlee Buratti, citada pelo Around Osceola.

Mas um aniversário de um menino, para ser inesquecível, tem de meter helicópteros. Já o encontro seguia animado quando o telefone tocou: era o xerife da localidade a avisar que ia sobrevoar a casa, a baixa altitude, para que o menino pudesse ver o helicóptero da polícia e acenar. Por essa altura, já todo o departamento da polícia estava na festa.

Refira-se que a festa não terminou naquele dia, um domingo. Na quarta-feira, os bombeiros apareceram para celebrar com Glenn Buratti. Levaram várias viaturas, para satisfação do menino, e ainda presentes. “Apareceram apenas para desejar um feliz aniversário”, acrescentou a mãe.

Fonte: Ptjornal por indicação de Livresco

Bater o pé ou abanar a cauda?

(...)
2. Amiúde, órgãos associativos ou institucionais de diretores de escolas criticam de modo contundente as políticas impostas pelo Ministério da Educação e Ciência. Quase sempre as críticas são pertinentes e quase sempre as matérias a que se referem acabam tornando mais árdua a tarefa de gerir uma escola e diminuindo a qualidade do serviço público pelo qual são também responsáveis. Não raro, ouvi alguns dizerem que estavam nos limites e à beira da rutura. Mas prosseguem sempre, quando a demissão em bloco poria, num átimo, cobro ao desrespeito de que se queixam e os livraria de genufletirem ao próximo golpe.

A 16 de Fevereiro, o Conselho de Escolas, uma espécie de adereço que se exibe quando dá jeito, um órgão que está para o Governo como Maria Luís esteve para Schäuble, tornou público um parecer em que acusa o Ministério da Educação e Ciência de transferir para as câmaras a pouca autonomia que as escolas têm e de transformar o sistema de ensino numa “manta de retalhos de subsistemas educativos”, antevendo o nascimento de uma “rede de centros de decisão cuja heterogeneidade política, económica e de disponibilidade de recursos poderá levar à criação no país de uma multiplicidade de planos de estudo, de modelos de gestão das escolas, de modelos de afetação de recursos humanos, materiais e financeiros”. Disse ainda o conselho, no parecer em apreço, que “a decisão sobre tudo o que é essencial para o funcionamento das escolas é tomada fora das mesmas, com base num aparelho burocrático de normativos e aplicações informáticas” ineficiente. Mas todos os conselheiros continuaram em funções, segundo eles pouco mais do que decorativas. Estranha forma de protesto a que vai de mão dada com a perene vassalagem ao chefe. Já aqui escrevi e agora repito: que falta faz à Educação a frescura de um momento Syriza!

3. A subserviência acaba criando nos pequenos chefes um sentimento de grande impunidade. O diretor-geral dos Estabelecimentos Escolares, José Alberto Duarte, com o discernimento e a competência que lhe conhecemos, entendeu não ser eticamente reprovável presidir a um júri de seleção de putativos delegados regionais de Educação, apesar de um dos opositores, atual chefe de gabinete do secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, partilhar com ele, há anos, a mesma habitação. Denunciada a caldeirada, apimentada em cúmulo pela não divulgação dos critérios de seleção e outras irregularidades convenientes, o chefe de gabinete, em início de acomodação futura, resolveu sair de fininho. Grosso decidiram falar três dos candidatos preteridos, dois dos quais (Alberto Almeida e Maria do Céu Castelo-Branco), curiosamente, com passados de oposição a José Alberto Duarte.

Apesar da onda prevalecente, sempre sobram alguns que dizem não.

Santana Castilho

Fonte: Público

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

UPorto cria sapatos para pessoas com paralisia cerebral

Melhorar a mobilidade e a qualidade de vida dos portadores de paralisia cerebral é o objetivo do projeto 'RITA.RED.SHOES', lançado no Porto esta segunda-feira. Para isso, elementos das Faculdades de Engenharia e de Belas Artes da Universidade do Porto (FEUP e FBAUP) vão lançar uma linha de calçado especial que já começou a ser desenhada. 

A ideia, que surgiu no âmbito da Unidade Curricular 'Projeto Design Industrial' do mestrado em Design Industrial e de Produto da FEUP/FBAUP, terá como principal finalidade oferecer um calçado prático, sem esquecer a componente estética.

O projeto foi apresentado no Porto, esta segunda-feira, num evento onde estiveram presentes diversas personalidades, como por exemplo a cantora Rita Redshoes, que é madrinha da iniciativa.

Os portadores de paralisia cerebral mostram-se entusiasmados com a ideia, como é o caso de Mariana Machado. "Excelente projecto! Sou portadora de paralisia cerebral e sempre tive muita dificuldade em encontrar sapatos que fossem confortáveis e esteticamente agradáveis. Fico à espera dos resultados", comentou a jovem na página de Facebook da 'Design Includes You', uma rede de designers que lutam pela inclusão social.

Estes sapatos, que serão comercializados por uma empresa de calçado português, começaram a ser desenhados durante um 'workshop' que decorreu esta segunda e terça-feira, na FEUP. Durante estes dois dias, os estudantes integraram equipas de projeto multidisciplinares, que contaram com a participação de pessoas com paralisia cerebral.

O projeto 'RITA.RED.SHOES' vai ser coordenado pelos designers Lígia Lopes (FEUP) e Matt Dexter (da Sheffield Hallam University, no Reino Unido). Contará também com a participação da arquiteta Lia Ferreira, Provedora do Deficiente da Câmara Municipal do Porto.

Os protótipos e resultados do desenvolvimento deste projeto vão estar expostos primeiro em Sheffield, no âmbito da Conferência Design4Health 2015, que decorrá em Julho, voltando depois para o Porto, onde farão parte do programa do BIN@PORTO.

Fonte: Boas Notícias por indicação de Livresco

Formação "Educação Cognitiva: Introdução aos programas de aprender a pensar"

O Centro de Formação da PIN-ANDEE (Pró-Inclusão- Associação Nacional de Docentes de Educação Especial" vem por este meio divulgar a Ação de Formação "Educação Cognitiva: Introdução aos programas de aprender a pensar" acreditada com o registo CCPFC/ACC-74275/13- 25H - 1U.C que se vai realizar na Escola secundária José Cardoso Pires- St. António dos Cavaleiros, com a seguinte calendarização:


Formador: Professor Doutor Vítor Cruz.

Ainda dispomos de vagas podendo as inscrições ser realizadas até quinta-feira (dia 26 fevereiro).

A ação tem o custo de 30€ para sócios da PIN-ANDEE e de 50€ para não Associados.
Após a inscrição em http://cfpinandee.weebly.com/inscriccedilotildees.html deve efetuar o pagamento através de transferência para o NIB 003601069910004232974 e enviar-nos o respetivo comprovativo para este e-mail.

CNE quer substituir chumbos por medidas anti-insucesso

(...) Na recomendação aprovada esta segunda-feira lembra-se que os resultados dos testes PISA, organizados pela OCDE e dirigidos a alunos de 15 anos, têm mostrado que o desempenho dos estudantes que já repetiram anos "são significativamente inferiores aos dos alunos que nunca foram retidos, o que poderá significar que o (s) ano (s) de repetência não permitiu/permitiram uma recuperação de aprendizagens, como é o objectivo subjacente à medida de retenção escolar".

Para o CNE, a retenção não só é globalmente ineficaz em termos de recuperação de aprendizagens como também é "extremamente dispendiosa" para as contas públicas, "uma vez que qualquer aluno retido equivale a um novo aluno, quando não supera mesmo o seu valor". Não existem cálculos exatos sobre o custo por aluno em Portugal, mas se este se situar perto dos 4 mil euros, como sugerido pelo Tribunal de Contas, o custo das retenções sore para os 600 milhões de euros. "Com menos de um terço dessa despesa já se conseguiria investimento suficiente para baixar as taxas de retenção por via de professores especialmente formados e vocacionados para trabalhar na recuperação dos alunos", indicou David Justino.

O presidente do CNE frisou que, com esta recomendação, "não se está a apelar a passagens administrativas ou a facilitismos", mas sim a que os alunos com dificuldades "tenham respostas efectivas da escola, o que só se consegue com mais apoio e trabalho". Por isso, o CNE recomenda que seja dada mais autonomia às escolas para que estas possam dar "respostas contextualizadas" (constituição de turmas, gestão do currículo, construção de diferentes percursos escolares) à sua situação concreta.

Reavaliar provas do 4.º e 6.º ano

Propõe ainda, entre várias outras medidas, que seja eliminada a obrigatoriedade de afixação pública das pautas de avaliação, uma prática "sem par nos restantes sistemas educativos, substituindo-as por "informação individual dirigida a cada aluno e respectiva família". Que seja reavaliada "a adequação das provas finais do 4.º e 6.º anos aos objectivos de aprendizagem dos ciclos que encerram, bem como rever as suas condições de realização". Atualmente são feitas ainda no decorrer do ano letivo, o que traz "enormes constrangimentos ao funcionamento das escolas, para além de determinarem alterações nos processos de lecionação".

Na recomendação, aprovada por unanimidade, indica-se que a introdução recente de exames no 4.º e 6.º ano "tem trazido, direta ou indiretamente, implicações quer nas taxas de retenção, quer sobretudo na alteração do processo de avaliação interna [as notas dadas pelos professores] ".Depois de uma melhoria durante a primeira década deste século, os chumbos voltaram a aumentar no ensino básico, em todos os anos de escolaridade, a partir de 2011. Entre os maiores aumentos destacam-se os registados no 6.º ano de escolaridade, onde a taxa de retenção duplicou, passando de 7,4% em 2011 para 14,8% em 2013; no 9.º ano passou de 13,8% para 17,7%; e no 7.º ano subiu de 15,4% para 16,5%.

O CNE defende também o acesso universal à prova final do 9.º ano, com a alteração do estatuto do aluno autoproposto; a promoção de "verdadeiras lideranças pedagógicas, orientadas para as aprendizagens e para o sucesso educativo"; a elaboração de "estratégias de apoio, logo aos primeiros de dificuldades, com incidência nos primeiros anos de escolaridade de cada ciclo" e a "afetação de professores com maiores conhecimentos e motivação para desenvolver programas intensivos de recuperação de aprendizagens". (...)

Portugal é apontado como um dos países em que esta crença persiste. No ano letivo de 2012/2013, o último com dados, cerca de 13% dos alunos portugueses chumbaram. No básico, a taxa de retenção e desistência foi de 10,8%; no secundário subiu para 19%. Em todos os ciclos de escolaridade, as taxas de retenção são substancialmente mais reduzidas no ensino privado do que no público. Esta tendência, frisa o CNE, enquadra-se num quadro do sistema educativo onde vigora uma excessiva cultura da 'nota' sem a correspondente preocupação nos processos que promovem as aprendizagens" ou, dito de outo modo, a cultura reinante aprofunda "o carácter sancionatório e penalizador da avaliação ao invés de centrar o seu foco na detecção de dificuldades". (...)
 
Fonte: Público

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Recomendação sobre Retenção Escolar no Ensino Básico e Secundário

Em Portugal existem atualmente mais de 150 000 alunos que ficam retidos no mesmo ano de escolaridade. De acordo com os dados do PISA 2012, cerca de 35% dos jovens portugueses com 15 anos tinham já sido retidos pelo menos uma vez, contra a média OCDE de 13%, e mais de 7,5% apresentam no seu percurso mais de uma retenção.

A investigação demonstra que alunos retidos, nomeadamente nos anos iniciais da escolaridade, não melhoram os seus resultados e são mais propensos a uma nova retenção, além da evidente associação entre a retenção e o aumento dos níveis de desmotivação, indisciplina e abandono escolar. Verifica-se igualmente que existe uma maior probabilidade de retenção de alunos com piores condições socioeconómicas, bem como de alunos provenientes de países estrangeiros.

Portugal apresenta um enquadramento legal semelhante aos dos outros países europeus e a retenção é, na legislação em vigor, assumida como uma medida a ser aplicada “a título excecional”. No entanto, na prática, a situação que conduz à decisão de retenção é bastante mais frequente do que um carácter de excecionalidade faria prever.

Enquadrando todos estes aspetos, verifica-se que a cultura de retenção, ou seja, a “crença comum de que a repetição de um ano é benéfica para a aprendizagem dos alunos”, está patente na sociedade portuguesa, em particular na cultura escolar. Com efeito, é recorrente a ideia da retenção como sinónimo de exigência, qualidade das aprendizagens em oposição a um sistema “facilitista”. No entanto, a transição responsável de alunos com baixo rendimento escolar acarreta uma maior exigência, uma vez que pressupõe, por parte de todos os intervenientes, um esforço acrescido no desenvolvimento de estratégias e medidas de apoio e reforço das aprendizagens.

Por estes motivos, entre outros analisados com mais pormenor na Recomendação e respetivo Relatório Técnico, o Conselho Nacional de Educação recomenda um conjunto de medidas ao nível da administração educativa central, escolas, alunos e famílias.


Fonte: CNE

Chumbos são “a situação mais grave do sistema de ensino em Portugal”

Todos os anos chumbam em média 150 mil alunos do ensino básico e secundário. “Esta é talvez a situação mais grave do sistema de ensino em Portugal”, alertou nesta segunda-feira o presidente do Conselho Nacional da Educação (CNE), David Justino. O CNE aprovou esta segunda-feira uma recomendação com vista a sensibilizar os partidos políticos para a premência deste problema. Vários estudos nacionais e internacionais têm revelado que os alunos que ficam retidos têm mais probabilidades de voltar a chumbar. E também que esta prática conduz frequentemente ao abandono escolar.

Todos os 12 especialistas ouvidos pelo CNE, no âmbito da preparação do parecer aprovado nesta segunda-feira, consideraram que “a retenção é um problema” e sete deles reconheceram a “existência de uma cultura associada a este fenómeno”, com expressão na escola e na sociedade em geral. Este fenómeno já foi denunciado em anteriores relatórios do CNE e também da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Portugal é o terceiro país da União Europeia com maiores percentagens de chumbos. Em 2012, 34,3% dos alunos do básico e secundário tinham chumbado pelo menos um ano. A Bélgica e o Luxemburgo lideram esta lista (36,1% e 34,5%, respetivamente), enquanto em países como a Lituânia, Reino Unido, Islândia e Finlândia estas percentagens não chegam aos 4%. Já a Noruega apresenta uma taxa de retenção nula.

No relatório técnico que sustenta o parecer hoje aprovado descrevem-se algumas das medidas que estarão na base dos baixos níveis de chumbos registados nestes países. Por exemplo, os programas de recuperação que são adotados na Lituânia no final do ano letivo ou a decisão de progressão automática no decorrer da escolaridade obrigatória, em vigor no Reino Unido, Islândia e Noruega. Neste documento lembra-se, a propósito, uma das conclusões apontadas no último relatório da rede Eurydice sobre a retenção escolar, datado de 2011: “A grande variação de taxas de retenção entre os países europeus não está apenas relacionada com a legislação em vigor, pois a prática de reter os alunos também parece estar incorporada numa ‘cultura’ de retenção e na crença comum de que a repetição de um ano é benéfica para a aprendizagem dos alunos.”

Portugal é apontado como um dos países em que esta crença persiste. No ano letivo de 2012/2013, o último com dados, cerca de 13% dos alunos portugueses chumbaram. No básico, a taxa de retenção e desistência foi de 10,8%; no secundário subiu para 19%.

O relatório do CNE confirma, por outro lado, o alerta já constante na última edição do Estado da Educação, divulgada no ano passado por este organismo consultivo da Assembleia da República e do Governo: depois de uma melhoria durante a primeira década deste século, os chumbos voltaram a aumentar no ensino básico, em todos os anos de escolaridade, a partir de 2011.

Entre os maiores aumentos destacam-se os registados no 6.º ano de escolaridade, onde a taxa de retenção duplicou, passando de 7,4% em 2011 para 14,8% em 2013; no 9.º ano passou de 13,8% para 17,7%; e no 7.º ano subiu de 15,4% para 16,5%. Para os especialistas ouvidos pelo CNE, a este aumento dos chumbos não é alheia a extensão dos exames nacionais ao 4.º e 6.º ano de escolaridade. 

No mesmo período registou-se um ligeiro decréscimo de chumbos no secundário, com a taxa de retenção a passar de 20,8% para 19%. Em todos os ciclos de escolaridade, as taxas de retenção são substancialmente mais reduzidas no ensino privado do que no público.

Para os especialistas ouvidos pelo CNE, as principais razões apontadas para o elevado número de chumbos prendem-se com o impacto dos exames e a “crença que nem todos conseguem”. Quanto a alternativas, quase metade considera não ser necessária nova legislação, já que a existente “explicita que a retenção é uma medida excecional”. O diagnóstico precoce das dificuldades, logo a partir do pré-escolar, foi a solução mais apontada, seguindo-se-lhe “a aposta em parcerias com as famílias, autarquias e restante sociedade civil; os projetos vocacionados para o sucesso educativo; o trabalho colaborativo entre docentes/coadjuvação; e a formação de professores”. 

Foram ouvidos pelo CNE os diretores dos agrupamentos de escolas de Arraiolos, Carcavelos, Proença-a-Nova, Moimenta da Beira, Ponte de Sor e Dr. Azevedo Neves (Amadora). Também participaram os responsáveis pelo programas EPIS e Fénix, de combate ao insucesso escolar, investigadores das universidades de Coimbra e Évora e representantes da Direção-Geral da Educação e da Inspeção-Geral da Educação e Ciência.

Num parecer sobre a educação dos 0 aos 12 anos, o Conselho Nacional da Educação assumiu, há dois anos, que “o problema das repetições assume, em Portugal, proporções catastróficas”. Portugal é dos poucos países da Europa “que não conseguem apoiar de modo eficaz os seus alunos, penalizando-os pela ineficácia do sistema”, concluiu.

Fonte: Público

Abandono escolar já baixou para os 17,4% mas o ritmo da melhoria está mais lento

Percentagem de indivíduos dos 18 aos 24 anos sem o secundário completo baixou 5,6 pontos percentuais em três anos.

O abandono escolar precoce - indicador que mede a percentagem de pessoas entre os 18 e os 24 anos que não concluíram pelo menos o ensino secundário e não estão a frequentar qualquer ensino formal - baixou para os 17,4% em 2014, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC). Números que tornam real a ambição de Portugal alcançar as metas comunitárias para 2020. O único senão é o facto de o ritmo dos progressos estar a dar sinais de abrandamento.

A redução, entre 2013 e 2014, foi de 1,4 pontos percentuais, sendo que desde 2011 a quebra registada chega aos 5,6 pontos. Uma média superior a 1,86 pontos por ano que, a manter-se, permitirá cumprir a meta comunitária de levar este indicador abaixo dos 10% até 2020.

Por outro lado, a redução do abandono tem vindo a dar sinais de abrandamento. De 2011 para 2012, a descida foi de 2,5 pontos percentuais; um ano depois, tinha baixado mais 1,6%; e finalmente, entre 2013 e 2014 registou-se a variação de 1,4 pontos.

Fonte: DN

Instrumento de suporte à exploração vocacional

Está disponível em, http://www.wonderdesign.net/clientes/appc/descoberta/descoberta.html, um novo instrumento de suporte à exploração vocacional. Tem como público-alvo preferencial os alunos do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico; e alunos do 3.º ciclo do ensino básico que necessitam de apoio adicional. Conjuga a realização de atividades autónoma (individualmente ou em grupo) com atividades apoiadas pelo psicólogo escolar.
 
Fonte: DGE

Avós são fundamentais no pão e na educação dos netos

Dois em cada três avós inquiridos num estudo que tentou perceber os comportamentos dos jovens e como vivem dizem estar com os netos em casa durante o dia ou depois das aulas, assumindo um papel essencial na educação das crianças.

Segundo o estudo Fórum da Criança, que será divulgado na terça-feira no seminário "Kids & Teens", em Lisboa, os avós assumiram um "papel primordial" na gestão do dia-a-dia das famílias, estando presentes nas rotinas diárias dos netos.

O estudo, que será apresentado num seminário subordinado ao tema "A Reinvenção da Família Alargada", refere que cerca de 72% dos pais inquiridos elegeram os avós como os principais parceiros na educação dos filhos, uma vez que os acompanham nos estudos, nas atividades extracurriculares e na comunicação digital, que também tem um "poder crescente" na vida dos mais novos.

Mas também assumem um papel essencial enquanto suporte financeiro, ajudando muitas vezes economicamente os pais na criação dos seus filhos.

Mais de metade (56%) dos avós diz que compra algumas roupas e calçado para os netos, refere o estudo, que teve início em 2005 e já envolveu cerca de 6000 crianças, 1700 pais e, na última edição, em 2014, incluiu os avós.

"Com a crise económica que se instalou começámos a reparar claramente que os hábitos das famílias alteraram-se", com os avós a assumirem "um papel muito relevante nas famílias, não só a nível de acompanhamento das crianças, como na ajuda na compra de roupas e até bens alimentares", disse à agência Lusa Leonor Archer, responsável pelo Departamento de Marketing Infantil da Brandkey, empresa promotora da sétima edição do seminário em parceria com a Ipsos Apeme.

"São um apoio fundamental para os pais e têm um papel funcional na educação dos netos, ao mesmo tempo que também têm laços muito fortes", sustentou Leonor Archer.

Questionado pela Lusa sobre a importância desta ligação entre avós e netos, o pediatra Mário Cordeiro disse que "o convívio intergeracional é fundamental", considerando que "não é concebível uma sociedade com tecido social fraturado e com lacunas nas suas diversas componentes".

Mário Cordeiro adiantou que "os avós podem transmitir sabedoria", resultante da sua experiência de vida e que vai "dar sentido à informação que as crianças hoje recebem em catadupa".

Além disso, frisou, "é bom o contacto humano, calmo, tranquilo, mas firme e com regras e afeto, que os avós podem transmitir aos netos".

"As pessoas continuam a ser de carne e osso e as relações interpessoais não se podem reduzir a 'avatares' no Facebook", sustentou.

Por outro lado, para os avós, "os netos são a garantia da continuidade, da sua vitória sobre a morte e da eternidade do seu desígnio de vida", porque "ajudam a rever o passado, a contemplar o presente e a garantir-lhes que terão futuro, mesmo que a morte sobrevenha", salientou Mário Cordeiro.

O estudo salienta também a importância que a televisão, a Internet e o telemóvel têm na vida das crianças e dos jovens, referindo que três quartos dos jovens inquiridos têm acesso à internet e, destes, nove em 10 fazem-no em casa.

Os dados indicam que 52% das crianças usam o "Facebook" sobretudo para jogar e falar com os amigos e que seis em cada dez têm telemóvel, sendo a maior proporção no 3º ciclo (8 em 10).

Leonor Archer salientou o facto de a televisão continuar "a ter um papel tão relevante" na vida das crianças e dos jovens, o que está relacionado com "o aumento da penetração dos operadores de cabo com os canais temáticos".
 
Fonte: m.jn por indicação de Livresco

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Jornadas Educativas "Pensar a Educação... 2015"



O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva vai realizar, nos dias 11 e 18 de abril, as Jornadas Educativas "Pensar a Educação... 2015".

Os temas abordados são transversais à educação e primam pela pertinência e pela atualidade. O desenvolvimento da temática da educação inclusiva estará a cargo do Prof. Doutor David Rodrigues.

As jornadas estão acreditadas pelo CCPFC com 0,6 crédito, correspondente a 15 horas de formação. O processo de acreditação é da responsabilidade do Centro de Formação EduFor, parceiro nesta iniciativa.

Para inscrição e informações adicionais, consultar o EduFor.

A Educação ao sabor dos ventos…

A Educação encontra-se num ano em que os ventos podem não ser favoráveis, se tivermos em conta o Orçamento que lhe está destinado para 2015: “supressão de investimento” consubstanciada num desinvestimento na Educação – espécie de nuvem negra carregada de negativismo.

As escolas necessitam de tranquilidade e confiança, o que vai muito para além da autonomia que tarda em chegar. A municipalização (termo errado para o que se pretende executar, mas originariamente apreendido) a decorrer poderá atrofiar ainda mais, sobretudo se não for prestada a devida atenção a quem todos os dias se encontra no terreno: diretores/professores, funcionários… Forçar o poder local a aceitar parcelas da Educação que este não exigiu é contraproducente, sabendo-se que, na esmagadora maioria dos municípios, essa pasta está entregue a um vereador pouco especializado, mau presságio para a Educação (normalmente, este pelouro é entregue a um vereador de 2.ª ou 3.ª linha, em termos políticos, quantas vezes desfasado da realidade). O diálogo e o entendimento político serão os instrumentos indicados para que a fase-piloto deste processo tenha sucesso e não corra o risco de encalhar ou mesmo afundar.

Legislar menos, acreditar mais nas escolas e nos seus profissionais, não adotar medidas estruturais sem prévia explicação e debate, ouvir/auscultar e depois decidir, não negar de imediato novas ideias, dotar as instituições educativas de recursos humanos suficientes para o desempenho cabal e com sucesso da sua função, programar/planificar atempadamente, reformar a organização da estrutura do Ministério da Educação e Ciência, abster-se de criticar por criticar… são alguns dos exemplos que deveriam ser seguidos por todos os que estão diretamente envolvidos no sistema educativo, mas, sobretudo, por quem o comanda.

A Escola Pública, dotada de excelentes profissionais, tem lutado muito por cumprir a sua função, quantas vezes contra ventos e marés que tentam dificultar-lhe a chegada a bom porto o sucesso dos alunos. É certo que, vezes de mais, são tomadas medidas que em nada ajudam o barco a percorrer a sua rota, colocando-o a navegar em águas muito agitadas, com consequências nada positivas para a sua tripulação e navegadores. Contudo, não adianta criticar se não apresentamos alternativas, não importa enfatizar problemas se não apresentamos soluções, não adianta dizer sempre “não” só por dizer, e isso acontece por diversas ocasiões, agitando ainda mais as águas que deveriam criar um clima propício a uma navegação tranquila. Por outro lado, há quem promova medidas que, em vez de criar serenidade e acalmia, agitam o mar, provocando verdadeiros tsunamis cujas consequências só mais tarde serão apuradas. Arranjar problemas para as soluções é outra forma ardilosa para nada resolver, antes complicar o que se pretende simples.

Sobretudo na Educação, nem tudo deveria ser permitido!

Sugiro a criação de um código de conduta para os intervenientes diretos, em que seja sublinhado o campo de atuação de cada agente educativo, as suas funções, os seus direitos e deveres… evitando atropelamentos e críticas que em nada contribuem para o engrandecimento da Educação (sendo a Escola Pública a principal prejudicada). Este documento deveria ser subscrito, também, por todos os partidos políticos com assento parlamentar, onde tantas vezes se abusa da palavra compromisso na retórica política e nos tão escutados mas desacreditados discursos, que cada vez menos consideramos ser possível. Os nossos representantes devem perceber a necessidade de criar pilares de entendimento em matéria educativa para que deixemos de navegar ao sabor dos ventos, com rumo muitas vezes indefinido ou não percebido pelos tripulantes – pois as mudanças bruscas de rota são permanentes, nunca se sabendo se algum dia gritaremos “terra à vista”!

A Educação não necessita de adamastores ou velhos do Restelo, antes de gente capaz de a levar a bom porto, ciente de que um futuro melhor depende, necessariamente, da forma como é tripulada a mais importante das naus.

Filinto Lima

Professor/diretor

Fonte: Público