O secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, afirmou nesta sexta-feira em Coimbra que quer reforçar a capacidade de intervenção e internamento em pedopsiquiatria, considerando que há "uma escassez de meios" nessa área.
O Governo tem "consciência da necessidade de intervenção em saúde mental nos mais novos", sendo uma especialidade para a qual o país "não foi capaz de criar os profissionais necessários", disse Fernando Leal da Costa, na sessão de abertura das comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental, no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra.
"É necessária uma intervenção mais forte, mais efectiva e mais competente nas crianças e adolescentes", referiu, frisando que a promoção da saúde mental e a prevenção de distúrbios também se "ganha numa intervenção precoce". Os recursos existentes "são manifestamente poucos para as necessidades identificadas", sendo a capacidade de intervenção e de internamento "limitada", observou, sublinhando a importância "de formar o maior número possível" de pedopsiquiatras.
O presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Martins Nunes, também presente na cerimónia, prevê que "dentro de três meses" seja possível dotar o CHUC de um serviço de pedopsiquiatria com internamento e urgência, "que sirva as crianças da região Centro". "Existe uma médica a trabalhar fora da região interessada em trabalhar em Coimbra, estão a tramitar dois processos de cedência por interesse público de duas pedopsiquiatras e, em Janeiro, teremos mais uma especialista formada no nosso hospital", informou.
Em declarações aos jornalistas, José Martins Nunes explicou que o serviço com internamento e urgência estará integrado no Hospital Pediátrico de Coimbra numa área actualmente desocupada, prevendo que no início o serviço esteja equipado com dez camas. De acordo com o presidente do conselho de administração do CHUC, "nunca houve internamento em pedopsiquiatria" em Coimbra. José Alberto Garrido, director do serviço de pedopsiquiatria do CHUC, sublinhou que até agora as crianças "ou ficam nas urgências ou vão para o Porto ou para casa".
In: Público
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