quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Serviin - Serviço de Vídeo Intérprete

O Serviin é um serviço que permite comunicar em LGP com os serviços mais precisos!

Várias instituições já aderiram ao Serviin. Agora pode contactá-las fazendo uma vídeochamada através do seu telemóvel (redes Vodafone e Optimus) ou de um vídeo-telefone no local de atendimento ao público dessas instituições.

Aqui, pode descobrir todas as instituições que aderiram ao Serviin e como entrar em contacto com elas (telemóvel ou vídeo telefone em local de atendimento ao publico).

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tem em funcionamento um novo serviço de vídeo intérprete que visa facilitar a vida dos surdos no acesso a serviços públicos.


Mais informação no Portal do Cidadão Surdo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Adaptação de Provas de Aferição, de Provas Finais de Ciclo e de Provas de Exames Finais Nacionais

Correspondendo ao apelo lançado em texto anterior, as colegas Dina e Margarida, a quem agradeço a atitude, disponibilizaram o documento relativo à INFORMAÇÃO PROVAS DE AFERIÇÃO, PROVAS FINAIS DE CICLO E PROVAS DE EXAMES FINAIS NACIONAIS, incidindo sobre a Adaptação de Provas de Aferição, de Provas Finais de Ciclo e de Provas de Exames Finais Nacionais para alunos cegos, com baixa visão ou limitações motoras severas.

Uma vez mais, este documento remete para a consulta de outros, designadamente a Norma 02 do Ensino Básico e do Ensino Secundário — JNE que ainda não foi publicada! As informações, para além de serem limitadas no acesso, também vão sendo publicadas a conta-gotas.

Vamos aguardando...

Informação conjunta GAVE/JNE - Provas adaptadas 2011/2012

O GAVE colocou a seguinte mensagem na página:



A Informação conjunta GAVE/JNE sobra adaptação de provas de aferição, de provas finais de ciclo e de provas de exames finais nacionais, para alunos cegos, com baixa visão ou limitações motoras severas pode ser consultada na Extranet do GAVE.

Acontece que é a área restrita das escolas, à qual não se tem acesso livre. Apelo para que, havendo documentos novos, sejam disponibilizados.

Curso de Formação em Boccia - Marrazes - Leiria - 17 de março

Terá lugar no próximo dia 17 de março, o Curso de Formação em Boccia no âmbito do Programa do Desporto Escolar.

Esta iniciativa, promovida pela Direção Regional de Educação do Centro, em colaboração com o Gabinete
Coordenador do Desporto Escolar e com o Agrupamento de Escolas de Marrazes – Leiria, destina-se não só
aos professores com Grupos/Equipa de Boccia, mas também a todos aqueles que no contexto escolar estão
ligados às atividades destinadas aos alunos com necessidades educativas especiais.

Documentos adicionais:
Anúncio do Curso de Formação em Boccia - Nível de Aperfeiçoamento: CursoBoccia_aperfeicoamento.pdf (207,65KB)
In: DREC

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Seu filho tem discalculia?

"Eu odeio matemática”. Muita gente já ouviu ou falou esta frase em algum momento. O horror aos números é algo comum, mas, que pode estar associado a um transtorno chamado discalculia. Um estudo dirigido pelo matemático Brian Butterworth, mostrou que das 1.500 crianças examinadas, de 3% a 6% apresentaram sinais do problema. Outros estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, Europa e Israel mostram que a prevalência da discalculia nestes países varia entre 3% e 6,5%. Apesar da frequência significativa da doença no mundo, pouca gente ouviu a falar a respeito. 


Discalculia é um transtorno que atinge as habilidades matemáticas, as quais incluem ainda as aptidões linguísticas, perceptuais e de atenção. Não decorre de uma lesão cerebral, mas de disfunções neurológicas ou imaturidade das funções neurológicas. 

São falhas na representação dos factos numéricos, na execução dos procedimentos aritméticos e impossibilidade de realizar cálculos mentais, de reconhecer a relação entre os diversos conceitos e utilizá-los na resolução de situações-problema. 

De acordo com o médico, psicoterapeuta e educador, Antônio Pedreira, trata-se de um problema que merece atenção, principalmente na infância, entre sete e 10 anos, quando os sinais são mais evidentes. 
“Quando uma criança tem discalculia ela tem dificuldade até mesmo de distinguir números de letras e consequentemente de executar operações simples como somar e subtrair, ou seja, são pessoas com dificuldade de memória relativa a números”, destaca. 

Os discalcúlicos têm inteliquisição da linguagem (oral, leitura, escrita) acontece muitas vezes de forma mais acelerada, e em muitos casos apresentam habilidades poéticas. 

Perder objetos frequentemente e passar uma imagem de distraídos é também comum entre os portadores deste transtorno. Podem ainda apresentar dificuldades para entender ordens e planejar estratégias em jogos, de lembrar regras e fórmulas. É comum demonstrarem dificuldades em dançar porque não lembram a sequência de passos de uma dança. 

Eles parecem ter medo de lidar com números, sentem-se incapazes de realizar cálculos mentalmente, demonstram dificuldades de entender o conceito e o manejo das operações e até mesmo de fixar a tabuada. Demoram mais para compreender as operações inversas como subtração e divisão.

As noções de espaço e tempo também são comprometidas e demoram de aprender a ler as horas, saber a sequência dos meses, do ano, lidar com as noções temporais de dia, mês e ano, ontem, hoje, amanhã e outras.

Diagnosticando a discalculia

Não é um diagnóstico fácil. Na pré-escola, já é possível notar algum sinal do distúrbio, quando a criança apresenta dificuldade em responder às relações matemáticas propostas - como igual e diferente, pequeno e grande, muito e pouco, etc. “O diagnóstico nesta fase é complexo, pois a criança ainda não foi exposta ao processo de aprendizagem dos conceitos aritméticos, que, em geral, ocorre a partir dos sete anos, época em que os símbolos matemáticos e as operações são introduzidos e os sintomas da discalculia se evidenciam”, lembra Pedreira. 

O médico destaca ainda que situações de constrangimento, em relação a esta limitação, podem desenvolver outros transtornos. “Se a criança é ridicularizada, taxada de burra pelos colegas na escola ou mesmo em casa, ela tem a sua autoestima abalada e o problema tende a ganhar uma proporção ainda maior”, diz. 

O aluno discalcúlico pode adquirir o medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem por desacreditar na sua capacidade. Pode também passar a apresentar problemas de conduta, tornar-se agressivo, apático ou desinteressado. 

“Por isso, é importante que se tenha, o quanto antes, o diagnóstico, o qual poderá ser feito de forma multidisciplinar, incluindo avaliação psicopedagógica e neurológica e, assim, começar o tratamento adequado”, reforça.

Roberta Cerqueira

domingo, 26 de fevereiro de 2012

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A INCLUSÃO

 A DGE vai realizar, durante o ano de 2012, ações de formação na área da educação especial acreditadas pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua de Professores.

As ações são as seguintes:

Curso de Formação: Braille e Orientação e Mobilidade

1. Número de horas de duração da ação: 50 horas

2. Destinatários: Docentes a exercer funções em Agrupamentos/Escolas que integram alunos cegos ou com baixa visão ou em Centros de Recursos TIC para a Educação Especial, até ao limite de 25 candidatos.

3. Apresentação de candidaturas: Inscrição online disponível em http://area.dgidc.min-edu.pt/inclusao, entre os dias 24 de fevereiro e 16 de março de 2012.

4.Calendário e Horário:

Dias Horário
2 de abril - 14h às 18h
3 de abril - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
4 de abril - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
5 de abril - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
2 de julho - 14h às 18h
3 de julho - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
4 de julho - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
5 de julho - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h


5.Critérios de seleção dos candidatos: 

Os candidatos serão selecionados atendendo, sucessivamente, aos critérios abaixo indicados, aplicando-se o critério de seleção seguinte, caso o critério anterior não esgote o limite máximo de candidatos previstos no n.º 2:
1.º Critério-docentes que lecionam em Agrupamentos de Escolas/Escolas de Referência para a Educação de Alunos Cegos e com Baixa Visão;
2.º Critério-docentes que lecionam em outros Agrupamentos de Escolas/Escolas;
3.º Critério- docentes em funções nos Centros de Recursos TIC para a Educação Especial.


Curso de Formação: Português - Língua Segunda no Currículo de Alunos Surdos

1. Número de horas de duração da ação: 50 horas

2. Destinatários: Docentes dos grupos de recrutamento 110, 200, 210, 220 e 920 até ao limite de 30 candidatos.

3. Apresentação de candidaturas: Inscrição online disponível em http://area.dgidc.min-edu.pt/inclusao, entre os dias 24 de fevereiro e 16 de março de 2012.

4. Calendário e Horário:

Dias Horário
2 de abril - 14h às 18h
3 de abril - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
4 de abril - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
5 de abril - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
2 de julho - 14h às 18h
3 de julho - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
4 de julho - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h
5 de julho - 9.30h às 13h/ 14hàs 17.30h

5. Critérios de seleção dos candidatos:

Os candidatos serão selecionados por ordem de entrada das inscrições até ao limite máximo de candidatos previsto no n.º 2.

A disponibilizar informação futuramente para as seguintes ações:

Oficina de Formação: As Necessidades Educativas Especiais e as TIC

Curso de Formação: Língua Gestual Portuguesa, 1.ª Língua no Currículo dos Alunos Surdos

Curso de Formação: Processo de Avaliação e de Intervenção em Intervenção Precoce na Infância


A Formação irá decorrer nas instalações da CERCICA em Cascais.

A DGE assegura os custos referentes a alojamento em regime de internato.

Inscrições 

O formulário de candidatura encontra-se disponível para preenchimento online em http://area.dgidc.min-edu.pt/inclusao, entre os dias 24 de fevereiro e 16 de março de 2012.

Os resultados das candidaturas serão publicados no site da DGE, no dia 23 de março de 2012.

Contactos: 
Telefone:21 393 45 32.

Mau comportamento é culpa dos pais

As práticas educativas parentais desde o nascimento dos filhos são responsáveis, em noventa por cento dos casos, por comportamentos inadequados como o bullying e a indisciplina escolar, defende em livro o investigador e psicólogo Luís Maia. 

‘E Tudo começa no Berço’, é o título do livro a ser lançado na segunda-feira, no qual o autor defende que é desde o nascimento da criança que se desenvolvem grande parte das suas características, positivas ou negativas.

"Perdoem-me pais, mas a culpa de muitos de nós não termos controlo sobre o comportamento dos nossos filhos, estou convencido, não é dos filhos, nem da sociedade: é nossa", escreve o autor alertando para a necessidade de os pais estarem mais presentes na vida dos filhos.

"Na minha opinião cerca de 90% da responsabilidade do comportamento inadequado das crianças e adolescentes está sedeado nas práticas educativas nos primeiros dias e anos da criança", disse em declarações à agência Lusa, adiantando que na maioria dos casos são os pais que precisam de ajuda para se reorientarem na educação dos seus filhos.

Luís Maia explica que nos milhares de casos que já atendeu, quando começa a investigar as causas dos comportamentos inadequados das crianças quer sejam de indisciplina escolar, de violência contra os pares ou de outras atitudes antissociais, na maioria das vezes os pais foram orientados percebendo que eram as suas práticas educativas que deveriam ser alteradas.

A má prática educativa, explicou, ocorre em todas classes socioeconómicas e mesmo em ambientes familiares normais quando por exemplo os pais se desautorizam em frente à criança, quando quebram rotinas ou quando delegam competências.

A sociedade, defende o autor, desaprendeu a arte de educar os filhos e a comportarem-se em sociedade, delegando nas estruturas essa responsabilidade. Uma aposta que considera errada.

A educação desde o nascimento, diz, determina efetivamente o percurso de uma criança, porque "tudo começa no berço" à excepção de uma pequena minoria em que há de facto problemas no desenvolvimento ou distúrbios psicopatológicos.

O livro é baseado em vivências e casos reais, fruto da experiência do autor no acompanhamento de jovens e famílias.

Trata-se de um guia com informações dedicadas à boa aplicação da prática educativa, para pais, educadores, cuidadores, educadores de infância, professores dos mais variados níveis de ensino, psicopedagogos, psicólogos, técnicos de saúde mental, entre outros.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Provas finais de ciclo a nível de escola a autorizar pelo Presidente do Júri Nacional de Exames

O Júri Nacional de Exames, através da publicação da Mensagem 1/JNE/2012, de 24/02, veio clarificar a situação dos alunos com necessidades educativas especiais referidos na Norma 01/JNE/2012.

De facto, a situação contemplada na Norma 1/JNE/2012 refere-se apenas os alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou profundos ou com limitações motoras severas, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 3/2008, que relativamente à prova caracterizada na Informação-Prova final do GAVE necessitem de alterações nos instrumentos de avaliação ao nível da estrutura das provas e na tipologia e formulação de itens, podem realizar provas finais a nível de escola nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática dos 6.º e 9.º anos.

O documento reitera que os alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente enquadradas pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, podem usufruir de condições especiais, sob proposta do conselho de turma do final do 2.º período, devendo realizar as provas finais dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico de Língua Portuguesa e de Matemática nos 6.º e 9.º anos, elaboradas a nível nacional pelo GAVE.

Refere, ainda, que excecionalmente em 2011/2012, os alunos do 3.º ciclo com necessidades educativas especiais de carácter permanente do domínio cognitivo e com necessidades especiais de saúde decorrentes de situações clínicas graves que, ao longo do seu percurso educativo, tenham tido, ao abrigo dos artigos 18.º e 20.º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, adequações curriculares individuais com adequações no processo de avaliação nas disciplinas de Língua Portuguesa e ou Matemática, constantes do seu programa educativo individual, podem realizar provas finais a nível de escola para conclusão do 3.º ciclo, sob proposta do conselho de turma.

Notas
1- O documento termina referindo que serão brevemente publicadas Orientações Gerais/Condições Especiais/Ensino Básico – 2012.
O documento Orientações Gerais para Alunos com Necessidades Educativas Especiais - Exames do Ensino Secundário 2012 também faz referência à Norma 02/JNE/2012.
2- Pela leitura da Mensagem 1, atrás referida, a inclusão no texto do advérbio "excecionalmente" indicia que o Regulamento de Exames do Ensino Básico vai sofrer alterações profundas quanto aos alunos com necessidades educativas especiais. Aparentemente, só execionalmente este ano letivo vai ser possível a realização de exames a nível de escola para conclusão do 3º ciclo do ensino básico.

Orientações Gerais para Alunos com Necessidades Educativas Especiais - Exames do Ensino Secundário 2012


Correspondendo ao apelo que fiz anteriormente, o colega "Livresco", a quem agradeço, disponibilizou a documento Orientações Gerais para Alunos com Necessidades Educativas Especiais - Exames do Ensino Secundário 2012

Publico-o sem efetuar uma leitura prévia. 
À semelhança deste documento, tenho alguma esperança de que o JNE publique um similar sobre os exames do ensino básico.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Orientações Gerais para Alunos com Necessidades Educativas Especiais

Na página do Júri Nacional de Exames, consta a informação da publicação do documento com Orientações Gerais para Alunos com Necessidades Educativas Especiais - Exames do Ensino Secundário 2012. No entanto este documento só está disponível da área restrita das escolas. Como não tenho acesso, não posso publicar. Considero que deve ser um documento esclarecedor!

Se alguém tiver acesso ao documento, seria importante e pertinente que o divulgasse!


À semelhança da publicação do documento referido acima, penso que deverá  sair (esperemos que sim!) também outro com Orientações Gerais para Alunos com Necessidades Educativas Especiais - Exames do Ensino Básico 2012.


A Norma 1 refere que a documentação necessária para adoção de condições especiais na realização das provas finais dos 2.º e 3.º ciclos de Língua Portuguesa e de Matemática por alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente (Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro) e por alunos com necessidades educativas especiais consta das Orientações Gerais/Condições Especiais nas Provas Finais do Ensino Básico 2012 disponibilizadas no sítio do Júri Nacional de Exames (JNE).
Acontece que, na página do JNE não se encontra qualquer referência ao documento Orientações Gerais/Condições Especiais nas Provas Finais do Ensino Básico 2012. Se alguém tiver acesso, agradecia que o disponibilizasse para divulgação.

Penso que ambos os documentos referidos acima poderão elucidar as imensas dúvidas que têm surgido.

Perspetiva sobre os exames do ensino básico para alunos com necessidades educativas especiais


Após alguma ponderação sobre as informações constantes na Norma 1, considero que o ponto 17 se aplica apenas aos alunos aí referidos e que, à partida, conseguem realizar o exame nacional, apenas com alterações ao nível da estrutura da prova e na tipologia e formulação dos itens, de acordo com as orientações entretanto publicadas pelo GAVE (ver, a título de exemplo, a informação n.º 24.12, relativa à prova Final de 2º Ciclo de Língua Portuguesa).
Esta leitura fundamenta-se na legislação relativa aos exames nacionais (Despacho Normativo n.º 19/2006, de 19/03, com a redação introduzida pelo Despacho Normativo n.º 7/2011, de 5/4). Segundo este normativo, a presidência do Júri Nacional de Exames (JNE) elabora as informações que se tornem necessárias relativas a aspetos específicos a considerar na realização das provas de exame dos alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente (Anexo III, ponto 17.2). Nos anos anteriores, foi publicada especificamente a Norma 2 relativa a esta matéria. Penso que, no cumprimento do normativo, estará para breve a sua publicação.
Esta convicção assenta, também, no facto de as provas e as condições de exame, para estes alunos, serem propostas pelo conselho de turma (Anexo III, ponto 17.3), normalmente nas reuniões de final de segundo período. Relativamente ao estipulado na Norma 1, é omisso quanto a esse aspeto e, neste momento, torna-se praticamente inviável auscultar o conselho de turma.
O normativo garante, ainda, para conclusão do 3º ciclo do ensino básico, a realização de exames a nível de escola aos alunos com necessidades educativas especiais que, durante o seu percurso, tenham tido adequações curriculares individuais com adequações no processo de avaliação, sob proposta do conselho de turma (Anexo III, ponto 18.3). Nos anos anteriores, a Norma 2 explicitava melhor esta matéria, colocando algumas condicionantes quanto à sua aplicação.

A Norma 1, na minha perspetiva, contrariamente ao que seria de esperar, veio lançar alguma confusão desnecessária, por dois motivos essenciais: opõe-se ao articulado do normativo que a fundamenta, sendo uma situação impensável e improvável; omite a menção a outras situações contidas no normativo, como sejam a matéria relativa aos alunos com dislexia, os procedimentos a ter em conta para a realização das provas de exame a nível de escola, entre outras.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Provas finais a nível de escola: atenção aos prazos!

Segundo a Norma 01/JNE/2012 (ver texto anterior), em casos muito excecionais, os alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou profundos ou com limitações motoras severas que, relativamente à prova caracterizada na Informação-Prova final do GAVE, necessitem de alterações nos instrumentos de avaliação ao nível da estrutura das provas e na tipologia e formulação dos itens, podem realizar provas finais a nível de escola nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática: 
a) As condições especiais para as provas finais de ciclo requeridas para estes alunos dependem de autorização prévia do JNE, mediante a análise de processo devidamente instruído;
b) O requerimento, ANEXO III-EB: REQUERIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DAS PROVAS FINAIS A NÍVEL DE ESCOLA NOS 2.º e 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO, para apreciação no JNE deve ser acompanhado dos seguintes documentos: cópias autenticadas do cartão de cidadão/bilhete de identidade, do registo biográfico, do programa educativo individual, do documento Informação-Prova final a nível de escola de cada disciplina, de relatório médico da especialidade ou de outros documentos úteis para a avaliação da funcionalidade
d) Os estabelecimentos de ensino devem elaborar listagem dos alunos mencionados e remetê-la ao JNE acompanhada da documentação referida, até ao final do mês de fevereiro.

São introduzidas algumas alterações aos procedimentos anteriores, desde logo na constituição do processo, devendo-se anexar o relatório médico da especialidade ou de outros documentos úteis para a avaliação da funcionalidade.
O Diretor do estabelecimento de ensino deve remeter ao Presidente do JNE, até ao final do mês fevereiro, o ANEXO III, acompanhado de processo, de acordo com o estipulado no Regulamento dos Exames do Ensino Básico e do Ensino Secundário (ponto 17 da NORMA 01/JNE/2012).
Faltam poucos dias!
A elaboração das provas finais a nível de escola de Língua Portuguesa e de Matemática dos 6.º e 9.º anos em braille, em formato digital ou ampliadas em suporte de papel são da responsabilidade da escola.

Provas Finais e Exames do Ensino Básico e do Ensino Secundário - Norma 01/JNE/2012 - Instruções para a Inscrição



Foi publicada a Norma 01/JNE/2012 com as instruções para a inscrição nas provas finais e exames do ensino básico e do ensino secundário. Da Norma, publico algumas informações relativas à documentação necessária para aplicação de condições especiais nos exames a realizar por alunos com necessidades educativas especiais.

Ensino Básico

16- A documentação necessária para adoção de condições especiais na realização das provas finais dos 2.º e 3.º ciclos de Língua Portuguesa e de Matemática por alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente (Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro) e por alunos com necessidades educativas especiais consta das Orientações Gerais/Condições Especiais nas Provas Finais do Ensino Básico 2012 disponibilizadas no sítio do Júri Nacional de Exames (JNE), as quais incluem três modelos de impresso próprio para a formalização obrigatória da proposta de aplicação de condições especiais na realização das referidas provas: 

ANEXO I-EB – REQUERIMENTO DE CONDIÇÕES ESPECIAIS NA REALIZAÇÃO DAS PROVAS FINAIS DOS 2.º E 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

ANEXO II-EB – REQUERIMENTO DE CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA ALUNOS AUTOPROPOSTOS

ANEXO III-EB - REQUERIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DAS PROVAS FINAIS A NÍVEL DE ESCOLA DOS 2.º E 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

É da responsabilidade do Diretor do estabelecimento de ensino a homologação, organização e aplicação de qualquer condição especial na realização das provas finais de ciclo. O Diretor da escola deve remeter ao JNE até ao final do 3.º período, uma cópia autenticada das propostas de aplicação de condições especiais na realização das provas finais dos 2.º e 3.º ciclos - ANEXO I-EB: REQUERIMENTO DE CONDIÇÕES ESPECIAIS NA REALIZAÇÃO DAS PROVAS FINAIS DOS 2.º E 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO, devidamente homologadas por despacho de decisão. 

17. Em casos muito excecionais, os alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou profundos ou com limitações motoras severas que, relativamente à prova caracterizada na Informação-Prova final do GAVE, necessitem de alterações nos instrumentos de avaliação ao nível da estrutura das provas e na tipologia e formulação dos itens, podem realizar provas finais a nível de escola nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática: 
a) As condições especiais para as provas finais de ciclo requeridas para estes alunos dependem de autorização prévia do JNE, mediante a análise de processo devidamente instruído;
b) O requerimento, ANEXO III-EB: REQUERIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DAS PROVAS FINAIS A NÍVEL DE ESCOLA NOS 2.º e 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO, para apreciação no JNE deve ser acompanhado dos seguintes documentos: cópias autenticadas do cartão de cidadão/bilhete de identidade, do registo biográfico, do programa educativo individual, do documento Informação-Prova final a nível de escola de cada disciplina, de relatório médico da especialidade ou de outros documentos úteis para a avaliação da funcionalidade. 
d) Os estabelecimentos de ensino devem elaborar listagem dos alunos mencionados e remetê-la ao JNE acompanhada da documentação referida, até ao final do mês de fevereiro.

NOTA: É competência do Presidente do JNE autorizar as condições especiais requeridas para os alunos referidos em 18 desde que sejam propostas provas finais a nível de escola de Língua Portuguesa e de Matemática. Esta é a única situação relativamente aos alunos internos em que a homologação de condições especiais não é da responsabilidade do Diretor do estabelecimento de ensino.

18. Os alunos autopropostos referidos nas alíneas a), b), c) e d) do ponto 9 com necessidades educativas especiais que pretendam usufruir de condições especiais na realização dos exames de equivalência à frequência dos 2.º ou 3.º ciclos, devem no ato de inscrição apresentar requerimento nesse sentido - ANEXO II-EB: REQUERIMENTO DE CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA ALUNOS AUTOPROPOSTOS, para ser remetido ao JNE acompanhado dos documentos a seguir discriminados.
18.1. O requerimento referido no ponto anterior deve ser acompanhado de relatório de médico da especialidade ou de diagnóstico psicológico, conforme a justificação alegada, outros documentos considerados úteis para a avaliação da funcionalidade, bem como cópias autenticadas do boletim de inscrição, do cartão de cidadão/bilhete de identidade e do registo biográfico do aluno. 
18.2. O Diretor da escola deve remeter os documentos referidos no número anterior ao JNE nos três dias úteis imediatamente a seguir ao período das inscrições. 
18.3. Os alunos com necessidades educativas especiais referidos nas alíneas a), b) e c) do ponto 9.1 aos quais foram homologadas condições especiais na realização das provas finais de ciclo pelo Diretor da escola, podem delas usufruir nos exames de equivalência à frequência que vierem a realizar como alunos autopropostos, sendo apenas necessário enviar ao JNE cópia autenticada do respetivo despacho de decisão do Diretor da escola (ANEXO I). 

Ensino Secundário

33. Documentos adicionais relativos a alunos com necessidades educativas especiais:
33.1. Os alunos internos e autopropostos que pretendam ficar abrangidos pelas disposições aplicáveis aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente (Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro) devem, no ato de inscrição, apresentar requerimento dirigido ao Diretor do estabelecimento de ensino, solicitando condições especiais de exame.
O requerimento deve ser formalizado em impresso próprio, modelo constante do ANEXO IES (REQUERIMENTO PARA CONDIÇÕES ESPECIAIS NA REALIZAÇÃO DOS EXAMES DO ENSINO SECUNDÁRIO - Regulamento das Provas e dos Exames do Ensino Básico e do Ensino Secundário), a reproduzir pelo estabelecimento de ensino, o qual é parte integrante de processo a remeter pelo Diretor do estabelecimento de ensino ao JNE.
Este processo para apreciação e decisão no JNE deve ser, obrigatoriamente, acompanhado dos seguintes documentos: requerimento (ANEXO I-ES), cópias autenticadas do boletim de inscrição de exames, do despacho de autorização de condições especiais de exame concedidas em anos anteriores, do cartão de cidadão/bilhete de identidade, do registo biográfico, do relatório médico da especialidade ou de diagnóstico psicológico e do programa educativo individual e também da Ficha B – «Levantamento das dificuldades específicas do aluno relativamente à dislexia», no caso de candidatos com dislexia, bem NORMA 01/JNE/2012 - Instruções para a inscrição como da Informação-Exame a nível de escola de cada disciplina para os alunos a seguir discriminados.
Findo o prazo de inscrição para a 1.ª fase, os estabelecimentos de ensino devem elaborar listagens dos candidatos a exame que pretendam ficar abrangidos pelas disposições aplicáveis aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente previstas no Regulamento das Provas e dos Exames do Ensino Básico e do Ensino Secundário e remetê-las ao JNE, impreterivelmente nos três dias úteis seguintes, acompanhadas dos documentos referidos anteriormente, no caso de exames finais nacionais, de exames a nível de escola para conclusão do ensino secundário e de provas de equivalência à frequência.
Os alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou profundos ou com limitação motora severa que pretendam apenas a obtenção do diploma de conclusão do ensino secundário podem realizar exames a nível de escola a todas as disciplinas sujeitas a exame final nacional mencionadas no n.º 20.
Os alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou profundos ou com limitação motora severa que pretendam candidatar-se ao ensino superior podem realizar, em alternativa:
- os exames finais nacionais nas disciplinas mencionadas no n.º 20 ou
- os exames finais nacionais nas disciplinas que queiram eleger como provas de ingresso para candidatura ao ensino superior e exames a nível de escola nas restantes disciplinas sujeitas a exame final nacional.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Homenagem à Joana

Maria conheceu Joana no 6.º ano de escolaridade, em que foi sua professora, e logo ficou a admirá-la. Apesar de frequentes idas ao estrangeiro para ser operada, devido a um problema de saúde, Joana nunca faltava às aulas quando estava em Portugal, mesmo que fosse por pouco tempo, tendo conseguido passar para o 7.º ano, devido ao seu trabalho persistente e empenhado.

Três anos mais tarde, Maria foi de novo professora da Joana e sua diretora de turma. Nesses anos, o problema de saúde e as deslocações ao estrangeiro mantiveram-se e Joana tinha acabado por não conseguir passar do 8.º ano para o 9.º ano. Concluindo que a sua reprovação se devia a falta de capacidade, deixou de acreditar em si. A sua autoimagem corporal estava também muito fragilizada, já que uma ligeira deformidade no rosto, devida ao seu problema de saúde, a fazia considerar-se feia e incapaz de granjear afeição. À sua natural timidez, acrescentava-se agora um olhar triste e Joana isolava-se.

Maria não ficou indiferente à sorte de Joana. Conversava frequentemente com ela, procurando fazê-la refletir sobre o seu difícil percurso e sobre todas as conquistas que tinha ido obtendo devido à sua força de vontade e à sua persistência. Com a turma, desenvolveu um trabalho que tinha por objetivo a valorização de si próprio e do outro, a sensibilidade ao outro e a interajuda. Uma estratégia determinou a inversão do percurso de isolamento adotado por Joana. A diretora de turma escreveu o nome de cada aluno numa folha de papel A4 e distribuiu uma folha a cada aluno. Cada um iria escrever uma mensagem positiva ao aluno cujo nome estava no cimo da folha e passava-a para o colega seguinte, que procederia do mesmo modo. Desta forma, no fim da atividade, cada aluno recebeu uma folha com mensagens positivas escritas para si por cada um dos seus colegas. Joana percebeu que era apreciada por todos eles que, entre outras coisas, lhe diziam que gostavam dela e que a queriam conhecer melhor, pedindo-lhe que os deixasse aproximarem-se dela.

Joana acabou por se integrar na turma e, com a ajuda dos colegas e da diretora de turma, aceitar a sua imagem corporal e valorizar as suas características pessoais. Quanto a Maria, se algumas dúvidas lhe restassem acerca da importância da intervenção que tinha desenvolvido, teriam desaparecido quando, no ano seguinte, tendo entrado para a turma uma outra aluna que se isolava muito, Joana a abordou com o seguinte pedido: "Setora, no ano passado, ajudou-me muito na integração na turma e a sentir-me bem comigo mesma. Noto que a nova aluna da nossa turma se isola muito e quero ajudá-la. Venho pedir-lhe a sua ajuda para isso."

Esta história, verdadeira, não precisa de mais palavras para se tornar elucidativa da importância de se olhar o aluno na sua individualidade e na sua globalidade. O insucesso escolar pode ter muitas causas. No caso de Joana, a doença prolongada foi a causa próxima. Exemplo de resiliência, Joana estava, no entanto, num ponto de viragem, em que precisava de ser ajudada a reconhecer o seu valor e a não deixar de acreditar em si. Quantas reflexões e quantas questões não podem ser levantadas por esta história! É esse mesmo o objetivo deste artigo.
Armanda Zenhas
In: Educare


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Diferenças cerebrais em crianças autistas manifestam-se com seis meses

O cérebro dos autistas difere de quem não sofre de nenhum problema de desenvolvimento neurológico. Já vários trabalhos usando Imagem Funcional Cerebral revelaram que essas diferenças implicavam dificuldades de comunicação e sociais dos autistas. Um estudo, recentemente publicado no «American Journal of Psychiatry», apresenta essas alterações como fruto de um desenvolvimento longo e progressivo durante a infância.

A equipa de investigação da Universidade da Carolina do Norte comparou o desenvolvimento cerebral de crianças de seis, 12 e 24 meses. Todos estes bebés tinham um irmão mais velho a quem fora diagnosticado autismo – um terreno genético que os coloca numa categoria de “alto risco” de vir a sofrer de transtorno do espectro autista (TEA).

Com dois anos, 28 destas crianças mostraram sintomas e a técnica de imagem usada apresentou diferenças no desenvolvimento da matéria branca em relação aos seis meses de idade. Esta matéria rica em ramificações nervosas, envolve de forma protectora a mielina – importante no transporte de sinais nervosos e informação entre diferentes partes do cérebro.

Reconstituindo em 3D a matéria branca, a equipa norte-americana observou que um desenvolvimento mais lento entre essas ramificações, em crianças, dos seis aos 24 meses, diagnosticadas com autismo. O estudo mostra que as diferenças de desenvolvimento no cérebro de crianças com este tipo de problema ocorrem muito cedo.

Modelo de avaliação de desempenho e alteração ao estatuto da carreira docente

Pela publicação do Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro, estabeleceu-se o modelo de avaliação de desempenho. No preâmbulo, pode ler-se:

Tem -se em vista uma avaliação do desempenho com procedimentos simples, com um mínimo de componentes e de indicadores e com processos de trabalho centrados na sua utilidade e no desenvolvimento profissional.
Tendo a preocupação de que todos os professores participem no processo sem prejudicar o seu trabalho com os alunos, promovem -se ciclos de avaliação mais longos, coincidindo com a duração dos escalões da carreira, permitindo uma maior tranquilidade na vida das escolas.
Potencia -se, igualmente, a dimensão formativa da avaliação e minimizam -se conflitos entre avaliadores e avaliados, regulando uma avaliação com uma natureza externa para os docentes em período probatório, no 2.º e 4.º escalões da carreira ou sempre que requeiram a atribuição da menção de Excelente, sendo que nos restantes escalões a avaliação tem uma natureza interna.
A avaliação externa é centrada na observação de aulas e no acompanhamento da prática pedagógica e científica do docente. Para este efeito, é constituída uma bolsa de avaliadores, formada por docentes de todos os grupos de recrutamento.
A avaliação das dimensões em que assenta o desempenho da actividade docente — «científico -pedagógica», «participação na vida da escola e relação com a comunidade educativa» e «formação contínua e desenvolvimento profissional» — realiza -se com recurso à auto -avaliação efectuada por cada docente, tendo como referência os parâmetros aprovados pelo conselho pedagógico, no caso da avaliação interna, ou nos estabelecidos a nível nacional, no caso da avaliação externa.
O presente diploma estabelece, ainda, a composição da secção de avaliação de desempenho docente do conselho pedagógico, bem como as competências dos diversos órgãos e intervenientes no procedimento da avaliação de desempenho, nos termos previstos no Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário.

Por consequência, procedeu-se a mais uma alteração ao estatuto da carreira docente (ECD), através do Decreto-Lei n.º 41/2012, de 21 de fevereiro. O diploma pretende criar condições de facilidade de análise do ECD e fazer da avaliação do desempenho uma oportunidade ao serviço do desenvolvimento profissional dos docentes, da melhoria do ensino, dos resultados escolares dos alunos e em sentido lato, da melhoria da qualidade do serviço público de educação.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

III Seminário GTAEDES - O Papel das Universidades na Construção de Um Ensino Inclusivo

No dia 21 de março de 2012, o Grupo de Trabalho para o Apoio a Estudantes com Deficiências no Ensino Superior (GTAEDES) realiza-se o III Seminário GTAEDES subordinado ao tema "O Papel das Universidades na Construção de Um Ensino Inclusivo".

Tem como objetivo proporcionar a difusão de conhecimentos e práticas de inclusão de estudantes com NEE entre investigadores, docentes, discentes e profissionais de instituições de ensino superior
1.º Painel: Políticas, práticas e experiências no Ensino Superior
2.º Painel: Acessibilidades no Ensino Superior

Local: Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra

A Comissão Organizadora convida os interessados a participar com comunicações. As sinopses devem ser enviadas para GTAEDES.seminario@fl.ul.pt até 17 de Fevereiro e as comunicações completas até 14 de março de 2012.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Português ajuda a compreender doença genética que causa surdez

Alguém fala, uma aparelhagem solta música ou um trovão ecoa pela atmosfera e, se tudo correr bem, o ouvido e o sistema nervoso transformam estas vibrações do ar em sinais mecânicos e depois nervosos, que são sentidos como som. Nas pessoas surdas alguma parte deste processo não funciona. A mutação genética A1555G causa este problema a 10% dos deficientes auditivos, mas não se sabia qual o processo que a mutação desencadeia e que acaba por provocar a surdez, até agora. A explicação dada por uma equipa dos Estados Unidos vem num artigo da revista Cell publicado na sexta-feira. 

Antes de ser uma história sobre o ouvido, esta é uma história sobre as mitocôndrias – as baterias de cada célula que fornecem a energia para todos os processos do organismo. As mitocôndrias são uns seres semi-independentes nas células. Têm material genético próprio, dividem-se e fundem-se conforme as necessidades e provêm todas do óvulo. Por isso, se há alguma doença associada às baterias celulares é natural que se possa fazer uma ligação de mãe para filhos. Foi assim que se descobriu a mutação A1555G.

A surdez associada a esta mutação acontece desde nascença ou quando as pessoas tomam um antibiótico específico. “As pessoas tomavam este antibiótico e passadas duas semanas voltavam ao médico e não conseguiam ouvir”, explicou Nuno Raimundo, por telefone ao PÚBLICO. O cientista português está a terminar o pós-doutoramento numa equipa da Escola de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. É o primeiro autor do artigo e responsável por muitas das experiências e pela escrita do artigo.

Descobriu-se há mais de 20 anos que este antibiótico acumulava-se em certas células do ouvido. Em algumas pessoas mais suscetíveis a acumulação era tóxica e fazia perder a audição. Pensava-se que a substância matava as células que ajudavam a passar o sinal mecânico das vibrações sonoras para um sinal nervoso. Mas equipa de Nuno Raimundo descobriu que a doença é mais complexa.

As pessoas surdas tinham mães surdas. Na altura, isto mostrou aos cientistas que a doença podia ser causada por uma mutação num gene do ADN da mitocôndria. “Através do mapeamento genético identificou-se a mutação do gene mitocondrial”, disse o cientista. O gene mutado da mitocôndria alterava a estrutura dos ribossomas – que são os complexos que constroem as proteínas e existem tanto na mitocôndria como no núcleo das células.

Foi com base neste paradigma que a equipa de Yale desenvolveu o seu trabalho. A questão era como é que uma mutação na mitocôndria provocava um fenómeno como a surdez e porque é que não provocava mais nenhum problema noutros tecidos do corpo? 

Para estudar o fenómeno os cientistas utilizaram ratos. Como criar ratos transgénicos para mutações em mitocôndrias ainda é impossível, fizeram um rato transgénico que produzia uma proteína em excesso e que alterava da mesma forma a estrutura dos ribossomas.

Depois testaram se os ratos também ficavam surdos. “Deixámos os ratos crescer e fomos medir a capacidade de ouvir, a partir dos três meses tinham perda de audição e ao fim do ano não ouviam praticamente nada”, explicou o cientista. A seguir foram perceber o que se passava nas células dos ratos equivalentes às células dos humanos, que tinham acumulado o antibiótico. “A primeira hipótese é que as tais células estavam mortas, mas não estavam.”

Estas células, que fazem parte do órgão de Corti, no ouvido, estão envolvidas numa solução que tem uma concentração específica de iões. A solução é necessária para o processo de audição. O que a equipa de Yale verificou é que tanto as células que produziam esta solução, como os neurónios que recebem os impulsos do órgão de Corti não estavam a funcionar bem, comprometendo a audição dos ratos.

De seguida, os cientistas conseguiram identificar a proteína que provocava o mal funcionamento destes dois grupos de células. Esta proteína, chamada de E2F1, põe em causa a divisão celular e quando os cientistas retiraram-na destas células, os ratos passaram a ouvir normalmente.

Qual a ligação entre a mutação na mitocôndria, que causa a alteração dos ribossomas, e a existência da proteína, que causa a surdez? “A alteração dos ribossomas da mitocôndria leva a uma produção de radicais livres [nestas células] que activam a E2F1”, disse Nuno Raimundo, resumindo todo o processo desde a mutação genética até à doença. 

Um dos passos seguintes do trabalho do investigador consiste em testar antioxidantes que possam prevenir esta surdez nos ratinhos. “Identificámos várias moléculas que intervêm nesta via celular e pode-se testar terapêuticas que evitem o funcionamento de algumas proteínas”, disse. O cientista sublinha que o mecanismo exato que se passa nos humanos ainda não foi determinado, mas mostra que o fenómeno “não é como se pensava”. Apesar da causa da surdez ser de origem genética, também é necessário ter em conta o ambiente. “Além da exposição aos antibióticos, um dos fatores que contribuem para a surdez é um ruído basal. É muito provável que uma exposição a ruído elevado venha ativar esta via de sinalização se uma pessoa tiver a mutação, mas pode vir a fazê-lo mesmo não tendo a mutação”, disse o cientista.

Mas a descoberta tem implicações mais profundas no conhecimento da biologia celular. As mitocôndrias dão energia a todas as células do corpo, através do processo chamado de respiração celular. Mas o que faz com que uma mutação destas afete os ouvidos e não afete os músculos ou o coração, onde há uma forte necessidade de energia? “Pensava-se que todas as células em todos os tecidos respiravam da mesma maneira, mas o que se está a concluir é que as células em diferentes tecidos respiram de forma diferente e por isso mutações que afetam uns tecidos, não afetam outros.” 

Esta mudança de paradigma pode ajudar a perceber o que se passa noutras doenças que também são causadas por mutações no ADN de mitocôndrias como os diabetes, doenças do coração ou o cancro. Ou ajudar a compreender processos mais gerais como o envelhecimento.
Nota: O texto da notícia foi adaptada ao português resultante do acordo ortográfico.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Educação Especial: Respostas Educativas - Relatório 2010-2011

A IGEC disponibilizou hoje no seu sítio o Relatório 2010-2011 da Educação Especial - Respostas Educativas.


O relatório estrutura-se em cinco capítulos: o primeiro apresenta informação sobre os objetivos, a metodologia da intervenção e os aspetos organizativos; o segundo é dedicado ao desenvolvimento da atividade; o terceiro possui informação sobre os relatórios-síntese enviados às escolas; o quarto apresenta os resultados dos questionários de avaliação da atividade pelas escolas; e o quinto enuncia as conclusões e as recomendações.

Via Ad Duo

Orgânica da Direcção-Geral da Administração Escolar


A publicação do  Decreto Regulamentar n.º 25/2012  procede à criação da orgânica da Direção-Geral da Administração Educativa (DGAE) tem por missão garantir a concretização das políticas de gestão estratégica e de desenvolvimento dos recursos humanos da educação afectos às estruturas educativas públicas situadas no território continental nacional, sem prejuízo das competências atribuídas às autarquias locais e aos órgãos de gestão e administração escolares e, também, das estruturas educativas nacionais que se encontram no estrangeiro visando a forte promoção da nossa língua e cultura.

Para aceder ao diploma, aqui.

Insucesso Escolar: Intervenção atempada é a solução

Uma intervenção precoce e uma supervisão do trabalho realizado pelos diferentes intervenientes no apoio a alunos com dificuldades escolares fariam reduzir o insucesso escolar destas crianças, defendeu esta quinta-feira Amélia Martins, especialista em Psicopedagogia.

Em declarações, a propósito de um estudo que realizou no âmbito da sua tese de doutoramento, a professora de Educação Especial e especialista em Psicopedagogia Especial, concluiu que "os apoios eram dados dentro da sala de aula, iniciados tardiamente e que o trabalho desenvolvido nem sequer era conhecido pelo professor do ensino regular responsável pela turma".

Desta forma, a especialista defende que "a supervisão tem de ser imediatamente implementada, porque só assim se faz uma orientação prévia e atempada, de forma a encontrar recursos e espaços adequados para um trabalho contextualizado e adequado a cada criança".

Amélia Martins entende que essa supervisão deveria ser feita pelo professor de Educação Especial, porque é "o que domina as áreas todas, a pedagógica e a da psicologia".

De acordo com a docente, quando os responsáveis não procuram apoio atempadamente, as crianças podem apresentar sintomas de ansiedade ou sinais depressivos, como perturbações do sono, perda de apetite, dores sem causa física aparente, tristeza, isolamento, aumento da desmotivação escolar e aumento de problemas comportamentais.

Todos estes factores, resultantes do insucesso escolar, tendem a agravar-se, se não forem adoptadas as medidas mais corretas para debelar as causas que explicam o insucesso manifestado pela criança.

Para Maria Amélia Dias Martins, um dos erros frequentes dos pais e educadores é rotular as crianças de desinteressadas e preguiçosas.

"Todas as crianças querem ter sucesso e todas desejam fazer boa figura perante os pais, professores e colegas. Quando tal não acontece, é porque algo se está a passar e a criança precisa de ser avaliada e, se tal se justificar, de ser tratada", acrescentou.

Licenciado e autor bilingue aos 14 anos de idade

Um adolescente de 14 anos, filho de pai israelita e mãe chinesa, deverá este ano obter a sua licenciatura em Matemática na prestigiada Universidade da Califórnia (UCLA), tendo igualmente acabado de publicar a versão inglesa do seu livro intitulado “We Can Do”, que ensina os estudantes a terem sucesso académico.

Kai Cavalin adora estudar, tocar piano, jogar futebol, praticar artes marciais e ter a vida normal que têm os outros miúdos de 14 anos. Só há uma coisa de que não gosta: que lhe chamem génio. Diz que tudo é possível desde que se trabalhe muito e sem distracções. Por isso mesmo limita a televisão a quatro horas por semana e não perde tempo com videojogos.

O seu livro “We Can Do”, de 100 páginas, explica como é que os outros jovens podem alcançar o sucesso escolar que ele alcançou. “As pessoas precisam de saber que não é preciso ser-se um génio. Só é preciso trabalhar no duro para conseguirmos o que quer que seja”.

De acordo com o “The Washington Times”, a mensagem essencial do livro é que o trabalho árduo deve ser sempre acompanhado da vontade de levar uma tarefa até ao fim. “Eu consegui atingir as estrelas mas outros poderão atingir a Via Láctea”, explica o jovem autor aos seus leitores.

Kai Cavalin diz que aprendeu essa lição de um ex-professor que lhe ensinou uma disciplina da qual ele não gostava mas à qual conseguiu ter A (a nota máxima) de qualquer maneira porque percebeu que bastava empenhar-se muito para conseguir.

Para as bancas saiu agora a edição inglesa do livro que já havia sido editado em chinês (por influência da mãe) e que teve boas vendas em Taiwan, Singapura e Malásia. Foi agora o próprio Kai Cavalin que fez a tradução para inglês.

Depois de se licenciar em Matemática na UCLA - vive no campus da universidade com os pais - pensa continuar os estudos e fazer um doutoramento. Depois disso já não tem certezas: “Quem sabe? Isso é um futuro demasiado distante e eu só estou a fazer planos para os próximos anos”, diz o adolescente, citado pelo “The Washington Times”.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Doenças raras. Anjos como o Afonso têm uma nova associação

Ricardo Chaves mudou anteontem a fotografia no Facebook para uma mão a fazer figas: “Eu acredito: ensaios clínicos da síndrome de Angelman 2012.” Há pouco mais de um ano, o financeiro de 35 anos, de Tavira, não fazia ideia de que esta doença existia, nem que existia toda uma comunidade a comunicar-se na internet e a seguir esperanças como esta, a mais recente: em março, uma universidade da Florida vai testar um antibiótico – aprovado para outras doenças pelo regulador FDA – no alívio dos sintomas desta síndrome rara. A recolha de donativos para financiar o estudo mobilizou figuras conhecidas como Colin Farrell, com um filho diagnosticado com Angelman.

Ricardo sabia apenas que o filho Afonso tinha andado seis anos de médico em médico, sempre com diagnóstico inconclusivo ou de paralisia cerebral. A neuropediatra do Hospital de Faro, que o acompanhava desde pequeno, achava que deveria ser algo diferente. No final de 2009 disse-lhes que não iam encontrar causa ou nome para o problema e, perante a incerteza, Ricardo e a mulher não se conformaram.

Com a ajuda de amigos e familiares, juntaram 12 mil euros para levar o filho ao hospital pediátrico de Great Ormond Street, em Londres, conhecido pelos diagnósticos difíceis. O veredicto, síndrome de Angelman – uma doença neurológica genética que surge num em 15 mil nascimentos – chegaria em novembro de 2010, lido em ressonâncias magnéticas que Afonso tinha feito em Portugal e confirmado com testes genéticos. “Um dos exames custou 2500 euros e podia ter sido feito em Portugal, bastava o médico ter pedido”, diz Ricardo.

FANTOCHES FELIZES 
A médica de Faro, a quem foi pedir uma explicação no regresso, confessou que já tinha pedido exames avançados noutra ocasião – caros e que vieram negativos, mas no caso de Afonso não tinha suspeitado de Angelman, doença que Ricardo e a mulher descobriram na net depois de uma pista, ao segundo dia em Londres, ainda antes do diagnóstico clínico.

“Quando lá cheguei, em Setembro, perguntei ao coordenador da equipa se eles iam descobrir o que o Afonso tem”, lembra Ricardo. “Ele respondeu que sim, era o mais provável. Ficámos 15 dias e sempre que falava com alguém perguntava se já tinham visto alguma criança assim, até que uma fisioterapeuta disse que sim, mas não se lembrava do nome.” Fazia-lhe lembrar a doença dos “fantoches felizes”. Quando chegou ao computador, depois do dia de consultas, Ricardo pesquisou. “Happy Puppet Syndrome” remetia para síndrome de Angelman.

Ao ver vídeos no YouTube, teve a certeza de que eram crianças como o Afonso. “Recordo-me de estar a ler sobre a síndrome e pensar ‘espero que seja isto’. Entre todas as doenças, e apesar do atraso e da dependência, era um prognóstico reconfortante. Querem companhia, percebem o que dizemos. Como é possível ninguém ter descoberto isto em Portugal?”

O nome vem do médico Harry Angelman, que descreveu a doença em 1965, mas os pais preferem a ligação com anjos. Afonso tinha sintomas que podiam ser confundidos com paralisia cerebral: o atraso físico e cognitivo, a ausência de fala. Mas havia mais: o sorriso constante, os abraços, andar com os braços no ar, ter dificuldade em adormecer. “Acho que a paralisia cerebral é um saco para onde vão muitos dos casos para os quais não se consegue um diagnóstico. Em termos de terapia, não mudou muito, mas através da experiência que fui tendo com outros pais vejo o que conseguiram atingir outras crianças com Angelman. Passámos a usar estímulos diferentes.”

Algumas crianças conseguem andar e Afonso vai dando os primeiros passos. Mais raro, mas possível, é poder um dia dizer algumas palavras. Hoje Afonso percebe, se lhe mostram um prato, que está na hora de refeição, mas ainda não aponta o desenho para mostrar que tem fome.

Quando regressaram de Londres contactaram a Raríssimas, para perceber se havia mais casos. A associação ficou com o contacto da família e deu-o a outros pais. Entraram na esfera de amizades que levou a criar a mais recente associação de doentes raros: Angel – Associação de Síndrome de Angelman Portugal. Num encontro que antecedeu a escritura, a 6 de Janeiro, contabilizaram 30 casos, a maioria no Norte, alguns no Centro e dois em Lisboa. De Lisboa para baixo só há o caso de Afonso. “Tenho a certeza de que haverá mais. No Algarve há 5 mil nascimentos.”

É para descobrir outros anjos, divulgar a síndrome, partilhar experiências e promover programas que promovam o desenvolvimento das crianças com Angelman, por exemplo usando aplicações em tablets, que nasce a associação. “São coisas tão simples como partilharmos que tipo de fraldas são melhores: com sete anos, o Afonso não usa fralda de bebé, mas também não pode ser uma fralda de adulto. Há um pai que sugere uma marca, uma mãe que dá outra opinião.” Depois de lhes ter sido negado o subsídio de apoio à terceira pessoa, 80 euros mensais, foi por conselho de outra mãe que insistiram, com sucesso. “Há sete anos a cuidar do meu filho, como outros pais, temos mais conhecimento da doença e dos nossos filhos do que muitos médicos.”

A vida muda. “Costumo dizer que nasci para isto”, diz Ricardo, que passou a pôr os problemas em perspetiva, a relativizar o stresse do trabalho e a trabalhar mais vezes a partir de casa para dar atenção aos dois filhos, Afonso e Luís, com 11 anos. “Ser pai de uma criança especial faz-nos viver de outra forma. Um dia estamos na mó de baixo e não nos apetece ter forças para lidar com a situação. Temos de lidar. Sabemos que vamos ter este filho sempre connosco, temos de o encarar como uma vantagem.”

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Inclusão: 7 professoras mostram como enfrentam esse desafio

Ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) ainda é um desafio. Nos últimos dez anos, período em que a inclusão se tornou realidade, o que se viu foi a escola atendendo esse novo aluno ao mesmo tempo que aprendia a fazer isso. Hoje ainda são comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom trabalho. Dezenas de perguntas recebidas por NOVA ESCOLA tratam disso. Mas a tendência, felizmente, é de mudança - embora lenta e ainda desigual. A boa-nova é que em muitos lugares a inclusão já é um trabalho de equipe. E isso faz toda a diferença.

A experiência de Roberta Martins Braz Villaça, da EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, comprova isso. Entre seus 24 alunos da pré-escola está Isabelly Victoria Borges dos Santos, 5 anos, que tem paralisia cerebral. Apesar do comprometimento motor, a menina tem a capacidade cognitiva preservada. Na escola desde o ano passado, ela participa de todas as atividades. "Os conteúdos trabalhados em sala são os mesmos para ela. O que eu mudo são as estratégias e os recursos", explica a professora. 

Isabelly se comunica por meio da expressão facial. Com um sorriso ela escolhe as cores durante uma atividade de pintura. No parque, com a ajuda das placas de comunicação, decide se quer brincar de blocos de montar ou no escorregador. Nas atividades de escrita, indica quais letras móveis quer usar para formar as palavras e já reconhece o próprio nome. "Ela tem avançado muito e conseguido acompanhar a rotina escolar", comemora a professora. 

Roberta não está sozinha nesse trabalho. Ela conta com o apoio diário de uma auxiliar, que a ajuda na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal de Isabelly. Outra parceira é a professora do atendimento educacional especializado (AEE). Num encontro semanal de uma hora, elas avaliam as necessidades da menina, pensam nas estratégias a utilizar e fazem a adaptação dos materiais. 

Inaugurada em 2001, a escola em que Roberta leciona já foi construída levando em conta a inclusão: o projeto previa um elevador e um espaço para uma futura sala de recursos. Mas daí a funcionar com qualidade, com materiais diversos e uma equipe afinada, foi um longo caminho. "Somente em 2005 passamos a contar com estagiários e auxiliares em sala", lembra a diretora, Maria do Carmo Tessaroto. 

Gestores preocupados com a questão e que buscam recursos e pessoal de apoio fazem da inclusão um projeto da escola. Dessa forma, melhoram as condições de trabalho dos professores, que passam a atuar em conjunto com um profissional responsável pelo AEE, a contar com diferentes recursos tecnológicos e a ter ciência de que o aluno com deficiência ou TGD não é responsabilidade exclusivamente sua. Com a parceria da família, as possibilidades de sucesso são ainda maiores, como você verá nas páginas a seguir. Com base nas experiências de professoras que atendem alunos com NEE, respondemos às seis perguntas mais recorrentes enviadas à redação. Essas educadoras certamente indicarão caminhos para você que, como elas, trabalha para fazer a inclusão de verdade.

Acção de Formação – Mal Entendidos Hiperactividade ao Síndrome de Aspergen. Da Dislexia às Perturbações do Sono.

Para compreender uma criança temos de voltar ao país das memórias, reviver o que ficou para trás, habitar de novo medos de que nos esquecemos. Olhar com olhos de espanto, chamar filha a uma boneca e replicar o milagre da criação dando-lhe voz. Para a compreender temos de voltar a pele do avesso, reduzir a dimensão do corpo na medida inversa em que cresce o sentimento. Cada criança é uma história por contar. Por vezes o Capuchinho Vermelho perde-se no bosque e não há beijo que resgate a Bela Adormecida.
Para muitas crianças a sua história pode não terminar bem, e não viverem felizes para sempre.

Esta Formação destina-se a quem dessas crianças cuida: Pais, Professores, Psicólogos ou Médicos, que querem que todas as histórias tenham um final feliz, e não deixam o Espelho Mágico dizer a nenhuma criança que há alguém mais belo do que ela.
Devem existir em Portugal cerca de 100.000 crianças com perturbações de desenvolvimento.

Nesse sentido convidamos o Dr Nuno Lobo Antunes para partilhar o seu conhecimento e experiência numa formação com os seguintes objetivos:
- Conhecer as perturbações do desenvolvimento
- Que posturas parentais e profissionais face às perturbações de desenvolvimento

Esta ação ocorrerá no dia 22 de fevereiro, entre as18h e as 20h, num momento informal e descontraído de partilha mútua entre com o Dr. Nuno Lobo Antunes e todos os que quiserem juntar-se neste momento no auditório do Metropolitano de Lisboa (dentro da estação do metro do alto dos moinhos).

O Formador é o Dr. Nuno Lobo Antunes, licenciou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina de Lisboa.
Foi Assistente Hospitalar de Pediatria e Coordenador da Unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Foi Membro da Comissão de Neurologia do “Children Oncology Group”.
Foi consultor de Neurologia Pediátrica para o Departamento de Neurologia e Pediatria do Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases e para o Presbyterian Hospital em Nova Iorque.
Foi ainda Professor Auxiliar de Neurologia e Pediatria na Cornell University Joan & Sanford I. Weill Medical College É actualmente Director Médico e Coordenador das áreas de Neurodesenvolvimento e Neurologia do CADIn, Consultor de Neuropediatria do Serviço de Pediatria Hospital Fernando da Fonseca e Consultor de Neurologia Pediátrica do IPO, em Lisboa.
Membro da American Academy of Neurology, da Child Neurology Society, da Children Cancer Group Tri-State Pediatric Neurology Society, da Society for Neurooncology, da Sociedade Portuguesa de Pediatria, da Sociedade Portuguesa de Neurologia e da Academia Ibero-Americana de Neurologia Pediátrica. 

Convidamo-lo(a) a estar também connosco. A participação nesta ação tem um custo de 20€ (valor sem iva).



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Prémio Acessibilidade aos Transportes 2011-2012

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P. (IMTT, I.P.) lançou a 2ª edição do "Prémio Acessibilidade aos Transportes 2011-2012", com o objetivo de distinguir projetos que permitam aos cidadãos com mobilidade condicionada uma maior acessibilidade aos transportes públicos.

Este Prémio pretende distinguir medidas e ações que se destaquem positivamente pela acessibilidade proporcionada e integração de soluções inovadoras direcionadas à efetiva eliminação de barreiras para os cidadãos com necessidades especiais e mobilidade condicionada, premiando as boas práticas e promovendo a sua divulgação.

Está prevista a distinção dos três primeiros classificados, através da atribuição de um prémio de valor pecuniário, selecionados a partir da avaliação dos projetos apresentados. Esta avaliação será conduzida por um júri composto pelo IMTT, I.P. e pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. e por uma Comissão Técnica, de que farão parte as seguintes entidades:

- Associação dos Cegos Amblíopes de Portugal (ACAPO);

- Associação Portuguesa de Deficientes (APD);

- Associação Portuguesa de Deficientes das Forças Armadas (ADFA);

- Sociedade Portuguesa da Engenharia da Reabilitação e da Acessibilidade (Supera);

- Centro Português de Design (CPD).

As candidaturas ao "Prémio Acessibilidade aos Transportes 2011-2012" encontram-se abertas até ao dia 24 de fevereiro de 2012, para projetos cujas obras tenham sido concluídas de 1 de janeiro de 2010 até 31 de dezembro de 2011.

Para mais informação, incluindo o aviso de concurso, o regulamento e o formulário de candidatura, em http://www.imtt.pt/.
In: INR

Crianças deprimidas são vítimas de 'bullying' mais facilmente

As crianças com sintomas depressivos têm mais facilidade em tornarem-se vítimas de 'bullying', de acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade do Estado de Arizona, divulgado esta segunda-feira. 

Já se sabia que as crianças rejeitadas e intimidadas pelos colegas tinham tendência a tornarem-se deprimidas, mas novas pesquisas vêm agora revelar que a relação pode funcionar em sentido inverso, indicando que as crianças com sintomas depressivos na escola primária podem tornar-se futuras vítimas e vir a sofrer de isolamento social.

Até agora, as investigações tentavam perceber se era o 'bullying' que levava à depressão ou se eram as crianças deprimidas que seduziam os "valentões" da escola.

O estudo, desenvolvido pelos investigadores da Universidade do Estado de Arizona, revela que os sintomas depressivos no 4.º ano de escolaridade aumentam as hipóteses de as crianças virem a ser intimidadas no 5.º ano e de, no 6º. ano, acabarem mesmo por ser rejeitadas pelos colegas.

Para chegar a estes resultados, os investigadores acompanharam 486 crianças, avaliando os seus sintomas de depressão e os níveis de aceitação social através de inquéritos confidenciais preenchidos pelos pais, professores e pelas próprias crianças, que se classificaram e avaliaram os colegas.

Os autores do estudo defendem que as crianças com sintomas de depressão, como isolamento social, comportamento passivo e choro excessivo, começam por ser rejeitadas pelos colegas e, em seguida, passam a ser alvo de intimidações.